Maria Sófia parou o carro na entrada da casa de seus pais e respirou fundo.
Queria estar com Daniela, mas até mesmo a sua melhor amiga a convenceu a ir primeiro ao jantar.
Foi até á porta e tocou á campainha. Augusta abriu a porta e teve uma grande surpresa.
- Olá Guta!
- Menina Sófia! Seja bem-vinda de volta.
Que bom ver você.
- Obrigada. Senti tantas saudades tuas.
E trouxe presentes. Não os podia esquecer.
- Obrigada minha menina.
Entre! Estão todos na sala esperando por você.
- Tudo bem. Toma! Espero que gostes....- Sófia deu a ela uma sacola de presente e foi até á sala ter com a sua família, mas ao contrário do que esperava eles não estavam sozinhos.
Com eles estava a família Lourenço - Gomes que eram donos de uma rede hoteleira de renome internacional.
Sófia nunca gostou de Carlos o filho do casal, pois ele a assediava desde que eram adolescentes.
- Filha! Finalmente você chegou...- Armando foi ter com ela.
- Olá Papai! Boa noite a todos.
- Bem - vinda Maninha! ...- Fernanda a abraçou com o mesmo jeito falso da mãe.
- Obrigada Fernanda. Olá Mamãe.
- Minha menina. Seja bem-vinda de volta...- Paula sorriu e também a abraçou, mas Sófia notou a frieza de suas palavras.
- Obrigada. Podemos jantar agora?
Eu tenho um compromisso em 1 hora.
- Porquê tanta pressa Sófia?
Nós queremos saber as novidades...- Carlos disse sorrindo para ela.
- É mesmo Carlos? Então porque você não lê uma revista de fofoca?
Ele não soube o que dizer e manteve - se calado.
Sentaram á mesa e Sófia contou apenas o que achou necessário.
Carlos perguntou se havia também um presente para ele.
- Não tenho nenhuma razão para te dar presentes Carlos. Mas posso te dar o endereço da loja.
- Nossa Mana. O Carlos só está a ser simpático.
- Pois é tarde demais. Não serei hipócrita porque estão aqui os pais dele.
Me desculpem! Mas eu não suporto o vosso filho. E nada vai mudar isso agora.
Papai! Se o Senhor está a pensar numa união de negócios, pode desistir.
Eu seria capaz de me casar com um Camelo antes de ser "amiga" do Carlos.
Bom apetite para vocês.
Maria Sófia foi embora e deixou a todos sem palavras. Sabia que Paula tinha alguma coisa a ver com a presença da família Lourenço no jantar, e fez questão de demonstrar o seu desagrado.
Carlos era insuportável, convencido e fútil. Sem falar na sua arrogância e falta de modos ao falar com pessoas que ele considerava inferiores.
- Paula o que houve aqui? Você disse que a Sófia sabia da nossa presença, mas ela ficou surpresa quando nos viu.
- Desculpe Lorena! Se a gente contasse antes ela não viria.
- É mesmo? Pois ela já disse o que pensa sobre o meu filho. Eu também não quero que haja um noivado. O que você diz Armando?
- A Sófia sempre foi muito temperamental. Falarei com ela.
- E se ainda assim ela recusar?
- Então arranjarei outra pessoa.
Mas não vou permitir que a minha menina se case com alguém que não seja do nosso nível social.
- Tudo bem. Te dou dois dias.
Caso contrário desistimos. A tua filha não é a única candidata para o meu Carlos.
- Está bem. Eu espero ver vocês na festa que daremos no sábado.
- Podes contar com a nossa presença.
Depois das visitas saírem, Paula mandou a filha mais velha para o quarto e foi conversar com o marido.
- Querido! Eu acho que fomos longe demais. A Sófia acabou de chegar e nós quase a forçamos a aceitar um noivo.
Ela ainda nem começou a trabalhar.
- Você está certa. Falar com ela não vai resolver o assunto. Ela saiu daqui furiosa. Não haverá nenhum noivado se não for o que ela deseja.
- Certo. E a Fernanda?
- O que ela tem?
- Armando por favor! Ela é a nossa filha mais velha. Porque a devemos casar depois da Sófia?
- A intenção de casar a Sófia agora foi tua.
- Sim! Mas a reação dela também me.
pegou de surpresa. Ela é bem obstinada. Tem a quem sair.
- Não comeces com isso.
Sabes bem que essa situação pertence ao passado.
- Isto é impossível Armando. Afinal, a Sófia é a maior prova disso.
Armando e Paula tinham um segredo em comum. Sófia foi fruto de um amor que não aconteceu. Ele sendo um homem bem sucedido e muito respeitado, não podia arriscar perder tudo no divórcio e no meio de escândalos.
Amava Sófia como amou a sua mãe.
Mas, o seu orgulho e ambição o forçaram a manter o casamento com Paula, e até isso teria graves consequências.
Por outro lado, Sófia estava com a sua melhor amiga Daniela.
Contou o que houve no jantar e depois sentiu - se mais calma.
- Não acredito que isto ainda acontece em pleno século 21.
- Nem eu Dany. Mas, a culpa disso é da minha mãe. Foi ela quem teve a ideia, eu tenho a certeza.
- Mas porque ela forçaria você a casar com aquele ser intragável?
- Não sei. Sabes amiga, as vezes eu sinto que ela não gosta de mim. Ela é fria comigo e consigo perceber até mesmo quando ela ela sorri.
- O que estás a tentar me dizer?
- Que ao contrário da Fernanda eu não fui desejada. Eu fui literalmente criada pela Augusta. A minha afinidade com ela é bem maior.
- Entendo. Mas, o melhor que tens a fazer agora é pensar em organizar a tua vida. Já pensaste nisso?
- Sim! A Ideia de trabalhar na Firma é óptima. Eu a vou modernizar.
E soube que o filho da Augusta também é Arquiteto. Só que nunca o conheci.
- A Sério?! Porquê?
- Os meus pais nunca permitiram que ela o levasse quando fosse trabalhar.
Só o conheço pelas coisas que ela conta.
- E não tens curiosidade?
- Claro que tenho. Espero que ele vá a festa no sábado. Infelizmente não terei como escapar.
Você vai?
- Com certeza. Podes contar comigo.
- Obrigada querida amiga.
As duas conversaram por mais tempo e Sófia foi para casa bem tarde. O seu segurança já estava lá fora com outro carro e a seguiu de longe.
As surpresas estavam a começar.