Capítulo I

1070 Words
Maria Sófia parou o carro na entrada da casa de seus pais e respirou fundo. Queria estar com Daniela, mas até mesmo a sua melhor amiga a convenceu a ir primeiro ao jantar. Foi até á porta e tocou á campainha. Augusta abriu a porta e teve uma grande surpresa. - Olá Guta! - Menina Sófia! Seja bem-vinda de volta. Que bom ver você. - Obrigada. Senti tantas saudades tuas. E trouxe presentes. Não os podia esquecer. - Obrigada minha menina. Entre! Estão todos na sala esperando por você. - Tudo bem. Toma! Espero que gostes....- Sófia deu a ela uma sacola de presente e foi até á sala ter com a sua família, mas ao contrário do que esperava eles não estavam sozinhos. Com eles estava a família Lourenço - Gomes que eram donos de uma rede hoteleira de renome internacional. Sófia nunca gostou de Carlos o filho do casal, pois ele a assediava desde que eram adolescentes. - Filha! Finalmente você chegou...- Armando foi ter com ela. - Olá Papai! Boa noite a todos. - Bem - vinda Maninha! ...- Fernanda a abraçou com o mesmo jeito falso da mãe. - Obrigada Fernanda. Olá Mamãe. - Minha menina. Seja bem-vinda de volta...- Paula sorriu e também a abraçou, mas Sófia notou a frieza de suas palavras. - Obrigada. Podemos jantar agora? Eu tenho um compromisso em 1 hora. - Porquê tanta pressa Sófia? Nós queremos saber as novidades...- Carlos disse sorrindo para ela. - É mesmo Carlos? Então porque você não lê uma revista de fofoca? Ele não soube o que dizer e manteve - se calado. Sentaram á mesa e Sófia contou apenas o que achou necessário. Carlos perguntou se havia também um presente para ele. - Não tenho nenhuma razão para te dar presentes Carlos. Mas posso te dar o endereço da loja. - Nossa Mana. O Carlos só está a ser simpático. - Pois é tarde demais. Não serei hipócrita porque estão aqui os pais dele. Me desculpem! Mas eu não suporto o vosso filho. E nada vai mudar isso agora. Papai! Se o Senhor está a pensar numa união de negócios, pode desistir. Eu seria capaz de me casar com um Camelo antes de ser "amiga" do Carlos. Bom apetite para vocês. Maria Sófia foi embora e deixou a todos sem palavras. Sabia que Paula tinha alguma coisa a ver com a presença da família Lourenço no jantar, e fez questão de demonstrar o seu desagrado. Carlos era insuportável, convencido e fútil. Sem falar na sua arrogância e falta de modos ao falar com pessoas que ele considerava inferiores. - Paula o que houve aqui? Você disse que a Sófia sabia da nossa presença, mas ela ficou surpresa quando nos viu. - Desculpe Lorena! Se a gente contasse antes ela não viria. - É mesmo? Pois ela já disse o que pensa sobre o meu filho. Eu também não quero que haja um noivado. O que você diz Armando? - A Sófia sempre foi muito temperamental. Falarei com ela. - E se ainda assim ela recusar? - Então arranjarei outra pessoa. Mas não vou permitir que a minha menina se case com alguém que não seja do nosso nível social. - Tudo bem. Te dou dois dias. Caso contrário desistimos. A tua filha não é a única candidata para o meu Carlos. - Está bem. Eu espero ver vocês na festa que daremos no sábado. - Podes contar com a nossa presença. Depois das visitas saírem, Paula mandou a filha mais velha para o quarto e foi conversar com o marido. - Querido! Eu acho que fomos longe demais. A Sófia acabou de chegar e nós quase a forçamos a aceitar um noivo. Ela ainda nem começou a trabalhar. - Você está certa. Falar com ela não vai resolver o assunto. Ela saiu daqui furiosa. Não haverá nenhum noivado se não for o que ela deseja. - Certo. E a Fernanda? - O que ela tem? - Armando por favor! Ela é a nossa filha mais velha. Porque a devemos casar depois da Sófia? - A intenção de casar a Sófia agora foi tua. - Sim! Mas a reação dela também me. pegou de surpresa. Ela é bem obstinada. Tem a quem sair. - Não comeces com isso. Sabes bem que essa situação pertence ao passado. - Isto é impossível Armando. Afinal, a Sófia é a maior prova disso. Armando e Paula tinham um segredo em comum. Sófia foi fruto de um amor que não aconteceu. Ele sendo um homem bem sucedido e muito respeitado, não podia arriscar perder tudo no divórcio e no meio de escândalos. Amava Sófia como amou a sua mãe. Mas, o seu orgulho e ambição o forçaram a manter o casamento com Paula, e até isso teria graves consequências. Por outro lado, Sófia estava com a sua melhor amiga Daniela. Contou o que houve no jantar e depois sentiu - se mais calma. - Não acredito que isto ainda acontece em pleno século 21. - Nem eu Dany. Mas, a culpa disso é da minha mãe. Foi ela quem teve a ideia, eu tenho a certeza. - Mas porque ela forçaria você a casar com aquele ser intragável? - Não sei. Sabes amiga, as vezes eu sinto que ela não gosta de mim. Ela é fria comigo e consigo perceber até mesmo quando ela ela sorri. - O que estás a tentar me dizer? - Que ao contrário da Fernanda eu não fui desejada. Eu fui literalmente criada pela Augusta. A minha afinidade com ela é bem maior. - Entendo. Mas, o melhor que tens a fazer agora é pensar em organizar a tua vida. Já pensaste nisso? - Sim! A Ideia de trabalhar na Firma é óptima. Eu a vou modernizar. E soube que o filho da Augusta também é Arquiteto. Só que nunca o conheci. - A Sério?! Porquê? - Os meus pais nunca permitiram que ela o levasse quando fosse trabalhar. Só o conheço pelas coisas que ela conta. - E não tens curiosidade? - Claro que tenho. Espero que ele vá a festa no sábado. Infelizmente não terei como escapar. Você vai? - Com certeza. Podes contar comigo. - Obrigada querida amiga. As duas conversaram por mais tempo e Sófia foi para casa bem tarde. O seu segurança já estava lá fora com outro carro e a seguiu de longe. As surpresas estavam a começar.
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