Recadinho importante;
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Instagram da autora; @autora_marisesilvamarques
Obrigado pelo carinho e atenção.
Vamos a história.
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Estou aqui escrevendo, pois preciso desabafar tudo o que tenho passado e sofrido, aqui posso me manter no anonimato e tirar um pouco do peso de guardar meu sofrimento.
Sou de uma família humilde, minha mãe trabalha em uma fazenda, assim que terminei o ensino médio, ela me mandou para terminar meus estudos em New York.
Ela queria se ver livre de mim, isso era claro. Minha mãe é muito autoritária, sempre mandou que eu e meus irmãos fizéssemos tudo, tinha que ser de imediato, se demorasse a cumprir, já tomávamos uma surra.
Eu era a única mulher de cinco filhos, fazia tudo em casa. Acho que ela descontava sua raiva em nós, principalmente em mim, por que nosso pai a abandonou, logo após meu nascimento. Sendo criada desta forma rude, acabei me tornando muito tímida, introvertida e obediente.
Não consigo reclamar de algo que me constranja ou que não goste, acabo aceitando tudo de cabeça baixa. Por ser assim, acabei aceitando tudo que meus Mestres mandam fazer, dizem que nasci para servir, que não faço nada direito e de tanto ouvir isso de minha mãe e de meus Mestres creio que tenham razão. Pois, não consigo fazer as coisas com segurança, sempre preciso que meu trabalho seja conferido.
Meu nome é Victória Coss Ninley, Ninley é do meu marido, estou a cinco anos morando em New York, hoje tenho 22 anos, vim para concluir meus estudos quando tinha 16 anos e aos 20 estava com meu diploma nas mãos. Vim do interior para estudar e aqui conheci meu marido, foi amor à primeira vista, me apaixonei por ele aos 17, eu não saberia viver sem ele, o conheci na faculdade, fizemos o curso juntos. Cursei administração e ele geologia, logo depois de pegar nossos diplomas, nos casamos, eu estava com 20 anos e meu esposo com 21.
Nós fomos morar em uma pequena casa alugada, como não conseguimos trabalho na área que cursamos, pegávamos o trabalho que aparecia, passamos por muitas dificuldades, até que minha vida mudou totalmente. Arrumei um trabalho como governanta, ótimo salário, eu acreditei que com este dinheiro poderíamos ter mais tempo e tranquilidade para procurar algo ligado ao que havíamos cursado, mas logo de início, assim que comecei o trabalho que acreditava ser temporário, tudo se transformou.
A contratação
Com tantas dificuldades que eu e meu marido passávamos, logo após nosso casamento, eu aceitava qualquer trabalho, garçonete, lavadora de pratos, faxineira o que aparecesse, meu marido também estava trabalhando em qualquer coisa. Mas, um dia quando caminhava para a lanchonete que trabalhava como lavadora de pratos, uma mulher muito bem vestida, se aproximou de mim, ela me entregou um anúncio, antes me olhou de cima a baixo, enquanto eu lia. "Precisa-se de governanta, ótimo salário, alimentação, plano de saúde familiar e mais algumas vantagens".
— Senhora, eu não tenho experiência!
Não se preocupe com isso, tente, pode ser que seja aceita, você é bem apresentável e vai agradar.
Eu resolvi me candidatar, já que a mulher havia dito para não me preocupar, pois que tinha chance.
Como tinha folga as segundas e estaria livre no dia seguinte, resolvi que quando voltasse para casa falaria com meu marido. A noite tivemos uma conversa e concordamos que seria uma boa oportunidade de juntarmos um dinheiro para no futuro comprar uma casa, caso fosse contratada, pois sabíamos que governantas costumam ganhar bem.
Na segunda, bem cedinho me dirigi ao endereço, uma mansão isolada em Pocantico Hills, fica ao norte de New York. Quando cheguei, havia mais três mulheres aguardando, bem mais velhas que eu, não achei que teria chances. Antes não tivesse tido essa chance.
Eles pareciam um casal bem distinto e bem ricos, logo na entrada fomos divididas em dois grupos. Ela era a mulher que havia me entregue o anúncio, mesmo assim eu tinha minhas dúvidas sobre ser aceita.
Eu e uma senhora ficamos com a esposa, senhora Elisabeth Brits = (leia-se Braits), as outras duas acompanhara o marido, o senhor Eduard Henry Brits. Fomos entrevistadas e passamos por várias perguntas, inclusive algumas de cunho s****l, o que constrangeu tanto a mim como à senhora que estava comigo. A senhora Brits explicou o porquê das perguntas.
— Senhora e senhorita. É senhorita minha cara?
— Não senhora Brits, eu já sou casada, me casei há 2 meses, me desculpe é que eu e meu marido não tivemos dinheiro para comprar alianças ainda.
Eu expliquei porque a vi olhando para minha mão.
— Ah, entendo, bem senhoras, eu preciso saber de certos detalhes, pois eu e meu marido gostamos da moral e dos bons costumes, por isso peço desculpas pelas perguntas íntimas, mas precisamos nos precaver de pessoas que tenham um baixo comportamento, se me entendem.
Depois de quase uma hora de entrevista, uma enfermeira tirou sangue e um pequeno pedaço de tecido de nossos braços, fomos liberadas. Disseram que era para DNA. Eu acreditava que não teria a menor chance, pois a senhora que estava comigo tinha um histórico de muitas casas como governanta. Mesmo assim conforme perguntado, respondia prontamente e obedientemente. Assim que terminou me dirigi para casa, sem nenhuma esperança. Grande engano meu, no dia seguinte, terça-feira logo cedo, a senhora Brits me ligou.
— Bom dia Victória.
Eu estranhei o tratamento dela comigo, me chamando pelo meu primeiro nome! Eu tinha colocado meu nome de casada na ficha que preenchi e ela sabia que eu era casada. Ela deveria ter me tratado por senhora Ninley. Mas, preferi não corrigi-la, pois queria o emprego.
— Bom dia senhora Brits. Em que posso ajudar?
— Bem Vick, eu estou ligando para dizer que a vaga é sua, mas que ainda precisamos conversar, assim poderei explicar o serviço, seus direitos e deveres.
Fiquei super feliz, agradeci muito, não fui para a lanchonete, liguei dizendo que não poderia ir, me dirigi para a casa dos Brits. Assim que cheguei, a senhora Brits me recebeu na porta com um sorriso estonteante. Ela transmitia uma simpatia e firmeza muito grande.
— Olá pequena Victória, vamos entrar e conversar sobre o seu salário, folga e seus direitos e deveres.
Agora era pequena Victória, tanta i********e, achei que era para quebrar a seriedade.
— Olá senhora Brits, como desejar.
Eu a segui até uma das várias salas da mansão, assim que entramos, ela começou a falar sobre meu salário, plano de saúde para mim e meu marido, folga e claro os deveres. Um salário que mesmo trabalhando na melhor empresa de administração, eu não receberia, era três vezes o salário inicial de funcionário da área de administração. Fiquei até assustada com o valor. Só a folga e a necessidade de viagens me deixou um pouco triste, pois teria que passar a semana na casa e só poderia sair aos domingos.
— Bem Vick, já sabe as vantagens que terá trabalhando para mim e o meu marido, agora os seus deveres. Primeiro eu e meu marido sempre seremos tratados de senhor e senhora Brits, os funcionários desta casa usam o uniformes que nós forneceremos e inclusive os calçados, não admitimos qualquer questionamentos. Tudo que a senhora ver ou ouvir dentro desta propriedade é de total sigilo, nem para seu marido poderá contar, a senhora assinará um contrato concordando com todos os termos, ou não poderemos contratá-la.
Com todas as vantagens e com aquele salário eu não poderia recusar.
— Quero lembrá-la Victória que o descumprimento deste contrato acarretará um processo que lhe custará 5 milhões de dólares, como sei que não teria como pagar, acredite Victória, vai direto para a penitenciária, por um longo tempo.