Capítulo 2

1182 Words
Lorenzo Se meu pai souber que estou namorando uma moça simples, de uma comunidade pobre, com certeza ele vai provocar uma revolução no mundo. Mas eu sei que o que a gente tem é real e, se for necessário, enfrentarei qualquer batalha. Celina é uma pessoa brilhante. Ela conquistou uma bolsa de estudos na melhor escola de Santa Catarina e, a cada dia que passa, vejo que o céu é o limite para ela. Eu não posso, nem quero, deixar minha amada por causa da situação financeira dela. Eu a amo, e isso é o que importa. Falando sobre o amor, já passei por minha fase de ser o "pegador", mas a verdade é que, apesar de ser o único entre meus amigos que ainda é virgem, eu nunca me senti pressionado. Só meu melhor amigo, Heitor, sabe disso e, claro, ele adora brincar comigo sobre o assunto. Mas o que posso fazer? Eu só nunca encontrei a pessoa certa. Muitas vezes, estive perto de viver minha primeira experiência, mas algo nunca se encaixava. Não sentia aquela chama, aquele desejo. As garotas chegavam a se despir antes de um simples beijo, mas eu não queria aquilo. Eu sempre imaginei que minha primeira vez seria algo mais profundo, algo cheio de emoção e carinho. Algo com amor. Confesso que há mais de um ano, minha mente e meu coração estão totalmente voltados para uma pessoa. Uma menina que, de uma forma única, tomou conta de mim. Celina. Ela tem meu coração em suas mãos e, pela primeira vez, eu entendo o significado de desejo e paixão de forma intensa. Agora, com vinte e dois anos, ainda sou virgem. Mas isso não me incomoda mais. Já tentei me questionar se havia algo de errado comigo, já me senti estranho, mas a verdade é que não me sentia atraído pelas pessoas erradas. Durante minha adolescência, muitas meninas se aproximaram de mim, mas a maneira como elas se comportavam, como se entregavam sem qualquer conexão emocional, nunca me atraiu. Eu não queria isso. Queria algo mais. Queria sentir vontade de estar com alguém, de fazer amor, de experimentar aquele desejo que tanto meus amigos falavam. Por um tempo, achei que havia algo errado comigo. Pensei que talvez eu tivesse algum problema. Até que, aos vinte anos, resolvi procurar um psicólogo, alguém com quem eu pudesse conversar sobre esse sentimento de não me encaixar nas expectativas de todos à minha volta. Mas, com o tempo, percebi que não era um problema meu. Era apenas uma questão de tempo. E então, eu a encontrei. Celina entrou na minha vida e, pela primeira vez, eu senti meu coração acelerar e algo dentro de mim despertar de forma profunda. Eu sabia, naquele momento, que o que eu precisava era alguém como ela, que me fizesse sentir especial, de uma maneira que eu nunca havia experimentado. Já estamos juntos há mais de um ano e, embora nosso relacionamento tenha sido pura emoção e cumplicidade, ainda não fomos além. Estou esperando ela completar dezessete anos, e sei que estamos quase lá. Se esperei até agora, por que apressar as coisas? Eu sei que, quando acontecer, será algo mágico, algo que eu sempre imaginei. Porque o que eu sinto por Celina não é apenas desejo. É amor. E isso, para mim, é o suficiente. Meu pai acha que tudo na vida gira em torno de dinheiro, mas a verdade é que, no fim, a gente morre e tudo o que acumulamos fica para trás. Então, por que viver apenas para o dinheiro? Eu e Celina já temos o suficiente para viver uma vida confortável, e não preciso de mais. Para que me casar com uma mulher rica, acumular dinheiro sem nem sequer poder aproveitá-lo? Não faz sentido. Para mim, o que importa é o amor. Estou na faculdade, é sexta-feira, e vou sair com a Celina. Quero beijá-la, mimá-la, mostrar todo o carinho que sinto por ela. Eu a amo de uma forma tão intensa que, às vezes, me falta o ar só de pensar nela. Recentemente, dei um anel de compromisso para minha namorada. Fiquei tão emocionado que fiz questão de me ajoelhar na frente dela e colocar o anel no dedo dela. Foi o meu jeito de mostrar a todos, especialmente aos idiotas que não sabem valorizar, que ela já tem dono. Ela é minha, e ninguém vai mudar isso. Eu confio cegamente nela. Mas não confio nos adolescentes ao nosso redor, que, como animais, não conseguem tirar os olhos dela, especialmente quando estou esperando por ela no carro. Tenho vontade de confrontar esses imbecis, mas sempre tomo cuidado. Nunca me mostro com o meu carro, para evitar qualquer coincidência infeliz que possa colocar Celina e eu em uma situação desconfortável. Minha namorada é deslumbrante, com curvas perfeitas que tiram meu juízo. Eu sei o quanto ela é desejada, e, por isso, o anel de compromisso que escolhi é robusto e imponente, para que ninguém duvide do que sentimos um pelo outro. Quando ela hesitou em aceitá-lo, dizendo que deveria ser algo mais barato, meu coração se derreteu. Não importava o preço. O que importava era o significado por trás daquele gesto. Celina é minha vida. E, enquanto ela for minha, nada mais importa. Nunca vi nada igual… Ela é perfeita! Gostaria de poder enchê-la de flores e presentes todos os dias, mas ela é simples, aceita apenas chocolate, um doce, e é isso. Eu respeito, claro, mas no fundo, meu coração queria mimá-la de todas as formas. Celina tem uma beleza única. Sua pele n***a, mais clara do que a minha, seus olhos castanhos e o cabelo que combina perfeitamente com sua cor, realçam ainda mais sua graça. Ela foi feita para mim, e eu sou grato por cada momento ao seu lado. Quando penso nela, meu corpo só quer uma coisa: ela. Não sei por que, mas toda vez que olho para o meu anjo, algo dentro de mim desperta. Só com ela. Eu nunca senti isso antes. Enviei uma mensagem avisando que estaria esperando por ela no meu carro. Eu queria poder andar de mãos dadas por aí, mostrar para o mundo que ela é minha, mas ainda não posso fazer isso. Não posso expor nosso amor dessa forma. Mas, em breve, poderei. Em breve, o mundo verá o que é real. Já sou adulto, mas meu pai insiste em me pressionar a me casar com Gabrielle. Como posso me casar com alguém que considero mais uma irmã? Ele vai ter que aceitar meu relacionamento com Celina. Eu não escolhi quem meu coração iria amar. Quando começamos a conversar, nem sabia a idade dela. Ela tem uma expressão de menina, mas um corpo de mulher. Ela não aparenta ter apenas dezesseis anos. Na verdade, desde os quinze anos, ela já tinha esse corpo maravilhoso, e eu me apaixonei por ela sem saber da sua idade. Jamais deixaria de estar com ela, só por ela ser mais jovem. Seis anos de diferença não me parecem um obstáculo tão grande. O que é o tempo, se o amor é verdadeiro?
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