Patrick
Quando me viro e meus olhos encontram com os dela, fico admirado com a sua beleza, ela está simplesmente maravilhosa, meu olhar percorre cada parte de seu corpo, esse vestido a deixou mais linda do que já é, fico encantado com a sua simplicidade.
-Tio trouxe tia Alice para vocês conversarem.
-Oi Alice.
-Oi Patrick tudo bem?
-Tudo e você?
-Estou bem.
-Ai.. ai vocês não se cumprimentam com dois beijinhos porque mesmo?
-Anny minha pequena eu não posso sair beijando as pessoas assim.
-Tio, são beijinhos de carinho e não tem nada. Vamos eu quero que vocês se conheçam direito.
-Meu Deus você é impossível menina.
Aproximo-me e dou dois beijos na bochecha, uma eletricidade percorre todo meu corpo, e vejo-a corar totalmente, nos separamos e vejo uma pequena toda sorridente.
-Viu, nem doeu. Agora você conversa com ela tio que já volto tá?
-Tá pirralha.
-Desculpa essa menina danada, ás vezes ela tem essas coisas.
-É eu sei.
-Então vamos sentar um pouco?
-Claro.
Saímos e nos sentamos, o silêncio pairou sobre nós parece que as palavras sumiram, não vinha nenhum assunto, ficamos um olhando para o outro, até que resolvo quebrar o silêncio.
-Então você é professora há muito tempo?
-Dois anos, desde que me formei. E você o que faz?
- Tenho uma empresa de tecnologia.
-Hum... Empresário famoso.
-Só empresário mesmo, não gosto de ser o centro das atenções, gosto de ficar mais reservado.
- Me desculpe, eu só achei que...
- Não precisa se desculpar. Mas o que você gosta de fazer além de dar aulas?
-Sou contadora de histórias em uma livraria, se bem que a partir da semana que vem não serei mais.
-Por quê?
-Eu vou passar a dar aulas os dois períodos, então não terei tempo.
-Entendo. Mas e para se divertir o que gosta de fazer?
-Não sou uma pessoa que sai muito, ás vezes um cinema, tomar um sorvete, coisas normais.
-E você o que gosta de fazer?
-Gosto de velejar, planar e malhar também, se bem que ultimamente estou apenas trabalhando muito. Você não curte sai para dançar?
-Ás vezes sim, não com muita frequência.
Ficamos ali conversando por mais um tempo, estava encantado com a simplicidade dela, seu jeito meigo, uma mulher linda, inteligente e bastante simpática e melhor em momento nenhum se insinuou para mim uma atitude que há muito tempo não via em uma mulher, saio dos meus pensamentos com a chegada de minha mãe e Nanda.
-Então você está aqui, pensamos que você tivesse ido embora Alice?
-Não, vou esperar cantar os parabéns.
- Não estamos atrapalhando a conversa de vocês, estamos?
-Não mãe, a pequena nos deixou aqui e sumiu, estava apenas conversando. Já que vocês chegaram vou dar uma volta, façam companhia pra Alice.
Saio e vou encontrar meu irmão, preciso me afastar um pouco do anjo de olhos azuis que está tirando minha sanidade, não consigo nem me concentrar direito perto dela, encontro meu pai e o Jorge conversando.
-Oi pai. E ai Jorge.
-Fala mano, estava de papo com a professorinha hein!
-Sua filha é uma pestinha Jorge, está fazendo de tudo para me jogar em cima dela.
-Que sua mãe não me escute filho, mas ela é muito bonita.
-Realmente pai, ela é uma mulher encantadora.
-Hum... Olha só quem está amolecendo o coração?
-Cala a boca Jorge, ela é só uma conhecida nada demais.
- Me engana que eu gosto, vai me dizer que você não deu nenhuma olhadinha nas pernas dela.
- Patrick meu filho, já está na hora de você abri seu coração novamente e essa moça parece ser uma boa pessoa, tente pelo menos uma amizade para sair dessa solidão que você se enfiou esses anos todos.
-Pai!
-Eu já disse a ele pai, fica ai remoendo o passado e achando que toda a mulher é igual àquela sem prestígio da Amélia, mas parece que ele quer ficar para sempre no fundo do poço.
-Vocês tiraram a noite para me encher mesmo?
-Não só pra abrir seus olhos, e veja só seu cupido está chegando.
-Tio, o senhor deixou tia Alice sozinha?
-Não meu amor, sua avó e a Nanda estão com ela.
-E você esqueceu o que a gente conversou né?
-Não meu amor eu conversei com ela um tempão.
-Hum... Vou perguntar para ela viu?
A pequena sai me deixando sem palavras, somos chamados pra cantar os parabéns todos se juntam e cantam para pequena que fica radiante, sopra as velinhas e depois corta o bolo e para surpresa de todos, ela dá o primeiro pedaço para professora, a Alice ficou sem jeito, mas aceitou, fiquei de longe observando a sua beleza, seu corpo bem delineado, suas curvas, as pernas bem definidas, sinto alguém criando vida com meus pensamentos, meu Deus o que está acontecendo comigo, vou buscar uma bebida mais forte para acalmar os meus ânimos, depois de buscar um uísque, sento numa mesa mais afastada um pouco, só observando a festa.
-Tio...tio.
-Oi pequena.
-Vem aqui comigo.
-Pra quê Anny, o tio quer ficar aqui um pouco.
-Anda tio, vem logo.
Saio a contragosto com uma criança me puxando por quase todo o jardim, chegamos à sala onde Alice estava junto com minha mãe, elas estavam rindo, como o som de sua risada é encantadora, saio dos pensamentos com Anny me puxando.
-Pronto tia, o tio está aqui e ele vai te levar em casa.
-Anny meu amor não precisa, eu chamo um táxi não precisa incomodar seu tio.
-Claro que precisa, ele vai te proteger ate à senhora chegar a casa, né tio?
-Sim pequena, e não é incômodo Alice, eu posso levá-la se quiser.
-Não quero atrapalhar a festa de vocês.
-Você não atrapalha Alice, e o Patrick pode levar você, não é bom chamar taxi há essa hora, ainda mais uma mulher sozinha.
-Tudo bem então, vou aceitar a carona.
-Eba... Eu sabia que a senhora ia querer.
-Hum... Então a tia já vai segunda a gente se vê na escola. Beijos.
-Beijos tia, te amo muito.
-Também pequena.
Saímos e fomos em direção ao meu carro, chego abra a porta para ela entrar, fecho e sigo para o meu lado entro e dou partida no carro, ela me passa o endereço e seguimos coloco uma música para escutarmos, no começo ficamos em silêncio, até ela começar a conversar.
-Tem certeza que não foi incômodo você me trazer?
-É uma honra acompanhar uma mulher linda como você em casa.
-Tudo bem então.
-Você mora sozinha?
-Não, moro com minha mãe.
-E seu pai?
-Meu pai morreu quando eu era um bebê, ficou só eu e minha mãe.
-Ela criou você sozinha?
-Sim, e eu a admiro muito por isso, minha mãe é uma guerreira.
-Sua mãe trabalha?
-Agora mais não.
-O que ela fazia?
-Era faxineira.
-Era? Por quê?
-Eu pedi pra ela parar de trabalhar, ela anda muito cansada, já trabalhou muito para me criar agora é a hora de eu retribui o que ela fez por mim.
-Muito bonita sua atitude, hoje em dia é difícil encontramos pessoas como você.
-Sim, eu tenho que valorizar quem me deu educação e fez de tudo para me tornar o que sou hoje.
-Claro. Chegamos a sua rua, qual sua casa?
-A penúltima, no lado direito.
-Chegamos então.
-Obrigado pela carona.
-Não há de quê, foi muito bom ter sua companhia, você é uma mulher admirável.
-Então tchau.
-Tchau.
Desço e acompanho-a até a porta, dou dois beijos em sua bochecha, a vejo corar, espero ela entrar em casa e saio, volto para casa pensando como sua vida deve ter sido difícil, mas mesmo assim ela não se abateu e luta para dá uma vida melhor a sua mãe, além de bonita tem um caráter admirável, vou meu caminho de volta todo pensando nela, resolvo voltar para casa tomo um banho, ligo para minha mãe e aviso que resolvi vir direto para casa, desligo o telefone e vou me deitar com os pensamentos no anjo de olhos azuis.