Pelo amor de deus me conta eu to suando já de curiosidade. - Nesse momento ela deu uma gargalhada gostosa foi até a sua mala e se virou ficando de joelhos na minha frente me fazendo derramar as lagrimas que eu tanto segurei nesses últimos dias.
Clara: Eu acredito que o destino está do nosso lado e que quer muito que nos demos bem e que tudo que passamos foi para algo muito maior no futuro, fomos magoados feridos, mas estamos sendo curados, eu prometi nunca mais abandonar você e a Manu mas agora eu pergunto a você promete nunca me abandonar, caminha comigo junto por muitos e muitos anos.
Noah, você aceita se casar comigo?
Como eu poderia negar isso, eu nunca mais vou abandonar você e eu aceito me casar com você e viver uma vida agora sim tranquila, nós merecemos.
Clara: Nós merecemos.
Quando teve tempo de pensar em tudo isso, eu acompanhei pelos jornais e estava uma confusão lá.
Clara: Já passou foram dias tortuosos e por um momento eu pensei que fosse ser pega pelos capangas dos seus pais, mas eu conseguir sair de lá em segurança.
Graças a Deus, eu pensei que estivesse grávida.
Clara: Nunca disse que não estava.
Clara?
Clara: Noah
— Os dias foram passando e o casal estava cada vez mais apaixonado, Clara que até então não tinha certeza de uma gravidez apenas sabia que estava atrasada, com o passar dos dias começou a aparecer alguns sintomas, enjoos sono e a mudança de humor, a família dos verdadeiros pais da Manu apareceram e como não pretendiam cuidar dela deu a sua parte da herança, Noah após a morte dos seus pais voltou a sua cidade aonde por lei foi decretado herdeiro o mesmo assumiu as empresas e Clara sempre esteve ao seu lado, o amadurecimento dele é perceptivo e com isso todos a sua volta estão orgulhosos, o casamento aconteceu em uma tarde de verão aonde somente o juiz estava presente, não havia amigos ou os funcionários da empresa, apenas quem realmente deveria estar ali.
A mãe adotiva da Clara que a acolheu e a treinou para que elas pudessem ter paz, Manu que agora em sua certidão havia no nome dos pais o da Clara e do Noah, e isso foi um pedido da propria pequena, que a todo momento sabia de tudo que acontecia mas não perguntava então quando foi questionada o porquê da troca de nomes ela foi clara ao dizer que não queria ser filhos de assassinos, e com isso a troca foi feita demorou mas como o juiz já sabia de toda a situação aprovou sem muito pensar.
Os messes foram passando e com eles a descoberta que teriam mais uma menininha em casa, a alegria da Manu era instantânea ela so pensava e falava na irmãzinha que iria chegar.
O sofrimento veio como uma grande resaca do mar, ondas atrás de ondas cada vez mais intensa mais dolorida e mais forte, e quanto mais se tentava permanecer na superfície mais de encontro ao fundo do oceano você ia.
Não adianta lutar contra a maré, é preciso esperar que o mar se acalme, mesmo que isso custe a sua vida é preciso esperar.
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MAIS UMA FANFIC IDOL
Jimin é um ômega universitário, fazendo amigos e curtindo a vida. Até que em uma noite um sorriso mudou seu destino por completo. Era pra ser só uma festa de halloween, mas de longe aquele sorriso parecia o hipnotizar, e ele não conseguia parar de olhar.
Min Yoongi era uma alfa de intercâmbio, estava ali apenas para algumas aulas de sua faculdade de medicina, e tinha ido a festa apenas para arejar sua cabeça, nunca pensou que ficaria vidrado em um olhar a noite inteira, e quanto se aproximou, o cheiro do ômega o capturou por completo, não deu outra passaram a noite juntos.
Mas Jimin ficou e Yoongi voltou para sua cidade, afim de se formar, não se lembrava do nome do ômega, apenas de duas tatuagens que ele tinha.
7 anos depois, de volta a Seul, Yoongi já formado, se depara com uma linda menininha passando m*l na rua. Como médico, ele sentia o dever de ajudar, mas ela tinha alguma coisa em si que o fazia se sentir ligado a ela de uma maneira incomum e quando seu pai apareceu, desesperado, ele notou que seus olhos, e seu cheiro o lembravam de casa, e ele não tinha ideia do porquê.
Do outro lado Jimin sentia a mesma coisa, preocupado com a filha, mas sentido algo em seu interior se remexer.
O som era alto e a casa estava abarrotada de gente. Era a festa de Halloween. Uma das na verdade e todos ali improvisaram uma fantasia, uma pior que a outra, com lenços envoltos na cabeça imitando múmias, maquiagens exageradas, vampiros, era engraçado e nada assustador. Mas estava divertido e Jimin gostava. Ele ria e se divertia com os amigos, gostava daquelas festas para se distrair dos dias corridos e cheios de estudo e provas da faculdade de artes. Nas festas ele relaxava, bebia e dançava. Amava dançar. E a música que tocava naquele momento enchia seu corpo de energia enquanto ele se mexia com seu amigo Taehyung na pista.
- Ainda não acredito que veio vestido de cachorrinho, e amarelo ainda por cima - o amigo tirou sarro, abrindo e fechando o zíper da fantasia de Jimin, que riu, empurrando sua mão e colocando a sua própria no peito, escondendo o zíper.
- Ta querendo me deixar pelado no meio da festa? - ele riu - Foi a única que achei de última hora ta bom? E eu estou fofo e sexy.
Taehyung riu - Como você pode ta fofo vestido de cachorrinho amarelo Jimin?
Ele riu de novo, olhando por trás do amigo, onde um grupo estava perto da cozinha, bebendo cerveja. - Tae, disfarçadamente, olha pra trás, aquele vestido de gatinho... Caramba Tae, eu disse disfarçadamente! - ele puxou o braço do amigo, o levando pra um canto. - Eu nunca mais te conto nada!
- Eu sou curioso, você sabe! Mas o que tem ele? - disse arrumando a camisa. Taehyung tinha vindo de pirata, se pode se chamar de pirata uma camisa branca, uma calça colada, botas e um tapa olho.
- O sorriso dele... ele ta olhando pra mim... faz um tempo...
- Ele tá pior que você, todo vestido de preto, e só com esse arquinho fajuto de gato... certeza que alguém enfiou na cabeça dele pra ele entrar...
- Nunca vi ele no campus... será que é novo? - Jimin olhou de novo, e o gato ainda o olhava.
- Não sei... Jimin... Jimin? - ele cutucou o amigo - Você ta soltando seu cheiro, você nunca vem em festa pra pegar alguém, o que ta acontecendo?
Jimin respirou fundo - Não sei... vem, vamos dançar, preciso beber, e vamos embora depois.
Mas Jimin não foi embora depois. Ele dançou, dançou e dançou. E bebeu ainda mais. Se perdeu de Taehyung, quando viu estava no balcão da cozinha comendo um cachorro quente e tomando suco de laranja olhando o gatinho a sua frente do outro lado do balcão.
- Não quer suco de laranja? - ele disse com um olhar sedutor.
O gato o olhou da mesma forma - Tenho alergia a laranja.
E a próxima coisa que notou era que estava rindo, com a boca dele colada na sua dentro da despensa do dono da casa, sentindo os cabos das vassouras caindo em si.
- Você ta bem? - a voz rouca e grave do gatinho perguntou sorrindo. Ah aquele sorriso, meu Deus, como ele pensou que ia resistir?
- Eu to - ele riu - to bem sim - e voltou a o beijar.
E que beijo era aquele. Alucinante. Completamente viciante. Ele poderia ficar ali pra sempre sentindo aquele beijo, sentindo as mãos fortes segurando sua cintura o prensando na parede daquele cubículo, entre materiais de limpeza, rodos e baldes. Jimin segurava seu rosto, agarrava seus cabelos, tentando traze-lo pra mais perto do que estava, mas era impossível, estavam colados demais, juntos demais, mas ainda parecia não ser suficiente, então ele foi até a barra de sua camiseta preta a puxando pra cima, e o outro ajudou a subir. Com aquela ação o arquinho voou pra longe mas Jimin se abaixou e o pegou de novo, colocando de novo em sua cabeça.
- Fica melhor assim - disse com um sorriso perverso e o outro apenas sorriu de volta, voltando a o beijar.
Ele repetiu o que Taehyung fez mais cedo na festa, enquanto o beijava achou o zíper da fantasia, o puxando para baixo com uma lentidão torturante, até Jimin tirar os braços e a deixar caída em sua cintura. O outro se afastou para o olhar, pegando sua mão, beijando a palma, e então o pulso, beijando em cima da sua tatuagem de número "13" que tinha ali. Foi subindo os beijos por seu braço até chegar em seu ombro e pescoço enquanto encaixava a mão em sua cintura e ia subindo.
Jimin estava ficando louco, completamente louco. Aquele homem estava o seduzindo sem dó. E ele estava morrendo para o ter logo, nunca tinha sido tocado daquela maneira, com tanta adoração e carinho, ainda que fosse pra ser apenas uma f**a casual. Ele levou as mãos até sua calça, abrindo o cinto e o ziper, a puxando pra baixo e o outro ajudou, e quando viu sua fantasia tambem já estava fora de seu corpo, junto com a boxer que vestia.
Os labios voltaram a dançar juntos, beijando com voltagem quando o alfa o pegou no colo, fazendo Jimin cruzar as pernas em sua cintura, sentindo sua ereção contra sua b***a, o prensando na parede. Ele se afastou de seu rosto apenas para levar alguns de seus dedos até seus lábios, o fazendo os chupar e então os sentiu dentro de si. Estimulando e o deixando louco. E ele estava mesmo louco, nem sabia o nome daquele alfa. Mas naquele momento ele nem estava pensando naquilo, só precisava dele, naquele momento, o mais rápido possível.
- Eu já estou pronto, por favor... - ele disse sem fôlego após um tempo e então o gatinho o desceu dando um último beijo quente em sua boca e o virando de costas. Jimin se apoiou na parede e o sentiu. Forte e poderoso entrar dentro de si e viu que não, não estava pronto. Mas era maravilhoso.
Claro que, como todo o processo, ele foi lento no começo, passando a mão por suas costas, acariciando sua nuca, tocando suas costelas, sua b***a, reparando sua respiração e quanto o próprio Jimin se remexeu ele começou a estocar. A música ainda era alta na festa, o que fez Jimin dar graças porque ele gemia, alto e sem vergonha nenhuma, aquele alfa... aquele alfa tinha cheiro de madeira molhada, e seu cheiro ia ficando mais forte a medida que as estocadas iam ficando mais rápidas e fortes.
Jimin não transava havia algum tempo. Desde que a faculdade começou a pegar mais pesado, e ele se dedicava mais aos estudos, por isso ia as festas, para se divertir, não ia pra t*****r, aquela noite estava sendo completamente diferente daquilo que ele imaginou que seria. E ele estava tão vidrado, tão alucinado, tão louco, que entrou em transe quando gozou, ele literalmente ficou em pane, saiu do ar, e não reparou que o alfa gozou dentro de si, e deu nó. Jimin ainda ficou fora de si alguns minutos até perceber que estavam ligados e o alfa massageava suas nádegas.
- Me desculpe... - falava baixinho - estava tão gostoso e eu... não consegui... nem pensei...
Jimin respirava rápido, ainda meio tonto - Tudo bem eu não estou no cio, nem perto dele... não está doendo, ta tudo bem... - ele estava apoiando na parede enquanto sentia beijos em suas costas, mas aquilo abalou o momento. Tanto que quando os dois se desconectaram ficaram sem graça. Se vestiram em silêncio, se olharam uma última vez e então saíram, cada um para um lado.
E Jimin ficou sem nem saber o nome daquele alfa.
??
Dois dias depois, na segunda feira após a festa, sentado no refeitório junto a Taehyung enquanto almoçava, um amigo dos dois que cursava medicina, Namjoon, sentou com ele brevemente.
- Aquela festa foi louca - ele disse entre uma mordida e outra de seu sanduíche - to até hoje com dor de cabeça... mas to dando graças a Deus que aqueles alunos do intercâmbio foram embora.
- Alunos de intercâmbio? - Taehyung perguntou - Bem que eu vi que tinha uma galera desconhecida lá.
Namjoon bufou - Uns mauricinhos que conseguiram bolsa no Japão, vieram passar a semana aqui pra um congresso, eram aqueles sem fantasia, mas com uns arquinhos ridiculos...
Taehyung olhou de canto de olho para Jimin, que respirou fundo - Eles não são daqui então? - falou pela primeira vez - Já foram embora? Você não sabe o nome deles?
- Não, não sei,dei graças a Deus que foram embora, são muito metidos...
Jimin fechou os olhos e resolveu voltar para seu dormitório na parte da tarde, Taehyung o acompanhou, preocupado com o amigo.
- Você pode fazer uns exames de sangue Ji, ver se não ta infectado com alguma coisa... - Jimin assentiu, sentado na cama, abraçado a um travesseiro - Você não tava no cio, então, não tem chance de engravidar, não é? - ele assentiu de novo. Taehyung se aproximou, sentando na cama - Não é isso que você ta preocupado né?
- Eu não sei nem o nome dele... m*l lembro o rosto... tava tão escuro... como eu fiz isso? Eu nunca mais vou ver ele na vida! E se eu ver eu talvez nem reconheça... é tão bizarro...
- Talvez era pra ser assim... - Taehyung se aproximou, abraçando Jimin, que ficou com o coração apertado, pensando naquele alfa, e naquele sorriso que nunca mais veria na vida.
??
- Mas papai, só um pouquinho de suco, só pra experimentar! - a menininha pedia, com aquele sorriso que ele achou que nunca mais veria na vida, mas que estava ali com ele por sete anos.
Jimin respirou fundo - Aimi... eu já disse que você é alérgica, quantas vezes eu vou ter que te falar isso meu amor?
Ela suspirou - Mas papai, eu nunca experimentei!
- Mas eu fiz os exames quando você era bebê, eu sei que você tem, você não vai tomar! Eu vou pagar a conta no restaurante, fica quietinha aqui. - disse se virando para o balcão e Aimi cruzou os braços.
Foi andando até a porta do restaurante, emburrada. Tinha sete anos, estava na fase mais curiosa da vida, e estava querendo ficar independente e rebelde. E queria porque queria tomar suco de laranja. Porque não poderia tomar? O que uma alergia poderia fazer?
Da porta do restaurante ela avistou uma barraquinha que vendia sucos. Olhou pra trás e seu pai ainda pagava a conta do restaurante. Em sua bolsinha verde ela tinha sua mesada. Não pensou duas vezes, foi até a barraquinha e comprou um suco. Finalmente ia beber um suco de laranja e meu Deus, era delicioso, tão gostoso que ela até fechou os olhos.
Até, claro, começar a tossir e engasgar. Ela correu até um chafariz que tinha na frente do restaurante, colocando as mãos na mureta enquanto respirava fundo, estava se ar. Seu pai ia a matar, com certeza.
- Ei ei, você ta bem? - ela ouviu uma voz ao seu lado e se virou, sem ar, apontando pra garganta.
- A-a-a-alergi-i-a - ela disse.
- Alergia? - o homem perguntou, olhando para o copo que ela deixou na mureta, pegou e o cheirou - Disso? Laranja? - a menina assentiu - Eu também tenho, tenho remédio aqui.
- AIMI! AIMI! - a voz desesperada de outro homem veio com o homem em si correndo até a menina, agarrando seus ombros - o que eu falei pra você? Você bebeu o suco? Meu Deus vamos pro médico, meu Deus...
- Calma, eu sou médico, tenho remédio pra alergia aqui - o outro homem disse, tirando sua carteirinha de médico junto com o antialérgico. Jimin estava desesperado, seu olhar marejado, a filha já vermelha, sem ar, deitada em seu colo enquanto o médico pingava algumas gostas do remédio em sua boca e Jimin a dava um pouco de água.
- Engole minha filha, por favor... - ele suplicou e a menina engoliu. O ômega caiu no chão, com a filha nos braços, vendo pouco a pouco a cor dela voltar ao normal.
- Ela vai dormir agora, o antialérgico da sono... - ele se sentou ao seu lado, e se surpreendeu quando a mão da menina pegou a sua, em um aperto considerável. Ele sentiu como se um raio tivesse atingido seu corpo, como se cargas elétricas tivessem se depositado por seu sistema, sentiu uma ligação com aquela menina, uma ligação que nunca tinha sentido antes.
- Obrigado... - Jimin disse - se você não estivesse aqui... não sei se teria dado tempo de... Obrigado - ele disse o olhando.
- Não foi nada, é meu dever na verdade. - ele disse ainda sentindo algo estranho dentro de si.
- É tão raro ela confiar em alguém, e ela confiou em você - Jimin disse olhando para a mão da filha segurando a do médico. - Sou Park Jimin, aliás.
- Min Yoongi. - ele sorriu. E por um momento o mundo de Jimin parou. Era o sorriso de sua filha ali, no rosto do outro homem.
Mas existiam sorrisos iguais no mundo, certo? Mas porque sua filha estava de mãos dadas com ele? E porque aquele cheiro de madeira molhada estava o fazendo sentir coisas esquisitas?
O mundo podia girar tanto assim e parar no mesmo lugar?
??
- Ela ainda vai dormir por algumas horas mas vai levantar melhor - o médico disse vendo Aimi deitada em sua cama, em seu quarto, em sua casa. Sim, o alfa estava em sua casa. Tinha insistido em os levar de carro até lá, mesmo Jimin insistindo que era apenas duas quadras dali, e que aguentava levar a filha no colo, mas ele os levou mesmo assim. Ele monitorou seus batimentos cardíacos, viu que ela já tinha deixado a vermelhidão do rosto, e agora só dormia. - Pelo que eu vi, foi só um gole do suco mesmo...
Jimin suspirou, negando com a cabeça - Eu sempre disse pra ela não beber, sempre, foi só eu virar as costas...
O médico deu uma curta risada - Crianças...
- Posso te oferecer um café? - Jimin o olhou e o médico assentiu em afirmação, o seguindo pra fora do quarto, deixando a porta semi aberta. Foram até a cozinha, com o ômega indo ate a cafeteira, arrumando tudo para preparar o café.
- O pai dela não vai se incomodar de ter outro alfa aqui? - ele escutou a voz do médico e se virou, vendo que ele tinha sentado no banco do outro lado do balcão.
Deu um meio sorriso - Somos só eu e Aimi, dr Min.
- Aimi, é um nome diferente... e por favor, não me chame de dr Min, é Yoongi.
Jimin sorriu, abaixando a cabeça - Aimi significa "belo amor". É o que ela foi fruto. - ele se virou quando a cafeteira apitou, indo ate ela e servindo duas xícaras, estendendo uma a Yoongi, passando o açucareiro enquanto se sentava no banco ao seu lado, sentindo seu cheiro de madeira molhada, fazendo seu coração sentir algo esquisito.
- Há vários quadros em sua casa... - o médico disse virado para a sala enquanto bebia o café.
- Eu sou artista plástico, minha casa é quase uma exposição... eu tenho um quarto bagunçado cheio de tintas - ele riu - essa é a parte controlada.
Yoongi se levantou, indo até a parede da sala onde vários quadros estavam pendurados, alguns retratavam coisas abstratas e paisagens de tirar o folego, outros retratavam mãos pequenas com várias explosões de tinta, mas um o chamou atenção, no canto, um quadro, eram dois abraçados, apenas a cintura, um com uma roupa amarela e outro com uma roupa preta, ele não soube porque mas o arrepiou por completo - Você pintou todos eles?
Jimin o observava, ainda sentado no banco - Sim - respondeu simplesmente, vendo Yoongi de costas. Tinha algo tão familiar nele... algo que deixava sua boca do estomago embrulhada, que deixava seu coração acelerado, que o fazia querer correr e se encaixar em seu abraço... o que estava acontecendo com ele?
- Papai? - ele ouviu a voz da filha na porta do quarto.
- Aimi... - ele saiu do banco indo até ela - Como você está meu amor?
- Com sono... - ela disse olhando o ômega e então seus olhos foram para atrás dele, onde Yoongi apareceu. Ela saiu dos braços do pai, indo até o médico e o abraçando - O doutor salvou minha vida.
Jimin olhava a cena com o coração mais acelerado porque o alfa abraçou de volta sua filha, se abaixando para a olhar - Você esta bem agora? - a menina afirmou - Promete que não vai mais beber suco de laranja? - ela afirmou de novo? - Eu posso não estar por perto a próxima vez pra te salvar.
- Mas pode me ver de novo não pode? Pra ver se to bem... Papai? - ela olhou para Jimin que se aproximou um pouco.
- O doutor deve ser muito ocupado Aimi... e você já ta bem... - ele disse passando a mão nos cabelos escuros da filha.
- Eu posso - Yoongi falou olhando para a menina e então para Jimin - Passar aqui amanhã depois do plantão... pra ver como ela tá, só pra... confirmar se ta tudo bem... se estiver tudo bem pra você...
Aimi sorriu - A gente vai comprar sorvete! - ela disse ainda mole de sono.
- Ta bom meu bem, agora vamos voltar pro quarto ta bom?
Ela voltou para Yoongi, o abraçando de novo - Obrigada doutor. - então saiu, acompanhando o pai até o quarto.
Momentos depois Jimin voltou, vendo Yoongi parado no meio da sala, ainda vendo os quadros na parede - Consegui fazer ela escovar os dentes e trocar de roupa... dormiu de novo... - Yoongi se virou - Você não precisa vir amanhã, eu sei que ela já ta bem, você deve ser bem ocupado...
- Eu quero ver ela de novo e... - ele deu alguns passos em direção a Jimin - Eu quero ver você.
- Eu? - Jimin o olhou, confuso.
Yoongi sorriu - Ficamos tão focados na Aimi que você não reparou que eu também foquei em você? Jimin, eu quero vim ver você também, mas se você não quiser eu entendo, eu venho ver só ela, como médico e tudo bem...
- Não não eu... - Jimin sorriu, envergonhado - Eu quero te ver também.
O médico sorriu novamente, se aproximando mais - Ok então, eu preciso ir, preciso ir pro hospital, mas amanhã a noite, lá pelas sete horas, eu passo aqui então, tudo bem?
Jimin assentiu - Tudo bem. - então ele sentiu, Yoongi se aproximou e deu um beijo em sua bochecha, deixando tudo dentro de si completamente agitado e eufórico. Quanto tempo ele não se sentia assim?
O médico acabou indo até a porta sozinho, e Jimin o viu sair, sentindo o cheiro de madeira molhada que ficou marcado no lugar. Ele respirou fundo, sentindo as mãos tremerem, foi até seu quarto, abriu o guarda roupa e tirou uma caixa do fundo, sentou na capa e a abriu. Dentro tirou um arquinho com orelhas de gatinho. Ele levou até o nariz, que apesar de já ter passado sete anos, ainda carregava o cheiro daquele alfa. Madeira molhada.
Era coincidência ou era mesmo aquilo que ele estava pensando?
??
- O senhor corta barrigas e vê muito sangue? - Aimi perguntou a Yoongi no outro dia, enquanto tomavam sorvete na mesa.
- Aimi! - Jimin chamou sua atenção, a olhando por cima do copo.
Yoongi riu - Tudo bem - ele olhou Jimin e então para a menina - Sim, eu corto barrigas e vejo muito sangue.
Ela sorriu - Que legal - respondeu misturando o conteúdo do sorvete até virar uma pasta - Sangue é assim? - ela mostrou o copo cheio de sorvete de morango derretido. Yoongi riu.
- Não, é bem mais vermelho, você nunca viu sangue?
- Já, mas nunca um montão, talvez mudasse de cor... - ela disse comendo uma colherada.
- Não muda - Yoongi respondeu, comendo uma colherada também.
Jimin tinha uma semi careta no rosto - Como vocês conseguem falar de sangue e comer sorvete de morango tão... argh - disse se levantando da mesa e indo tomar água.
- Acho que temos uma futura médica aqui - Yoongi falou, olhando para Aimi.
- Eu já falei pro papai, eu não tenho nojo! Eu pintei um quadro... Papai, posso mostrar pro tio Yoongi? - ela perguntou mas já saiu correndo, sumindo pelo corredor.
Jimin abriu a boca, meio incrédulo e deu um sorriso sem graça - Desculpe pelo "tio Yoongi"... eu não sabia que ia sair isso...
Yoongi sorriu, completamente confortável - Não me incomodou, muito pelo contrário...
Aimi surgiu correndo de novo, com uma tela na mão - Olha olha... - disse entregando a tela e arrumando o cabelo pra trás. Era um desenho de um coração, mas não era um desenho infantil, era um coração anatômico, cheio de detalhes e cores.
- Você desenhou isso? - ele perguntou impressionado.
- Uhum - ela respondeu.
- É lindo...
- O senhor quer ficar com ele?
- Esta me dando seu quadro?
- Um presente, por ter salvado minha vida - ela sorriu. Jimin paralisou no lugar. Ela tinha o mesmo sorriso que ele, um sorriso gengival, será que o médico tinha reparado.
- Então vou guardar em um lugar muito especial - ele respondeu.
- Aimi, ta já passou da hora de você dormir, amanhã cedo você volta pra escola - Jimin foi até ela - Dá boa noite pro doutor.
- Tio Yoongi, eu vou ver o senhor de novo? - ela perguntou o olhando.
Yoongi olhou pra Jimin e então pra ela - Que tal ser uma surpresa hein? - ele disse baixinho pra ela - Agora você vai dormir, e ir pra escola amanhã, estudar bastante pra se tornar uma ótima médica, combinado?
- Combinado - ela o abraçou e então saiu correndo até o quarto.
- Ela ta com uma mania de correr... - Jimin falou, respirando fundo - Você deve estar cansado...
- Eu to - Yoongi riu - Mas passei o dia inteiro pensando em vocês... estava ansioso pra ver vocês de novo... - Jimin riu, se sentando na cadeira ao lado dele - Como você sabia que ela tinha alergia a laranja?
- O pai dela tem, então quando ela nasceu eu fiz os testes, pra saber se ela ia ter também.
- E... vocês dois se dão bem? Você e o pai dela?
Jimin o olhou - Não... ele... não sabe... ele... - engoliu em seco.
- Desculpe eu não queria me intrometer, não precisa contar se não quiser... - Yoongi disse se aproximando, pegando de leve sua mão que estava em cima de sua coxa. Jimin olhou seus dedos, que devagar foram se mexendo até entrelaçarem os seus.
- Você ta mesmo interessado em mim? Com uma filha de sete anos? Um ômega pai solteiro? - ele perguntou baixinho e sentiu Yoongi se aproximar mais, puxando de leve a cadeira até sua presença estar bem próxima, seu cheiro de madeira molhada inundando seus sentidos.
- Eu estou - ele disse com a voz baixa em seu ouvido - Jimin, não consigo explicar, tem algo em você que me chama... algo que me atrai... parece alguma força sobrenatural, sei lá.. - ele riu baixinho e Jimin sorriu - quando estou aqui com você só quero ficar mais perto e quando estou longe fico pensando em você. E a Aimi... eu sinto uma conexão com ela que também não consigo explicar... parece que vocês dois estavam destinados pra mim de alguma forma.
Jimin levantou a cabeça para o olhar mas Yoongi estava perto demais, as bocas resbalaram, mas nenhum dos dois iniciou um beijo, só ficaram assim, juntos, as respirações misturadas, o clima no cômodo mudando, os corações batendo acelerados, as mãos acariciando umas as outras, os lobos rugindo dentro do peito.
Quando Yoongi foi embora naquela noite Jimin se sentia tonto. E ficou mais ainda quando as visitas começaram a ficar constantes. O médico começou a construir uma ligação com sua filha, que cada dia mais se apegava a ele, e cada dia mais se mostrava mais parecida com ele. Jimin vivia com uma bola entalada na garganta, estava cada vez mais na cara dele que Yoongi era aquele cara na festa anos atrás mas ele não conseguia acreditar naquela coincidência...
Eles trocaram números alguns dias depois, e as mensagens começaram a se tornar constantes, mas ainda não tinham tido nenhum toque mais íntimo, somente conversavam um pouco mais quando Aimi ia dormir depois de jantarem juntos.
- Então... você fez faculdade de medicina no Japão? Mesmo sendo coreano? - Jimin perguntou um dia.
- Sim, eu ganhei uma bolsa lá - Yoongi respondeu - Mas eu vim pra cá pra um congresso uma vez... ficamos quase uma semana, foi bom, falar minha língua e conhecer a faculdade daqui, era época de Halloween, até fui em uma festa, foi engraçado...