Cap 4 - Manuelle narrando

1304 Words
Eu sou a Manuelle, tenho 30 anos, sou médica cirurgiã. A gente morava no Complexo do Salgueiro quando era criança, e depois nossa mãe se mudou com a gente pra outro lugar. Crescemos e cada um seguiu o que seu coração pediu. Eu fiz medicina, o Felipe prestou concurso e virou Sargento do exército, e a melissa só terminou a escola e vive aproveitando a vida dela. A gente so se ve 2 vezes por ano, ela arrumou um homem com dinheiro e so vem natal e ano novo. Eu tenho um namorado, o Thiago, estamos juntos a 5 anos, moramos juntos no apt em frente a praia. Eu conheci ele através do Felipe, eles são do mesmo quartel, muito amigos e ele frequentava a nossa casa. Eu ate gosto dele, mas ultimamente a gente tem discutido demais por conta de trabalho, ele diz que estou trabalhando demais e só chego em casa morta de cansada. Tô pegando plantão atrás de plantão, mas o que eu posso fazer? Eu estudei pra isso e amo minha profissão, não abro mão dela por nada e nem por ninguém. Me conheceu eu ja era assim, agora fica querendo me mudar? fala serio. Eu tava no plantão de hoje, tava na sala de prontuários quando vieram me chamar dizendo que estavam lá fora me chamando. Cheguei lá e dei de cara com o meu irmão ele parecia aflito, nervoso, balançava a perna sem para até que me aproximei dele - que foi felipe? - ele se aproxima de mim, falando baixo : me ajuda! Tu tem que salvar esse cara que entrou ai agora com um tiro no pescoço, por favor, me ajuda. - eu olhei estranho sem entender nada. Manuelle : o que ? como assim? - olhei pra dentro da porta vendo a movimentação e olhei pra ele de volta. Felipe - eu vou te explicar depois, mas por favor, faz isso. Eu sei que voce consegue, eu que voce é humana, eu sei que você salva vidas independente do que o cara for, faz isso por favor. E não fala pra ninguem isso que to te pedindo, nem pro Thiago. - ele tava muito nervoso. Manuelle: ta felipe, eu vou fazer o possivel, mas depois voce vai me explicar direitinho isso. Deixa eu ir lá ver ele - falo virando as costas e entro andando rápido indo pro centro cirúrgico e dou de cara com a Letícia - Dr, qual o novo BO? Letícia ri - Dra, indivíduo periculoso, ferimento no pescoço por arma de fogo, sinais vitais baixos. - olhamos ele pelo vidro juntas - E lindo. Se você salvar esse, vai pro quadro dos mais gatos. Eu olho pra ela soltando um riso - ele é bandido, a cara dele deve tá em algum lugar mesmo, tenha crtz. Então vamos né? - começo a colocar a roupa cirúrgica com a ajuda da equipe. - eu entro na sala cirúrgica, me aproximo dele olhando pro rosto dele e penso - como um homem tão lindo desse pode viver uma vida dessas? Eu já vi esse rosto em algum lugar, não sei onde, mas já. - eu desperto dos meus pensamentos com a equipe me perguntando se estou pronta - sim, podemos começar. - eu olho pro monitor e vejo os sinais vitais dele muito baixo, respiro fundo e fico lembrando do Felipe me pedindo pra salvar ele. Com a ajuda da minha equipe começamos a cirurgia pra retirar a bala que tá alojada e a reparação dos tecidos que ficaram danificados Estava correndo tudo bem até que a enfermeira disse - sinais vitais baixando. - engoli seco, e continuei a cirurgia, tentando retirar a bala alojada, mais uma vez ela fala - dra, baixando. - respiro fundo, pensando - vamo cara, me ajuda a te ajudar, segura aí - até que eu consigo retirar a bala, e começa a sair um excesso de sangue e ela fala - ele tá parando - eu levando a cabeça e olho pro monitor e digo - prepara pra massagem. - volto a olhar pro pescoço tentando ir o mais rápido que eu posso, o mais rápido que consigo, ouço o médico que me auxilia - Ele é tralha, não sei pra que o empenho por alguém que não vale absolutamente p***a nenhuma. Pode parar a massagem, deixa ele ir. - eu paro e olho pra ele - Não interessa! Ele é um ser humano, se tem a vida errada ele vai pagar da forma que for pra ele pagar e quem manda nesse centro cirúrgico sou eu! - olho pra enf - continua a massagem, ninguém vai morrer aqui hoje. - ouço os passos do médico saindo da sala puto e eu não tô nem ai, não vem querer me desmerecer dentro do meu setor, num fode. - volto a concentração pra cirurgia, depois de uns minutos, término de fechar o pescoço dele, pego o tubo - prepara pra entubar. - inclino a cabeça dele abrindo a boca e enfio o tudo - tá lá - seguro até a chegada da fisioterapeuta pra terminar o processo da entubação do paciente. Saio de trás deixando a equipe terminar o trabalho porque o meu já tá feito, olho pra eles - obrigada pessoal! - digo saindo da sala, respira fundo, tiro a roupa cirúrgica, jogando no lixo, lavo as mãos e sento jogando a cabeça p trás olhando o relógio e vendo que já se passaram 3h. Como eu fiquei 3h numa cirurgia dessa? - passo a língua nos lábios e sigo pro estar dos médicos, pego meu celular na bolsa e vejo que tem umas 50 ligações do Felipe, mais de 40 mensagens - cara, que que tá acontecendo? Ele vai ter que me explicar isso agora. - ligo pra ele e boto o telefone no ouvido. - tá morrendo você Lipe? Já tá me deixando curiosa já. Fala, que que foi ? Felipe respira fundo - manu, ele tá vivo? Manu - depois de 3 horas de cirurgia, tá sim. Ele parou durante a cirurgia algumas vezes, tá entubado, já retirei a bala e agora ele ta no CTI. Felipe respira fundo aliviado - sabia que você iria conseguir. Muito obrigado, te amo muito pirralha Manu - obrigada nada, pode me falando se não eu vou lá e desligo o ventilador que tá mantendo ele respirando. Felipe ri - então, lembra que a gente morava no Salgueiro quando a gente era criança ? Manu - claro ué. Felipe - lembra que eu tinha um melhor amigo que vivia grudado comigo? Manu - hmmmm, sim por isso a gente saiu de lá né, mas o que que tem ? Felipe - lembra do kaick? O filho do coroa dono do sal? Eu arregalo os olhos: MENTIRA! - coloco a mão na boa Felipe - sim, é ele. - respira fundo - meu melhor amigo. - engole seco - foi o Thiago que quase mandou ele pra vala, filho da p**a desgraçado q gosta de passar por cima das minhas ordens. O cara tava de frente pra mim conversando e o Thiago chegou atirando do nada. Manu - caraca, não sei nem o que te dizer. Amanhã quando eu sair do plantão eu vou na casa da mãe p gente conversar melhor, sabe que lá em casa o Thiago não vai gostar de saber disso. - risin Felipe - não, não fala nada pro Thiago, nem oq te contei e nem que conhecemos o kaick. Manu - deixa comigo, prometo! Te amo! - desligo a chamada e continuo mexendo no telefone lendo as mensagens do Thiago, reviro os olhos ao ler algumas - aí, já tô pegando nervoso dele. - coloco o celular no bolso, saindo do quarto e volto pro hospital pra cumprir o restante do meu plantão.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD