Capítulo 6

1316 Words
Depois de conversar um pouco com a Sophia, saímos do quarto para o almoço, não fomos para a piscina e só descemos na hora de comer mesmo e fizemos companhia uma pra outra. Sempre me sentava com Brian nas nossas refeições, mas hoje, decidi ficar com ela já que não consigo olhar bem para ele. Sinto ele me olhar a todo instante, mas estou evitando o contato visual, mas está difícil com ele sentado à minha frente. -Preparado para a viagem Brian? – Meu pai pergunta enquanto comemos. -Sim..., meu pai me ajudou muito e estou confiante! – Responde enquanto corta sua carne. -Papai, me dá um pouco desse suco! – Emma pede e papai lhe entrega a jarra de suco de abacaxi. -Por mim ele faria faculdade por aqui mesmo..., não sei por que de ir pra longe... – Tia Mayra diz meio chateada. -Eu também acho..., tem várias faculdades excelentes por aqui! – Sophia diz o fuzilando com os olhos. -Será bom pra ele, irá aprender a se adaptar em um novo ambiente, a se cuidar sozinho..., fiquei feliz quando ele me contou seus planos. – Tio James diz com um sorriso no rosto e olha para Brian. – Se tornará um homem mais independente! -Daqui a pouco estarei de volta! – Brian diz me olhando e bebo um pouco do meu suco. -Bom, espero que dê tudo certo e que você volte logo Brian. – Minha mãe diz com um sorriso meigo no rosto e ele faz um leve movimento com a cabeça. -Mamãe, me dá outra carne! – Collin pede e tia Mayra o serve. -Que horas é o seu voo? – Meu pai pergunta colocando a salada em seu prato. -As sete horas..., já organizei tudo! – Responde me olhando novamente. -Lycia, ainda tem purê? – Brandon me pergunta e busco a tigela. -Aqui! – Entrego a ele e volto a comer minha comida. O restante do almoço seguiu bem, todos conversaram sobre a viagem dele e depois mudaram o assunto. Fiquei bem caladinha na minha e depois de comermos, mamãe trouxe seu famoso bolo de chocolate para a sobremesa e depois ajudei a Ana com a louça. -Essa sua carinha não me engana..., quando menos esperar ele estará de volta Alycia. – Ela diz secando a louça. -É..., você está certa! – Respondo por fim e continuo lavando. Depois de terminar de lavar a louça, subo as escadas indo para a sala de biblioteca, procuro um livro e tento continuar minha leitura, mas minha cabeça não para de pensar nele. Solto um suspiro alto de desanimo olhando para o céu claro pela janela e sinto um vento gostoso tocar minha pele enquanto fecho o livro. Fico sentada imaginando mil e uma coisas. Estou perto dos meus dezessete anos, logo irei começar minha faculdade e quando fizer meus dezoito anos, pretendo morar só. Amo meus pais mais que tudo nessa vida, mas, vejo que preciso aprender a me virar sozinha e a depender menos deles dois. Será bom para mim ter meu cantinho, ganhar meu próprio dinheiro e quem sabe assim, aprendo a amadurecer mais. -Sabia que estaria aqui. – Brian diz entrando e fecha a porta. -Me achou... – Digo com um meio sorriso e volto a olhar para fora. -Aly, não fica assim... – Olho meio confusa e ele continua. – Distante..., te conheço bem e sei o que está fazendo..., não se afaste de mim. – Pede e se senta à minha frente na janela. -Não terei você por perto por um tempo, então terei que me acostumar... – Respondo com um meio sorriso e ele segura minha mão. -Pra quem não queria que eu fosse, você está se afastando rápido demais..., Aly, você é uma das pessoas que mais amo e que mais confio nessa vida, nunca se esqueça que sempre cuidarei de você e que sempre estarei com você..., vem cá. – Ele me puxa pela mão e me abraça apertado. – Logo estarei de volta e te compensarei..., ficarei grudado em você... – Diz me fazendo sorrir -Vou cobrar isso... – Falo olhando em seus olhos e ele beija minha testa. Ficamos na biblioteca durante a tarde, conversamos bastante e ele me mostra algumas fotos da universidade pelo site e me conta algumas coisas que o tio James lhe contou e lhe aconselhou. Ouvimos um pouco de música, falamos de alguns planos para o futuro e me sinto melhor por saber que ele me inclui neles mesmo que sendo como sua melhor amiga. Tenho que superar essa paixão e acho que esse tempo em que ele ficará fora, poderá facilitar. Quando estava anoitecendo, ele foi pra casa se preparar e fui tomar um banho pois vamos lhe acompanhar até o aeroporto. Visto uma saia jeans que vai até o meio das coxas, uma blusinha vermelha e uma sapatilha, solto meus cabelos que são um pouco abaixo dos ombros e faço uma maquiagem básica. -Como você está? – Meu pai entra no meu quarto e se senta na minha cama. -Estou bem..., é..., cadê a mamãe? – Pergunto querendo mudar de assunto. -Se vestindo..., Alycia eu te conheço minha filha..., vem cá! – Ele estende sua mão e me sento ao seu lado. - Voce e Brian sempre foram grudados e de certa forma são como irmãos. – Irmãos..., essa palavra não deveria se encaixar entre nós dois, penso comigo mesma. – Ele sempre protegeu você, cuidou de você, e agora que passará um tempo fora, isso não quer dizer que ficarão longe um do outro..., e quando você menos esperar ele estará de volta, ta bom! – Ele diz calmamente e aceno em positivo. -Reunião de pai e filha? – Minha mãe entra com um sorriso no rosto. -Quase isso. – Meu pai diz e se levanta dando um selinho nela. – Voce está linda! – Minha mãe usa um vestido delicado meio soltinho abaixo da cintura na cor azul. -Vocês dois parecem dois adolescentes. – Falo rindo e minha mãe mostra a língua pra mim. – Que audácia! – Respondo e ela sorri abraçando meu pai. -Vamos..., está na hora! – Ela diz e saímos do quarto. Meus irmãos estão na sala nos esperando sentados no sofá e quando nos vê, eles dizem que querem comer pizza no jantar e caminhamos ouvindo eles decidindo os sabores. Saímos de casa e entramos na BMW do meu pai, ele da partida e logo chegamos em frente a casa do tio James. Sinto um frio enorme na barriga, e um medo misturado com o nervosismo me consome toda. Não sei exatamente quando verei Brian novamente, mas, a forma como as coisas ficaram..., estou me sentindo estranha. Não queria que ele soubesse dos meus sentimentos daquela forma e por mais que ele tenha sido compreensivo, preciso ficar longe dele para poder superar. Irei usar esse período a meu favor e tentar ficar um pouco longe! Podem me chamar de infantil, egoísta ou de imatura, mas só eu sei como tem sido difícil me controlar perto dele, e aguentar vários tipos de comentários. Meu pai desce do carro e decido ficar, ele entra na casa e pouco depois, vejo tio James, tia Mayra, Sophia, Collin e Brian trazendo consigo suas malas e uma mochila nas costas. Meus olhos lacrimejam com a cena e me seguro para não chorar. Ele me olha e faz um gesto com a cabeça como se pedisse para ir com ele no outro carro e n**o com a cabeça. -Alycia..., conversaram? - Minha mãe que está no banco da frente, se vira me perguntando. -Um pouco..., mas, acho que essa viagem dele veio na hora certa..., preciso ficar longe dele por um tempo. - Respondo de cabaça baixa. Ela me olha meio confusa e antes que ela pergunte algo, meu pai entra de volta no carro e dá a partida para irmos para o aeroporto.
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