QUE DIA!

1128 Words
Depois daquela aventura com Marcos, voltei para a chácara, estava com o fod@-se ligado, havia pensado em voltar para São Paulo, mas, tinha Marcos e eu queria muito conhecê-lo melhor, cheguei a cogitar a possibilidade de ir para um hotel ou pousada, porém, com tudo que vivi aquela tarde, percebi que tenho que enfrentar as pessoas, não as deixar à vontade para me tratarem como quiserem. Eu estava deitada na rede, assistindo filmes e gravando alguns stories, quando senti algo quente sendo derramado em meu pé, vi que Patrícia jogava café quente em mim e ainda começou a gritar. - Você ainda está aqui? Sua vagabunda! Eu me levantei rapidamente, balançando o pé para esfriar a região atingida pelo café, olhei alguns parentes e Patrícia tomavam café na cozinha que ficava fora da chácara, eu poderia ter duas reações, a primeira, era de sair correndo chorando, a segunda, seria grudar nos cabelos de Patrícia, mas, as duas opções me pareceram péssimas, então, fui onde estavam todos, olhei para Patrícia e disse. - Minha queria! Que eu saiba, vagabunda é coisa sem valor e quem não está se valorizando aqui é você, sendo uma corna mansa! Patrícia, optou pela segunda opção que eu havia rejeitado, tentando agarrar meus cabelos, como sou maior que ela, apenas precisei segurar suas mãos e disse. - Só não te bato, porque você diz estar gravida, se bem que eu acho que foi uma estratégia desesperada, para não perder seu macho para mim! Soltei aquela menina, ela também usou a primeira opção, que pensei usar como reação e saiu correndo chorando, os outros parentes que a estavam apoiando, agora riam de Patrícia, não fiquei feliz por isso! Pelo contrário, me lembrei de uma vez ver uma cena bem parecida vivida pela minha mãe. Estávamos em uma praia, sabe aquelas excursões, que enfiam cinquenta pessoas em uma única casa? Então! Ficamos junto como mais uma família em um quarto, meu pai, já tinha pego algumas mulheres dali, mas, uma era apaixonada por ele, não sei como? Meu pai era feio, pobre e ignorante, enfim, ela ficava se exibindo para ele, minha mãe que já estava acostumada com essas coisas, não estava nem aí, queria mais era se meter na vida alheia, um dia minha mãe recebeu um bilhete que dizia, “Espero você na dispensa da casa, as quatro da tarde, não falte é do seu interesse.”, minha mãe me mostrou o bilhete, na época devia ter uns dezoito anos, ela primeiro disse eu não ia, mas, ela era curiosa demais, me chamou e fomos no horário marcado, para casa, chegando lá, affs! Uma gritaria, minha mãe logo sacou o que estava acontecendo, por ela, nem entraria, mas, como algumas pessoas que nos viram indo para casa resolveram nos acompanhar, ela não teve escolha, entrou e pegou meu pai com a boca na botija, literalmente, meu pai, ainda pelado, se levantou, pegou minha mãe e eu pelo braço, nos levou para o quarto e enquanto colocava roupa, gritava. “Suas filhas de uma égua! O que vieram fazer aqui?” Minha mãe nessa época já não respondia mais ao meu pai, tinha medo, apanhou muito! Ele para descontar a raiva, pegou minha mãe e a fez se ajoelhar, a agarrando pelos cabelos e disse. “nunca mais faça um papel desses! Agora deu de ter ciúmes? Sou homem!” Minha mãe e eu saímos do quarto e fomos para a área de fora, a mulher veio e provocou minha mãe, dizendo “Sua corna mansa! Larga essa peste!” minha mãe olhou para ela e disse “você que armou tudo isso? Quer ele pra você? Que fique! Ele que não vai te querer! Ele gosta de mulher decente e não de piranh@!” dito isso, as duas se agarraram nos cabelos uma da outra, meu pai se achando o garanhão, foi todo satisfeito para a praia, eu senti tanta vergonha! Meu pai, um nojento! E minha mãe, uma troxa! Existem certos gatilhos que doem, esse foi um deles, não passou muito tempo e Sérgio veio me procurar e me encontrou sentada no meio da escada que dava para a rua. - Grace, ainda bem que te encontrei. - O que quer? - Quero que saiba, que nada mudou, fiquei chocado com o que disse de mamãe, mas, no fundo já sabia dessa história. Ele ficou chocado com a história da mãe dele e a dele? - E o que fizemos, foi praticamente igual. - Mas fizemos errado, só porque nos impediram de ficar juntos no passado. De certa forma ele tinha razão. - O queria falar? - Patrícia e eu estamos indo embora, mas, quero deixar meus contatos e quero os seus. Eu peguei o celular e trocamos os nossos números, não demorou muito, ouvimos Patrícia gritando por Sérgio, ele se levantou e foi, o Natal seria meio vazio, depois do que aconteceu, a mãe de Sérgio, alguns parentes, o próprio Sérgio e Patrícia foram embora, tirando a ida de Sérgio, os outros terem ido embora, me deixaram mais aliviada! Não sei se foi o que vivi com Marcos aquele dia, ou o que vivi com Sérgio na madrugada, que fizeram, não sentir mais aquele calorzinho na boca do estômago, toda vez quando via Sérgio. Resolvi procurar Alicinha, perguntar como ela estava, fui até o quarto e tudo estava no mesmo lugar, no quintal os primos disseram que não a viram desde de manhã, liguei para o celular dela e deu fora de área ou desligado, achei estranho, mas, se tratando de Alicinha! Até que era normal, ela poderia ter saído, esquecido da hora e o celular descarregado, Milu me chamou, ela é uma prima mais distante minha, mas, nos conhecemos em um jantar na casa de vovó no passado. - Grace, vamos fazer umas quitandas na outra chácara, estamos chamando todos os parentes, aproveitaremos, para tirar fotos para guardar de lembrança. Achei uma boa ideia, sei fazer uns pãezinhos de batata, deliciosos. - Vou sim! Só vou tomar um banho e me aprontar. Rapidamente me arrumei, quando ia saindo o pai de Alicinha veio me procurar. - Grace! - Oi! - Viu Alicinha hoje? - De manhã! - Estamos ligando e o celular dela só dá fora de área. - Eu também a procurei e liguei, mas estava fora de área, quando liguei também. - Se a ver, peça que nos procure, estamos preocupados. - Ok! Aviso sim! Alicinha, avoada do jeito que era! Ia demorar par aparecer, espero que esteja bem e volte logo! Gosto da companhia daquela doidinha. Aquela parentada toda, fazendo pão, bolo, biscoito, entre outras gostosuras, foi festa, fotos, stories e muitas risadas, aquele dia foi o mais agitado de toda a minha vida com toda certeza!
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