O ESTRANHO.

1026 Words
Depois daquela festa de quitutes, voltei para a chácara que estava hospedada, queria um lugar tranquilo, assim que cheguei ouvi a voz da minha mãe e não queria me aborrecer com ela, fui procurar um lugar escondido e confortável, vasculhando o grande terreno com os olhos, avistei uma espécie de rancho, peguei uma cadeira de armar e fui até lá, chegando na pequena varandinha que contornava toda aquela pequena construção, encontrei a mãe de Alicinha, ela estava um pouco ocupada, a prima arrumou um marido que a acompanha em suas loucuras, ela estava semi nua, pagando um boquet3, o casal era muito confiante! Aquele lugar não tinha nem porta e nem janela, resolvi procurar outro canto para ficar, mas, confesso que a curiosidade me fez dar uma olhadinha, para minha surpresa, vi a mãe de Alicinha e um homem que não era o pai de Alicinha, quem seria aquele homem? Bem devagarinho, fui saindo e coloquei a cadeira entre a casa e a área de serviço, aquele cantinho era ótimo! Eu via de tudo e dificilmente alguém me veria, estava salva da falação da minha mãe! Peguei um banquinho de madeira e estiquei minhas pernas, fiquei apenas pensando no livro que estava lendo, seria perfeito, estar com ele ali com ele! Mas, tudo bem! Aproveitei para cochilar, ok! Coisa de gente de meia idade, confesso que tinha adquirido como hábito, tirar cochilos quando não tinha o que fazer, logo fui perdendo o domínio dos meus pensamentos, àquela hora boa de relaxamento, eu imaginei Marcos de sunga ali na chácara, Sérgio também estava, estávamos todos rindo e de repente estávamos em meu apartamento, Sérgio estava nú deitado e Marcos tirando meu sutiã, ouvi alguém me gritar. - Grace! Está se escondendo de mim? Pois uma hora vai ter que falar comigo! Eu estava escondendo dela, não por medo, mas, estava farta daquela mulher! É minha mãe! Sim! Mas, passa dos limites sempre! Acabou de atrapalhar um sonho erótico, eu estava molhadinha já! Droga! Mesmo que eu voltasse a cochilar, jamais teria o mesmo sonho, reparei que ela estava indo para a chácara das tias velhas chatas! Coitadas delas! Minha mãe supera todas elas, com certeza! Durante esses pensamentos, ouvi um barulho, a mãe de Alicinha estava saindo do ranchinho com o homem misterioso, me certifiquei de estar escondida para não causar um m*l estar entre nós, mas, quando eles subiam, uns primos resolveram sair para o quintal, eles correram para a área de serviço e se sentaram atrás de umas bugigangas e começaram a conversar. - Isabela, vou pular no terreno aqui do lado e vou embora. - Mas antes me diga, Alicinha brigou com você? - Não! Ela não sabia direito o que viu. - Ela nos viu trep@ndo! Como não viu? - Ela disse que achava ter visto - Ela está com muita raiva! Sumiu! - Logo aparece! - Espero! - Não entendo! Sua filha se diz tão Moderna, agindo assim? - Ela tem loucura pelo pai, não é pela traição e sim, por fazê-lo de bobo. - Vai saber se ele é fiel! - Por um tempo, tivemos o relacionamento aberto, mas, depois do nascimento de Alicinha, decidimos revogar esse combinado, não queríamos deixá-la confusa - Eu não divido mulher minha não! - Mas, pega a dos outros! - A dos outros sim! - Sem comentários! - Se ele era chifrudo antes, vai aceitar agora também! - Ele não era chifrudo! Tínhamos um combinado! Nós dois podíamos ter relações fora do casamento. - Olha! Muita modernidade! Não gosto disso! As mulheres tem que manter o respeito! - O que acha de mim então? - Você é uma gostosa, boqueteir@ de primeira! - Que ridículo você! - Mas gosta do meu corpo e do meu p@u! - Acho melhor ir embora e não volte mais! - Tudo bem! Madame! Já rui até o caroço mesmo! O homem pulo para outra propriedade e sumiu, Isabela, pegou o celular e ficou tentando ligar, falando baixinho. - Onde você está filha? Poxa! Não fiz coisa tão grave assim! Ela subiu em direção a casa, os primos tinham saído, eu fiquei ali mais um pouco, tentei ligar para Alicinha e nada! Agora sabia que estava chateada com a mãe, espero que não tenha feito nada de perigoso! Cansei de ficar ali no meu esconderijo, voltei para o quarto, já era tarde, depois de um banho relaxante, liguei para Marcos - Grace me ligando? Que honra! - Está me tirando? - Talvez um pouco! - Liguei, porque preciso conversar. - Quer que eu vá até aí? - Não! Já é tarde! Pode ser pelo celular mesmo! - Ok! - Estou preocupada com Alicinha, ela sumiu e não atende o celular. - Se tratando de Alicinha, pode ser normal! Não acha? - Achava até ouvir uma conversa - Me explique! - A mãe de Alicinha sempre foi doidinha, digamos, que a menina tem a quem puxar! Eu estava procurando um lugar tranquilo aqui na chácara para descansar e sem querer peguei a mãe dela se pegando com um homem estranho - Ela é solteira? - Ela é casada! - A sim! Continue. - Depois ouvi eles conversando e parece que Alicinha tinha visto os dois juntos e a mãe dela, está achando que Alicinha ficou com raiva e está fugindo da situação. - Você acha isso também? Eu acho que ela não encararia com tanta intolerância essa pulada de cerca da mãe. - Eu também acho isso, mas, conhecemos muito pouco da Alicinha, talvez, queira proteger o pai, ouvi a mãe dela dizendo que ela é louca pelo pai. - Situação difícil! - Minha família sempre foi um ninho de confusão, mas, dessa vez, estamos exagerando! - Se você está dizendo! Ouvi uma voz de criança chamando Marcos - Papai! Marcos falou rapidamente. - Tenho que resolver uma coisa aqui, te ligo agora mesmo! - Pode ficar tranquilo! Vou dormir, amanhã nos falamos. - Ok! Boa noite! Minha linda! - Boa noite! Ele não me falou ainda do filho, acho que nem suspeita que eu saiba sobre ele, bem! Vou dormir, amanhã é um dia novo, para mais confusões em família.
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