Evva
Depois de me recuperar do olhar penetrante de Dominik, respirei fundo e tentei ao máximo voltar a dançar, mas não era a mesma coisa. Eu não consegui me concentrar, muito menos ficar de olhos fechados, pois queria e torcia para que ele passasse novamente, porém, não vi mais nem sombra dele e foi uma certa decepção.
Um tempo depois, acabei desistindo e decidi desligar tudo querendo um banho, pois não tinha mais vontade de continuar.
Desligo o som, as luzes e saio da sala fechando a porta, então, faço caminho para entrar dentro de casa indo para o meu quarto. Tranco a porta e começo a retirar a minha roupa para um banho, pois, o suor escorre pela minha nuca, então, depois de buscar a toalha eu começo a me banhar.
Ao terminar, o meu corpo já está um pouco mais frio pela água, em seguida, escolho um moletom e vejo que está ficando tarde onde lembro que não jantei. Saio do quarto indo até o quarto de Levy e ao abrir a porta, ele está com uma caixa de pizza ao seu lado da mesa e nem acredito.
Ele está estudando matemática!
— Pensei que estaria jogando uma hora dessas. — Comento já entrando no seu quarto.
Ao contrário do que mostram nos filmes sobre o quarto de garotos, ele tem tudo organizado, limpo e tudo no seu devido lugar, e confesso, chega a ser mais arrumado do que o meu e o cheiro de limpeza é em todo o lugar.
Vou colocar ele para arrumar o meu quarto qualquer dia desses.
— Já joguei, mas eu esqueci o meu dever. — Fico surpresa com isso.
— Uau, que menino malvado*. — Me aproximo dele que continua a escrever. — Não me disse que pediria pizza. — Comento ao ver quatro fatias ainda.
— Fiquei com fome..., pode pegar! — Ele fala sem me olhar e pego a caixa para mais perto. — Já fez os seus deveres hoje? — Ele pergunta contando com os dedos.
— Fiz..., vai demorar aí? — Pergunto mordendo uma fatia.
— Estou quase acabando. — Ele responde e me afasto com a caixa na mão.
— Quero jogar com você. — Levy me olha curioso, mas não diz nada.
Me sento no puff que fica em frente a televisão dele e fico comendo enquanto o espero. Depois de comer duas fatias da pizza, Levy se levanta trazendo lenços de papel, e acreditem, é para eu não sujar o controle. Ele coloca em um jogo de corrida de carros e assim, disputamos e essa é uma das formas que tenho de passar um tempo com ele.
Levy adora videogame e eu gosto um pouco.
Quando a sua iniciação começar, ele passará um tempo fora e o verei poucas vezes. Os treinamentos são feitos longe da família, longe de casa e de qualquer coisa que os possa tirar a concentração, ou seja, ele ficará longe de tudo e só o meu pai poderá vê-lo. Mas com o tempo, até com ele, aos poucos as visitas vão diminuindo até chegar a conclusão.
Espero que ele não sofra.
— Eu ganhei..., você é péssima! — Ele diz todo contente e convencido.
— Tá legal..., mas quero só mais uma. — Falo alongando os meus dedos.
— Você que sabe. — Dito isso, ele coloca numa nova corrida.
Quero aproveitar bem esses dias aqui com ele.
[...]
Depois de jogar com Levy e comer mais outra fatia de pizza, lhe dei boa noite e me esbarrei com os meus pais no corredor. Recebi um beijo deles de boa noite e os vi irem ver Levy, então, entrei no meu quarto e tranquei a porta. Como ainda está frio, continuo com o moletom e vou até a varanda como de costume.
Vejo o céu bem coberto onde quase não tenho a visão das estrelas e respiro o ar bem fundo.
Como se o tudo estivesse contra mim, vejo Dominik passando logo pelos fundos com um dos seguranças ao seu lado. Eles andam devagar, conversam baixo e o vejo retirar o seu blazer, o que me faz pensar que o seu turno acabou e sim, mesmo daqui de cima, consigo ter uma visão maior dos seus músculos em baixo da sua blusa branca social.
Que pecado!
Em seguida, o homem se afasta e Dominik retira o celular do bolso, começa a digitar algo e então, o guarda novamente e de imediato, olha para os lados como se procurasse algo, e é onde os nossos olhares se encontram novamente quando ele olha para cima.
— Lindo..., que homem lindo! — Sussurro só para mim.
Não consigo evitar, passo a língua nos lábios e não quebro o nosso olhar, até que novamente, ele retira o celular do bolso e sai andando normalmente. Fico o olhando até não conseguir mais e suspiro forte onde nem percebi que estava prendendo o ar e assim, por saber que ele não passará outra vez, entro no quarto fechando as portas por conta do vento.
Deixo apenas as cortinas abertas para clarear o quarto, desligo as luzes e me jogo na cama deixando um tapa no travesseiro.
— Ruuum, que raiva! — Rosno e começo a sorrir de mim mesma.
Eu sou louca!
Louca por um homem feito enquanto ele me vê como uma garotinha, sou louca por o imaginar de todas as formas possíveis e impossíveis, louca por não esquecer isso de vez e mais louca ainda por o encarar tão intensamente que me pergunto se ele já percebeu o que quero transmitir.
Será que percebeu?
E se ele for meio lerdo?
Não! Isso, não, um homem daquele não seria lerdo a esse ponto.
Ao pensar nisso, começo a pensar que ele pode ter diversas mulheres a disposição e nesse ponto, imagino que com certeza dele deve frequentar os bordeis. Só de imaginar isso, confesso que a raiva me domina e simplesmente, puxo o lençol com força para me cobrir e tento dormir. Eu sei, isso não faz sentido já que ele é um homem feito, solteiro e completamente disposto a tudo, mas, que droga*, eu só queria, sei lá, me jogar nele.
Que ódio*!
[...]
Chego em casa da escola e subo as escadas fazendo caminho do meu quarto. Suspiro forte levando a mão a maçaneta e do nada, vejo tudo escuro e um perfume diferente que me faz paralisar na mesma hora.
Lentamente, eu respiro fundo, aperto o interruptor ligando a luz e dou de cara com Dominik sentado na minha cama. Fecho a porta bruscamente a trancando e quando o olho novamente, um sorriso surge no seu rosto, o seu olhar desce pelo meu corpo e quando olho para baixo, acompanhando o seu olhar, não estou mais com a roupa do colégio.
Estou usando uma lingerie preta toda em véu!
Fico confusa e ele continua do mesmo jeito, sentado me olhando, então, ele faz um gesto com dois dedos me chamando e sem pensar, começo a caminhar na sua direção, enquanto um nervoso domina o meu corpo.
Isso está mesmo acontecendo?
Quando fico bem na sua frente, Dominik me puxa firme pela cintura onde fico mais perto e assim, ele me faz sentar no seu colo. Fecho os olhos respirando compensado, pois, ele coloca os meus cabelos para trás e inala o meu perfume forte, deslizando o seu nariz pelo meu pescoço. O meu corpo todo se arrepia, um choque me faz estremecer e assim, uma de suas mãos vem para a minha nuca onde ele pressiona me levando a ele como se fosse me beijar, mas não é o que acontece de imediato.
— O seu perfume me excita*, Evva! — Ele sussurra trazendo o seu hálito quente ao meu rosto.
— Está e******o* agora? — Pergunto sendo dominada pelo nervosismo.
— Não faz ideia..., você está acabando com o meu juízo... — Essa sua voz rouca em sussurro é pra acabar comigo.
Dominik me beija de forma bruta, trazendo a sua língua com direito a mordida e tudo. As suas mãos deslizam pelas minhas costas, as descendo, e assim, ele me segura firme me colocando deitada na cama.
Se isso for um sonho, ninguém me acorda!
Dominik fica por cima de mim e tenho total acesso aos seus músculos que tanto imaginei, então, deslizo as minhas mãos pelos seus
braços e ombros, depois, as suas costas e é quando abro os olhos. Mordo os meus lábios por ele estar beijando e mordendo o meu pescoço e assim, o prendo com as minhas pernas.
— Você é perfeita, Evva..., e será minha! — Ele declara mordendo a minha orelha.
— Huum..., por favor... — Peço em gemido* e nem sei o que estou pedindo.
Estou tendo a plena certeza de como é bom ter as suas mãos no meu corpo e só sei gemer*.
— Está na hora de acordar, não acha? — Ele fala me deixando confusa.
— O quê? — Pergunto abrindo os olhos.
— Está na hora, Evva..., vai se atrasar... — A voz dele vai mudando completamente ao mesmo tempo que o seu peso no meu corpo vai diminuindo.
O que está acontecendo?
Rapidamente, ele some da minha visão e as batidas continuam sem parar.
— Evva..., minha filha, acorda... — Ouço batidas na porta que não para. — Evva?
— Já acordei! — Grito em resposta completamente frustrada.
— Certo, não demore! — A minha mãe diz saindo.
Não acredito que tudo não passou de um sonho. Parecia tão real e agora, olhando ao redor, vejo que tudo está como deixei e estou usando o moletom que escolhi.
— Quer merda*! — Exclamo irritada* olhando as horas. — Que droga*! — Me levanto as pressas, pois não posso me atrasar.
Corro para o banheiro sentindo a minha cabeça latejar e tomo um banho rápido, depois, escovo os meus dentes e já saio para me vestir. Por isso a minha mãe me chamou na porta, já perdi alguns minutos e isso nunca acontece, e se eu não correr, vou me atrasar e levarei um esporro grande.
Quer droga*!
Depois de me vestir, separo o meu material correndo contra o tempo e saio do quarto rapidamente.
Só por isso, eu percebo que não será um bom dia.