Capítulo 4

1236 Words
Evva Esses dias que se passaram estão sendo, de certa fora, torturantes. Não paro de sonhar com Dominik. Sentir o perfume dele com as minhas atitudes impensadas estão acabando comigo e claro, para me deixar mais louca, se é que é possível, percebi alguns olhares dele que não consigo decifrar. Todos os dias tem sido da mesma forma, ele me leva para a escola, me busca, as vezes me vê na minha sala de dança e, outras vezes, o vejo pela janela do meu quarto. Faria loucuras para saber o que ele pensar, o que vem na sua cabeça ao me ver e, já perdi as contas de quantas teorias já criei. Porém, desde ontem é que não tenho pensado nele, e sim, em Levy. Ontem no jantar, o meu pai fez a declaração de que hoje ele será levado ao centro da sua iniciação e isso tem me deixado arrasada. Pensei que teríamos mais algumas semanas, porém, não há mais o que fazer e para ser sincera, eu o encontrei bastante pensativo ontem. Levy é doce, um menino meigo e extremamente inteligente. Temo que as coisas o faça entrar em um mundo sombrio*, temo que ele perca essa essência dele e que aquele olhar dele suma. Não quero perder o meu irmão. A minha mãe está ainda mais arrasada do que eu e entendo ela. É o filho mais novo, único filho homem e como já disse antes, ela é mais preocupada com tudo. O meu pai não está diferente, porém, o que nos conforta um pouco é que ele estará com Levy nos primeiros momentos e pelo que sei, ele virá nos ver a cada três meses em que ficará apenas em um final de semana. Não é nada fácil! Ontem eu o ajudei com as suas roupas, os seus cadernos e não sei se sabem, mas, o centro de iniciação é um local reservado e fechado. Lá, eles os deixam fora do mundo real por um tempo para que a concentração nas obrigações sejam maiores, para que nada os distraia e claro, serão ensinados sobre tudo. Nos levantamos bem cedo hoje, mas na verdade, eu quase não dormi com medo de amanhecer. Já tomei o meu banho, me vesti como sempre para ir à escola, separei o meu material e agora, estou indo tomar café com a minha família, pois em seguida, é que ele irá. Ao chegar na sala de jantar, vejo os meus pais e a mesa toda pronta. A minha mãe parece que também não dormiu, o meu pai não está muito bem também, mas pelo Levy, decido que é melhor mudarmos esse jeito para não o assustar. — Mãe..., tenta sorrir um pouco, ele vai sair assustado. — Falo ficando ao seu lado na mesa, mas ainda de pé. — Não é fácil, Evva..., meu menino ainda é uma criança! — Ela diz chorosa e os seus olhos estão fundos e vermelhos. — Amor, Evva tem razão..., sabe que Levy percebe as coisas e não seria bom ele ir nos vendo assim..., vai atrapalhá-lo. — O meu pai diz com cautela, tocando a sua mão. — Três meses, Andrei..., são três meses sem vê-lo..., só você que terá contato. — Isso me dói também, pois sou acostumada a tê-lo por aqui. — E farei de tudo para que ele fique bem..., eu prometo! — O meu pai reforça e tenta ajudá-la a se recompor. Deixo um beijo nos seus cabelos e dou a volta indo para o meu lugar de sempre, então, ouvimos passos que são de Levy, e assim, a minha mãe respira fundo limpando o rosto rapidamente. — Bom dia, meu amor... — Ela diz abrindo os braços para ele. — Bom dia..., por que está chorando? — Levy já percebe de primeira e eu já sabia que perguntaria. — Nada..., não foi nada! — Ela fala respirando fundo, tentando se recompor. — Mãe, sei que chorou por mim e acho que não dormiu..., eu vou ficar bem! — Não é fácil de enganá-lo. — É um menino corajoso... — Sorrio vendo a cena. — Papai me ensinou e não sou mais um menininho..., já sou até noivo. — Nós não conseguimos segurar o riso por isso. Levy tem orgulho disso! — Meu garoto! Já é um homem! — Concordo com o meu pai. — Estou com fome. — Dito isso, ele se senta ao lado da mamãe como sempre. Começamos a comer e ele dizia o que tinha separado. Tudo o que eu colocava na boca, descia de forma amarga e de forma sofrida, onde eu colocava força para descer. Tentei de todas as formas colocar pouco na boca, para que a refeição demorasse mais, porém, não tinha o que fazer, pois o relógio seguia normalmente. Na hora certa, tivemos nos levantar e começar a nos despedir. O meu pai levou as malas para o carro e fiquei abraçada a ele que me apertava e acreditem, ele é alto para a sua idade. — Não mexa no meu videogame. — Ele diz em forma de ordem. — Claro que vou..., não todos os dias, mas, ele precisa ser usado. — Falo o fazendo pensar. — Hum..., mas não mexa nas minhas coisas, você é uma bagunceira. — Sim, ele tem razão, mas vou sim mexer nas suas coisas. — Eu vou te beliscar! — Falo o apertando mais em mim. Deixo um beijo nos seus cabelos e logo ele vai até a mamãe. Ela não consegue se segurar e deixa as lágrimas caírem como se elas tivessem vontade própria, então, Levy diz uma coisa que fico surpresa. — Eu não demoro, mamãe..., vou ficar igual o papai! — Juro que o meu coração se rasgou* agora. — Será ainda melhor... — Ela beijando o seu rosto. — A sua mãe tem razão, será ainda melhor e vou garantir isso! — O meu pai confirma ficando agachado ao lado dele. Me aproximo dele fazendo um abraço em família e a única coisa que peço agora, é que nada de r**m* aconteça com ele. É só isso que peço, mas eu sei que nada será fácil, sei que ele passará por semanas turbulentas, mas, só quero que ele não sofra. Depois do nosso abraço em família, já não consigo mais segurar as lágrimas e o vejo se afastar para entrar no carro, então, o meu pai o acompanha e seguro a mão da minha mãe tendo a visão do carro se afastar e sair da propriedade. Sinto o meu coração apertado e o medo está estampado no meu rosto. Entramos em casa quando o carro some das nossas vistas e o silêncio é gritante agora, mas não dura muito, pois o choro da minha mãe logo é ouvido. Fico um pouco com ela, mas quando vejo as horas, percebo que já passou um pouco do meu horário e assim, ela me dá um beijo dizendo que posso ir e que ficará bem. Busco a minha bolsa e saio pela porta dando de cara com Dominik onde nos esbarramos acidentalmente e acreditem, sinto o seu perfume forte de forma imediata e o meu rosto bate em cheio no seu peito definido e as suas mãos me seguram. Elevo os meus olhos lentamente, encontrando o seu olhar e não é exagero, mas sinto o meu corpo queimar por dentro somente com esse toque. O tempo pode parar agora, por favor?
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