Capítulo 2

1906 Words
Evva Estou nesse momento tomando um banho frio, sim, frio, pois o calor que há dentro de mim é enorme. Lembro a todo instante do perfume de Dominik, querendo sentir mais um pouco e é horrível não poder ao menos me aproximar para tal coisa, e não, eu não vou parar de procurar uma forma. Estou decidida a isso! Depois do meu banho e de lavar os meus cabelos, coloco o meu roupão e vou ao closet procurar o que vestir. Opto por uma saia rodada preta, uma blusinha branca de alcinha e para ficar à vontade, fico descalça mesmo e isso aprendi com a minha mãe. Começo a pentear os meus cabelos, borrifo uma colônia suave e saio do quarto dando de cara com Levy antes de fechar a porta. — Não sabia que tinha chegado... — Ele diz vestindo uma camisa. — Faz pouco tempo..., já recebeu fotos da sua namoradinha hoje? — Pergunto brincando com ele e sei que ele se irrita quando falo assim. Levy fica todo nervosinho na mesma hora. — Não é namoradinha, ela é minha noiva! — Ele afirma com a testa franzida e é como falei, ele fica irritado. — São duas crianças..., namoradinhos, é melhor! — Isso é tão louco, pois são duas crianças. Por mais que ele seja mais velho que ela, Levy ainda é uma criança. — Você é uma chata, Evva! — Levy fala indo até as escadas e continua. — Pelo menos eu sei com quem vou me casar e ela gosta de mim. — Dito isso, ele desce saindo do meu campo de visão. Ok, isso foi um senhor tapa na minha cara. Um tapa bem dado pelo meu irmão mais novo. Fecho a porta do meu quarto segurando o riso e desço as escadas, passo pela sala principal e ando até a sala de jantar. Levy já está à mesa, então, só falta os nossos pais e assim, vou até Levy deixar um beijo nos seus cabelos e me acomodo ao lado esquerdo da cadeira do meu pai. Sempre me sentei aqui e gosto de estar ao lado dele. Uma coisa eu percebi, amo a minha mãe verdadeiramente, mas sou mais apegada ao meu pai. Somos mais parecidos nas coisas, gostamos de fazer graça, de conversar besteiras, de comer besteiras, somos mais espontâneos e por aí vai, agora Levy, é mais como a minha mãe. Por mais que ele seja criança ainda, ele é mais calado, sério, gosta de coisas quietas, é mais centrado nas coisas e é um excelente aluno. Ele é uma versão masculina e mini da minha mãe, porém, ele tem uma admiração enorme pelo meu pai. Levy acabou de fazer os seus dez anos e em poucos dias, ele irá começar os seus treinos na máfia. Confesso que tenho medo por isso, e só não estou surtando tanto pelo fato de que, quem vai acompanhar tudo é o meu pai e o meu tio, Alef. Mas convenhamos, por tudo o que a máfia representa, é impossível ele não se alto modificar, e sei que ele mudará por completo. A minha mãe também tem os seus receios quanto a isso. Não quero que ele perca essa essência dele, pois, ele ainda é novo e tem muito o que aprender, porém, a organização não quer saber. O interesse maior é que as regras e tradições sejam seguidas a todo custo e isso vale para todos. Tenho a consciência de que, um dia terei que me casar e confesso, tenho medo por isso. Tenho menos de cinco anos para “aproveitar” a minha vida e, espero que o meu pai não tenha começado a pensar nisso e, vou ser sincera, por mais que eu tenha um desejo louco por Dominik, não penso em casamento. Depois que casa não tem volta e quero saber mais sobre ele. — Estou cheio de fome... — O meu pai chega alisando as suas mãos. — Como estão os meus preciosos herdeiros? — Ele pergunta deixando um beijo em mim e depois em Levy. — Oh, pai..., Evva não para de implicar comigo..., diz a ela que a Lilia é minha noiva e não uma namoradinha... — Não consigo evitar uma gargalhada, pois ele realmente ainda está irritado. — Viu só? — Evva, pega leve..., o seu irmão é apaixonado assim como eu! — Ele diz retirando a parte de cima do seu blazer. — Era apaixonado pela minha mãe desde criança? — Pergunto curiosa querendo respostas. — Não vou entrar nesse assunto com vocês..., eu quero é comer! — Uma das coisas que ele mais ama fazer. — Amor, olha o exagero..., já vão servir! — A minha mãe chega deixando um beijo no rosto dele. — E vocês são muito novos para esse assunto. Eu mereço! Ele sussurra algo que não entendo, e sinceramente, prefiro não entender. Por mais que estejamos no meio da semana, o meu pai faz esforços para almoçarmos juntos, mas, quando ele faz isso é porque provavelmente não virá para o jantar mais tarde. Logo eles dois tomam os seus assentos e eu amo esses momentos. Margarida traz a comida com a ajuda de Cintia e deixo um beijo nas duas, então, começamos a comer. Hoje tem um assado com batatas grelhadas, salada, molho e suco natural, mas, o meu pai como sempre prefere um vinho italiano. Amo esse vinho, mas, só bebo em algumas ocasiões e sim, bem escondida no quarto, porque como falei, a minha mãe é mais preocupada com as coisas. Levo a garrafa para o meu quarto e pronto, bebo toda. Por ser vinho, o meu pai não percebe muito, mas, caso fosse uma garrafa do seu uísque, eu teria problemas, pois é incrível que se alguém tocar neles, ele já percebe de longe. — Como foi a aula hoje? — A minha mãe pergunta olhando para mim. — Tranquila..., a Sra. Krostty como sempre é horrível*! — Respondo fazendo uma cada de desgosto. — Algum problema? — n**o* recebendo também o olhar do meu pai. — Não, tudo tranquilo! — Bebo um pouco de suco e volto a comer. — Mas ela ainda é horrível*! — Falo com desgosto*. Levy começa a contar que fez uma apresentação de um trabalho e como já sabemos, tirou a melhor nota da turma. A forma como ele conta tudo é igualzinho como o meu pai, se mostrando satisfeito e orgulhoso de si mesmo, então, a minha mãe se derrete toda como sempre. Por esses e outros motivos que amo momentos! [...] O restante do dia passou de forma tranquila. Organizei a minha mesa do quarto e já fui pegando todo o meu material, começando a fazer todas as minhas atividades e estudei um pouco como sempre faço todas as tardes, então, não deixei pendências. Como já está anoitecendo e não tenho muito o que fazer, escolhi um short de tecido e uma blusa largar para ir aos fundos de casa. Tenho um espaço que adoro e, o uso para dançar quase todos os dias. A minha mãe me ensinou algumas coisas, pois, desde nova eu mostrei interesse e como ela dança, pedi para me ensinar um pouco. Tenho aulas de dança umas três vezes na semana e só não posso mais, para não atrapalhar os meus estudos. Não sei se sabem, mas, a escola da máfia não é como as escolas comuns, pois, temos todos os tipos de disciplinas, como, boas maneiras, etiqueta, aulas de discursos, pintura, música clássica, treinos de autocontrole e certas submissões e outras. No caso da submissão, é sobre sempre ser controlada pelo marido. Odeio* quando as sextas-feiras por isso. A minha ideia de submissão é diferente do que ensinam e para ser sincera, aprendi com os meus pais sobre isso. A minha mãe já me falou sobre esse assunto e submissão não é abaixar a cabeça e aceitar tudo no geral, é respeito, saber o seu lugar ao lado do marido como ele ao lado da esposa. Nunca na minha vida, presenciei os meus pais discutirem, se ofenderem, ou, ouvi algo sobre o meu pai a maltratar por ser homem na máfia, ele nunca a traiu* de nenhuma forma, então, as minhas ideias são diferentes, pois é aqui que vivo. E sou completamente grata por isso. Tenho algumas colegas na escola e saiba, a realidade delas é diferente da minha e, não sei se suportaria. Yully, por exemplo, o seu pai é um homem horrendo*. Ela mesma já me contou sobre as agressões* que já presenciou a sua mãe sofrer, as ofensas, bebedeira excessiva, as traições* dentro da própria casa e, isso me dói*. As poucas vezes em que vi a mãe dela, notei as olheiras profundas, o olhar de dor* e tristeza e eles são apenas mais uma família que sofrem por isso. Já ouvi outros relatos e poderia passar horas aqui falando sobre, mas, infelizmente eu não posso fazer nada. A conclusão disso é que, o meu pai é um homem raro e Levy é uma imagem dele perfeita e por isso eu amo todos eles. Depois de me vestir e prender bem os meus cabelos, saio do meu quarto indo as escadas, então, depois e sair pela porta da cozinha, faço o caminho indo para o meu espaço e começo a me alongar. Hoje os meus pais decidiram sair para jantar fora, Levy está no quarto, estudando ou no videogame dele, então, ninguém vai me atrapalhar. Depois de me alongar, ligo o som numa música que gosto e tento me concentrar. Eu chamo de espaço, mas na verdade é tipo uma sala, pois ela é toda coberta de vidro temperado, assim, a música fica mais presente, dando uma vibração maior e confesso, eu viajo nessas horas. Eu amo música, amo dançar e chego ao ponto de me arrepiar de tão sensível que fico, e assim, quando menos percebo, estou dançando. Eu esqueço o mundo a minha volta, e de olhos fechados, consigo me imaginar nitidamente em cima de um palco onde contém apenas uma cadeira para eu usar e na minha frente, está ele. Dominik! Como se não fosse o suficiente de eu pensar a toda hora, até nos meus devaneios musicais ele está e acreditem, consigo o imaginar ainda sem camisa enquanto me observa. Consigo ver o seu olhar para cada movimento meu com os braços, cintura, cabelos e os seus olhos são intensos, contendo a luxúria que sempre quis ver sobre mim, então, como um sinal, ao abrir os meus olhos, eu o vejo passar na frente da sala e sim, os nossos olhares se encontram. Só queria muito saber o que se passa agora na cabeça dele. Não consigo tirar os meus olhos e mesmo usando um terno perfeitamente alinhado como sempre, ele é incapaz de esconder o seu porte físico. É notório os seus músculos de quem malha, Dominik é alto, ombros adequadamente largos, barba alinhada e preenchida, lábios carnudos e rosados, e sim, estou imaginando como deve ser beijá-lo. Também imagino como deve ser tocar aqueles músculos! O nosso olhar dura alguns segundos que de certa forma, a sensação é de que durou mais, mas, quando ele some do meu campo de visão, a sensação é de que foi mais rápido do que o normal. Mas, mesmo assim, foi mais do que de costume, o que me faz pensar quais foram os seus pensamentos. Preciso de uma forma para o ter mais perto!
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