Prólogo - Liam

1490 Words
Liam Alguns anos atrás... Não consigo sair do quarto, meu pai nos trancou como das últimas vezes, só escuto a minha mãe gritando pedindo para ele parar. Olho para meus irmãos, que estão chorando assustados. Eu tento acalmar a Celina e o Natan segura a Iara nos braços que fica chorando baixinho com David. — Liam, ele vai machucar a mamãe, você precisa fazer alguma coisa. — O Natan diz, e ele tem razão. Nosso pai tem ficado muito agressivo, não só com a mamãe, mas comigo também, ele me vê como um saco de pancadas para descarregar as suas frustrações. — Eu vou sair pela janela, feche e não deixe as meninas e nem o David sozinho, vou tentar entra para ajudar a mamãe! Mesmo com medo eu saí pela janela e fui pelo canteiro da janela do nosso quarto, eu não gosto de altura mais não posso deixar a minha mãe sofrendo, chego até a janela do quarto deles, e ele estar agredindo a minha mãe, ele está a violando, ele segura no pescoço da minha mãe, eu não aguento entro com tudo fazendo barulho ele fica assustado ao me ver aproveito para chutar em sua costa o fazendo cair longe da minha mãe. Pego o lençol e cubro a minha mãe. — Você não pode fazer isso com ela!— e única coisa que falo e pela primeira vez vou com tudo para cima dele o batendo. Jogando para fora toda raiva que estou sentindo, por tudo que ele tem feito a nós. Ele me acertar um soco que não consigo respirar, tento me manter firma para respirar, mais dói acabo desmaiando pela dor que estava sentindo em minhas costelas, tento levantar para ajudar a minha mãe, porém eu não consigo acabo sendo engolido pela escuridão. Quando acordei eu estava no hospital com a minha mãe, ainda doía muito ao respirar. Vejo os olhos da minha mãe preocupada por eu estar assim. Eu sempre vou proteger e se fosse preciso eu o mataria. Mas não vou mais suportar tudo que ele tem feito, ele é um monstro, psicopata, um ser nojento que só merece a morte. — Filho, que bom que acordou, já estava ficando preocupada. — Eu estou bem mãe, e a senhora? Ele estava machucando a senhora. — falo com pesar, só em lembrar da forma que ele estava tratando, ele destruiu o brilho dela, só vejo tristeza em seus olhos. — Eu vou ficar bem meu menino! Eu só estava com medo de te perder!— ela diz me abraçando. — Eu vou ficar bem mãe, eu não vou deixar que ele te machucasse de novo!— falo para consolar. — Eu sei meu menino, por isso agradeço a Deus por ter você e seus irmãos! — quando ela fala nos meus irmãos bate um desespero ao lembrar que os deixei no quarto presos. — Mãe, com quem eles ficaram? Não podemos deixar os meus irmãos com ele. — Não se preocupe, Liam! Eles ficaram com a vizinha. E pelo desespero dele em ver você desacordado, não voltará nunca mais. — Ela diz e por um momento cinto até mais aliviado por não termos que olhar em sua cara outra vez. — Eu espero mãe, eu não quero ele perto da senhora ou dos meus irmãos outra vez. Se ele morresse era bem melhor! — Filho não fala assim. Não encha o seu coração de mágoa ou raiva. Isso não faz bem. — Mãe não faz bem, é ele agir assim, nos vimos ele com outra mulher, e ainda vem nos culpar, vem agredindo a senhora, e eu ainda tenho que fingir que isso não aconteceu?— confesso toda raiva que estou sentindo. — Não falei isso filho, só é complicado, um dia você vai entender. — Ele é louco. Eu não quero ser que nem ele. Eu nunca vou me casar, eu te prometo mãe. Vou lutar para proteger a senhora e meus irmãos, e dar uma vida boa, bem longe desse louco, e nunca mais vamos sofrer outra vez. Eu te prometo mãe!— falo e minha chora me abraçando. — Obrigada filho! Após esse dia, tive que dizer ao médico que foi uma briga de rua, minha mãe pediu, assim não teríamos problemas com ele, que poderia voltar e se vingar quando soubesse que a polícia estaria o procurando. Sai do hospital e teve que ficar de cama por três dias, ainda estava dolorido. Mais eu tinha um foco, precisava dar um rumo na minha vida, já ia completar meus 17 anos. Eu teria que tomar a frente da família, com ele indo embora, precisava arrumar um trabalho para ajudar em casa e não deixar faltar nada para meus irmãos. Após a minha recuperação, comecei a procurar emprego, o Natan ainda vai demorar para ajudar ele só tem 13 anos, por mais que tenha uma cabeça feita para o que quer fazer da vida, e nesse requisito pensamos iguais, o melhor para nossa família, mas ele pode ficar com a nossa mãe, David e as meninas. Durante três semanas não tivermos notícias do nosso pai, e estava bem tranquilo até receber a visita de um oficial de justiça, no começo não compreendi, até pegar o ofício e ler. Ali estava informando que nosso pai vendeu a nossa casa, e tínhamos pouco tempo para saímos da casa. Até tentamos saber o que poderia fazer para esse despejo não ir adiante. Meus pais não eram casados, mas tinha o convívio. Mesmo sem dinheiro fui em busca de um advogado, precisava ver a possibilidade de invalidar o documento. Passei a tarde toda para poder ser atendido por um advogado. No começo ele estranhou. Explique tudo e entreguei o documento. Ele me fez algumas perguntas, e respondia as que eu sabia. Ele disse que poderia pedir anulação do documento e precisava entrar logo, porém eu precisava pagar um valor. Esse valor era muito alto. Contei a situação da minha mãe, e expliquei que estava a procura de um emprego. Eu estava decidido e ficaria a frente da família e por mais que ainda tenho 16 anos eu teria que amadurecer, e quem sabe depois virar adulto. Ele me fez uma proposta, como estava no último ano do ensino médio, ele me propôs um estágio em seu escritório para pagar pelo valor da entrada da ação. De cara aceitei. Durante o período da manhã vou para escola, e após o almoço viria para escritório. Estava empolgado. No outro dia teria que voltar com a minha mãe para ela assinar e entregar alguns documentos que seriam necessários. Ele não iria se livrar fácil assim. Por mais que eu não quisesse nada dele, ainda teriam os meus irmãos. Natan com 13 anos, Celina com 10 anos, David com 5 anos e a Iara, nossa caçulinha com 11 meses. Eles precisavam pelo menos de um teto. Eu ficaria no escritório e dali em diante seguia em buscar de uma profissão. Durante a semana da solicitação, o Dr. Henrique já tinha feito a solicitação da invalidação da venda da casa, o que deixou minha mãe mais tranquila. Eu gostava de como o Dr. Henrique falava, até mesmo tinha paciência de me explicar algumas coisas. Foi aí que ele me perguntou o que eu queria fazer no futuro não tão distante. Não sabia ao certo, mais ser um advogado seria o começo, eu ficava fascinado pela forma que ele me explicava e até mesmo pegava os livros para ler, quem sabe ser um juiz para poder ajudar muitas famílias, essa seria uma profissão que ajudaria demais. Ele gostou do meu entusiasmo. E disse que iria me ajudar. Então até terminar o ensino médio, continuaria no estágio, e ele iria começar a me pegar pelo trabalho, e assim que finalizar o ensino médio eu iria me ajuda a entrar para faculdade, seria muito trabalho e estudo, mais tudo valeria apena. Teria uma estrutura para dar para minha família! E isso eu não podia desistir, eu seria a base dos meus irmãos, os ajudaria em tudo e até mesmo a minha mãe. Por mais que a caminhada seja turbulenta, eu iria dar o meu melhor e não iria fraquejar. Então minha rotina ficaria de manhã na escola, com Natan, Celina, e minha mãe ficaria com David e Iara. Ela precisava do nosso apoio, eu já tinha conversado com meus irmãos, e por mais novos que eles são eles entendem do que a nossa mãe precisa. Durante a tarde eu vou para o estágio, e eles ajudam a nossa mãe com o David e Iara. E a noite eu os ajudo, para nossa mãe descansar um pouco, então eu coloco os meus irmãos para dormir. Eu não me canso, pois sei que eles fariam o mesmo por mim. Esse é o nosso foco. Ninguém vai destruir a nossa família. Muito menos ele. O senhor Paulo que infelizmente é nosso pai ou devo dizer genitor…
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