CAPITULO 37

1312 Words
LILY'S POV A luz que invadia o quarto atingiu meus olhos com força, despertando-me de um sono pesado e confuso. Minha cabeça latejava, e uma sensação de náusea começou a se instalar em meu estômago. Eu me sentei na cama, tentando me orientar naquele ambiente estranho. Não era o meu quarto. Onde diabos eu estava? Os flashes da noite anterior invadiram minha mente, rápidos e confusos. A última coisa que me lembro é de estar na cama, rindo com Aidan, e então... ele se aproximando para me beijar. Meus olhos se arregalaram com a súbita lembrança, e eu ergui os lençóis da cama, descobrindo que estava vestindo uma camiseta preta masculina. Uma onda de pânico me atingiu enquanto eu batia na minha testa, percebendo o que aquilo significava. Eu tinha dormido com Aidan. Oh, m***a! Antes que eu pudesse entrar em completo desespero, uma voz familiar cortou o silêncio do quarto. "Não se preocupe, Lily, você está em casa." Eu me virei abruptamente e me deparei com Samuel, sentado em uma cadeira próxima à janela. Seu rosto estava sério, e seus olhos me observavam atentamente. Minha mente ainda turva tentava processar o que estava acontecendo. "Samuel?" minha voz saiu trêmula, cheia de confusão. "O que... o que estou fazendo aqui? Onde estou?" Ele me encarou, sua expressão séria permanecendo inalterada. "Este é o quarto da minha mãe," ele explicou. "É o mais próximo do banheiro, e o único onde você não vomitou." Senti meu rosto corar de vergonha com a lembrança do meu estado lamentável na noite anterior. Como eu poderia ter me excedido tanto assim? E por que Samuel estava aqui? Mais perguntas surgiram em minha mente, mas antes que eu pudesse expressá-las, ele falou novamente. "É melhor você se trocar e descer para tomar café comigo," ele disse, sua voz firme e decidida. Eu balancei a cabeça, ainda tentando processar tudo. "Certo," murmurei, enquanto me levantava da cama, sentindo-me desorientada e envergonhada. Rapidamente, peguei algumas roupas e fui em direção ao banheiro, deixando Samuel para trás no quarto. Enquanto eu me trocava, minha mente estava em tumulto. Como eu poderia ter deixado as coisas chegarem a esse ponto? Eu tinha estragado tudo com Emily, dormido com Aidan e agora estava no quarto da mãe de Samuel, de todas as pessoas. Eu me sentia como um completo desastre. Quando finalmente desci as escadas para a cozinha, onde Samuel já estava preparando o café, eu me preparei mentalmente para enfrentar as consequências do que quer que tivesse acontecido na noite anterior. Ele preparou uma xícara de café para mim, e nós nos sentamos à mesa em silêncio, cada um perdido em seus próprios pensamentos. A ressaca começou a diminuir lentamente, e eu me senti grata por isso. Mas as lembranças da noite anterior ainda pairavam sobre mim, enchendo-me de uma mistura de arrependimento e confusão. O que aconteceu naquela noite? E como isso afetaria minha amizade com Emily e minha relação com Samuel? *** Sentada à mesa, em meio ao silêncio desconfortável, eu ainda tentava juntar os fragmentos da noite anterior, encarando minha xícara de café como se pudesse encontrar respostas nas borras. Ao meu lado, Samuel estava igualmente silencioso, o olhar fixo em sua própria xícara. "Como eu vim parar em casa?" Minha voz quebrou o silêncio, e meus olhos encontraram os de Samuel. Samuel me encarou por um momento antes de responder, sua expressão séria. "Eu te trouxe para casa," disse ele simplesmente. Franzi o cenho, perplexa. "Você? Mas... como?" Os olhos de Samuel encontraram os meus, e eu podia ver uma mistura de preocupação e irritação em seu olhar. "Eu fui atrás de você depois que saímos do armário," explicou ele. "Eu não conseguia te encontrar em lugar nenhum, então deduzi que você poderia ter ido para um dos quartos." Senti um rubor de vergonha subir pelo meu rosto ao ouvir suas palavras. "Aidan sugeriu que... fôssemos descansar," admiti, baixando o olhar para a mesa. Samuel assentiu, como se já soubesse disso. "Eu sei," respondeu ele. Engoli em seco, nervosa com o que viria a seguir. "Como... como você me encontrou?" Ele pareceu hesitar por um momento antes de responder. " Não se preocupe com isso," disse ele rapidamente. "Nada aconteceu entre você e Aidan." Um suspiro de alívio escapou de meus lábios, e eu me senti grata por isso. "Obrigada," murmurei, aliviada. Então ele mencionou algo que eu não esperava. "Também avisei sua escola que você não está se sentindo bem," disse ele. "Então, você tem o dia livre hoje." Fiquei surpresa com sua consideração. "Obrigada," murmurei, verdadeiramente grata por sua preocupação. Mas então, sua próxima observação me pegou desprevenida. "Você não deveria ter bebido tanto," disse ele, com uma leve nota de repreensão em sua voz. Senti uma pontada de irritação brotar em meu peito. "Você está me culpando?" perguntei, surpresa e um pouco ofendida. Ele me encarou, a expressão séria. "Você não deveria beber tanto," repetiu ele. "Eu nem sempre estarei lá para protegê-la." Sua observação me atingiu como um soco no estômago. "Está bem," murmurei, minha voz baixa. "Pela ressaca que estou sentindo, acho que nunca mais vou beber." Ele assentiu. "Que seja," disse ele, sua expressão dura. Olhei para ele, tentando entender o que estava acontecendo. "Você está chateado comigo por alguma coisa?" perguntei, insegura. Samuel pareceu irritado. "Vou tomar um banho e ver se consigo descansar um pouco. Foi um saco passar a noite acordado cuidando de você," disse ele, levantando-se e saindo da cozinha antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa. Eu assisti enquanto ele saía da cozinha, sentindo-me culpada pela preocupação que causei a ele. "Desculpa," murmurei para o vazio, esperando que ele pudesse ouvir, mesmo depois de já ter partido. *** Eu estava na cozinha, ocupada com as louças do café, tentando desvendar o mistério do que havia acontecido entre Samuel e eu na noite passada, quando a campainha tocou, quebrando o silêncio da casa. Encarei a porta por um momento, antes de decidir ir atender. Ao abrir a porta, deparei-me com uma mulher desconhecida, com seu cabelo crespo e volumoso moldando seu rosto, e seus olhos castanhos escuros transmitindo uma aura de mistério. Ela usava um vestido preto que realçava sua presença imponente. "Posso ajudar em alguma coisa?" perguntei, curiosa. A mulher me encarou por um momento antes de responder. Sua voz era suave, mas carregava uma autoridade implícita. "Gostaria de falar com Samuel Brown," disse ela, diretamente. Minha mente começou a girar com perguntas. Quem era essa mulher? E qual era o assunto tão importante que a trazia até aqui? "Quem gostaria de falar com Samuel?" perguntei, tentando entender mais. Ela sorriu de leve. "Verônica Jones. Trabalho com Samuel em algumas questões." Ela se apresentou como Verônica Jones e explicou que o assunto era o futuro da banda de Samuel. Meus olhos se arregalaram de surpresa. Então, aquela mulher tinha algo a ver com a banda de Samuel? Meu coração começou a bater mais rápido. "Ah, entendi," murmurei, tentando parecer calma, apesar da crescente intriga. Verônica se se aproximou de mim, seu olhar penetrante. "Gostaria de conversar com Samuel, se ele estiver disponível." "É um prazer conhecê-la. Eu me chamo Lily," respondi, oferecendo-lhe um sorriso educado. "Por favor, entre. Vou chamar Samuel." Verônica me olhou com um ar misterioso, como se soubesse mais do que estava deixando transparecer. "Você não precisa se preocupar, Lily. Eu sei o caminho até o quarto de Samuel," disse ela, com um sorriso enigmático. Assenti, ainda um pouco desconcertada com a presença dela e me afastei para dar espaço para que ela entrasse. Assim que Verônica passou por mim, fechei a porta e a segui. Fiquei parada por um momento, processando tudo o que estava acontecendo. Quem era essa Verônica Jones e qual era sua conexão com Samuel? Minha mente girava com especulações enquanto eu a seguia até o quarto de Samuel.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD