SEDUZIDA PELO MEU MEIO IRMÃO

CAPITULO 16

LILY’S POV

Enquanto eu tentava prestar atenção na aula, minha mente insistia em vagar de volta para Samuel. Seu rosto, seus cabelos castanhos, aquele sorriso meio de canto que sempre me fazia perder o fôlego, seu jeito de me olhar... Era como se ele estivesse sempre presente, mesmo quando não estava.

Percebendo que meus pensamentos estavam mais uma vez voltados para Samuel, dei-me conta de que estava distraída demais para acompanhar a explicação do professor. Quando finalmente me dei conta do que estava fazendo, notei que havia desenhado o rosto de Samuel em meu caderno, os traços se formando de forma quase automática sob a ponta do meu lápis.

Um sussurro repentino entre meus colegas atraiu minha atenção de volta para a sala de aula. Virei-me para Emily, que estava ao meu lado, e perguntei o que estava acontecendo. Ela olhou ao redor, visivelmente desconcertada, e murmurou que não tinha ideia.

Foi então que me dei conta de que os cochichos e olhares furtivos pareciam estar direcionados para mim. Uma sensação desconfortável se instalou em meu peito quando percebi que a sala inteira devia estar falando sobre mim, ou melhor, sobre minha o fato de eu ser meio irmã com Samuel.

Um calafrio percorreu minha espinha quando a ficha finalmente caiu. Aidan, aquele fofoqueiro, devia ter espalhado a notícia para toda a escola. Não era segredo que ele adorava estar no centro das atenções e, aparentemente, revelar os detalhes da minha vida pessoal era a forma dele de se divertir.

Senti meu rosto corar de constrangimento e uma onda de desconforto se espalhar por mim. Não queria ser o foco de fofocas na escola, especialmente quando se tratava de Samuel Brown.

Respirei fundo, tentando manter a compostura, enquanto me forçava a voltar minha atenção para a aula. Mas, por mais que eu tentasse, a sensação de estar sob o escrutínio de todos os meus colegas tornava quase impossível focar em qualquer coisa além do turbilhão de pensamentos e emoções que inundavam minha mente.

Uma onda de desconforto e indignação se espalhou dentro de mim enquanto eu lutava para processar a invasão da minha privacidade.

Apesar do desejo de desaparecer no chão, mantive minha compostura e tentei voltar minha atenção para a aula, mas era difícil ignorar o burburinho constante ao meu redor. Emily lançou-me um olhar solidário, e eu soube que precisávamos ter uma conversa séria sobre como lidar com essa nova situação.

Sem pensar duas vezes, levantei-me abruptamente da minha carteira e corri em direção ao banheiro feminino, sentindo os olhares curiosos e os sussurros me acompanhando pelo corredor. Emily, minha fiel amiga, seguiu-me de perto, claramente preocupada com meu estado.

Quando finalmente alcançamos o banheiro e entrei em uma das cabines, Emily bateu na porta suavemente e perguntou o que havia acontecido. Minha respiração estava rápida e descontrolada, e eu sentia o peso da situação pesar sobre mim.

"Isso é demais pra mim, Em", murmurei, tentando conter as lágrimas que ameaçavam escapar.

Emily se aproximou da cabine e colocou a mão em meu ombro, tentando confortar-me. "Calma, Lily", ela disse gentilmente. "As pessoas estão animadas com a ideia de você ser irmã de Samuel Brown. Parece que você está prestes a se tornar popular."

Eu balancei a cabeça com frustração. "Eu não quero ser popular agora", murmurei, sentindo-me sobrecarregada com toda a atenção inesperada.

Uma voz feminina ecoou da cabine ao lado, interrompendo nossa conversa.

"Todas as garotas desejam ser populares", disse a voz.

A porta se abriu e Ashley Cooper, a garota mais popular da escola, entrou com sua típica aura de confiança. Eu a encarei, sentindo-me repentinamente nervosa com sua presença.

"Oi, Ashley", eu disse, tentando parecer calma.

Ashley me encarou dos pés à cabeça e disse, com um sorriso calculado: "Olá, Lily."

Ashley me encarou dos pés à cabeça, seu olhar crítico. "Olá, Lily", ela disse, seu tom ligeiramente condescendente.

Emily, ao meu lado, cumprimentou Ashley com uma voz trêmula. "Oi."

Ashley olhou para Emily com um olhar de desprezo.

"Olá, estranha", ela respondeu secamente.

Eu senti meu estômago revirar com a falta de educação de Ashley, mas Emily parecia tentar ignorar o tom rude dela. Aquela garota definitivamente não estava acostumada a ser contrariada ou a lidar com pessoas que não estavam em seu círculo social.

Ashley me encarou com um olhar perspicaz.

"Então, Lily", ela disse com um sorriso, "é verdade essa fofoca que você é irmã de Samuel Brown?"

Eu olhei para Emily, pedindo silenciosamente para ela não confirmar a informação, mas ela já tinha dito demais.

"Sim, é verdade", Emily respondeu antes que eu pudesse detê-la.

Eu senti uma onda de pânico me atravessar.

"Emily, você não devia ter falado isso para ela", eu disse, minha voz um sussurro desesperado.

Ashley se voltou para mim, seu olhar analítico e curioso.

"Então é verdade que você é irmã de Samuel Brown?", ela repetiu, sua voz soando ansiosa.

Eu engoli em seco antes de responder.

"Bem, nós somos meio irmãos", corrigi, tentando manter minha compostura.

Um sorriso malicioso se espalhou pelo rosto de Ashley.

"Ótimo", ela disse, inclinando-se para mais perto de mim. "Espero te ver na minha festa de aniversário na quarta-feira."

Eu arqueei uma sobrancelha, surpresa. "Mas é no meio da semana", eu disse, tentando entender a lógica por trás da escolha da data.

Ashley apenas deu de ombros. "Traga seu irmão", ela disse, antes de sair do banheiro com um ar de superioridade.

Eu me virei para Emily, sentindo-me desconcertada com toda aquela situação.

"Isso está ficando fora de controle", murmurei, preocupada.

***

Eu estava no banheiro da escola, encarando meu reflexo nervoso no espelho. A conversa com Ashley Cooper ainda ecoava em minha mente, deixando-me agitada e incerta do que fazer em relação ao convite para sua festa de aniversário. Emily estava ao meu lado, seu entusiasmo evidente enquanto ela me olhava com olhos brilhantes.

"Lily, você foi convidada para a festa mais badalada do ano!", Emily exclamou, seu sorriso contagiante. "Você está prestes a se tornar popular!"

Eu balancei a cabeça, sentindo o estômago revirar.

"Emily, você não entendeu", eu disse, minha voz trêmula de ansiedade. "Eu só posso ir se levar o Samuel."

Emily franziu a testa, parecendo considerar minhas palavras por um momento.

"Isso não é bem um problema", ela disse finalmente, tentando me tranquilizar.

Eu soltei um suspiro pesado, sentindo-me frustrada.

"É claro que é um problema!", eu retruquei, minha voz subindo um pouco. “Samuel não é o tipo de cara que frequenta festas de garotas da escola por nada. Ele provavelmente vai achar a ideia ridícula."

Emily colocou uma mão reconfortante em meu ombro.

"Bem, talvez se você pedir com jeitinho, ele vá", ela sugeriu, tentando encontrar uma solução para o dilema.

Eu balancei a cabeça, desanimada. "Eu simplesmente não posso ir", eu declarei, sentindo o peso da decisão me oprimindo.

Emily me olhou com os olhos arregalados, claramente chocada com minha resposta.

"Lily, você enlouqueceu?", ela perguntou, sua voz cheia de incredulidade.

Eu me virei para encará-la, tentando explicar minha posição.

"Loucura seria eu ir", eu insisti, minha voz firme apesar da incerteza que sentia por dentro. "Além do mais, tenho certeza de que Samuel não vai querer ir a uma festa como essa."

Emily me olhou com compaixão, entendendo minha hesitação.

"Mas, Lily, você tem que ir", ela insistiu, sua expressão séria. "Por nós duas, pela memória das duas garotas que sempre sonharam em ir a uma festa de Ashley Cooper."

Eu engoli em seco, sentindo um nó se formar em minha garganta.

"Mas e se Samuel não quiser ir?", eu perguntei, preocupada com a possibilidade de enfrentar o constrangimento de ser a única sem acompanhante na festa.

Emily segurou meus ombros com firmeza, olhando-me nos olhos com determinação.

"Você tem que tentar", ela disse, sua voz suave, mas firme. "O não você já tem. Está na hora de ir atrás da humilhação, amiga."

Eu sabia que Emily estava certa, mas o pensamento de me expor ao ridículo me deixava apreensiva. No entanto, eu não podia negar que a ideia de finalmente ser parte da cena social da escola era tentadora. Eu respirei fundo, reunindo minha coragem. Talvez Emily estivesse certa. Talvez eu devesse tentar.