CAPITULO 22

1533 Words
SAMUEL'S POV Com um suspiro, peguei meu celular e me preparei para fazer a ligação para Verônica Jones. Ela era uma A&R com quem eu já havia saído algumas vezes, e agora parecia ser o momento certo para retomar o contato profissional. Meus amigos aguardavam ansiosamente enquanto o telefone chamava, e finalmente, Verônica atendeu. "Olá, Samuel", sua voz era calorosa do outro lado da linha. "Fiquei me perguntando quanto tempo você levaria para marcar um encontro comigo." "Sinto muito por não ter entrado em contato antes", respondi, sentindo um leve desconforto pela minha falta de comunicação. "As coisas com a banda têm sido uma loucura." Ela riu, e pude sentir seu sorriso através do telefone. "Ouvi falar dos seus dois dias de apresentações no festival", ela disse, e meu interesse foi imediatamente despertado. "E ouvi coisas muito boas sobre vocês." Fiquei surpreso. "Sério? O que disseram sobre nós?" perguntei, ansioso por ouvir mais. Verônica sorriu, e pude imaginar seus olhos brilhando do outro lado da linha. "Alguns contatos me disseram que vocês são uma boa banda", ela começou, e meu coração acelerou. "O vocalista tem uma ótima voz e, bem, é bastante atraente, mas", ela acrescentou com um toque de diversão. Inclinei a cabeça, curioso para saber o que viria em seguida. "Mas...?" perguntei, sabendo que havia mais. Ela riu, divertida com minha curiosidade. "Mas acho que seria melhor marcarmos uma reunião", ela sugeriu. "Assim eu posso explicar melhor e mais detalhadamente a situação." Fiquei intrigado com a proposta. "Quando seria melhor para você?" perguntei, esperando que pudéssemos encontrar um horário que funcionasse para ambos. "Estou livre amanhã às 19 horas", Verônica respondeu, e meu coração afundou um pouco. Aquelas palavras caíram como um balde de água fria sobre mim. Aquela era a mesma hora da festa da Ashley Cooper, que eu havia prometido a Lily que iria comparecer. Eu tinha que escolher entre cumprir minha promessa a Lily ou buscar uma oportunidade para a banda. Ambas eram importantes para mim, mas eu não podia estar em dois lugares ao mesmo tempo. "Ah, entendo", respondi, tentando disfarçar minha decepção. "Infelizmente, esse horário não funciona para mim." Houve uma breve pausa do outro lado da linha, e pude sentir Verônica ponderando. "Que pena", ela disse finalmente, com uma nota de desapontamento na voz. "Infelizmente, não tenho disponibilidade em outros horários. E sabe, acho que não há muito que eu possa fazer por você ou pela banda se for em outro momento." Meus amigos na garagem estavam começando a perceber minha agitação. John me encarou, claramente preocupado. "O que está fazendo, Samuel?" "Este é o horário da festa que prometi a Lily que iria", expliquei, sentindo o peso da situação se acumular. Mike tentou acalmar as coisas. "Lily não vai se importar se chegarmos um pouco atrasados", sugeriu ele. Mas Verônica não estava disposta a ceder. "Samuel, você ainda está aí?" Sua voz estava impaciente. "Sim, estou", respondi, lutando contra a pressão crescente. "E então?" ela pressionou. "Vai ser agora ou nunca." Peter, vendo a situação complicada em que eu estava, interveio. "Aceite marcar a reunião, Samuel", aconselhou ele. Eu sabia que tinha que tomar uma decisão. "Tudo bem", finalmente concordei, resignado. "Podemos marcar para amanhã às 19h." "Ótimo", Verônica respondeu, seu tom se suavizando um pouco. "Vou marcar então para amanhã às 19 horas. Nos vemos em meu escritório." Desliguei o telefone e me virei para meus amigos, sentindo-me derrotado. "É melhor nos prepararmos para apresentarmos o nosso melhor para Verônica", murmurei, lamentando a difícil escolha que acabara de fazer. Peguei minha guitarra e olhei para meus amigos, sabendo que tinha tomado a decisão certa, mesmo que isso significasse desapontar Lily. *** Assim que cheguei em casa depois do ensaio, senti um misto de emoções. Por um lado, estava animado com a perspectiva da reunião com Verônica Jones, que poderia ser uma grande oportunidade para a banda. Por outro lado, a festa de Ashley Cooper estava marcada para o mesmo horário, e eu tinha prometido a Lily que iria comparecer. Ao entrar na sala, meu olhar foi imediatamente atraído para um papel sobre a mesa de centro. Reconheci a letra de Lily assim que me aproximei. Ela havia deixado o telefone de sua amiga Emily e o endereço da casa dela. Um sorriso involuntário se formou em meus lábios. Parecia que o destino estava me dando uma segunda chance. Peguei o papel e saí de casa em direção ao meu carro. Decidi que precisava ver Lily, mesmo que fosse apenas por alguns instantes. Dirigi até o endereço indicado e parei meu carro do outro lado da rua, mantendo-me fora da vista dos curiosos. Olhei para cima e vi Lily e Emily no segundo andar, no quarto de Emily. Elas estavam rindo e se divertindo, completamente alheias à minha presença. Era uma cena adorável, e meu coração se aqueceu ao vê-las tão felizes juntas. As duas estavam experimentando roupas, colocando uma em cima da outra de forma desajeitada, mas divertida. Cada risada dela era como música para os meus ouvidos, e eu me peguei sorrindo enquanto a observava. Meu coração se encheu de calor ao vê-la tão radiante, tão despreocupada. Ela era a única coisa que importava naquele momento. Enquanto as observava, meu desejo de estar ao lado dela só aumentava, minha necessidade de sentir seu toque, ouvir sua voz. Eu estava ali, apenas observando, mas meu coração estava com ela, cada batida ecoando seu nome. Por um momento, esqueci os dilemas e preocupações. Tudo o que importava naquele momento era ver Lily feliz. E mesmo que eu não pudesse ficar com Lily naquela noite, ver seu sorriso era o suficiente para me deixar em paz. Permaneci ali em silêncio, observando as duas. Sim, eu sabia que precisava voltar para casa, descansar e me preparar para a reunião com Verônica. Mas aquele momento, aquele breve vislumbre da felicidade de Lily, era tudo o que precisava. *** Eu acordei abruptamente com o som das batidas no vidro do meu carro. O susto me fez piscar várias vezes antes de me virar para a janela. Lá estavam elas, Lily e Emily, com seus uniformes escolares, me encarando com surpresa. Lily me olhou através do vidro, claramente intrigada. "O que você está fazendo aqui na rua da Emily?" ela perguntou, sua expressão misturando incredulidade e curiosidade. Lentamente, abaixei o vidro, ainda sonolento, tentando reunir meus pensamentos. "Eu vim buscar você para te levar para a escola", respondi, improvisando uma desculpa. Lily me olhou com ceticismo. "O ônibus escolar passa na rua da Emily", ela apontou, seu tom sugerindo que ela não estava convencida da minha história. Soltei um suspiro. "Eu só queria ser legal com você", admiti, esperando que ela acreditasse em mim. Lily me encarou, seus olhos transmitindo uma mistura de desconfiança e exasperação. "Você não precisa tentar ser legal só porque soube que eu escutei", ela respondeu, sua voz carregada de frustração. Fiquei confuso. "Escutou o quê?" perguntei, confuso com o que ela estava falando. Lily apenas balançou a cabeça, como se decidisse que não era o momento certo para discutir. "Não importa", ela murmurou. "Acho melhor nós irmos pegar o ônibus, Emily." "Eu quero ir de carro com Samuel", Emily interveio, sua voz soando um pouco tímida. "Seria tão legal!" Lily olhou para Emily, sua expressão endurecendo. "Não agora, Emily", ela respondeu, sua voz firme. Emily olhou para Lily, sua expressão desanimada, mas depois olhou para mim com um olhar de súplica. "Por favor, Lily", ela implorou. "Estou cansada de ir de ônibus com todo mundo, e seria tão incrível chegar na escola no carro do Samuel." Eu olhei para Lily com um sorriso, concordando com Emily. "Emily tem um ponto válido", eu disse, esperando que Lily cedesse. Lily me olhou com irritação, mas finalmente cedeu. "Tudo bem", ela concordou, mas com uma condição. "Emily vai na frente, e eu vou atrás." Eu assenti, concordando com suas condições. "Combinado", respondi, enquanto Emily vibrava de excitação ao entrar no carro. Com um suspiro resignado, abri a porta do carro para que Emily entrasse no banco da frente. Ela se acomodou com um sorriso radiante, claramente animada com a ideia de andar de carro comigo. Enquanto isso, Lily entrou no banco de trás, visivelmente contrariada. Senti o clima tenso entre nós, mas preferi não comentar, focando em iniciar o carro e seguir em direção à escola. "Vamos nessa!", Emily exclamou animadamente, enquanto ajustava o cinto de segurança. Lancei um olhar para Lily pelo espelho retrovisor, percebendo sua expressão irritada. "Desculpe por isso, Lily", murmurei, tentando amenizar a situação. Lily apenas bufou em resposta, sem dizer mais nada. Comecei a dirigir, sentindo-me tenso com a atmosfera desconfortável no carro. Emily, no entanto, parecia completamente alheia à tensão entre mim e Lily, tagarelando animadamente sobre a festa de Ashley Cooper. "Você acredita que vamos para a festa dela?!", Emily exclamou, com os olhos brilhando de excitação. Forcei um sorriso em resposta, enquanto dirigia pelas ruas tranquilas do bairro. "É, vai ser interessante", murmurei, sem muito entusiasmo. Durante o trajeto, o silêncio pairava no ar, pesado e desconfortável. Emily, tentando amenizar a situação, começou a falar sobre banalidades, mas nem eu nem Lily parecíamos muito dispostos a manter uma conversa.
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