CAPITULO 21

1596 Words
SAMUEL’S POV Adentrei a garagem onde meus amigos e companheiros de banda já estavam reunidos, prontos para mais um ensaio. A energia no ar era palpável, pulsante com a promessa de música e criatividade. Porém, m*l havia entrado quando fui recebido por Peter, cujo sarcasmo não conhecia limites. "Olha só quem decidiu aparecer!", provocou ele, com um sorriso malicioso. "Demorou quase uma hora para tomar um copo d'água ou o que quer que você estivesse fazendo." Uma risada coletiva ecoou pela garagem, e eu apenas revirei os olhos em resposta. "Desculpa, pessoal", respondi, tentando minimizar a situação. "Estou pronto para ensaiar agora." Mike, sempre direto ao ponto, concordou com um simples aceno de cabeça. "Então, vamos lá", ele disse, impulsionando o início do ensaio. Peter assentiu com a cabeça, pegando suas baquetas e se preparando para começar. John já estava afinando seu baixo, mergulhado em sua própria zona de concentração. Mas antes que pudéssemos começar, John apontou para minha camiseta. "Sua camiseta está ao contrário, cara", observou ele, franzindo o cenho enquanto me analisava. Olhei para baixo, confuso. "Não, não está", respondi, sentindo um arrepio de desconforto. Mike se aproximou, inspecionando minha camiseta. "John está certo, cara", ele disse, sua expressão perplexa. "Está do avesso." Engoli em seco, tentando lembrar se tinha me vestido corretamente pela manhã. "Eu... eu acho que já estava assim quando fui tomar água, ou acabei tendo que tirar, não sei...", murmurei, sentindo-me cada vez mais desconfortável com a situação. Mike trocou um olhar cúmplice com John, antes de acrescentar sua opinião. "Duvido muito", disse ele, sacudindo a cabeça. John me lançou um olhar desconfiado. "Nunca vi alguém precisar tirar a camiseta para tomar água", ele comentou, e minha mente começou a trabalhar em busca de uma desculpa. Antes que eu pudesse responder, a porta da garagem se abriu e Lily entrou, lindamente arrumada. Sua presença imediatamente chamou a atenção de todos, interrompendo nossa conversa. Peter, é claro, não perdeu a oportunidade de provocar. "Parece que nosso garoto tem companhia", brincou ele, recebendo olhares sugestivos dos outros membros da banda. Lily estava parada ali, olhando para nós com um olhar hesitante. Ela estava deslumbrante em seu vestido, uma visão que me fez perder o ritmo por um momento. Ela parecia ligeiramente deslocada, como se estivesse interrompendo algo importante. Olhei para ela e para os outros membros da banda, tentando disfarçar a alegria de vê-la ali. "Lily", cumprimentei, erguendo uma sobrancelha em surpresa. "O que você está fazendo aqui?" Ela hesitou por um momento, como se não estivesse esperando me encontrar ali. "Ah, eu vim... só para dizer olá", respondeu, um rubor delicado tingindo suas bochechas. "E avisar que vou sair." Eu a encarei, tentando disfarçar a pontada de ciúme que surgia dentro de mim. "Onde você vai?", perguntei, minha voz soando mais dura do que pretendia. Lily me encarou de volta, sua expressão revelando um pouco de hesitação. "Vou para a casa da Emily", respondeu ela, mencionando sua amiga. "Estava pensando em dormir por lá." Um nó se formou em meu estômago ao ouvir suas palavras. Eu não podia negar o desconforto que sentia ao vê-la partir, especialmente para passar a noite na casa de outra pessoa. "Deixe o número da Emily e o endereço na sala", ordenei, lutando para manter minha voz firme. Lily me olhou, claramente confusa com minha reação. "Você está falando sério?", ela perguntou, icrédula. Encarei-a de volta, minha expressão séria. "Você acha que estou brincando?", retruquei. Minhas palavras soaram mais duras do que eu pretendia, mas eu precisava que ela entendesse minha seriedade. Lily revirou os olhos, claramente irritada com minha resposta. "Como quiser", respondeu ela, sua voz carregada de frustração. Eu a observei sair da garagem, a presença dela sempre mexia comigo de uma maneira que eu ainda não sabia explicar, mas antes que eu pudesse reagir, os comentários dos meus amigos começaram a surgir. Peter, o baterista, foi o primeiro a falar, seu tom sarcástico ecoando pela garagem. "Agora entendo por que você demorou uma hora para tomar água", ele disse, provocando um sorriso em alguns dos outros membros da banda. Eu o encarei, minha expressão séria. "Foco no ensaio, Peter", respondi, tentando dissipar a tensão que começava a se formar. John, o baixista, se aproximou, seu olhar inquisitivo fixado em mim. "Queremos saber se isso faz parte do plano", ele disse, sua voz carregada de curiosidade. Eu franzi o cenho, sem entender. "Do que você está falando?", perguntei, perplexo com a pergunta dele. Mike, o tecladista, interveio, sua expressão de incredulidade evidente. "É óbvio que vocês dois transaram antes de você voltar para cá", ele disse, lançando um olhar significativo em minha direção. John concordou, seu rosto se iluminando com um sorriso. "Não estamos te julgando, cara", ele disse, tentando me tranquilizar. "Só queremos saber se isso faz parte dos seus planos." Eu balancei a cabeça, tentando processar o que eles estavam insinuando. "É claro... ", respondi rapidamente, sentindo o peso da situação se acumulando sobre mim. "O que aconteceu entre nós foi... foi apenas Lily tentando me pagar de volta por eu ter cumprimentado uma amiga dela na escola. Não foi nada sério." Peter deu um tapinha em meu ombro, um sorriso malicioso brincando em seus lábios. "Esse é o nosso cara", ele disse, seu tom cheio de admiração. Mas eu sabia que não era apenas isso. Havia mais em jogo do que eu estava admitindo. "Não é só isso", continuei, olhando para meus amigos com seriedade. "Eu também a convenci a realizar uma fantasia minha na festa da Ashley Cooper." Os olhos deles se arregalaram em surpresa. "Não acredito nisso", John disse, seu riso ecoando pela garagem. Peter acenou com a cabeça, parecendo entender. "Isso aí", disse ele, com um sorriso de aprovação. "Você está jogando bem." Eu balancei a cabeça, um suspiro escapando de meus lábios. "Pode acreditar", respondi, sentindo-me cada vez mais desconfortável com a situação. "Só tem um problema." Mike me olhou, sua expressão refletindo incerteza. "E qual é o problema então?", ele perguntou, curioso. Eu os encarei, meu coração pesando com a verdade que estava prestes a revelar. "O problema é que eu me comprometi a levar todos vocês", admiti, sabendo que essa revelação poderia não ser bem recebida. John sacudiu a cabeça, sua expressão decidida. "De jeito nenhum", ele disse, sua voz firme. "Festas de adolescentes são um saco." Mike assentiu, concordando com o colega. “De jeito nenhum, cara", disse ele, sua expressão decidida. "Pode esquecer de mim nisso" Peter olhou para mim, seu rosto refletindo sua frustração. "Isso é um passo atrás", ele disse, sua voz séria. "Começamos com a banda para escapar desse tipo de coisa." Eu sabia que eles estavam certos, mas uma parte de mim estava determinada a seguir em frente com meu plano. "Eu sei", murmurei, sentindo o peso da responsabilidade sobre meus ombros. "Mas eu preciso do apoio de vocês para conquistar Lily de vez. E depois... bem, depois vou me vingar de Doug." Olhei para meus amigos, esperando que eles entendessem a importância do meu pedido. "O que ganharíamos com isso?", perguntou Peter, buscando entender a vantagem para a banda. Mike, sempre objetivo, não hesitou em expressar sua opinião. "Na verdade, só você está ganhando nessa situação", disse ele, apontando o óbvio. "Você vai ficar com a Lily." John, o mais ponderado do grupo, levantou uma questão importante. "E qual é a vantagem para a banda? Precisamos nos valorizar depois do festival", argumentou ele, seu tom de voz indicando sua frustração. Olhei para meus amigos, entendendo suas preocupações, mas também sabendo que havia outros aspectos a considerar. "Tudo bem, eu sei que a festa não é promissora para a banda", admiti, escolhendo minhas palavras com cuidado. "Mas com certeza vai estar cheia de gatinhas." A resposta de John veio rápida e firme. "Um monte de gatinhas que ainda frequentam o colegial e não têm contatos para ajudar na nossa carreira", apontou ele, destacando a realidade da situação. Concordei com a cabeça, reconhecendo a validade de seu ponto de vista. "Você está certo", concedi. "Mas eu tentei me envolver com pessoas do meio, como Verônica Jones, e tudo o que consegui foram encontros ruins e nada de propostas de gravadoras ou contratos, ou seja, nenhum progresso real na carreira." Peter interveio, lembrando de um momento importante. "Mas foi seus encontros com a Verônica que renderam a vaga no Festival", lembrou ele, tentando encontrar algum aspecto positivo na situação. Expliquei rapidamente a verdade sobre aquela conquista. "A vaga no Festival foi a Samantha quem desenrolou, porque nos pegou com a Verônica no quarto dela", revelei, lembrando-me da confusão que aquilo causou. Mike riu, recordando-se daquela cena. "Foi uma loucura, acho que nunca me vesti tão rápido em toda minha vida", concordou ele, revivendo o momento em sua mente. John interveio novamente, trazendo-nos de volta à realidade. "Acho que devemos economizar nossa energia para coisas mais importantes do que festas adolescentes", sugeriu ele. Eu olhei para John, buscando uma solução. "O que você sugere então?", perguntei, considerando suas palavras. John não hesitou em responder. "Ligue para Verônica Jones e jogue a real. Diga a ela que precisamos de uma oportunidade", ele sugeriu, sua voz firme. Franzi a testa, hesitando diante da ideia. "Eu não sei...", murmurei, incerto sobre essa abordagem. John pegou meu celular e o segurou na minha frente. "Se você não ligar, não vamos à festa", ele disse, sua determinação inabalável. "A escolha é sua." Olhei para meus amigos, percebendo a gravidade da situação. Eles estavam certos. Era hora de agir como profissionais, mesmo que isso significasse tomar decisões difíceis.
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