SAMUEL’S POV
Eu estava deitado na cama, observando Lily com ternura enquanto acariciava seus cabelos loiros. Seu corpo delicado contrastava com os lençóis brancos, eu não podia evitar de contemplar os delicados traços do rosto de Lily. Suas sardas, tão sutis e encantadoras, pareciam dançar à luz suave que penetrava pela janela, criando uma aura de fascínio ao seu redor. Cada pequeno detalhe, desde o jeito como ela mordia os lábios pensativa até o brilho intenso nos olhos azuis, tudo me atraía de uma forma irresistível.
Suas sardas pareciam traçar um mapa invisível sobre sua pele, convidando-me a percorrê-las com meus dedos em um gesto de reverência. O modo como ela mordia os lábios, mergulhada em seus próprios pensamentos, só intensificava minha vontade de estar com ela, de desvendar os segredos escondidos por trás daqueles olhos cativantes.
Cada movimento dela parecia uma obra de arte em si mesma, uma sinfonia de gestos delicados que me hipnotizavam completamente. E enquanto estávamos ali, juntos naquela cama, eu me encontrava perdido em um turbilhão de emoções, desejando ardentemente estar ainda mais próximo dela.
Havia algo indescritivelmente magnético em sua presença, algo que me impelia a querer mais, a desejar mais. Mas então, o mundo real veio invadir nossa bolha de i********e, e Lily se levantou para vestir seu vestido, quebrando o feitiço que nos envolvia.
"O que você está fazendo?" perguntei, minha voz suave, mas carregada de preocupação.
Sem me encarar, Lily respondeu, sua voz soando um pouco tensa. "Está na hora de irmos embora. Ainda temos que arrumar a casa da sua mãe."
Eu me sentei na cama, observando-a enquanto ela fechava o vestido.
"Provavelmente, o pessoal que organizou já arrumou tudo", comentei, tentando encontrar uma desculpa para prolongar nossa estadia.
Lily terminou de ajustar seu vestido e virou-se para mim.
"Mesmo assim, eu ainda preciso arrumar minhas coisas no novo quarto", explicou, sua expressão determinada.
Olhei para ela, a sensação de frustração começando a se instalar dentro de mim.
"Se você quiser, podemos fazer mais uma vez", sugeri, esperando que ela aceitasse.
No entanto, sua resposta cortou minhas esperanças.
"Não, melhor não", respondeu ela, com um tom de voz firme. "A senhora Preston pode voltar e as coisas podem acabar se complicando."
Suspirei, me levantando da cama e começando a ajeitar minhas roupas.
"Então você é dessas", comentei, tentando disfarçar minha decepção.
Lily me encarou, sua expressão indignada.
"Dessas o quê?" ela perguntou, claramente ofendida.
Encarei-a, sentindo-me frustrado.
"Você é daquelas garotas que, depois que realizam suas fantasias, agem com frieza", expliquei, minha voz carregada de ressentimento.
Ela me olhou, seus olhos faiscando de raiva. "Para começar, você entrou na minha casa sem permissão", retrucou ela, sua voz tremendo de indignação. "Então o que aconteceu não foi algo..."
Encarei-a, a dor da rejeição pulsando dentro de mim.
"Não foi algo, o quê? Não foi algo que você queria, Lily?" perguntei, a frustração evidente em minha voz. "Você não queria f********r comigo?"
Ela me encarou, seus olhos cheios de emoção.
"É melhor irmos embora", disse ela, ignorando minha pergunta.
Frustrado, peguei minha camisa e a vesti, pegando a mala de Lily antes de descer as escadas, sentindo-me derrotado e confuso diante da situação. Era evidente que as coisas não estavam indo como eu esperava, e a sensação de decepção pesava em meu peito enquanto descíamos as escadas em direção ao carro.
Colocando as últimas malas de Lily no porta-malas do carro, senti-me frustrado e um tanto usado. Era difícil admitir, mas eu me deixara levar pelas expectativas e fantasias que Lily havia despertado em mim, apenas para me deparar com a dura realidade de que tudo não passava de um jogo para ela. Suspirei, fechando o porta-malas com mais força do que o necessário, enquanto me perguntava se isso era uma característica da família Thompson.
Lily entrou no carro e ficou encarando-me enquanto eu dirigia em silêncio. Eu podia sentir seu olhar sobre mim, mas optei por não responder. Se ela havia me usado, eu faria o mesmo.
"Eu não quero que você fique chateado comigo", disse Lily, quebrando o silêncio tenso que pairava entre nós.
Respirei fundo, tentando controlar minha frustração. "Tudo bem", respondi, tentando parecer indiferente.
Lily olhou para mim, visivelmente nervosa. "Não está tudo bem", insistiu ela. "As coisas não deveriam ser assim. Nossos pais não deviam ter se casado sem nos consultar melhor."
Forcei um sorriso, mesmo que por dentro estivesse fervendo de raiva. "Está tudo bem, você não precisa se justificar", disse eu, tentando manter a calma.
Lily me encarou, parecendo confusa. "Eu não estou me justificando, só estou explicando", insistiu ela.
Eu a encarei, sentindo a tensão entre nós aumentar. "É tudo a mesma coisa no final", respondi, minha voz um pouco mais ríspida. "E no final, você está me devendo, Lily."
Ela me olhou, completamente perplexa. "Devendo o quê?", perguntou, claramente confusa com minha afirmação.
Estacionei o carro na garagem de minha casa e me virei para encará-la.
"Você está me devendo uma fantasia", declarei, deixando claro que eu não esqueceria tão facilmente o que havia acontecido entre nós.
Ela parecia perplexa com minha declaração, e eu me perguntava se havia exagerado ao colocar dessa forma.
"Como assim, devendo uma fantasia a você?", ela questionou, sua voz soando incrédula.
Eu a encarei, decidido a não recuar. "Eu realizei a sua fantasia de dormir com o seu ídolo, no caso, eu, no seu quarto", expliquei, tentando manter minha voz firme. "Agora é a sua vez de realizar uma fantasia minha."
Lily me olhou, claramente irritada. "Você é realmente um i****a", ela disparou, sua voz carregada de raiva. "Só me vê como alguém para transar."
Senti um aperto no peito diante de suas palavras acusatórias. "Na verdade, você é esse tipo de pessoa", respondi, minhas próprias emoções começando a transbordar. "Foi você quem fez amor comigo e depois pediu para ir embora. Você se faz de menina inocente só para conseguir o que quer, e depois descarta os caras."
Lily me encarou, seus olhos faiscando de raiva. "Se quer saber, você é um b****a presunçoso", ela respondeu, sua voz tremendo de raiva. "E é melhor você ficar bem longe de mim."
Sem dizer mais nada, ela abriu a porta do carro e saiu, entrando diretamente em sua casa. Fiquei ali, no banco do motorista, sentindo-me um misto de frustração e arrependimento. Talvez eu tivesse ido longe demais, deixando minhas próprias inseguranças e ressentimentos se sobressaírem. Mas agora não havia mais volta. A única coisa que restava era lidar com as consequências das minhas palavras.
Respirei fundo e desci do carro, sentindo o peso da tensão entre nós enquanto caminhava em direção à casa. Lily já estava subindo as escadas quando a alcancei, e eu não pude deixar de notar sua expressão indignada.
"Para de fazer tanto drama", eu disse, minha voz carregada de frustração.
Lily se virou para me encarar, seus olhos faiscando de raiva. "Eu não estou fazendo drama", retrucou ela, sua voz carregada de indignação. "Só quero ficar bem longe de você."
Ela começou a subir as escadas novamente, determinada a se afastar de mim, mas eu a segui.
"Vou para o meu quarto", anunciou ela.
"Você nem sabe qual é o seu quarto", comentei, um pouco de sarcasmo em minha voz.
Ela parou e me encarou. "Então me diz qual é", desafiou.
Eu dei de ombros. "Provavelmente o segundo à esquerda", sugeri, não querendo prolongar a discussão.
Lily lança-me um último olhar de desaprovação antes de seguir pelo corredor, desaparecendo de vista. Era evidente que as coisas entre nós estavam longe de se resolver, e me pergunto se haverá alguma chance de reconciliação.