CAPITULO 14

1378 Words
LILY’S POV Lembro-me de acordar com a sensação de que algo estava fora do lugar, uma excitação percorrendo meu corpo enquanto eu tentava processar o que tinha acabado de acontecer. Samuel havia me acordado de uma maneira tão intensa, tão inesperada, que ainda me sentia atordoada com a lembrança de suas mãos em meu corpo... seus lábios me tocando... Levantei-me da cama, tentando afastar os pensamentos que me invadiam, e segui em direção ao banheiro. A água do chuveiro era uma distração bem-vinda. Despi-me lentamente, deixando cair a camiseta que carregava o símbolo da banda dele. Sob o jato reconfortante, permiti-me fechar os olhos e deixar que a água me envolvesse, tentando afastar os pensamentos confusos que me assaltavam. Mas mesmo ali, sob a torrente relaxante, não pude ignorar a sensação das mãos de Samuel em minha pele, o calor de seus lábios no meu s**o. Um arrepio percorreu minha espinha enquanto a realidade da situação se impunha sobre mim. Aquilo não deveria ter acontecido. Desliguei o chuveiro abruptamente, tentando afastar as lembranças indesejadas que persistiam em minha mente. Vestindo-me rapidamente, desci as escadas com passos decididos, encontrando Samuel parado no final do corredor. Nossos olhares se encontraram, e eu não pude conter o resquício de irritação que ainda pulsava em mim. "Nunca mais entre no meu quarto", exigi, sentindo uma mistura de desconforto e raiva. Samuel se aproximou, um sorriso brincando em seus lábios. Sua presença era como um lembrete constante daquilo que eu estava tentando evitar. "Pelo que senti em minha boca, você pareceu bem satisfeita com minha presença", retrucou, desafiando-me com seu olhar. Minha expressão endureceu, e eu endureci minha postura. "Fique longe de mim, Samuel Brown", adverti, sentindo-me vulnerável e exposta diante dele. Samuel apenas sorriu, como se achasse tudo aquilo uma grande brincadeira. "Vai ser difícil, afinal, agora eu sou o responsável por te levar para a escola até os nossos pais voltarem", lembrou-me ele, com um tom de desafio evidente em sua voz. Um nó se formou em minha garganta enquanto eu lutava para processar a realidade de nossa nova dinâmica familiar. Num impulso, virei as costas e segui em direção à porta, determinada a deixar aquele momento desconfortável para trás. Eu marchava para fora de casa, cada passo carregado de irritação e frustração, enquanto Samuel seguia atrás de mim, parecendo completamente tranquilo e despreocupado. Entrei no carro, sentindo o tecido do uniforme escolar roçar contra minhas pernas enquanto me ajeitava no banco. Enquanto ajustava a saia do meu uniforme escolar, senti o olhar de Samuel sobre mim. Ele estava ali, tranquilo como se nada tivesse acontecido, como se não tivéssemos acabado de ter um momento... como se ele não tivesse... como se... Ele colocou os óculos escuros, e aquele sorriso irritantemente charmoso surgiu em seu rosto. "Esse uniforme fica bem em você", ele comentou, com uma expressão sugestiva. "Valoriza suas pernas." Seu comentário sobre o uniforme só serviu para aumentar minha irritação, e eu o encarei com um olhar gélido. " Não tem graça", retruquei, minha voz soando mais afiada do que eu pretendia. Samuel apenas sorriu, como se estivesse se divertindo com minha irritação. "Só estou dando um elogio sincero", disse, sua voz carregada de sarcasmo. Revirei os olhos, frustrada com sua atitude descontraída diante da situação. Coloquei minha mochila no colo, ignorando-o enquanto ele ajeitava o cinto do carro. "Dirija logo", ordenei, minha voz firme, mas com um leve tremor de irritação. Ele me encarou por um momento, como se estivesse considerando minhas palavras, antes de finalmente concordar, com um simples "Como você quiser". Samuel deu partida no carro e seguimos em direção à escola, o silêncio pairando entre nós como uma cortina pesada. Eu estava grata pelo momento de tranquilidade, mas ao mesmo tempo, a presença de Samuel ao meu lado só servia para me lembrar da confusão em que estávamos envolvidos. Eu permaneci em silêncio durante o trajeto, meu olhar fixo através do para-brisa, tentando conter as emoções que ameaçavam transbordar. Samuel, por sua vez, parecia completamente à vontade, como se nada tivesse acontecido entre nós. Porém, a cada passada de marcha, ele fazia questão de roçar suavemente sua mão na minha perna. Tentei disfarçar minha agitação, mas era difícil ignorar a eletricidade que parecia percorrer meu corpo toda vez que isso acontecia. Finalmente, o carro parou em frente à minha escola. Samuel colocou o braço no encosto do meu banco. Sua proximidade só aumentava minha ansiedade, e eu me segurei na porta do carro, evitando olhar para ele. "Chegamos", ele anunciou, com uma voz casual, como se não tivesse acabado de me deixar em um estado de nervos. Eu m*l consegui sorrir enquanto respondia: "Obrigada." Mas antes que eu pudesse abrir a porta e sair, Samuel fechou a porta, bloqueando minha saída. Seu gesto me fez olhar para ele, e eu o encarei, sentindo-me presa em seu olhar. "Eu vou buscar você depois da escola", ele disse, como se não houvesse discussão. Eu me forcei a manter a calma, mesmo que a vontade de gritar com ele estivesse borbulhando sob a superfície. "Eu não preciso que você venha", respondi, tentando manter minha voz firme. Samuel franziu o cenho, como se estivesse irritado com a minha resposta. "Quem disse que é uma escolha sua?" Ele retrucou, sua expressão endurecendo. Revirei os olhos, frustrada com a sua teimosia. "Eu tenho planos", insisti, minha paciência se esgotando rapidamente. "Eu vou direto para casa da minha amiga” Samuel pareceu surpreso com minha resposta. "Que amiga?" ele perguntou, parecendo genuinamente curioso. Eu soltei um suspiro frustrado. "Você não precisa saber", retruquei, irritada. "Você não é meu pai." Ele me olhou com uma expressão séria. "Mas eu sou seu irmão mais velho", ele disse, como se isso explicasse tudo. Eu o encarei, sentindo minha paciência se esgotar. "Meio irmão", corrigi, enfatizando cada palavra. "E minha vida não é da sua conta." Ele apenas balançou a cabeça, como se estivesse determinado a ter a última palavra. "Não interessa, Lily. É minha responsabilidade cuidar de você", ele declarou, sua voz carregada de autoridade. Eu me senti como se estivesse sufocando sob o peso das suas palavras, a sensação de impotência me envolvendo. "Eu sei cuidar de mim mesma", murmurei, minhas palavras quase se perdendo no ar. Sem esperar por mais discussões, abri a porta e desci do carro, deixando Samuel para trás. Eu estava determinada a afastá-lo da minha vida o máximo possível. Samuel não disse mais nada enquanto eu me afastava, mas eu podia sentir seus olhos me seguindo até que eu desaparecesse entre os estudantes. Enquanto caminhava em direção à escola, sentia o peso do desconforto pesar em meus ombros. Tudo o que havia acontecido entre mim e Samuel ainda ecoava em minha mente, deixando-me nervosa e perturbada. Mas antes que eu pudesse me afundar ainda mais em meus pensamentos, fui interrompida pela presença de Emily, minha melhor amiga, parando diante de mim com os olhos arregalados. "Eu tô maluca, ou eu realmente vi você sair do carro do Samuel Brown?" Emily perguntou, sua voz tingida de incredulidade. Engoli em seco, sem saber exatamente como explicar a situação para ela. "Você viu certo", murmurei, sentindo meu rosto corar de constrangimento. Os olhos de Emily se arregalaram ainda mais, se possível. "Mas como isso é possível? O Samuel Brown, o vocalista dos The Wild Ones, te trouxe para a escola?" ela exclamou, sua voz carregada de espanto. Balancei a cabeça, incapaz de encontrar as palavras certas para explicar o que estava acontecendo. "É uma longa história", respondi, minha voz soando fraca aos meus próprios ouvidos. Emily segurou meus ombros, seus olhos brilhando de excitação. "Eu quero super ouvir tudo sobre isso", ela disse, sua empolgação evidente. "Mas primeiro, vou lá pegar um autógrafo com o Samuel." Antes que eu pudesse protestar ou detê-la, Emily já estava correndo em direção ao carro de Samuel, que já estava rodeado por uma multidão de fãs ávidos. Observando-a se misturar à multidão, senti um nó se formar em meu estômago. Até uma semana atrás, eu teria sido uma dessas fãs, ansiosa por um autógrafo ou um breve momento de atenção do vocalista da minha banda favorita. Mas agora, tudo o que eu queria era entrar na sala de aula e tentar deixar tudo isso para trás.
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