CAPITULO 30

1470 Words
SAMUEL'S POV O estúdio estava impregnado com a energia vibrante da música enquanto nós, os membros da The Wild Ones, nos dedicávamos a cada nota, cada batida, buscando a perfeição. No entanto, a tensão crescia a cada pausa, especialmente para mim. A cada momento de silêncio, meu olhar se voltava para o relógio em meu celular, mostrando que eu estava consideravelmente atrasado para a festa de Ashley. Tocamos a música várias vezes, mas sempre havia algo a ser ajustado. Cada vez que parávamos, a sensação de urgência crescia dentro de mim. Eu sabia que precisava sair dali o mais rápido possível, mas também entendia a importância de nos dedicarmos à gravação. Em uma dessas pausas, Verônica entrou na cabine e se aproximou de mim com uma expressão séria. Meu coração deu um salto de surpresa. "Samuel, me entregue o celular", ela disse, firme. Olhei para ela, perplexo. "Por quê?" Ela me encarou com determinação. "Seu celular está distraindo você de tocar." Balancei a cabeça, discordando. "Não está não." Verônica sustentou seu olhar sobre mim. "Então me dê o celular. Se você quer ter um futuro na música, precisa se concentrar. Tenho outras bandas que dariam qualquer coisa para estar no seu lugar." Fiquei momentaneamente sem palavras diante de sua ameaça velada. Entregar meu celular significaria perder completamente a noção do tempo, mas também percebi que, se quisesse levar a sério minha carreira musical, precisava mostrar comprometimento. Com um suspiro resignado, entreguei meu celular para Verônica. Ela me lançou um olhar de aprovação e saiu da cabine, deixando-me com a sensação de que estava preso em um loop interminável de gravações. *** O estúdio de gravação pulsava com a energia da música enquanto nós, os membros da The Wild Ones, nos entregávamos à melodia do estilo Indie Rock escolhido por Verônica. Minhas mãos ardiam e minha garganta doía de tanto cantar, mas estávamos determinados a fazer um bom trabalho. Foi então que vi Verônica falando no celular. Nada de mais, exceto pelo fato de que o celular em questão era o meu. Parei de tocar a guitarra imediatamente, atraindo a atenção de John e Peter. "O que está acontecendo, Sam?" John perguntou, visivelmente confuso. "Verônica está ao telefone", respondi, tentando entender o que estava acontecendo. Peter deu de ombros. "E daí? Qual o problema?" Olhei para eles, incrédulo. "Esse é o meu telefone. Ela não tem o direito de mexer nele." John tentou me acalmar. "Deixa pra lá, cara." Mas eu não pude deixar pra lá. Larguei a guitarra e saí da cabine de gravação, indo em direção a Verônica, que desligou o celular assim que me viu. "O que você está fazendo?", ela perguntou, confusa. Olhei para ela, sério. "Você atendeu o meu telefone?" "E daí? Qual é o problema?", ela respondeu, desafiadora. "O problema é que é meu telefone, Verônica. Você não tem autorização para fazer isso", disse, minha voz carregada de indignação. Ela me olhou com desdém. "Relaxa, nem foi uma ligação importante." "Quem era?", perguntei, lutando para manter a calma. Ela jogou o celular na minha direção. "Só uma fã adolescente histérica que ligou." Peguei o celular e olhei para o visor. Era o número de Lily. Meu coração afundou no peito. Olhei para Mike. "Nós estamos indo embora", declarei, determinado. Verônica ficou atônita. "Você está falando sério?" "Sim", respondi, virando-me para a cabine e fazendo sinal para os outros membros da banda me seguirem. Eles hesitaram por um momento, mas depois seguiram meu exemplo. Era hora de colocar nossa integridade acima de qualquer coisa, mesmo que isso significasse confrontar alguém tão influente quanto Verônica Jones. John e Peter saíram da cabine, confusos com a reviravolta inesperada. Enquanto tentavam entender o que estava acontecendo, Verônica voltou sua atenção para mim, determinada a nos manter no estúdio. "Não podem ir embora", ela disse, firme. "Ainda não fizeram uma gravação sequer digna de ser enviada para nenhuma gravadora ou produtor musical." Encarei Verônica, sem ceder à pressão. "Vai ter que se contentar com o que gravamos", respondi, minha voz firme. John se aproximou, buscando esclarecimentos. "O que está acontecendo?", perguntou ele, confuso com a situação. Verônica olhou para John, esperando que ele me convencesse a voltar para a cabine. "Coloque um pouco de juízo na cabeça de Samuel", ela disse, sua voz firme. "Voltem para a cabine e terminem o que começaram." Eu olhei para John, explicando minha perspectiva. "Isso tudo é uma loucura. Sem nem assinar um contrato, ela já se acha no direito de nos controlar." Verônica defendeu suas ações. "Estou apenas fazendo o meu trabalho. Sou uma A&R renomada, caso você tenha esquecido." Eu a encarei, não aceitando suas desculpas. "Isso não lhe dá o direito de interferir em assuntos que não dizem respeito a você." Verônica tentou diminuir minha indignação. "Você só está irritado porque atendi a ligação de uma namoradinha", ela disse, com um tom de desprezo. Minha paciência se esgotou. "Para mim, já deu", declarei, determinado a sair dali. John apoiou minha decisão. "Samuel tem razão. Talvez essa não seja a melhor opção para nós." Peter expressou sua gratidão, mas também sua determinação em seguir em frente. "Agradecemos a oportunidade, mas estamos cansados. Quem sabe outro dia continuamos." Verônica tentou nos manter no estúdio, alertando sobre as consequências de sair. "Vocês não estão entendendo. Se saírem pela porta agora, a oportunidade que estou oferecendo acabou." Eu a encarei, sem hesitar. "Assim seja, então." Com essas palavras, dei as costas e me dirigi à porta, seguido por Mike, John e Peter. Era hora de nos afastarmos dessa situação tóxica e tomar as rédeas do nosso próprio destino. *** O estacionamento do prédio de Verônica Jones estava mergulhado em um silêncio pesado enquanto caminhávamos em direção ao carro de John. Cada passo ecoava com o peso da decisão que tomamos, uma decisão que poderia mudar o rumo de nossas vidas. Entramos no veículo, e John virou-se para mim, sua expressão carregada de incredulidade. "Realmente fizemos isso?", ele perguntou, sua voz carregada de incredulidade. Encarei-o do banco do passageiro, sentindo o peso da decisão que tomamos. "Sinto muito, mas Verônica Jones ultrapassou todos os limites", respondi, tentando explicar nossas ações. "Começou quando ela sugeriu que mudássemos nosso estilo musical de Folk Alternativo para Indie Rock." Peter concordou, adicionando sua opinião. "É verdade, nós nem gostamos de indie", ele afirmou. Assenti, lembrando-me de como Verônica sugeriu a mudança drástica em nosso estilo musical. "Além disso, ela basicamente já havia retirado o Mike da banda", acrescentei. John expressou sua desaprovação. "Isso não foi legal", ele comentou, enquanto Mike ecoava sua opinião. Mike ponderou sobre a qualidade da música que estávamos gravando. "Apesar disso, tenho que admitir que Verônica Jones sabe o que está fazendo. A música estava ficando realmente boa", ele admitiu. Peter e John concordaram, reconhecendo o mérito da gravação. "Realmente gostei do som", Peter concordou. Balancei a cabeça, concordando com meus amigos. "Também gostei, mas Verônica Jones é muito controladora e ambiciosa. Haveria mais coisas das quais teríamos que abrir mão se continuássemos com ela", expliquei. John olhou para mim com desdém, lançando uma observação cortante. "Como, por exemplo, a festa de adolescentes da Lily", ele apontou. Eu o encarei, surpreso com a acusação. "Não tem nada a ver o que eu fiz com Lily e a decisão de sair do escritório de Verônica Jones", eu refutei. John parecia cético. "Nós nos conhecemos há anos, Samuel. Você não precisa mentir para mim, ou para os outros. Todos nós percebemos que foi por causa de Lily", ele insistiu. Peter e Mike concordaram, destacando a obviedade da situação. "Ficou bem claro", Peter concordou. Eu suspirei, sentindo-me pressionado pelas acusações. "Tudo bem, talvez tenha sido isso, mas não foi só por isso", admiti. John me encarou novamente, determinado a entender minhas motivações. "Então pelo o que mais foi? Por que jogamos fora uma oportunidade com Verônica Jones?", ele perguntou, buscando clareza. Encarei-o, sabendo que precisava encontrar uma solução para o futuro da banda. "Pessoas como Verônica Jones na indústria existem aos montes. Com certeza encontraremos um A&R ideal para nós", declarei, determinado. John pareceu cético quanto à minha proposta. "Como vamos conseguir esse milagre? Se você ainda não percebeu, a única A&R que se interessou por nós deve estar lá dentro, naufragando todas as nossas oportunidades", ele observou. Eu sorri, sentindo-me confiante. "Vou falar com a mãe de John, conseguir alguns contatos, assim como ela fez para o festival. Prometo que até o final deste mês estaremos em uma gravadora", eu prometi. John olhou para mim, esperançoso. "Espero que você se dedique a essa promessa tanto quanto está comprometido em cumprir a promessa que fez a Lily", ele comentou, lembrando-me das prioridades. Concordei com ele, reconhecendo a importância de manter minhas promessas. "É verdade", admiti. "Melhor irmos logo para a festa, antes que Lily fique ainda mais decepcionada comigo."
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