CAPITULO 28

1617 Words
LILY'S POV Senti um calafrio percorrer minha espinha ao ouvir aquelas palavras. "Onde está Samuel?", perguntei, sentindo uma pontada de preocupação. A voz feminina sorriu, uma nota de diversão em sua voz. "Samuel está ocupado no momento", disse ela. "Posso saber quem está ligando?" Minha expressão ficou séria enquanto eu explicava minha situação. "Preciso saber se Samuel vai demorar muito, pois ele tem um compromisso às 19 horas, e parece que ele está atrasado", expliquei. A voz feminina do outro lado da linha respondeu com uma leve provocação em sua voz. "Na verdade, Samuel já está comprometido comigo neste momento", disse ela. "Mas se ele terminar a tempo, quem sabe ele possa te ligar". A sensação de decepção se misturou com uma pontada de tristeza enquanto eu aceitava a situação. "Tudo bem", respondi, resignada. Desliguei o telefone, sentindo-me frustrada e traída. Samuel havia prometido estar na festa de Ashley e agora descobri que ele tinha outros planos. Eu não sabia o que pensar ou sentir, apenas me sentia perdida e confusa diante dessa revelação. *** Eu estava ali, parada no meio da festa de Ashley, com um misto de frustração e decepção correndo pelas minhas veias. Segurava um copo de bebida em uma mão e o celular na outra, me sentindo traída. Afinal, era difícil não se sentir assim quando você espera alguém e descobre que ele está ocupado com outra pessoa. Enquanto eu me afundava nos meus pensamentos, Ashley apareceu diante de mim novamente, interrompendo meu devaneio. Seus olhos pareciam que poderiam atear fogo em mim, tamanho era o seu descontentamento. "E aí?", perguntou ela, sua voz carregada de impaciência. "Conseguiu falar com o Samuel?" Senti um arrepio percorrer minha espinha quando encarei Ashley. "Não, na verdade... sim", respondi, tropeçando nas palavras. "Alguém atendeu, mas..." Ashley me cortou, sua voz mais irritante do que nunca. "Para de gaguejar e chega logo ao ponto", ordenou ela, impaciente. Fiquei ainda mais confusa, sem entender aonde ela queria chegar. "Que ponto?", questionei, confusa. Ashley me olhou com desdém, claramente irritada com a minha falta de clareza. "Você prometeu um show, Lily. Então é melhor você entregar um show na minha festa", disse ela, com um tom de exigência em sua voz. Minha raiva borbulhava dentro de mim quando, num gesto impulsivo, virei o copo de bebida todo que segurava, molhando parte da minha roupa. “Se é um show que você quer, é um show que você terá", declarei, empurrando meu copo vazio e o celular contra o peito dela antes de me dirigir até a mesa de centro. Com o coração acelerado pela raiva e pelo álcool, comecei a dançar, não apenas para mim mesma, mas também para mostrar a Ashley que eu era capaz de dar um verdadeiro show. Meus movimentos começaram de maneira sutil, mas logo se tornaram mais intensos e provocantes, guiados pela música pulsante e pelos meus próprios sentimentos fervilhantes. Cada movimento era calculado para atrair a atenção de todos ao meu redor, especialmente de Ashley, que observava com interesse crescente. Enquanto meus quadris se moviam em uma dança hipnotizante e meus braços deslizavam pelo ar, eu sentia os olhares curiosos e surpresos dos outros convidados sobre mim. Emily, minha melhor amiga, olhava-me em choque, como se nunca tivesse me visto assim antes. E ali estava Aidan, seus olhos fixos em mim com uma admiração palpável, como se eu fosse a garota mais deslumbrante do mundo. Enquanto a música continuava a pulsar e eu me entregava completamente à dança, eu sentia uma sensação de empoderamento crescer dentro de mim. Não era apenas sobre impressionar Ashley ou chamar a atenção de Aidan, ou até mesmo Samuel; era sobre me sentir livre, poderosa, dona do meu próprio corpo e do meu próprio destino. Os outros rapazes ao redor não conseguiam conter seus elogios, gritando que eu estava linda, que eu estava gostosa. Eu me encontrava dançando na mesa de centro, sentindo-me leve e embriagada, deixando-me levar pelo ritmo sedutor da batida. Meus movimentos eram sensuais, cada gesto calculado para atrair olhares e provocar desejos. Passando a mão de forma provocante pelas alças do meu vestido, eu sabia que estava chamando a atenção de todos ao meu redor. E eu adorava cada segundo disso. A sensação de liberdade que a dança me proporcionava era indescritível, e eu me entregava completamente a ela, sem reservas nem preocupações. Foi quando Jenny Jersey, uma das patricinhas da escola, se aproximou, seus olhos arregalados de surpresa. "Oh meu Deus!", exclamou ela, chocada com a cena diante de seus olhos. Eu a encarei com um sorriso provocante nos lábios, minha confiança transbordando. "Deus não tem nada a ver com isso", respondi com um tom provocante, continuando a mover-me ao ritmo da música. Ashley se juntou à cena, apontando em direção à entrada da casa com uma expressão de choque estampada em seu rosto. "Oh meu Deus!", repetiu ela, seus olhos se arregalando ainda mais. "Samuel e os The Wild Ones estão aqui!". Meu coração deu um salto de emoção ao ouvir aquelas palavras. Virei-me na direção da entrada, ansiosa para ver Samuel, mas, de repente, uma tontura me atingiu. O mundo começou a girar ao meu redor, e antes que eu pudesse reagir, senti meu equilíbrio ceder e caí da mesa de centro, atingindo o chão. *** O impacto foi brusco e doloroso, mas minha mente estava turva demais para processar completamente o que estava acontecendo. Eu me vi deitada no chão, cercada pelo burburinho da festa e pelas vozes distantes das pessoas ao meu redor. A vertigem diminuiu lentamente, dando lugar a uma sensação de confusão e desorientação. Tentei me levantar, mas minhas pernas pareciam não querer obedecer aos meus comandos, e uma onda de náusea me atingiu com força. Com as náuseas se intensificando, eu senti um impulso urgente de escapar da multidão e encontrar um lugar tranquilo para me recuperar. Corri em direção ao banheiro, cada passo aumentando a sensação de desorientação e m*l-estar. Emily, percebendo minha aflição, veio ao meu lado sem hesitar. Ela me lançou um olhar preocupado, compreendendo instantaneamente a gravidade da situação. "Eu vou com você", disse ela, sua voz transmitindo solidariedade e apoio. Seu gesto gentil trouxe um pouco de conforto em meio à minha aflição, lembrando-me de que não estava sozinha. Juntas, atravessamos a multidão, ignorando os olhares curiosos e os sussurros que ecoavam ao nosso redor. O banheiro parecia estar a uma distância impossível, e eu m*l conseguia manter o ritmo. Cada passo era uma luta contra as náuseas que ameaçavam me dominar. Finalmente, chegamos ao banheiro, e eu me senti aliviada ao entrar no ambiente mais silencioso e reservado. O ar fresco pareceu trazer um alívio momentâneo, e eu me apoiei contra a pia, respirando fundo enquanto tentava acalmar meu estômago revirado. Com um suspiro de alívio, agradeci silenciosamente por sua companhia, sabendo que, juntas, poderíamos enfrentar qualquer desafio que a noite nos reservasse. Eu estava ali, tentando recuperar o controle sobre meu corpo enquanto as náuseas pareciam querer me dominar completamente. Emily permanecia ao meu lado, sua presença reconfortante sendo a única coisa que me mantinha ancorada naquele momento de vulnerabilidade. Seus olhos atentos capturaram minha atenção quando ela quebrou o silêncio, sua voz suave trazendo uma mistura de preocupação e curiosidade. "O que foi isso?" ela perguntou, sua expressão demonstrando claramente sua preocupação. Encarei-a por um momento, ponderando como explicar o que aconteceu. "Me senti tonta", murmurei finalmente, minha voz fraca refletindo a fraqueza que eu estava sentindo. "Caí, e então..." Minhas palavras vacilaram enquanto as lembranças da queda me inundavam. "Então vieram as náuseas." Emily estudou-me atentamente, e foi só então que percebi o que ela realmente queria saber. "Não é disso que eu estou falando. Você estava dançando de forma... diferente", ela disse delicadamente, escolhendo suas palavras com cuidado. "De uma forma que eu nunca tinha visto antes." Um rubor de embaraço tingiu minhas bochechas enquanto eu tentava explicar. "Ashley... ela ficava insistindo que eu tinha que fazer um show", murmurei, minha voz se perdendo no ar. "E quando percebi, estava em cima do palco. Que vergonha..." A expressão de Emily suavizou-se, e ela colocou uma mão reconfortante em meu ombro. "Não se preocupe com isso", ela disse gentilmente. "Na verdade, foi bom ver você se soltando um pouco." Um suspiro escapou de mim enquanto eu me permitia absorver suas palavras de apoio. "Me soltei tanto que acabei caindo como uma laranja podre", brinquei fracamente, tentando fazer graça da situação para aliviar a tensão. Foi nesse momento que a porta do banheiro se abriu, revelando a figura de Samuel segurando uma compressa de gelo como se fosse um salvador. Seus olhos encontraram os meus, e algo dentro de mim se contorceu ao vê-lo ali. "Eu trouxe gelo para a sua cabeça", disse ele, seus olhos buscando os meus em busca de uma reação. Sua voz era suave, carregada de preocupação. Antes que eu pudesse responder, Emily interveio, sua voz firme e protetora. "Eu posso cuidar disso", ela disse a Samuel, tentando manter sua postura decidida. Seu olhar fixo nele deixava claro que ela não estava disposta a deixá-lo sozinho comigo naquele momento. Mas Samuel insistiu, sua determinação visível em seu rosto tenso. "Eu gostaria de falar com Lily a sós", ele disse, sua voz calma, mas firme. Seus olhos buscaram os meus, como se estivessem implorando por um momento de privacidade, e eu sabia que esta conversa seria inevitável. "Vá em frente", eu disse finalmente a Emily, tentando parecer mais confiante do que realmente me sentia. "Nós nos falamos depois." Com um aceno relutante, Emily saiu do banheiro, deixando-nos a sós. Agora era só eu e Samuel, e eu me perguntei o que ele tinha a dizer.
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