Capítulo 3

913 Words
Mikahel Até o ar da Rússia é diferente e pelo costume, prefiro mil vezes estar em solo conhecido e que posso chamar de meu. Meu lugar! Cheguei a pouco tempo e aproveitei o voo para descansar onde desliguei tudo não querendo ser incomodado por nada, e por sorte, não tinha nada de extrema importância quando verifiquei o celular. Decidi passar direto em casa para trocar de roupa e encontrei Irina no sofá o com um caderno na mão e quando ela me vê, sorrir o fechando na mesma hora como se quisesse esconder alguma coisa. — Não adianta esconder..., eu vou descobrir. — Falo vendo-a sorrir enquanto n**a* com a cabeça. — Já pensei em um esconderijo perfeito. — Ela diz me mostrando o dedo do meio. Gargalho na mesma hora indo na sua direção. Irina sempre foi bem moleca*, ela adora coisas simples, ama conversar e se deixar, ela fala sem parar o dia todo onde algumas vezes pode falar o que não se deve. Confesso que nunca deixarei de vê-la como uma menina, por mais que ela já seja adulta, temos uma ligação mais forte e depois de tudo o que aconteceu com ela, nos aproximamos mais ainda e posso dizer que ela também me ajudou. De tanto ver dor e problemas em volta, fiquei ao seu lado ouvindo os seus choros, mas fazia de tudo para melhorar as coisas nem que fosse um pouco, então, eu sempre via um sorriso dela no fim e por ela e minha mãe é que mantenho um lado diferente meu. Faço de tudo para protegê-la. Irina é um doce, tem uma energia muito agradável e por mais complicada que a sua situação possa ser, ela nunca perdeu a essência que ela tem. Me sinto na obrigação de protegê-la de tudo de r**m*, de evitar que ela sofra mais alguma coisa e claro, preciso confessar, de todas as pessoas que tenho em minha volta, eu gosto de ouvi-la. — Não quer dizer nada... — Falo me aproximando, mas tudo em forma de brincadeira, porque eu não sou de invadir o seu espaço. — Você é um chato... — Beijo a sua cabeça e me sento ao seu lado. — Pensei que ficaria com Alek na Itália..., poderia ao menos me trazer uma lembrancinha. — Diz revirando os olhos. — Não tem nada lá para mim e ele tem a Melina..., prefiro sobrar aqui e você não precisa de lembrancinha. — Respondo dando de ombros. — Como se isso fosse verdade..., já que não estou casada você deveria se casar e me dar sobrinhos, assim eu brincava com eles. — Ela fala colocando a sua cabeça no meu ombro e não consigo evitar um riso. — Imagina só, um mini Mikahel nos meus braços..., seria tão fofo e acho que ele seria também um bebê estressado e carrancudo já que você só vive assim. — Ela fala rindo da minha cara sem parar. — Não viaja, Irina..., é mais fácil você se casar logo e me dar um sobrinho..., se for menina melhor ainda porque assim não vai se parecer com o seu marido. — Irina se mostra chocada com o que falei. — i****a*! — Ela diz rindo e deixando um tapa no meu peito. — Mereço um marido bonito. — Merecer merece..., só não sei se o conselho pensar nessa sua exigência. — Respondo o óbvio fazendo-a pensar. — Deveria ter nascido homem, assim não teria tantas dores de cabeça com isso. — Ela fala como se pensasse alto. — Mas estaria com traumas e feridas na alma..., então, agradece porque você é a luz dessa casa. — Falo lhe dando um cheiro e saio do sofá. Ela não diz mais nada, mas pela forma como ficou com certeza Irina está pensando no que falei. O meu pensamento sobre o nosso mundo é que não existe um lado fácil e muito menos leve de se carregar. O peso é corporal ou mental, um dos dois, ou os dois ao mesmo tempo e nunca alguém morre ileso. Na máfia acontece de tudo e confesso, de certa forma, por mais estressante que seja a busca contra Klovis, eu vejo um lado bom nisso e é ela estar em segurança em casa. Me odiaria* saber que a machucaram, que a tocaram contra a sua vontade e claro, que a tratassem como um nada. Não consigo imaginar isso e só de passar pela minha cabeça o meu sangue ferve. Há muito tempo comprei essa causa e não solto facilmente, então, prefiro ela aqui. — Está me olhando assim por quê? — Ela questiona me fazendo voltar a si. — Pensando que deveria ter me trazido uma lembrancinha da Itália? — Na verdade, estou pensando onde vai esconder esse caderno aí. — Minto, nem percebi que parei no caminho enquanto pensava e nem percebia que a encarava. — Que segredos tem aí? — Pergunto mudando o assunto. — É um diário, mas nunca vai achar e nem saber o conteúdo..., mas acho que você tem mais o que fazer, ou, dessa vez não tem? — Ela pergunta com a sobrancelha levantada e cruzando os braços. — Temos um milagre aqui? — Tem razão, olhar para você não vai resolver os meus assuntos. — Respondo lhe dando as costas na mesma hora. Irina me xinga* de babaca* enquanto subo as escadas e sorrio indo em direção ao meu quarto entrando nele e fechando a porta. É bom estar em casa.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD