Capítulo 4

910 Words
Mikahel Retiro a minha roupa indo para um banho frio. Gosto de tomar banho, gosto mais ainda da sensação da água escorrer pelo corpo e pode parecer loucura, mas, é como se de alguma forma estivesse lavando a alma e uma leve sensação, mas bem leve mesmo, sinto uma sensação de leveza. Lavo os cabelos, faço a barba somente no contorno e começo a secar os cabeços com a toalha retirando o excesso de água, porém, preciso secá-los por completo para amarrar. Gosto dos meus cabelos medianos, mas confesso que já estou em tempo de cortar de vez. Visto uma calça jeans preta, uma blusa branca com uma jaqueta e coloco os meus sapatos estando quase pronto para sair, então, ouço batidas na porta e a abro destrancando. — Irina me disse que tinha chegado..., como foi a viagem? — O meu pai pergunta entrando e vou até à cama buscar o meu relógio. — Normal e tranquilo. — Respondo dando de ombros e ele acena com a cabeça. — Como todas as outras. — Ótimo, mas por que Alek ficou? — Sabia que ele perguntaria por isso. — Ele queria ficar mais tempo com Melina por lá..., faz bastante tempo que eles não se veem. — Dou uma desculpa, até porque não tenho direito de contar o que houve. — E o quê mais? — Como sempre, o meu pai é desconfiado das coisas. — Como assim? — Pergunto me fazendo de desentendido e sei que ele está buscando uma mentira. — Ele ficou só por isso? — Aceno que, sim, gesticulando, mostrando o óbvio. — Foi o que ele disse..., por qual motivo ele ficaria na Itália? — Respondo sem quebrar o contato visual e eu sei que se eu desviar, já era. — Certo..., tudo bem! — A forma como ele fala mostra que ele não vai esquecer isso. Antes dessa distância acontecer, Alek sempre ia à Itália usando qualquer desculpa, mas nunca passava muito tempo por causa das obrigações e treinamentos, então, quando se afastaram ele não falava muito sobre ir vê-la por causa dos seus problemas, mas eu sempre soube que ele sentia falta da companhia de Melina e sei que ele sempre a amou. Ele só não é de falar muito. Mas na minha opinião, de certa forma essa distância o ajudou muito, fora que Melina foi poupada de qualquer constrangimento. Não sei como ela está hoje, mas tenho a plena certeza de que Alek faria merda* e a machucaria de alguma forma se ainda fossem próximos, mas agora, sei que além de ele está bem para vê-la, ele também de alguma forma precisa a ter por perto. É como se ele necessitasse sempre saber algo dela já que não estiveram próximos. O meu pai antes de sair, me braça apertado e retribuo da mesma fora e é quando a minha mãe aparece. — Oh, meu amor..., já vai sair? — Ela pergunta me dando um beijo no rosto. — Nossa, que cheiroso! — Tenho que trabalhar, mas acho que não demoro muito. — Falo pensando se não houver contratempos. — Mas virá para o jantar? — Ela questiona esperançosa abrindo um sorriso. — Farei o possível, mas eu aviso! — Respondo não dando certeza, pois imprevistos surgem. — Eles não são mais crianças, Lya, já são homens feitos... — O meu pai fala rindo da situação. — Eu não ligo e não pegue no meu pé, Alef, eles sempre serão os meus bebês! — A minha mãe me agarra ficando de ponta de pé beijando os meus cabelos. — Lindos da mãe! — Tudo bem, mãe..., mas eu preciso ir. — Falo rindo da situação, pois tive até que me abaixar um pouco e assim, ela fica me olhando enquanto acaricia o meu rosto. — Você tem o olhar do seu avô..., do mesmo jeitinho. — Vejo os seus olhos lacrimejarem instantaneamente. — Também sinto saudades dele. — Respondo sendo sincero e vendo-a sorrir. O meu avô era um homem incrível, mas infelizmente faleceu a alguns anos por causa de um problema no coração. A sua esposa, Yelena, continua morando na casa que moravam juntos e ainda temos contato, onde ela vem nos visitar, e outras vezes, a minha mãe faz questão de ir vê-la. A tenho como uma avó! Foi um momento doloroso aqui em casa, a minha mãe passou dias dentro do quarto sem ânimo para nada e, o meu pai ficou um tempo em casa com ela para ajudá-la. Não se enganem, realmente tivemos tempos sombrios e acho que essa casa tem histórias para fazer diversos livros e séries com tantos acontecimentos, uns bons, outros melhores, mas claro, os ruins* foram presentes. Eu tive uma relação muito boa com ele, Irina nem se fala, pois como ela fica muito em casa, quando ele vinha nos ver ela ficava o dia todo com ele e a minha mãe também. Foram diversos jantares e almoços em família, me lembro dele desde criança e perdê-lo não foi fácil. Para ninguém! Mesmo com tantos problemas acontecendo, como, as ameaças por cima de Irina, os problemas de Alek, as obrigações da organização e tudo mais, sempre tivemos momentos em família para de alguma forma amenizar tudo. O maior pilar dessa família é a minha mãe e Irina que acima de tudo tem uma essência de sempre nos dar apoio em qualquer situação. Não sei o que seria de nós homens aqui de casa sem elas!
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