Prólogo

1157 Words
Por mais que o dia fosse triste para mim, era um dia ensolarado... Ainda era manhã, mas o sol já reinava no céu trazendo diferente tipos de cores de raios e luzes, além do calor para os corpos humanos que por ali vagava, apesar de haver pessoas falando do clima que os faziam suar, se abanavam ventilando seus corpos, no meu corpo magro sentia apenas o frio, ao chegar ao portão todos me olharam, me lembro dos seus olhos por baixo das lentes de óculos escuros, eu era apenas uma garota de dezesseis anos mas já experimentava a dor, a dor de perder e de ficar sozinha no mundo, filha de dois amantes que certamente se amaram até o último momento da vida, eu entrei no cemitério com dor, com saudade, e apesar de dizerem que tudo pode ser uma invenção da cabeça humana, eu senti, a dor no peito não passava. Quanto mais caminhava mais doía, ali haviam os amigos mais próximos, os que visitavam a nossa casa, ainda me lembro das risadas altas tarde a noite, a música num tom médio enquanto eles bebiam e conversavam assunstos do cotidiano em geral, mas também naquele dia estavam aqueles que papai sempre dizia para a secretária dizer que estava numa reunião, ele sempre estava ocupado para aqueles chatos, aqueles que ligavam para contar algo r**m e até mesmo apenas para pedir dinheiro, caminhei a passos lentos pela grama verde. Olhei para as duas lápides, ali não havia corpo ou tampouco nada enterrado exceto seus nomes, não encontraram seus corpos, foram dias de procura e nenhum sinal deles. Todos estava em silêncio enquanto o padre de branco falava palavra em latim, acredito que a maioria não compreenderá nada, papai e mamãe nem mesmo eram religiosos, mas até mesmo o padre foi. Os demais sempre faziam o sinal da cruz em seu corpo. A cores das vestimentas em seus corpos era um só, o preto se destacavam, todos eles usavam o mesmo tom, fiquei olhando para ambos os túmulos me perguntando porque? Porque partiram? Porque se foram e me deixaram tão cedo? Eu nem mesmo terminei o ensino médio, engoli em seco olhando para ambas as lápides, eles tinham tanto a me responder, mas nenhum deles falavam. Nenhuma mão era capaz de me consolar, nenhuma delas poderia me acariciar e dizer que ia ficar tudo bem. Vi quando todos sairam caminhando para ir embora, fiquei por horas em silêncio vendo e esperando tudo em absoluto silêncio, o guarda-chuvas acima da minha cabeça serviu para o sol, mas também para a chuva, estava chuvendo quando sai do cemitério e ainda a dor não havia passado, dias foram indo, noites chegando, alguns vinham a minha casa em vão eles falavam com as paredes, tentavam me tirar da cama, mas para mim não importava ter herdado tão grande quantia em fortuna, eu não tinha pais, avós, avôs para cuidar de mim. Quando o meu tio chegou, pronto para assumir todas as responsabilidades da casa e de mim, todo o império que eles deixaram, passou-se um mês todos os dias na mesa sempre haviam comidas refinadas, pela manhã garrafas de champanhe pelo chão, mulheres sempre corriam e se escondia ao me ver, nunca lhe disse uma palavra, era como se a voz da minha mãe imperasse em minha cabeça. — Léo nunca confie em seu tio Tomás, nunca o receba em seu quarto. — E como ela disse eu nunca confie, não somente por ela, mas por mim também. Um mês convivendo com um estranho dentro da minha própria casa, não me surpreendi quando a policia chegou com pressa sem educação alguma, derrubou a porta, ele tentou correr ainda dentro do escritório que foi do meu pai, mas o pegaram, assistir tudo da escada, vi quando o jogaram no chão e o algemaram. — Permaneça em silêncio senhor Sullivar, fale apenas na frente do seu advogado, o que disse e fizer pode ser usado contra você. Desci as escadas peguei a notificação das mãos do policial maior, ele não reagiu ao meu gesto, ao ler o encarei séria. — Foi você? — Perguntei, foram as palavras que sairam depois de dois meses, seus olhos azuis me encararam um sorriso frouxo nasceu dos seus lábios em zombaria. O levaram passando por mim, depois deste dia, foi o último dia que vi Thomás Sullivar, supostamente o meu tio. Após esta pergunta, nenhuma palavra mais saiu dos meus lábios até...dois meses depois. — Que p***a é esta? Eu não vou me casar. — Recebi um acordo pré-nupcial assinado pelos meus pais, eles fizeram um acordo com os Wests, me entregando ao filho mais velho deles, para que me protegesse em troca da administração de toda a fortuna que deixaram, neguei em discordância, os Wests nem mesmo era os colegas rejeitados que o meu pai pagava a secretária para mentir e dizer que não estava, nunca os vi. A mão da mulher tentou me tocar, desviei. — Não me toca. Voltei a ler o papel com os olhos nublados, e nele estava uma ordem que eu como uma garota de dezesseis anos preciso de proteção, não por ser uma garota, mas por ser a garota mais rica da cidade, conferi em detalhes a assinatura do meu pai, e era a dele naquele papel engoli em seco o meu orgulho, apesar de não estarem presentes na minha vida, meus pais ainda cuidavam de mim. Na mesma semana fui levada ao cartório, com a mesma roupa que usava em casa, cabelos preso numa trança m*l feita, assinei os papeis com um homem alto, magro, de óculos de aros roxos, cabelos lisos escuros, pele branca olhei o tempo inteiro para a janela, atrás dele nela estava uma luz radiante apesar do dia de chuva intensa. Após assinar os documentos com um estranho, voltei para a mansão que cresci casada, a aliança dourada no meu dedo, olhei em volta, as malas com tudo que eu mais gostava estavam a minha espera, os empregados levaram. Este foi o meu último dia na minha casa, mudaram-me de casa, mudaram-me de escola, eles mudaram tudo que poderia da minha vida, até mesmo a privacidade, sempre há homens de preto em todos os lugares que vou, a senhora Namam e o Senhor Luigi passaram a morar comigo, quanto a meu esposo só vi no dia do casamento e nem mesmo olhei para o seu rosto. Nunca me visitou, tampouco uma vez se quer perguntei por ele. A verdade é que eu não preciso de um esposo, somente de seu sobrenome, West é apenas dizer este nome que as pessoas tem medo, se curvam faltando somente deitar-se no chão para que pise por cima delas. Mas ao invés de Sullivar da minha mãe, o que todos saberiam que sou a princesa dos minérios ou o West atormentador, prefiro que me chamem de Léo Arso para os desconhecidos, para os conhecidos, apenas Léo para os mais chegados.
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