✔ 3. Mais um caso
1031 Words
✔ 3. Mais um caso:
Com desgosto recebeu Giancarlo, que tinha ido até a delegacia para informar o sequestro de sua esposa.
Ouviu tudo atentamente. Uma mulher estava em perigo, era sua obrigação a encontrar e fazer justiça.
O laudo da perícia sobre a quarta vítima, ainda não estava pronto.
Por se tratar de um sequestro começou as investigações, com a análise das imagens cedidas por Giancarlo. Acompanhava o perito, que encontrou alguns cortes na gravação.
Ele foi até a casa de campo de Giancarlo, em busca de pistas. Não havia nenhuma câmera na redondeza, que pudesse ter filmado a movimentação. E na casa não encontrou nada que pudesse levar aos suspeitos.
_ Que homem burro, odiado como ele é, traz a mulher para esse fim de mundo e deseja que nada aconteça com ela.
Falou consigo mesmo.
Voltou para a delegacia com os peritos, tinha muito trabalho a fazer.
Mesmo não sendo casos de grande gravidade, na delegacia sempre apareciam casos de mulheres agredidas pelo marido ou namorado.
Desde que assumiu a delegacia de crimes contra a mulher, viu de tudo. Conheceu uma sociedade machista, que não imaginava existir.
Mas duas coisas causavam-lhe indignação, mulheres que perdoavam os homens que as agrediam, retirando a queixa prestada. E a alegação dos covardes em dizer que o motivo era o amor.
Tudo girava em torno do amor, os agressores diziam ter cometido as agressões por amar. As mulheres diziam perdoar também por amar.
Como podia um único sentimento, trazer tantas coisas ruins para a vida de uma pessoa?
Não encontrava uma resposta para a pergunta que se fazia praticamente todos os dias.
...
Seguindo um plano o irmão e o pai de Fiorella, foram até a delegacia. Acabariam com a mentira de Giancarlo, não existia sequestro algum.
_ Precisamos conversar com o delegado Benjamin Baumann?
_ Quem deseja?
_ Sou irmão de Fiorella Barese e ele é o meu pai.
_ Aguarde um momento por favor.
A recepcionista da delegacia fez a ligação para o delegado que autorizou a entrada dos dois homens.
Benjamin pensou que ouviria cobranças, imaginou que eles estavam ali para pedir agilidade no caso.
_ Imagino que estão aqui para saberem do andamento da investigação sobre o sequestro de Fiorella Barese.
_ Não.
Germano respondeu, deixando o delegado surpreso.
_ Não?
Perguntou, franzindo a testa.
_ Não. Fiorella, está em segurança e logo estará bem.
_ Não, estou entendendo, o marido dela esteve aqui ontem e registrou um boletim, alegando que a sua esposa havia sido sequestrada, apresentou uma gravação das câmeras de segurança da casa.
_ Fiorella, não foi sequestrada, ela foi resgatada.
_ Podem me explicar o que está acontecendo? O marido alega que ela foi sequestrada e vocês chegam aqui dizendo que ela foi resgatada. Preciso entender o que está acontecendo.
Fúlvio foi direto.
_ Irei explicar, é simples, a minha irmã pediu ajuda para sair daquela prisão.
_ Giancarlo a mantia em cárcere privado? Ela pode fazer uma denúncia...
Fúlvio o interrompeu.
_ Não é tão simples assim, Giancarlo é um político, cheio de processos e nunca acontece nada com ele.
_ Neste ponto preciso concordar.
_ O que acontece é o seguinte, aquele miserável enganou a minha irmã, a conquistou e em pouco tempo se casaram. Como ela estava feliz, mesmo contrariados o meu pai e eu não impedimos que ela se casasse. Mas, após o casamento notamos que ela mudou, perdeu o brilho no olhar, quase não conseguíamos a ver. Giancarlo sempre tinha uma desculpa. E quando conseguíamos falar com ela, era sempre a mesma, alegava estar bem, que era coisa da nossa cabeça.
Benjamin ouvia tudo com atenção, para ele aquele tipo de situação era comum.
_ O filho do dono da empresa que o meu pai trabalha se interessou por Fiorella, quando ela ainda tinha dezessete anos, mas não achou apropriada uma aproximação...
Fúlvio contou a ele sobre o interesse de Fabrizio, na irmã, fazendo com que Benjamin, pensasse que Fiorella fugiu com ele. De tudo não estava tão errado.
_ Fabrizio, sempre que tinha uma oportunidade de falar com Fiorella, dizia-lhe que no dia que ela precisasse, poderia lhe pedir ajuda, que ele a tiraria das garras do marido, bastava um telefona dela.
_ Eles eram amantes?
Benjamin quis saber.
_ Não. Fabrizio a ama, mas nunca tiveram um envolvimento, agora é provável que aconteça. Fiorella está com ele.
_ Então, ela não foi sequestrada, como alega o marido.
Fez sua constatação
_ Não, há poucos dias, Fabrizio recebeu um telefona de Fiorella, e ela apenas disse a ele “me ajuda”, antes de desligar. Ficamos desesperados, não sabíamos onde ela estava, mas não demoramos muito a descobrir. Elaboramos um plano e a resgatamos.
Benjamin ficou impressionado, aquela história toda parecia cena de filme ou novela.
_ E agora, Fiorella esta aonde?
Quis saber.
_ Está com Fabrizio, fora da cidade.
Germano respondeu.
_ Ela precisa comparecer à delegacia, prestar esclarecimentos.
Benjamin, precisava confirma se a história contada a ele era verídica.
Germano pegou o envelope com as fotos de Fiorella machucada e entregou ao delegado.
_ Giancarlo a deixou assim?
_ Exatamente.
_ Ela precisa vir a delegacia prestar queixa.
_ Como disse Fiorella, não está na cidade.
_ Ela precisa vir prestar depoimento. Entendo a situação, mas ela precisa vir a delegacia. Cuidarei da segurança dela.
Não podiam recusar ao pedido do delegado, era melhor o ter como aliado.
_ Tudo bem. Entrarei em contato com Fabrizio, pedirei que traga a minha irmã, mas precisamos bolar um plano, não queremos correr o risco de Giancarlo, suspeitar ou encontrar Fiorella.
_ Confiam tanto assim em Fabrizio?
_ Sim, como pai digo que no momento ele é a melhor pessoa para proteger Fiorella. É um homem treinado e a ama. Sei que irá protege-la.
Eles acertaram que Fabrizio chegaria a delegacia de madrugada, Benjamin os esperaria próximo ao estacionamento.
Benjamin não cedeu, não iria a outro lugar para encontrar com Fiorella, já tinha colocado muitas pessoas atrás das grades. Poderia ser uma armadilha. Vivia em estado de alerta.
...
Se desejarem conhecer a história de Fiorella e Fabrizio, está disponível:
"Um pequena Flor no jardim, de Fabrizio".
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