✔ 28. A cama é grande:
✔ 28.1. Dormindo juntos:
Tudo o que Benjamin nunca imaginou acontecer na sua vida, estava a acontecer, dividindo espaço com uma mulher no seu apartamento e aceitando ordens dela. Para ele o pior não era aceitar que uma mulher chamasse a sua atenção, por fazer algo que estava acostumado, o pior era gostar de dividir o espaço com essa mulher e não achar r**m, ela reclamar de uma atitude sua.
Conclusão: estava fodido, muito fodido.
_ Desculpe, não quis chamar a sua atenção.
_ Não tem problema, é normal você querer manter a organização, afinal de contas, foi você quem organizou a minha bagunça.
Ela estava envergonhada.
A dor de cabeça que Benjamin sentia, não dava trégua, ele sentia a sua cabeça latejar. Após deixar os sapatos na lavanderia procurou por um analgésico.
Suava frio, começando a ter enjoo, precisava tomar um banho e ficar em um lugar, sem luminosidade.
Aurélia havia preparado um jantar leve, por perceber no horário do almoço que Benjamin não se sentia bem.
Mesmo saboroso, Benjamin não conseguiu comer muito.
Tomou o seu banho, vestiu uma calça de moletom preta, uma camisa branca, não resistindo à tentação de deitar um pouquinho na sua cama, antes de ir para o sofá. Ele desejava ficar sem camisa, mas por respeito a presença de Aurélia, vestiu uma.
Aurélia percebeu que ele estava ainda pior, que na hora do almoço, o tempo todo esfregava a fonte, mantinha os olhos fechados por muito tempo.
Benjamin estava deitado, com um braço cobrindo os olhos, Aurélia já estava pronta para dormir, usava um pijama azul marinho, composto por calça e blusa de mangas longas. Diferente das roupas que usava o pijama era bonito e valorizava o seu corpo, mostrava um pouco das curvas que as roupas que usava em seu dia a dia escondiam.
Preocupada com a saúde de Benjamin, ela aproximou-se cuidado.
_ Benjamin, você não acha que deveria ir ao hospital?
_ Não acho necessário, é apenas uma crise de enxaqueca. Às vezes acontece.
Ele tremeu quando sentiu um calafrio.
_ Você está tremendo.
_ A dor provoca calafrios.
Aurélia sentia que precisava o ajudar.
_ Pode dizer aonde estão guardadas as toalhas de rosto?
_ No armário no banheiro, acredito ter alguma.
Ele continuou deitado de olhos fechados, não desejava ir ao hospital, estava sentindo tanta dor, que passou a cogitar a hipótese.
_ Benjamin, acho que isso pode aliviar um pouco a dor que está sentindo.
Ela perguntou aonde poderia encontrar uma toalha, para fazer uma compressa gelada para colocar em sua testa.
_ Molhei a toalha com água gelada e gelo, acredito que irá aliviar um pouquinho a sua dor.
Mesmo envergonhada ela colocou a toalha dobrada em sua testa. Sentou do outro lado da cama.
A sensação da toalha gelada causou um pouco de alívio para Benjamin. Aurélia ficou o observando relaxar, esperou por alguns minutos, voltou a cozinha para buscar a outra toalha que deixou no gelo, para trocar a que estava com ele. Poderia ter usado uma bolsa de compressa própria, mas não tinha visto nenhuma na caixa de primeiro socorros que ficava na cozinha.
Repetiu a troca por mais umas duas vezes, porém estava cansada de limpar e organizar o apartamento, por fim adormeceu ao lado de Benjamin.
Se alguém o pergunta-se em qual momento dormiu na cama? Ele, não saberia responder.
Se a mesma pergunta fosse feita a Aurélia, ela também não saberia responder.
✔ 28.2. Dividir a cama:
Na manhã seguinte, ambos acordaram assustados, sem saber o que fazer, o que falar, como agir.
Benjamin, desejava apenas descansar um pouco, antes de ir para o sofá. Aurélia, desejava trocar as compressas e depois ir dormir no sofá.
Os dois fizeram planos de dormir no sofá e por fim, passaram a noite dividindo a mesma cama.
Ambos constrangidos com a situação embaraçosa.
_ Desculpa, era para ter ido dormir no sofá.
Ele se afastou dela.
Durante a noite, eles se aproximaram mesmo adormecidos, dormiram colados um ao outro. A proximidade entre eles, fez com que Benjamin dormice bem, algo que não acontecia a muito tempo.
_ Não precisa pedir desculpas, a cama é sua, não estava se sentindo bem, o correto era eu ir para o sofá, mas acabei adormecendo.
_ Não quero que pense que quero me aproveitar de você.
_ Sei que está dizendo isso por causa da acusação da minha mãe. Não a leve em consideração, ela é um pouco neurótica, me sufoca.
_ Percebi.
_ A cama é grande, o sofá não deve ser confortável para passar a noite toda.
_ Preciso concordar.
_ Você dormiu bem?
Ela quis saber.
_ Como a muito tempo não dormia.
_ Então, ...
Aurélia ficou com as bochechas coradas, esperava que ele não a entendesse m*l.
_ Acho que podemos dividir a cama, até comprar uma cama para o outro quarto.
_ Não se importa em dormir comigo? Digo, não se importa em dividir a cama comigo.
_ Não, tem espaço para nós dois.
Passariam a dividir a cama todas as noites.
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Passar a dormir juntos era o primeiro passo para que outras coisas pudessem acontecer.