✔ 27. Mas ele é...

975 Words
✔ 27. Mas ele é... ✔ 27.1. Dor e mente ocupada: Passar a noite novamente no sofá era tudo o que Benjamin, não desejava, porém não conseguiu ir a uma loja comprar móveis para o quarto de hóspedes. O dia na delegacia foi tumultuado, o que só fez piorar a sua dor de cabeça. Ele que estava péssimo ficou ainda pior, sentia que sua cabeça poderia explodir. Tudo o que desejava era um banho e dormir. Os remédios que tomou para a dor, não fizeram efeito. Enquanto, ele sofria na delegacia, Aurélia continuava a organizar o seu apartamento, lavou todos os banheiros, as roupas dele que estavam no cesto de roupas sujas na lavanderia. Ela temia que ele pudesse sentir como uma invasão a sua privacidade, quando na realidade estava mantendo-se ocupada para não pensar que estava na lista de um assassino. Quando ela parava, seus pensamentos viajavam para a lista, tentava encontrar alguma motivação para estar na mira do Anjo da morte. Na Universidade ouvia comentários sobre sobre o caso, todas as mulheres com medo, as famílias das alunas também sentiam medo, muitas tinham trancado o período. Algumas das alunas que eram de famílias rica, chegaram ao extremo de sair do país. Aurélia não conhecia as vítimas, estudava sem manter muito contato com os alunos, não tinha amigas na Universidade, do mesmo modo que foi no colégio, falava somente o necessário quando preciso. Era insegura, calada, mesmo longe sentia os efeitos da opressão da mãe, que julgava que nenhuma colega era boa o suficiente para ser sua amiga. As colegas tinham a impressão que ela era uma puritana, que poderia sentir-se ofendida com qualquer coisa que falassem. Aurélia, precisava de forças para mudar, se libertar do casulo, deixar de ser lagarta e se transformar em uma linda borboleta. Ela esperava que a investigação não demorasse muito a encontrar o culpado pelas mortes, porém esperava também que fosse tempo suficiente para se libertar das garras da mãe. ✔ 27.2. Caminho da perdição: Enquanto a filha se ocupava em manter a mente ocupada para não pensar sobre sua vida, sobre o assassino, Luíza estava surtando em casa, somente não foi a delegacia porque o marido e a sogra impediram. _ Calma mulher, todos nós conhecemos a fama do delegado, ele é tido como um homem de caráter, exemplo a ser seguido, nunca se ouviu falar de um desvio de conduta dele. Aurélia não telefonou, talvez por segurança. _ Você não entende Joaquim, aquele homem pode levar a nossa menina para o caminho da perdição. A senhora Joana, perdeu a paciência com a nora. _ Prefiro minha neta no caminho da perdição, porém viva. De nada adianta seguir o costume da moral e bons costumes se isso custar a sua vida. Agora sossegue Luíza, o delegado está cuidando da segurança da nossa menina, confie na educação que deu a ela. Ela tentou refutar a sogra. _ Mas ele é... A sogra completou. _ Um homem bonito e inteligente o suficiente para conquistar Aurélia, reconheço. Ele é considerado o príncipe que muitas desejam, se Aurélia assim quiser, se ela quiser se perder com o delegado Benjamin, nada poderemos fazer, não há o que se fazer. _ Se ele tirar a pureza da minha menina, terá de se casar com ela. Joaquim foi categórico. _ Vamos esperar ela dar notícias, se demorar muito, Joaquim irá a delegacia. Joana estava preocupada com a vida da neta, a queria viva, não conseguia entender o porquê da nora se preocupar com reputação, honra, virgindade, quando a vida da filha estava em risco. ✔ 27.3. Criando uma rotina: Quando o fim do expediente chegou Benjamin estava ainda pior, sentindo dor, esgotado fisicamente e mentalmente. Samuel recomendou que procura-se um médico, ele recusou, disse ser apenas uma dor de cabeça, em consequência de uma noite m*l dormida. Não procuraria um médico. Quando chegou ao apartamento, sentiu o cheiro bom de limpeza, observou que tudo continuavá organizado, poderia tomar um banho e descansar. Olhou para o sofá frustrado, a noite seria longa novamente. Não viu Aurélia, apenas ouviu sua voz, ela cantava. Seguiu o som de sua voz, a encontrando na parte que a parede da cozinha encobria a sua visão. Sentiu o cheiro bom do jantar que ela preparou. Não a queria assustar, voltou para a sala e a chamou. _ Aurélia, cheguei! Falou alto. Ela se assustou um pouco, estava completamente distraída cantando. Assim que o viu, reparou em como estava péssimo. _ Preparei o jantar. O informou. _ Aurélia, sei que deseja fazer os afazeres domésticos, mas não desejo que se transforme em uma empregada no meu apartamento. _ Não se preocupe, estou apenas ocupando a minha mente, se ficar sem fazer nada irei ficar pensando besteiras. Ele a entendia. _ Como foi o seu dia? Por sua expressão de cansado, imagino que foi péssimo. _ Um pouco pior que péssimo, eu diria. Benjamin sentou em uma das poltronas, retirou os sapatos, as meias, precisava relaxar. Descalço como Aurélia. Não tirou a camisa em respeito a sua presença. Aurélia sentou no sofá. _ Imagino que rotina de uma delegacia seja estressante. Os dois permaneceram conversando por alguns minutos, Benjamin, falou um pouco sobre o seu trabalho, como era a rotina. Benjamin estava acostumado a deixar roupas e sapatos espalhados, não tinha ninguém para o repreender e por ser ele a organizar tudo, pensava que não faria diferença o momento em que fizesse. Por seu costume levantou-se e deixou os sapatos na sala. _ Você é bem desorganizado. Parou tentando entender. _ Como? _ Deixou os sapatos na sala. Uma mulher chamando a sua atenção, uma novidade para ele. Voltou e pegou o par de sapatos e as meias, deixou na lavanderia. _____ /// ___ /// ___ /// ___ /// ______ Nenhum dos dois saberia explicar como terminaram a noite dividindo a cama.
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