✔ 30. Ele a ensinaria:
✔ 30.1. Luíza na delegacia:
Na delegacia, além de Samuel, nenhuma outra pessoa tinha conhecimento sobre o delegado estar abrigando em seu apartamento uma possível futura vítima do Anjo da Morte.
Benjamin desejava que ninguém mais soubesse que Aurélia, estava sob a sua proteção, esse era o seu desejo, o desejo de Aurélia, da sua família, com exceção de Luíza. A mulher não demonstrava em momento algum entender ou ter a mínima noção do risco que a filha estava a correr.
Luíza, ir à delegacia era praticamente o mesmo que dizer que o delegado tinha conhecimento sobre a lista de nomes do Anjo da Morte, e que o nome de Aurélia estava na lista.
Benjamin estava furioso com a sua futura sogra.
Uma ideia estava constantemente dando voltas em seus pensamentos, Aurélia não poderia passar semanas ou até meses trancafiada no seu apartamento. A sua vida não podia parar por conta de um assassino, possuía o direito de ser livre. Quem deveria estar preso era o assassino, não ela.
Enquanto o Anjo da Morte continuava em liberdade, nada mais justo que Aurélia aprender a se defender.
Ele a ensinaria.
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✔ 30.2. Ajudar e Proteger:
Benjamin chegou ao apartamento decidido a conversar com Aurélia, não desejava invadir a sua i********e, mas precisava conhecer um pouco sobre ela, sobre a vida da sua família. Conseguia perceber que por trás da mulher tímida, recatada, de aparência frágil, existia uma mulher forte e corajosa, lutando para se libertar das amarras da mãe. Ele estava disposto a abrir as algemas que a aprisiona, sem caber que a consequência seria ser algemado a Aurélia, pelas "algemas da paixão".
Nos planos dele estava ensinar Aurélia a se defender, a ensinaria manusear uma arma e defesa pessoal. Como delegado e por estar em constante perigo, fez alguns cursos de defesa pessoal. Ser professor não, era algo que gostasse, mas Aurélia precisava saber se defender.
A chamou para conversar:
_ Aurélia, você se importa em falar um pouco sobre você e a sua família?
_ Não, de modo algum, minha vida e a da minha família não têm nada de mais. Mas o por que da pergunta? Tem a a ver com o caso das mulheres?
_ Hoje a sua mãe foi até a delegacia, e assim como aconteceu na sua casa, fez algumas acusações.
_ Posso imaginar que tipo de acusações.
Disse triste e envergonhada com a atitude de Luíza.
_ Quero entender o que a motiva falar que irei desvirtuar você, que a transformarei em uma meretriz, mulher da vida e outras coisas. As suas falas me remetem ao século passado.
_ Sinto muito, minha mãe, ... Bem, não sei nem o que dizer. Lamento que tenha o ofendido.
_ Está tudo bem, você não é responsável pelas atitudes da sua mãe. Espero, que desculpe a minha sinceridade. Não gostei da visita dela na delegacia, não somente pelas acusações, mas principalmente por colocar você em risco. Penso que ela não entendeu a gravidade da situação, não entendeu que um assassino está querendo matar a filha dela. A situação é delicada e ela prefere fazer acusações contra a mim, a enxergar a gravidade da situação.
_ Ela não tem muita noção.
_ Ela não possuí noção alguma. Se o Anjo da Morte for um policial corrupto, ela simplesmente, o fez saber que você está sob a minha proteção.
Aurélia estava muito envergonhada e triste, sua mãe não demonstrava a amar, o seu bem estar e sua integridade física, vinham após a sua crença, virtude e mais um monte de baboseiras. Não se importava com os sentimentos da filha, julgava estar acima do bem e do m*l, com direito a decidir e interferir na vida de Aurélia.
Aurélia ouviu atentamente tudo o que Benjamin falou.
_ Não sei o que fazer.
Lamentou, seu tom de voz era baixo, os olhos brilhantes com as lágrimas que começavam a surgir.
_ Amanhã você irá telefonar para a sua mãe e dizer, que precisará sair da cidade, que após a sua visita na delegacia não é seguro que permaneça na cidade...
Ela concordou, faria exatamente como ele pediu.
Não tinha palavras em seu vocabulário capaz de descrever a gratidão que sentia por Benjamin. Muito mais que a proteger de um assassino, ele estava dando a ela a oportunidade de viver sem a opressão e repreensão da mãe. Mesmo sem sair do apartamento, sentia-se livre.
_ Eu não entendo a minha mãe, ela não escuta ninguém, se acha a dona da razão. Ela pensa que pode controlar a todos. Meu irmão mais velho casou e pouco vai visitar nos visitar, por causa dela. O meu outro irmão, está saindo de casa, ele alega ser por causa do trabalho, mas sei que também é por causa dela.
_ E você, Aurélia? O que você tem de diferente dos seus irmãos?
Benjamin não desejava saber dos seus irmãos e sim dela. Desejava que ela falasse, se abrisse para poder a ajudar, pois se tinha uma certeza era que a ajudaria e a protegeria
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Aurélia, falaria bem mais do que Benjamin poderia imaginar, o deixando surpreso.
Um beijo aconteceria.
O primeiro beijo de Aurélia.
O primeiro beijo deles.
O primeiro beijo de muitos.