Capítulo 46: Tentando se acertar...

1463 Words
Enquanto Cliff e Brenda tiravam sarro da cara de Eliot por parecer um menino birrento, no quarto, Carly estava num sono profundo. Conseguiu finalmente dormir sem pensar no que presenciou entre o marido e a amiga, somente alisou a sua barriga e com isso, sentindo uma paz, dormiu. O sono estava tão profundo que se viu em meio a um sonho. Um sonho que não esperava ter tão cedo. Sonho ON Carly com os pés descalços, pisa sobre um gramado em direção a uma luz que irradiava e iluminava toda uma paisagem. Flores, árvores e um lago a frente com um banco branco a beira do mesmo e lá estava, um menino de cabelos pretos lisos com uma roupa toda branca de costas para ela com uma vara de pescar nas mãos. Carly estava com uma coroa de flores nos cabelos soltos, vestido branco longo soltinho da cintura para baixo. Seus passos por mais que fossem leves, foram capazes de fazer o menino com um sorriso genuíno se virar. - Você finalmente veio. Já estava aqui entediado a te esperar. Sorrindo, Carly se aproxima sentando-se ao seu lado. Suas mãos soltam a vara de pescar, dando vazão a tocar o rosto de Carly. Quando os olhos se encontraram, Carly viu no olhar daquele menino o amor e sim, ele era idêntico a Joshua quando criança. Sua voz embargou sobre o nó que se formou na garganta. Trêmula ao sentir o toque do menino no seu rosto, pigarreou algumas vezes antes de conseguir falar. - Você... estava me esperando?! Quem é você? Com as suas pequenas mãos, segurou o seu rosto emocionado firmemente e com seus grandes olhos brilhantes, sorriu. - Eu sou o seu filho. E você será a melhor mãe do mundo! Mas para que eu venha a nascer, você deve se afastar do m*l. Sentindo o coração doer e o peito se apertar, Carly não entendia muito bem o que o menino lhe dizia até que o tempo se fechou de repente e o rosto de Joshua apareceu bem grande chorando e as gotas que caíam sobre a paisagem e eles, não eram cristalinas e sim, vermelhas. O pequeno que se envolvia nos seus braços, chorava e ao erguer o seu rosto para olha-la, seus olhos estavam banhados de sangue. - Cuidado mamãe, muito cuidado! De repente o menino sumiu dos seus braços e ao se virar para procura-lo, uma pessoa estava frente a ela segurando o menino e os seus olhos tinham raiva, rancor e culpa. - Eu não tive culpa... Eu não tive culpa! Sonho OFF De repente Carly despertou. O que começou como um sonho, se tornou um pesadelo tenebroso. Mas o que tudo aquilo queria dizer? Passando as mãos por seus cabelos úmidos de suor pelo sonho agitado finalmente sentiu que estava molhada e jogando as pernas para fora da cama, viu uma marca desenhando o seu corpo no lençol e no travesseiro. Retirou tudo e levou para o cesto de roupa suja no banheiro. Ao retornar, forrou a cama e escutou gritos vindos de fora da casa. Correu até a janela e não viu ninguém mas continuava a ouvir gritos de quem estava discutindo. Pensou estar ainda impressionada com o sonho e foi para o banheiro tomar um banho. Já era fim de tarde quando despertou e o céu estava lindo numa imagem alaranjada no céu azul do sol se pondo. Tomou o seu banho e vestiu uma blusa branca de manga estilo cigana e uma bermuda jeans verde e secando os cabelos saiu do banheiro dando de cara com Brenda sentada na beira da sua cama. - Que susto Brenda! Está tudo bem? – Perguntou percebendo um vinco na testa da cunhada. Encarando a cunhada, Brenda meneou a cabeça negando. - Não está não cunhada. Seu marido está lá embaixo e... Nem esperou a cunhada terminar e passou por Brenda feito um furacão abrindo a porta e descendo as escadas. Se surpreendeu ao chegar na sala com o seu pai apontando uma arma na direção do seu marido que tinha o supercilio cortado e o irmão sentado numa poltrona com o canto da boca sangrando. Rapidamente Carly se colocou a frente da arma para saber o que havia acontecido ali. - Pai... abaixa essa arma pai. - Carly, você se colocando a frente desse infeliz. Eu vou matar esse homem. Olha o que ele fez com você minha menina... Levando um choque, Carly olhou em direção a escada e se deparou com a sua cunhada logo atrás em pé chorando e meneando a cabeça de que não havia falado nada para o pai dela e nem Cliff. Suspirou aliviada, mas seu coração estava disparado e acreditando ser aquilo que sonhou ser a tal tragédia, falou com o pai olhando fixamente em seus olhos. - Pai, entre eu e Joshua não aconteceu nada. - Carly! – Joshua tentou falar, mas a mesma o encarou furiosa e logo se calou. Voltando a olhar para o pai, suplicou que abaixasse a arma até que com uma certa relutância, fez o que a filha pediu deixando-a mais aliviada por não ter uma arma apontada na sua direção para atingir o marido que estava logo atrás dela sentado na outra poltrona contrária ao seu irmão. Nesse momento, Brenda correu até o marido para examina-lo e o mesmo estava furioso pelo comportamento da irmã defendendo o crápula do marido. Eliot se sentou no sofá e com isso, Carly se aproximou do pai tirando a arma da sua mão. Segurou a sua mão e o encarando com um sorriso fraco disparou. - Pai, eu vou falar com o Joshua lá fora. Não se preocupe que está tudo bem. Mas agora, deixa que eu resolvo está bem? Encarando o genro com um certo desgosto, voltou-se a olhar para a filha que estava em expectativa por sua resposta. - Está bem minha filha, apesar que eu sei que algo grave aconteceu e não quer me dizer, mas qualquer coisa, não ouse em deixar de me chamar. Beijando a sua bochecha, ela concordou. - Sim papai. Pode deixar. Colocando-se de pé, encarou Joshua que estava envergonhado, e com uma certa frieza, falou. - Vamos lá fora. Passou por ele que olhou para todos que estavam o encarando e a seguiu apreensivo. Na verdade, ele não sabia como agir ou o que falar. Somente lhe veio a mente pedir desculpas. Assim que chegaram ao alpendre perto da piscina, Carly parou e estava de costas para o marido que ao se aproximar, já foi logo falando. - Amor, eu... “Plaft!” O rosto de Joshua virou para o lado quando Carly virou rapidamente e lhe desferiu um sonoro e doloroso tapa. Mas não doía tanto quanto o seu coração que sangrava pela descoberta da traição. - Nunca mais ouse me chamar de amor. Não com essa boca imunda que veio sem ao menos tomar banho para me ver. - Olhou-o com repulsa e desprezo já que Joshua continuava com a mesma roupa de quando saíram e tudo aconteceu. O rosto de Joshua começava a ficar vermelho pelo tapa. Sua mão o cobria e o homem estava totalmente sem reação. Não esperava que a sua esposa estivesse tão raivosa ao ponto de lhe bater. Mas uma coisa ele tinha a certeza, sua mulher voltaria para ele e tudo seria diferente. Virando-se com a mão no rosto, seus olhos estavam marejados. Só agora se deu conta de todo o m*l que lhe fez ao ver a decepção no olhar da sua amada. Enquanto isso na cidade vizinha a Shelburn Falls... Aysha já estava melhor da febre e Julie estava preocupada com a prima. Quando a viu despertar, levou um caldo forte para ela se recompor. Ao colocar a bandeja sobre o seu colo, resolveu indaga-la a respeito do que houve na boate. - Aysha, o que aconteceu na boate? E nem ouse dizer que não foi nada ou uma simples briga de casal porque eu sei que foi mais do quê isso. Porque Carly deve lhe perdoar? Parando de comer o seu caldo, Aysha a encara com os olhos arregalados. - Como... - Você estava delirando quando a febre estava alta e você a pedia perdão. Porque? Com os olhos marejados, Aysha se pôs a chorar. Preocupada, Julie afastou a bandeja e a abraçou. - Eu sou uma pessoa horrível Julie. Eu sou! - Shiii prima, o que quer tenha acontecido, deve ser tratado com responsabilidade e acima de tudo se arrepender verdadeiramente. Afastando-se do abraço, Aysha a encarou limpando as lágrimas. - Eu vou te contar o que houve. Estou cansada de ficar com tudo isso preso aqui. – Apertou a sua garganta. Julie apenas a encarou em silêncio. Esperava mesmo que a prima pudesse desabafar. Continua...
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