Capítulo 42: Me conte o que aconteceu, eu quero ajuda-la.

1131 Words
Eliot respeitou o silêncio da sua filha e permaneceu dirigindo a sua picape mas virava e mexia, olhava de soslaio para a Carly para ver como ela estava. Carly estava com a sua cabeça encostada no vidro e os olhos perdidos no caos. Já não derramava mais nenhuma lágrima desde que chorou nos braços do pai, mas a dor permanecia lá. Via nitidamente a imagem do seu marido transando com aquela que se dizia a sua amiga. Mas havia algo que ainda não batia naquela história. Como Aysha e ela estavam praticamente idênticas naquela boate? Quem tinha enviado afinal aquela roupa para ela? Com esses questionamentos, acabou adormecendo cansada mentalmente de tanto procurar respostas para as suas perguntas. Elliot suspirou infeliz. Sentia o coração de pai doer por ver a sua filhinha mesmo sendo adulta, tão triste e sem aquele brilho vivaz no olhar. O rancho que havia comprado só os outros filhos sabiam. Carly saberia agora. Era um lugar grande, com muito verde e uma casa de madeira bem ampla. Havia também um estábulo, onde o seu pai estava começando a criar cavalos. Em breve, queria transformar em um pequeno Haras onde criaria cavalos de corrida. Elliot avistou ao longe a pequena propriedade de 15000 hectares. Até uma cachoeira particular havia no local onde estava situado o rancho que divide entre o terreno e outra do vizinho, mas necessariamente uma viúva que morava sozinha na sua imensa casa. O grande portão de madeira com as iniciais da família entalhadas na ponta dava um ar rústico e belo ao local. Ao redor, um muro com o mesmo tipo de madeira nas pontas de cada pilastra já que há uma cerca elétrica na parte de cima. O portão elétrico abriu com um só click da própria picape. Adentrando rumo a grande casa, percorreram ainda mais uns 10 metros de distância do portão. Ao chegarem na frente da casa, Elliot achou melhor estacionar primeiro na garagem para acordar a filha que estava num sono profundo em alguns momentos agitado, mas ao cantar a velha e boa canção de ninar que cantava quando os seus filhos eram mais novos inclusive a sua caçula, Carly se acalmava. “Tenho a certeza de que algo aconteceu e se você não me contar, eu ei de descobrir e se for o que penso, os dois pagarão bem caro.” – Pensou chateado. Na garagem, Elliot desligou o motor e ao retirar o seu cinto se aproximou da sua filha, para acordá-la e a ouviu murmurar baixo quando soltava o seu cinto. - Que nojo de vocês dois! Franzindo o sobrolho, o velho patriarca, achou estranho aquilo que ouviu da sua filha. Parecendo ser um pesadelo, mas ele tinha a certeza que tinha a ver com aquele infeliz do marido dela. Aquele que não suportava e desconfiava de que não era uma boa pessoa. Quando Carly o apresentou a primeira vez como seu namorado, não era ciúme de pai como todos inclusive a sua própria caçula falava, mas algo que seu instinto paterno apitava. Não quis se opor mais já que estava criando um certo desconforto e situações desagradáveis entre eles, Elliot percebeu que em determinadas vezes, Joshua percebia que ele aproveitava para fazer a cabeça da filha e com isso, não a quis mais distante onde, acabaram noivando e casando. Mas, sempre manteve um pé atrás com o seu genro é o mesmo, fazia questão de mostrar seu desagrado para Joshua. Carly se remexeu e seu pai acabou despertando do seu transe ao lembrar de tudo o que aconteceu entre ele e a sua filha quando ainda Joshua era apenas o seu namorado e se aconteceu o que ele já imagina, o seu genro sofreria as consequências por cada lágrima que a sua filha derramou. Suavemente, a sua mão acariciou os cabelos da sua filha que foi despertando e ao se dar conta que acabou adormecendo, se assustou se ajeitando na poltrona e olhando para todos os lados. - Onde estamos pai? Sorrindo, seu pai lhe responde com uma voz suave e doce. - Já chegamos em casa filha. Esse é o rancho que te falei. Se mostrando animada, foi a primeira vez desde que pegou a filha na rodoviária que viu um sorriso verdadeiro, sem aquela tristeza. - Então, vamos lá pai. Quero conhecer. Abrindo a porta, jogou as suas pernas para fora pulando da picape olhando tudo com um brilho diferente. Elliot ficou com o seu coração mais tranquilo e aquecido. Ao sair do carro, arrodeou parando ao lado da filha que correu para o lado de fora e estava encantada com o que via. Com o seu rosto erguido em direção ao céu, fechou os olhos inspirando e expirando sentindo o ar mais leve, a brisa batendo no seu rosto e os raios de sol te aquecendo. Abriu os braços e o seu pai suspirou profundamente e olhando em direção ao horizonte, começou a falar. - Quando você era pequena, eu sempre cantava para você quando tinha uma tempestade, um pesadelo e até mesmo um bicho papão. – Lembrando-se do passado, sorri melancólico. Carly engole em seco e logo desfaz o sorriso, olhando para o seu pai que parecia perdido nas lembranças. Um suspiro longo é dado e seu pai continua. - Só que hoje filha... – A voz entrecorta e ao mesmo tempo embarga com o nó que se forma. Com a mão no seu ombro, seus olhos marejam e com um leve aperto, incentiva o seu pai a continuar. Olhando para a filha, Eliot sorri fraco. - Você por diversas vezes, precisou que eu cantasse para você. Eu sei que não está bem e com certeza tem a ver com aquele crápula do seu marido. Ao ouvir o seu pai falar do seu marido, Carly derrama algumas lágrimas e o seu pai logo as capta para não deixa-las deslizar por seu belo rosto. Segurando o seu rosto entre as suas mãos como uma joia preciosa, Elliot força a sua filha a encara-lo. - Não importa o que aconteceu, quero que saiba que estou aqui e espero que você confie em mim minha filha para me contar o que houve. - Ah pai... Carly acabou desabando mais uma vez se jogando nos braços do seu pai que a abraçou apertado tentando acalma-la. Uma voz ecoa atrás deles fazendo-os interromper a conversa regada a dor e lágrimas, não acreditando estar vendo a pessoa importante na sua vida e que em breve estarão perto um do outro. - Maninha, pai?! Os dois se afastam e olham para aquele rapaz bonito os olhando sem entender porque a sua irmã estava tão chorosa daquele jeito. Continua... Eu não quero estar na pele do Joshua e muito menos da Aysha/Ashley quando o senhor Eliot descobrir o que aprontaram...
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD