uma proposta indecente

As vezes tudo o que queremos é retornar para dentro do útero de nossas mães lá é tão protegido de tudo e de todos , lá não há dedos apontados na sua cara dizendo:"" fracassada " ,incapaz "inútil. Atiro na lixeira um masso de folha mais um rascunho de um livro rejeitado , me irrita o fato de ter sido tão burra,pensei que de fato tivesse algo de diferente de todos que a minha escrita fosse especial mas o que me disseram foi justamente o contrário que havia muitos livros como o meu por aí que não valia a pena investir pois ficariam ocupando prateleira sem nunca sair de lá foi duro ouvir isto mas não ficaria aqui lamentando afinal precisava comer ,e para mim comer tinha que trabalhar,afinal livros não enchia barriga bem minha mãezinha disse no dia que fiz mimhas malas para partir hoje penso que talvez devesse ter ficado lá naquele ranchinho como minha mãe queria ,me casado com um cowboy ter tido centelhas de filhos talvez seria mais feliz ,a vida na cidade estava longe de ser o paraíso que imaginei, meu sonho dourado de ser uma escritora de sucesso mais longe do que imaginava , peguei um ônibus e fui para o trabalho situado no centro trabalhava numa boutique, troquei meus jeans gastos pelo terninho cor de rosa e Scarpan isto compunha o nosso uniforme de trabalho, tudo aqui era muito refinado dado que era uma loja de alto calão frequentada pela alta sociedade, já havia atendido publicitários, jornalistas, banqueiros, a boutique da madame Bovary era referência na cidade como também meu ganha pão,recebia o suficiente para sobreviver como também para investir no meu sonho fracassado de me tornar romancistas de sucesso, uma vez havia investido a grana do mês em uma publicação autônoma de um romance que se chamava "Amor de mafioso " no final vendeu pouquíssimos exemplares e eu acabei comprando o restante, trágico, devia desistir desse sonho bobo e me concentrar no meu serviço que é o que está me dando lucro. corri para atender um senhor de meia idade que acabava de chegar, ganhavamos comissões por venda então me esforçava bastante para vender o máximo possível, era uma boa vendedora fazia o possível para ser o mais gentil possível tratando a clientela como gostaria de ser tratada,obviamente não era uma tarefa fácil dado o fato de gente rica ser em sua maioria bastante esnobe. já era tarde quando terminei o expediente ,peguei um ônibus e fui para casa, tomei um banho longo vestir uma roupa fresca e fui para a cozinha preparar algo para comer, fiz um miojinho mesmo comendo acompanhado por uma tacinha de vinho tinto, este era meu único vício,vinho, amava_ o , sua textura acetinada seu gosto adocicado , quando recebia meu salário tirava já o valor correspondente para comprar uma garrafa ,não era qualquer vinho não, gostava de vinho de boa safra e por conseguinte caro esta era a minha excentricidade. Lavei o prato, a colher que usei e secando guardei no armário enchi outra vez minha taça de vinho e então me empolerei na mesa com uma caneta e um caderno, comecei a escrever mais um rascunho de um romance. ""Ele me olhou como se eu fosse um tesouro precioso, seu olhar quente me aquecendo até a alma. ___ você me ama? ___ sim eu amo ___ E você , me ama? ___ amo mais que um dia imaginaria amar alguém. Terminei de escrever com uma pequena lágrima nos olhos, cenas românticas mexiam com meu psicológico,as vezes me sentia i****a por escrever estes romances clichês porque infelizmente este tipo de amor ao qual referia e sonhava está entrando em extinção hoje em dia só se fala no tal "pegar sem apegar, ",definitivamente eu Luana Fernandes estou vivendo numa época errada, gosto ainda da ideia de um relacionamento para a vida inteira sem este troca _ troca constante, passeios de maos dadas ou roupas de cores iguais, tomar banho junto após o amor, dormir de conchinha...... Amassei o papel contendo o capítulo que tinha escrito e joguei na lixeira ,talvez seja por isto que ainda não conseguir fazer sucesso porque ainda estou presa ao passado,escrevo sobre algo que está morto, devia resignar e aceitar que a muito tempo que o romantismo está morto e enterrado ,talvez eu devesse escrever hots, o povo gosta disso não gosta? soltei uma gargalhada estrondosa ,eu Luana fenandes escrevendo hots não tinha nada a ver,uma virgem escrevendo hots? isto seria uma piadinha de muito m*l gosto, fecho o caderno ainda sorrindo e vou para meu quarto me espichando na cama , o riso cessa restando apenas carência pego meu celular verificando caixa de msg, não há nenhuma mísera msg me sentir muito m*l amada, abandonada. Fico lendo as msg velhas da vivo,da nubank e cobrança de tarifa da conta,promoções da magalu ,americanas e outras tantas imaginando que fosse juras de amor , nem percebi quando adomerci ali na cama despertando na manhã seguinte com o toque de alarme do meu telefone, escovei os dentes e fui para a cozinha preparei uma panqueca fiz um cafezinho e minutos depois estava na varanda tomando tranquilamente meu café,felizmente tinha esta varandinha na casa o que tornava meu minúsculo apartamento mais arejado.. Depois de tomar meu café peguei meu caderno e voltei a escrever , acordei inspirada esta manhã e aproveitando que tinha a manha livre iria escrever sem parar até dá a hora de ir trabalhar, por enquanto escrevia em caderno mesmo mas sonhava em comprar um notebook, facilitaria muito a minha vida, já estava até vendo a possibilidade de voltar dar aula particular de manhã era formada em letras porém se eu fizesse tal voltaria a nao ter tempo de nada,aulas de manha, trabalho na loja a tarde e a noite escrever , não tinha lugar para vida pessoal nisto,não que a minha fosse agitadissima mas eu gostava de ter um tempo só para mim mesma, tomar um vinho, ouvir uma música e tal , sair por aí sozinha perambulando sem destino certo, eu era uma garota estranha com gostos mais estranhos ainda. O dia hoje foi como mais um outro dia comum na minha pobre vidinha , cheguei em casa cansada com pés inchados de tanto ficar de pé tomei um banho e me esparramei no sofá,pretendia ficar ali por horas a fio porém o toque insistente do celular me fez levantar e ir ao quarto pegar o mesmo que estava sob o criado mudo. ___ oi... ___ amiga sou eu chloe.. ___ ei chloe o que você manda agora... ___ queria te chamar para uma festa.. ___ ah não estou cansada... ____ Por favor amiga ,vai ser no dúplex do meu irmão, e eu queria lhe apresentar ele, vamos por favor... ___ chloe.... ____ por favorzinho ___está bem. ___ vou pedir que coloque seu nome na lista de convidados ___ ok Após desligar o telefone fiquei com ele na mão me perguntando se tinha feito certo em aceitar o convite de chloe, ela era uma gran fina que havia conhecido por acaso na boutique Bovary, ela tinha ido comprar um presente para o namorado e fui eu quem atendi ela que simpatizou não sei porque comigo daí desenrolou uma amizade sincera entre nós duas , e agora ela havia posto na cabeça que iria me juntar ao irmão dela que era um galinha por sinal ela sonhava que eu concertasse o mesmo , dizendo a mesma que eu seria a cunhada que ela pediu a Deus.