Henry Fontinelle
Até que fim estou em Nova York, saio do jatinho e o meu irmão Juliano já está me esperando.
— Oi! Maninho.
— Oi! Cara, como está o pai?
— Ainda na mesma, a mãe não para de chorar.
— Vamos então!
— Para casa?
— Não, para o hospital.
— Ok.
Não demorou e já estávamos no estacionamento do hospital, saímos e seguimos para onde está a mãe, quando chegamos ela nos vê e vem logo ao nosso encontro.
— Henry meu amor, seu pai ele... Diz chorando
— Calma mãe, o pai vai sair dessa ele é forte.
— Eu falei... falei para ele, parar de fuma e de trabalhar tanto, mas aquele velho não me escuta.
— Mãe, a senhora sabe como o pai é louco pela empresa e nada do que possamos falar, ele não escutaria.
— Eu sei, mas isso o levou a esse infarto.
— O médico já falou algo?
— Ainda não irmão. Diz o Juliano
— Meu filho e a universidade?
— Não se preocupar mãe, eu resolvi tudo.
— Ok, Henry porque você não volta e assume a empresa?
— Mãe, a senhora sabe que não gosto de ficar preso dentro de um escritório, além disso, tem o Juliano ele está a pá de tudo.
— Eu sei, mas você é o mais velho.
— Mãe, o pai vai sair dessa e não vai querer sair da empresa, ele ama o que faz.
— Eu sei, mas pense sobre isso.
— Tá! Certo
Nesse momento o médico apareceu, chamando os familiares do senhor Fontinelle.
— Aqui. Diz o Juliano
— Sou o doutor Valter Santin.
— Certo doutor Santin, como o meu pai está? Pergunto
— Ele está bem, mas tivemos que fazer o cateterismo.
— Um cateterismo?
— Sim, senhora Fontinelle.
— Mais porquê?
— Esse exame nos permitiu visualizar as artérias coronárias e avaliar o estado da obstrução.
— Como elas estavam? Falo
— Tinham duas que estavam ruins, aí tivemos que fazer angioplastia.
— O que é isso doutor Santin? Pegunta minha mãe
— É uma cirurgia que desobstrui a artéria, mas agora ele tem que ter bastante repouso e tranquilidade. Diz o médico
— Certo doutor, eu posso observar o meu marido?
— Sim, ele está dormindo, mas não terá problema.
— Obrigada.
— Agora, me dê licença.
Depois que o médico saiu, seguimos para o quarto onde o pai estava.
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— Mãe eu não posso fica mais tempo, tenho responsabilidade.
— Henry Fontinelle, você deveria ficar e assume a empresa do seu pai.
— Mãe, já falamos sobre isso e o pai concordou em deixar o Juliano a frente, já que ele está diariamente com ele, mas se precisar, estarei a disposição, mas não para ficar a frente.
— Ok filho, eu não vou mais insistir, sei que você gosta que faz.
— Verdade mãe.
— Ele gosta porque pode pegar as alunas a hora que quiser. Diz o Juliano
— Juliano, me envolver com uma aluna está fora de questão, esse tipo de relação pode nos prejudica e gerar problemas dos quais quero evitar, se você me intende.
— Será maninho? Soube que no ano passado você ficou com uma aluna.
— Isso é mentira, não vou n**a que recebo sempre olhares e até cantadas, mas lecionar é algo que amo e não vou perde por uma f**a com uma garota mimada.
— Henry não me diga que você…
— Não mãe, a senhora me conhece muito bem e tudo isso é idiotices do Juliano.
— Quando você vai se aquieta e me dá um neto?
— Nunca mãe, nunca, não quero ficar preso a ninguém.
— Agora vou me despedir do pai, pois tenho que volta a minha rotina de aulas.
— Está, Certo querido.
Termino o meu café e vou até o quarto do pai me despedir, bato e ele me manda entra.
— Pai.
— Sim, Henry.
— Vim me despedir, tenho que volta para Chicago.
— Mais já meu filho?
— Sim pai, tenho aulas na universidade, não posso demorar mais.
— Está, Certo meu filho, mas ver se dessa vez não demore tanto para vim nos visitar.
— Não posso prometer, ah! Pai desculpa por não ficar e assumir os negócios da família.
— Eu te entendo Henry, você não nasceu para ficar preso atrás de uma mesa de escritório.
— Verdade... E pai se cuida, nada de volta a fumar, ouviu o que o médico falou, cigarro nunca mais.
— Ouvir, mas como eu vou ficar relaxado agora?
— Arrume outra coisa, que não seja o cigarro.
Dou um breve abraço no meu pai e vou embora, pego minha mala, desço, me despeço do Juliano e da mãe e entro no carro para ir ao aeroporto.
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Já é noite quando chego em casa, entro tomo um banho, visto uma calça moletom e me deito, hoje não estou no modo a farra, amanhã volto a minha rotina normal. Pego meu notebook e vou preparar a minha aula de amanhã, espero que esse ano seja melhor que o ano que passou, sem falar que tenho que me segurar para não cair em tentação e comer algumas alunas, elas fazem de tudo, me mandam nudes, nunca fiquei com nenhuma aluna minha, nem quero isso, apesar que tem umas bem gostosinha, olho no relógio e já são meia-noite, organizo tudo e vou tentar dormir.
Acordo-me com o despertador tocando, levanto, vou ao banheiro, tomo banho, saio, me seco, me visto, descendo em seguida para toma café, preparo o meu café, pois a Elisa não está, ela só vem a tarde, termino o meu café e vou para o meu carro, entro ligo o som e dou partida, não demora muito e estou na universidade, estaciono o carro e saio, vou direto para sala dos professores, quero rever minhas anotações.
Quando faltam uns dez minutos, pego tudo e vou para sala de aula, quando alguém esbarra em mim, olho e percebo ser a garota da outra vez.
— D... des... desculpa. Diz
— Temos que para de nos encontrar assim. Falo
Ela apenas sorrir e sai andando, não reparei antes, mas ela é bem bonita, antes de ir para sala noto que a garota deixou um livro cair, pego e vejo ser o livro orgulho e preconceito, é a obra-prima da escritora britânica Jane Austen que tem como plano de fundo a burguesia inglesa do início do século XIX.
Observamos no romance como as relações movidas por amor e dinheiro podem ser promíscuas e mesquinhas, encobertas pelo véu da sociedade burguesa.
Guardo o livro e me direciono para a sala, entro e vejo que já estão todos os alunos, olho e logo encontro a garota dos esbarrões, nosso olhar se encontra e imediatamente ela muda o rosto, como de costume começo me apresentando.
— Bom dia, sou o Henry Fontinelle e passaremos esse ano letivo juntos.
Recebo alguns cumprimentos, principalmente das meninas.
— Falarei breve algumas coisas. Primeiro de tudo... Não tolero atrasos, distrações, conversar fiadas e copo mole. Vocês têm uma oportunidade de ouro, que é estudar em uma ótima universidade como a de Chicago, e o mínimo que vocês devem fazer é se esforçar. Quando eu passar um trabalho, atividades, o que espero é que façam, caso contrário não me procurem para pedirem ajudar.
Falo também sobre os meus currículos, temas que eu abordarei e minhas formas de avaliações, e por fim peço que todos se apresentem.