Ele outra vez

2127 Words
A chuva não acaba nunca e aquele clima já estava bem constrangedor, maldita hora que eu não fui direto pra casa - Então, curte romances? - Eu? - Tem outra pessoa aqui? - Haha, respondendo sua pergunta, sim eu gosto bastante, na verdade é meu gênero de livro favorito - Gosto também Depois dele dizer isso fico bem surpresa - Você não faz o estilo de quem gosta de romances e nem de livros - Pra gostar não precisa ter estilo, basta gostar e pronto - É você tem um ponto, mas então, o que fazia aqui sozinho? Veio se refugiar da chuva também? - Não, eu gosto de vir aqui pra pensar - Problemas? - Quem não tem? O pior é não poder fazer nada pra mudar - É isso é difícil, quer falar sobre? - Não, tô de boa, e você quer falar sobre seus problemas? - Tô de boa também E o silêncio constrangedor retorna e a única coisa que consigo fazer é ler. Não percebo o tempo passando e acabo adormecendo ali mesmo no chão do pequeno templo Não sei bem quanto tempo passou, apenas sinto alguém me chamando - Ei garota, a chuva já passou Me assusto quando vejo que já anoiteceu - O que fez comigo?? Porque dormi? - E eu sei?? Acorda que você já pode ir embora, e antes que pergunte, a chuva acabou agora - d***a! Eu não podia ter dormido - Quer carona? Eu tô com meu carro aí se você quiser eu te levo pra sua c... - Tá louco?? Não vou entrar em um carro com você, nem te conheço - Você dormiu aqui comigo do lado e eu não fiz nada! Para de ser maluca garota - Quem sabe se você não fez nada mesmo! Começo a olhar minha bolsa para ver se ele não roubou nada, seu rosto começa a mudar para fúria e ele se levanta - Tá achando que eu roubei? Maluco tava eu de te oferecer carona, e quer saber? Vai sozinha mesmo! Então ele sai me deixando sozinha naquele lugar. Não demoro muito ali e sigo com minha bicicleta em direção a minha casa Quando piso dentro de casa minha mãe já aparece desesperada, e ao olhar para o sofá, Naty e Max estão sentados com expressão de preocupação também - Meu deus Amanda onde você tava?? A cidade com suspeita de tornado e você sem me responder uma só mensagem! - Amiga eu tava desesperada já, onde foi que você se meteu?? - Calma gente eu tava no parque e a chuva começou, então eu fiquei no templo até a chuva passar, e não respondi porque lá não tinha sinal Resolvi mentir pois sei que eles já fariam um sermão sobre o uso do celular - Da próxima vez manda um pombo correio! Mas me avisa. Obrigada meu deus obrigada Minha mãe começa a dizer enquanto me abraça e logo vem os dois me abraçarem também Enquanto minha mãe está na cozinha preparando algo, os dois vem ao meu encontro querendo conversar - Amanda, não faz mais isso okay? Achei que tinha surtado por causa da nossa última conversa - Aquela que você me acusou de ter inveja de vocês? - Eu pedi desculpas - Tá Naty, você tem razão, mas só na parte de que eu não posso me intrometer no relacionamento de vocês. E tá tudo bem, a gente não precisa ficar brigando - Que bom, porque a Naty tava se sentindo muito culpada, e eu também - Mesmo? Vocês pareciam estar super tranquilos no intervalo, conversando com a Rebeca Andrade - Amiga, ela tava super triste porque a melhor amiga dela abandonou ela Hum então é por isso que ela tava chorando - A gente só tava dando apoio, ela tava bem sozinha no intervalo - Tá se foi só por isso, acho que não tem problema então. E que tal a gente assistir um filme antes de vocês irem Nessa hora minha mãe aparece e concorda na mesma hora - Eu acho ótimo minha filha, mas não esqueçam de ligar para os pais de vocês pra avisarem, não quero que eles fiquem preocupados como eu fiquei Max então responde - Acho difícil meu pai se preocupar mas okay tia, você que manda Nesse momento minha mãe vai até Max e o abraça - O meu filho, ainda problemas com seu pai? - Sempre tenho né tia Eu nunca entendi essa relação estranha entre o Max e o pai dele, parecia que ele nunca gostou do filho, isso fazia eu me sentir m*l por ele Depois daquele momento de tristeza para o Max, colocamos um filme de comédia pra passar o tempo. Demos muitas risadas, foi bem divertido e eu tava precisando desse momento com meus amigos pra tirar da minha cabeça que eles estão me afastando Quando o filme acabou eles foram embora e depois de tomar um banho, me encontro deitada apenas pensando na vida, até que de uma hora pra outra me vejo pensando naquele garoto estranho de hoje Afasto esses pensamentos quando finalmente adormeço ------------------------------------------------- Aquele alarme começa a tocar de forma descompensada, espero muito que eu não esteja atrasada. Levanto aos poucos da cama e me sinto aliviada por ver que ainda eram 06:10 Vou para o banheiro, tomo um banho e faço minhas higienes matinais em um ritmo acelerado para poder dar tempo de tomar café da manhã. Coloco uma roupa mais bonita hoje pois estava me sentindo bem comigo mesma Desço as escadas e me deparo com uma mesa de café da manhã preparada com várias coisas que eu gosto - É meu aniversário? - pergunto quase que questionando a mim mesma - Não minha filha, resolvi preparar as coisas que você gosta porque você tava se sentindo m*l por esses dias, um agradinho de mãe não faz mal Não consigo conter e abraço ela na mesma hora. Tínhamos nossos atritos claro, mas em si era uma relação muito boa - Obrigada mãe, desse jeito vou querer todo dia um café da manhã desses - Ah, mas é muito né kk, eu fiz isso hoje, o próximo tem que merecer mocinha - Tá, tá entendi, mas se fosse para o Lucas você fazia - Digo de forma para provoca - lá pois adorava dizer que ela preferia meu irmão do que eu - Amanda eu já disse que não existe isso de irmão melhor que o outro, agora come rápido que a gente tem que sair, não esquece que hoje é sexta - Ah verdade, aff As sextas meu pai busca eu e meu irmão para irmos a sua casa ficar o final de semana. Eu gosto de ir, mas é difícil aguentar a Beatriz, ainda mais estando sem paciência Ao terminar o café da manhã, seguimos para o carro e a primeira parada é a escola do meu irmão, e logo em seguida a minha. Dou tchau pra minha mãe e assim entro na escola Ao entrar, vou para o pátio, que é onde Max e Naty ficam na maioria dos dias, e confirmo minhas suspeitas, eles estavam lá mesmo, porém dessa vez novamente com a Rebeca Dessa vez decido não recuar e sigo até eles - Oi gente - Amandaa, eai dormiu bem? - Ótima Ao dizer isso o clima parece ficar estranho e Naty decide quebrar o gelo - Essa aqui é a Rebeca, lembra dela né? - Claro, tudo bem Rebeca? - Tudo ótimo Amanda, porque não estaria? Após ela dizer isso, sinto um pouco de arrogância e prepotência no seu tom, parecia que ela tava até querendo me provocar pela forma que abraçava a Naty - É, porque não estaria, não é mesmo? Enquanto as duas conversam como se conhecessem a anos, troco algumas palavras com o Max e dou graças a Deus pelo sinal anunciando que iria começar a primeira aula tocou, não tava mais aguentando aquele falatório das duas Seguimos para a sala, dessa vez no horário certo, a primeira aula era geografia, não entendia muito bem, mas também não era muito mal Não vou dizer sobre a aula porque também foi um saco, estudar cansa, mas tenho que agradecer que a Rebeca não estuda na nossa sala, não sei se aguentaria muito tempo as duas como melhores amigas A segunda aula chega e é química, então temos que nos dirigir até a sala. Como o ano começou agora e a nós só tivemos aula teórica, as duplas nas mesas para a aula estavam sendo decididas agora. O professor até que é legal e nos deixou escolher as duplas, quer dizer eu não escolhi ninguém né pois todos já tinham um par, então acabei ficando sozinha Não estava prestando atenção em nada na aula, o professor parecia falar grego, eu já estava ficando com sono quando ouvimos batidas na porta e em seguida o professor abri - lá - É oi, sou aluno novo - Então você é o Caleb? Pode entrar Assim ele entra, estou de cabeça baixa apenas ouvindo a conversa e com sono - Apresente - se garoto - Er.. oi eu sou o Caleb, tenho 18 anos e acabei de me mudar pra essa escola - Muito bem, temos um lugar vago alí Então me lembro que eu era a única que estava sozinha, levanto o meu olhar rápido e me deparo com ele, a pessoa que eu menos esperava encontrar ali - Pode sentar - se Assim ele vem até o lugar vago ao meu lado, e me sinto extremamente constrangida naquela situação, não consigo nem olhar para o seu rosto lembrando que eu dormi ao seu lado ontem e ainda o avisei de roubo Ao sentar - se, ele vira seu rosto para mim e pergunta: - Eai, vai me acusar de roubo hoje? - Ah..er.. o que faz aqui?? - Acho que eu vim estudar né? Isso aqui é uma escola eu acho Aí que ódio aquele garoto tirando uma da minha cara, quem ele pensa que é? - Haha, muito engraçadinho você né, você entendeu a pergunta - Eu vim pra cá porque causei problemas na outra escola - Que tipo de problemas? - Do tipo que acaba com a curiosidade rapidinho, não termina de um jeito bom Ele me ameaçou é isso mesmo??? - Você é muito folgado garoto, acabou de chegar e tá querendo dar respostinha é? - Você perguntou e eu respondi, se não gostou da resposta aí já não é problema meu O assunto se encerrou por alí, com certeza eu iria pedir pra mudar de dupla no final da aula. E assim que acaba eu não perco tempo e já me levanto - Professor, eu posso falar com você um minuto? - Claro Amanda, o que gostaria? - Não me senti bem com a minha dupla e eu quero muito trocar - Porque, ele tentou algo? - Não, não é isso, eu só não me senti bem porque ele é.. - Porque ele é aluno novo? Que preconceito Amanda, você não conhece o garoto, eu deveria falar com a sua mãe sobre esse comportamento - Não é nada disso professor, é só que.. - Amanda eu tenho que dar outra aula agora, se puder me dar licença Então eu decido sair da sala, mas antes vou até minha mesa para pegar as minhas coisas e acabo ouvindo Caleb conversando com o professor - Professor, pode me dizer onde fica a sala 3F? Tenho aula lá agora e não sei onde fica - Hum, eu te mostraria agora onde fica Caleb, mas os alunos já estão chegando e não posso deixar eles sem algum responsável. Mas eu a Amanda pode te mostrar. Amanda, pode vir aqui? Ouço minha voz e me viro rapidamente - Sim? - Vá com o Caleb até a sala 3F, ele não sabe onde fica Só pode ser brincadeira - Eu? - Se puder fazer esse favor - Tá.. Vou até a porta e então olho para trás - Você não vem?? - Ah sim Seguimos os dois até a sala, que para o meu azar fica bem longe da sala de química - Estuda a muito tempo aqui - Ele pergunta de repente - Sim, desde criança - Hum, foi m*l por ter falado com você daquele jeito, mas me acusar de roupa também é barra né - Você pede desculpas então? - Apenas pra poucas pessoas - Entendi, aceito suas desculpas, mas só se não voltar a me irritar - Não prometo isso - Haha Enfim chegamos a sala 3F - Está entregue - Valeu - De nada Ele me encara de uma forma estranha, que dura pelo menos 3 segundos, mas não fico muito tempo ali e entro para a sala também.
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