Jason
— Vamos ter que chamar um carro para te levar ao hospital. — Digo a meu paciente, um senhor de rua, que está com um machucado enorme na cabeça, desidratado e delirando com as drogas.
— Não, faz só um curativo. — É muito complicado lidar com pessoas de rua, requer muita paciência.
— Senhor Afonso, precisamos ver se não houve um traumatismo. — Tento explicar, mas ele não entende. Foram necessários ao menos trinta minutos para convencê-lo a ir na ambulância que estava de prontidão ao lado de fora.
— Doutor, temos mais dez ainda. — Olho para o relógio na parede do consultório. Já passa da meia noite, estou cansado e com fome.
— Mande entrar o próximo Teresa. — Finalizo o prontuário, levanto, lavo minhas mãos e troco o papel descartável da cama do consultório.
— Boa noite. — Me viro
