Seu inútil irmão finalmente havia ingressado numa faculdade. Ela não sabia como, porque achava ele um e******o s*******o, mas enfim, ele passou e os pais estavam dando uma festinha para comemorar no salão de festas do condomínio. Para muitas garotas era a chance de dançar e divertir perto de casa sem os pai pegarem no pé e ainda convidar as amigas. Para ela, um sem número de chances de a mãe matá-la de vergonha e expô-la a constrangimentos sem fim. Quando o assunto era ser "s*******o" definitivamente sua mãe era a campeã mundial.
A festa estava até animada, mas ela não conseguia relaxar... podia dizer que eram meninas que estavam impossíveis com aquele lance de ficar falando toda hora dos garotos novos! - AFF! Parecia que não tinha mais nenhum homem no mundo! - pensa - ou o Rogério que não saia do pé dela ou até mesmo a tensão de tentar escapar do show de micos da mãe, podia inventar trilhões de desculpas para o fato, mas a verdade é que a razão de ela estar assim era apenas uma: o Otávio, havia sido convidado, como sempre.
Era impossível evitar, ele era o melhor amigo do seu irmão mais velho e filho de um dos amigos mais chegados de seu pai. A presença dele nas festas de família onde quer que fosse era garantida e uma tortura constante para Maitê que era caidinha pelo carinha; só que, claro, era comprometido e, ela descobriu da pior maneira possível, era um completo canalha.
Ela havia descoberto isso em sua festa de debutante no ano anterior. Claro que ela teria escolhido viajar no lugar daquela festa tosca; mas a mãe era extremamente conservadora e não abriu mão de uma celebração tradicional. Claro que foi uma sucessão de vexames que culminou com ela sendo beijada pela primeira vez por aquele i****a e até hoje se arrepender!
Ao contrário do momento mágico e memorável que ela imaginou, ela perdeu seu BV com um Otávio de porre, que beijava muito m*l e ainda estava com um bafo. Queria abrir o chão e se meter e o pior é que ele agora se achava o príncipe dela e ficava assediando ela o tempo todo. – revirou os olhos exasperada de como ela pode ser tão estúpida!
_ Sr. Humberto! – sua mãe a trazia de volta para o pesadelo presente. Tinha conseguido agarrá-la e arrastá-la até uma das mesas onde os pais dele se sentavam – Finalmente essa mocinha impertinente decidiu abandonar por alguns minutos as amiguinhas e dar atenção a pobre mãe! – começou, foi o pensamento de Maitê enquanto preparava o que ela chamava de "cara de paisagem" para aturar as maluquices da mãe – Você se lembra do Sr. Humberto, filha? Pai da Joseane e do Otávio? Eu sempre digo para a minha Maria Teresa se espelhar na Joseane, Sr. Humberto. Ela é uma menina tão doce, tão educada...– " ou seja, ela era azeda e m*l educada" – Maitê estava se esforçando para não revirar os olhos – Como é que está o curso de Medicina do Otávio?
_ Emergência! Emergência! Pensem rápido! - Fatinha chegava perto da turma do outro lado do salão de festas indicando o lugar onde a irmã mais velha e a mãe estavam junto da mesa dos Cavalcante – Gente! Precisamos tirar a Mamá dessa! Olha a cara de desespero da coitada!!
_Gente! Ela vai cair dura!
_Vocês não vão acreditar nas coisas que minha mãe acabou de dizer na mesa bem na frente do Otávio e dos pais dele! – reclamava minutos depois quando havia conseguido escapar alegando que ia buscar um "pratinho" de salgados.
_ Ela começou a falar com a Dona Neli como foi que "fiquei mocinha", pode?
_Não! - Mirela colocava a mão na boca imaginando a cena.
_ Minha mãe não existe! – ela olhou de cara feia para a irmã Fátima que se acaba de rir dela. Fatinha era especialista em fingir demência para as esquisitices da mãe - Ri. Pode rir. – falava indignada - E o pior é que o safado ainda sugeriu absorvente interno! Pode?
_Alerta Mamãe! Alerta Mamãe! – comenta Fatinha entre dentes.
_Maria Tereza, minha filha – a mãe parecia que tinha prazer em fazer essas coisas com ela - Leve esse pratinho para a mesa dos Gutemberg, eles precisam se enturmar! – D. Elisa falou se referindo aos novos vizinhos e é claro logo apareceram várias voluntárias para levar o tal "pratinho ".
Bernardo ficou olhando para o celular indo e voltando nas fotos que tinha tirado dela na festa. Em algumas ela parecia meio zangada, em outras ria solto; dessas gostava mais. Deslizou os dedos na tela para dar zoom em uma em especial que havia gostado bastante: ela estava dançando com as amigas e os cabelos compridos cacheados escaparam da presilha onde ela os havia prendido. Os cachos caíram pelas costas dela como cascata cor de chocolate. Muito gata! O vestidinho de preto de bolinhas brancas era bem comportado, mas dava para ver que ela tinha o corpo, lindo cheio de curvas. E aquele sorriso?! Deus do céu! Ela tinha o sorriso mais lindo que já tinha visto! Tão logo chegou naquele condomínio se ligou nela, mas soube pela irmã tagarela que ela fazia a linha reservada, certinha. Ia ter que chegar devagar....
_Maria Teresa....Maria Teresa...
O irmão caçula chegou e quis logo saber o que ele tanto olhava no celular, já sabendo qual era dele. Ultimamente não falava mais nada que não fosse aquela menina.
_Então "garanhão"? Como está seu plano?
_Parece que não está dando muito certo. – disse meio desanimado, depois de voltar do banheiro já de banho tomado e vestindo uma camisa e um short velhos que usava como pijama - Ela está botando pilha para eu ficar com a amiga dela, a tal Mirela.
_Cara! Você está muito ferrado! – Bernardo caçoou.
_Pelo menos a minha mina, "fala" comigo. – provocou o irmão recebendo como resposta uma almofada no meio da cara.