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Ele é o Caos

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Blurb

Você é capaz de ser infiel e, mesmo assim, ser digno de confiança?

Heloísa é uma mulher de 24 anos, estabilidade financeira e após 4 anos de relacionamento com Fernando, o casamento se aproxima.

Vivendo em uma pacata cidade do Sul do Brasil, Heloísa não imaginava que em um almoço de outono sua vida se tornaria tão quente.

Quando ela pensava que sua vida estava resolvida, o caos chegou e como um bater de assas de uma borboleta desmoronou conceitos.

Traição, mentiras, desejo e amor proibido entram em sua vida e de repente ela está perdida em seus próprios pensamentos.

Heloísa está prestes a descobrir que sua alma só age no caos.

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Vazio - a capacidade de caber algo
Nunca gostei do Outono, talvez pelo fato dele anteceder o inverno e o frio me deixa tão cabisbaixa que seria capaz de passar dias sem sair cama. Minha mãe conta que eu nasci em um dia muito gelado, canceriana, cheguei ao mundo no início de julho e aqui no sul são dias em que amanhecemos com a geada branca em toda paisagem. A verdade é que o Outono é um início desse processo de introspecção, conforme as folhas começam a secar eu entro em meu casulo e passo meses ali, sem muitas emoções externas, apenas eu comigo mesmo. O que eu não imaginava é que o Outono de 2015 seria tão quente. Eu estava sentada a mesa do meu trabalho, quando recebi uma mensagem do Fernando me convidando para almoçar, já se aproximava do meu horário de intervalo, como fazíamos quase todos os dias, ele me esperava na saída do trabalho e juntos íamos até o restaurante mais próximo. Como morávamos em uma pequena cidade de interior, não haviam muitas opções de restaurantes e eu nunca gostei de cozinhar, não tenho talento para culinária, então desde que decidimos morar juntos, eu e Fernando optamos por almoçar fora todos os dias. Esse dia em especial ficou gravado em minha memória, o Outono ainda não começará, os dias eram agradáveis e eu usava uma saia longa cinza, lembro-me que eu estava em um momento de mergulho espiritual e saias longas me lembravam da minha feminilidade e da minha conexão com o mundo, nunca fui muito delicada, mas estava tentando encontrar meu lugar como mulher no mundo, saias longas me lembravam disso. Estava prestes a completar 24 anos e havia conseguido um emprego público, desses que você é bem remunerado e tem segurança no trabalho, estava começando a construir a casa dos meus sonhos e muito em breve o relacionamento de 4 anos com Fernando se tornaria um casamento. - "Odeio esse cara"- disse Fernando - Como? - perguntei - Esse cara com tatuagem no braço, sentado na mesa ao lado, eu odeio ele. Sem fazer qualquer movimento para olhar para o lado eu continuei a comer, depois de alguns minutos de silêncio e um notório incômodo pela parte de Fernando, engoli a comida e questionei: - Odeia porquê? (Ainda sem olhar para o “cara” em questão). - Ele é arrogante, já encontrei ele no campo algumas vezes, não sei o motivo, mas eu o odeio. Fernando trabalhava há alguns anos com comércio exterior, mais especificamente comprando comodities agrícolas, muitas vezes ele visitava alguns produtores e passava seus dias andando por estradas de terra, olhando plantações de grãos, eu vez ou outra o acompanhava, mas naquele momento não fazia ideia de quem era a pessoa que despertava tanto ódio em meu namorado. Imaginei apenas que essa pessoa trabalhasse em alguma empresa relacionada com o agronegócio, o que não era difícil, visto que essa era a base da economia da cidade. - Meu pai vai emprestar o dinheiro para construirmos a casa - eu disse. Fernando me olhou preocupado: - E se algum dia você não me quiser mais? Não terei para onde ir? - Deixa de besteira Fernando, você já quer casar pensando no pior, a gente vai pagar esse valor rapidinho. - respondi enquanto terminava de comer, apesar de saber que a preocupação dele era real, levando em consideração a situação do nosso relacionamento. - Eu sei, estou pensando em sair do meu emprego, talvez o acerto de contas seja um bom valor para investirmos na nossa casa. - Não sei se é uma boa ideia, seu emprego é importante, pense bem sobre isso. - falei preocupada-. A verdade é que Fernando tinha um ótimo salário, a gente gastava muito também, sempre gostamos de uma boa vida, vinhos importados e conforto, por isso não guardávamos dinheiro. Não entendia porque ele queria sair daquele emprego que nos proporcionava tudo isso. Um pouco irritada com o que Fernando acabará de me falar eu levantei e fui buscar a sobremesa, nesse momento virei para o lado e olhei atentamente para o "cara" que Fernando falou no início do almoço. Fiquei surpresa, pois se tratava de um menino de aproximadamente 20 anos, 6 a menos que Fernando, moreno e com algumas tatuagens no braço, ele parecia ter menos de 1,70cm, mais baixo do que eu e usava o cabelo com um topete, o que reforçava a imagem de rebelde. Pelo uniforme da empresa, percebi que ele almoçava frequentemente ali no restaurante, mas eu nunca havia reparado nele, foi a primeira vez que eu o olhei e logo percebi os olhos dele nos meus. Algo me chamou atenção, os olhos dele carregavam o vazio. De onde vem? pensei. Aqueles olhos foram a primeira coisa que me fizeram refletir sobre sua possível extraterrislidade, ele não parecia ser da terra. Suei gelado, os olhos dele ainda estavam nos meus - ah, se eu soubesse que essa seria uma da poucas vezes que eu teria o privilégio de ter aqueles olhos nos meus, teria ficado ali por mais tempo. Continuei andando, peguei a sobremesa, voltei para a mesa onde Fernando estava falando com alguém no celular. - Gostou? Perguntou Fernando. - Do que? -Revidei confusa- - Oras do que? Da sobremesa. - Gostei, é sagu! Respondi - Sagu parece extraterrestre, odeio sagu. - respondeu ele. - Você parece odiar tudo que não é desse mundo - respondi rindo. Levantamos, Fernando foi pagar a conta e eu novamente me virei para a mesa ao lado, não foi surpresa encontrar aqueles olhos nos meus, novamente suei gelado, sem sorrir continuei andando. - Qual é o nome dele? Perguntei para Fernando. - De quem? - Do moço que você odeia. - Henrique -respondeu ele com desdém- - hum, ele parece ser muito novo. - eu disse. - E muito arrogante- completou ele. Seguimos até o meu trabalho, onde ele me deixou, se despediu com um beijo e falou que levaria torta de requeijão para o jantar. Voltei ao meu trabalho e no final do dia Fernando me buscou, seguimos em silêncio até em casa, ele realmente tinha comprado torta de requeijão para o jantar, era a minha preferida. - Vamos abrir um vinho? – Ele me pergunta, já segurando as taças. -Vamos, pode ser um Malbec? – Pergunto eufórica. - Até poderia, mas não é uma boa escolha para nosso prato de hoje, Malbec é um vinho mais encorpado, que tal um com notas cítricas e florais? – Fernando falava enquanto olhava a adega improvisada na sala- - Que tal um Lawson’s Dry Hills Riesling? – ele fala já com a garrafa em mãos. - Perfeito, você que entende de vinhos, eu apenas amo beber – respondo rindo. Fernando era apaixonado por vinhos, eu aprendi com ele a gostar a apreciar os bons vinhos nacionais e internacionais, mas diferente dele, eu ainda não sabia como harmonizá-los. Desfrutamos de um bom vinho e fomos descansar, os dias passaram e eu esqueci daqueles olhos tão cheios de vazio.

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