Seguindo de longe

1020 Words
Tártaro Narrando Cheguei na sede do comando e já senti o clima pesado no ar. Quando eu apareço, geral fica na miúda. Não é por acaso que me chamam de Chefe, ou Senhor. Sou o cabeça dessa porr@ toda, a facção respira e morre por mim. Assim como eu, por eles. O peso de cada decisão que eu tomo pode destruir ou fortalecer esse império que o meu Bisavô construiu. É uma pressão que poucos aguentam, mas eu? Eu carrego nas costas e ainda dou risada. — E aí, qual é a fita? – pergunto assim que bato o olho no moleque que tava de plantão. O vapor, mais branco que folha de papel, olha pra mim com medo de falar qualquer merda errada. Ele enrola, tentando achar as palavras certas, mas eu não tenho tempo pra isso. — Fala logo, caralhø! – A luz de alerta, chefe, acendeu umas três vezes. O sinal tocou de novo agora há pouco. Acho que tão tentando mexer no sistema. Enquanto o moleque fala, o alarme toca de novo, cortando o silêncio. Nesse momento, vejo Bruninho entrando correndo, suado e ofegante. Moleque é ligeiro, mas até ele tá visivelmente bolado. — Pai, recebi um alerta tão tentando invadir nosso sistema – ele diz, já se jogando na cadeira e abrindo o notebook. Quando O Bruno recebe direto no dispositivo dele é porque o bagulho já tá sinistro, tão jogando pesado essa fita. Meu sangue ferveu na hora. Alguém tá querendo brincar comigo? Pensa que pode invadir meus domínios assim, na cara de paü? Não. Isso aqui é pessoal. E quem tá fazendo isso, não faz ideia da merda que acabou de se meter. Eu ando de um lado pro outro, bufo igual toüro, soco a parede e xingo até não sobrar saliva. O ódio que eu sinto cresce a cada segundo. Minha mente já começa a fazer mil planos de como vou destruir esses filha da püta. E se for alguém conhecido, vou fazer questão de olhar nos olhos antes de apagar. Pra servir de exemplo. — Bruninho, caralhø! Cê tá demorando demais! – grito, sem paciência. Não gosto de ser pressionado, mas tô fazendo isso comigo mesmo. Odeio estar fora de controle. Bruninho mantém a calma, o moleque é bom. Ele mål pisca enquanto digita rápido, concentrado. Pörra, se esse moleque não resolvesse as paradas, eu já teria colocado ele pra fora faz tempo. De repente, ele levanta a cabeça e me olha. — Peguei, pai. Consegui proteger o sistema. Já sei de onde tá vindo o ataque. Eu sinto uma adrenalina correndo nas veias, como se estivesse prestes a pular de uma montanha, sem paraquedas. — Fala logo de onde, Meu Filho – rosno, sentindo o ódio transbordar pela voz, só o suco do Caos. — É de um restaurante, pai. Tô te passando o endereço agora. Na mesma hora corro pro carro. Entro, bato a porta com tanta força que o som ecoa pela garagem. Coloco o endereço no GPS e saio rasgando o asfalto, voando pelas ruas. Quem é o maluco que acha que pode meter essa comigo? Só de pensar, já fico mais püto. Chego no endereço. É um restaurante, desses que tem placa luminosa piscando. Olho ao redor, tem pouca gente na rua, só uns casais de playboy e uns babäcas se achando. Centenas de pessoas dentro dessa merda, penso. Isso não tá certo. Quem que me ataca de um lugar assim? Pode ser uma armadilha, ou algum maluco que pensa que é esperto demais. Saio do carro e começo a observar, já pensando em como vou abordar. Puxo o capuz pra disfarçar e me misturo com meus vapor. Mas, de repente, meus olhos captam algo que me faz parar no meio do caminho. É ela. A Morena do baile. Na mesma hora esqueço do ataque, do sistema, da porr@ toda. Ela tá ali, saindo com mais uma mulher e um cara. Meus olhos seguem cada movimento dela. Não consigo desviar. Ela anda com aquela confiança de quem sabe o poder que tem. O ódio que eu tava sentindo agora parece uma brisa perto do furacão que é ver essa mulher de novo. Püta que pariu, como ela mexe comigo. Meu corpo reage sem que eu mande, e, por um momento, perco o foco total. Eu deveria estar pensando em quem tá me atacando, em como vou revidar. Mas só consigo pensar nela. Ela entra no carro do cara, enquanto a outra mulher vai pra um carro separado. Minha cabeça tá uma bagunça, mas uma coisa fica clara: eu vou atrás dela. Entro no carro, já com a respiração pesada, e começo a seguir de longe. Quem é o cara com ela? O que eles têm? Não interessa. O que interessa é que eu tô vendo uma oportunidade. Uma chance de descobrir mais sobre essa mulher que tá ocupando meus pensamentos desde o baile. Ela dirige por uns minutos, sem pressa. Eu sigo à distância, me mantendo nas sombras. Já fiz isso mil vezes, seguir alvos, observar, planejar. Mas dessa vez parece diferente. É pessoal, é outra coisa. Depois de uns dez minutos, ele estaciona em frente a um prédio. é um lugar chique, um prédio de luxo. Ela desce do carro, dá uma olhada ao redor, como se tivesse checando alguma coisa, e entra. Eu fico no carro observando. Minha mente tá um caos. Porr@, o que eu tô fazendo? Era pra eu estar caçando os filhos da püta que tentaram invadir meu sistema, e agora tô aqui, parado, observando uma mulher. Mas a verdade é que, não dá pra lutar contra isso. Essa mulher me pegou de jeito, e se eu não descobrir mais sobre ela, vou pirar. Saio do carro devagar, sem chamar atenção, e fico de longe, esperando alguma coisa acontecer. Talvez ela saia de novo, talvez eu consiga uma brecha pra falar com ela. Ou, no mínimo, descobrir mais sobre ela. O carro continuou parado, até que ela apareceu novamente, vestida em uma porr@ de um vestido curto e um salta alto. Caralhø eu vou ter que embaçar o rolê dessa mina.
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