"Chuck: Se duas pessoas estão destinadas a ficar juntas, eventualmente eles encontrarão seu caminho de volta." - (Gossip Girl).
Mariana P.O.V
Como eu esperava, o nosso encontro triplo de casais deu merda. Eu aceitei no começo, pensando que poderia ser legal e tudo mais, mas acabou tendo duas confusões. A primeira foi o Rodrigo e o Leo como era de se esperar, enquanto eu e as meninas tínhamos ido ao banheiro. O Lucas me contou que o Rodrigo falou coisas íntimas sobre o nosso relacionamento, meio que me desrespeitando e o Leo não conseguiu se segurar. Quer dizer, ele apenas segurou o Rodrigo pelo colarinho, mas o Rodrigo continuou provocando e levou um soco. Nós chegamos enquanto o Rodrigo estava no chão e ficamos totalmente confusas, até o Lucas sussurrar pra mim e para a Pri o que tinha acontecido. A segunda confusão foi entre a Priscila e a Bruna. Sim, elas discutiram real! Mas foi por causa de bobeira, e a Bruna disse que não gostava de uma coisa, e depois só porque a gente falou que gostava, ela mudou totalmente de opinião e a Pri se irritou, dizendo que ela não tinha opinião própria, mudava conforme com quem andava, e a Bruna ficou meio assustada, mas retrucou, então começou... Pri chamando a Bruna de forçada e sem personalidade, e a Bruna chamando a Priscila de vazia, o que me deixou irritada.
- Olha, gente, acho melhor a gente ir embora! - falei um pouco alto para cessar a voz delas. - E Bruna, por favor, não fala assim da Priscila. Você não a conhece e não tem o direito de chamá-la de vazia. - defendi a minha melhor amiga, óbvio. - Vamos embora. Pra mim já deu. - peguei minha bolsa e puxei a Pri junto comigo.
Depois disso, o Leo ficou sumido por alguns dias. E eu acho que a Bruna "proibiu" ele de sair com a gente, mas logo apareceu. Justo na casa do Lucas, onde íamos entrar na piscina e a Bruna estava junto. Como eu também esperava, ela pediu desculpas pra Pri, pra mim e para todo mundo, e nós falamos que estava tudo bem.
- Meu, eu não estou suportando olhar para a casa de sonsa dela! - a Priscila disse cruzando os braços e eu soltei uma risada.
- Amiga, relaxa. Como você disse, ela não tem personalidade, muda de jeito conforme anda com uma pessoa diferente. - falei dando de ombros.
Olhei em volta e peguei o Leo olhando pra mim. O repreendi com o olhar, mas ele apenas deu um sorrisinho safado que eu percebi o quanto eu sentia falta. Levantei da espreguiçadeira ao lado da Pri, e sentei ao lado do Leo.
- Você apareceu... - falei e ele me olhou.
- Não queria ter sumido, mas é que ela estava bem... nem sei explicar.
- Está tudo bem. Ela é sua namorada. - falei dando de ombros e ele ficou me olhando por um tempo.
- Você gosta dele? - ele me perguntou, de repente.
- Você gosta dela? - devolvi.
- Sempre vai ser só você... - ele acariciou a minha mão e eu suspirei, tirando a mão.
- Leo, a Bruna pode ser meio... você sabe, mas ela não merece isso. - falei olhando pra ele.
- O Rodrigo merece? Claro, ao não ser que você não goste dele.
- Eu gosto dele, mas não tem nem um pingo do que eu sinto por você. - falei sincera, sem olhar pra ele.
- Do que você sente? No presente?
- E no futuro também... - ele ficou me olhando por longos segundo, e graças a Deus, o Lucas chamou o Leo com um olhar de "Vocês estão deixando na cara!".
O Leo foi até o Lucas e eu fiquei deitada sozinha na espreguiçadeira, mas senti uma presença ao meu lado e abri os olhos, vendo a Bruna.
- Mari, eu sinto muito mesmo pelo que aconteceu. Não queria entrar em conflito com você, nem com os outros amigos do Castanhari... - ela disse. - E eu tenho certeza que se fosse pra escolher entre vocês e eu, ele escolheria vocês.
A olhei surpresa por ter tanta certeza.
- Por que tem tanta certeza? - perguntei e ela deu de ombros.
- Mari, você acha que o Leo gosta de mim? - ela me perguntou e eu fiquei me sentindo um pouco m*l.
- Não sei... ele é bem carinhoso com você? - perguntei.
- Ás vezes é, ás vezes parece que nem quer me tocar. Parece que ele fica com a mente longe... - disse. - Ele namorava com outra menina antes?
- Sim.
- Será que ele ainda gosta dela? Você é a melhor amiga dele, me diz, por favor. Ele deve contar essas coisas pra você.
- Eu não sei. - falei querendo fugir dali. Ela me deixou contra a parede. - Ele não fala sobre ela pra mim, mas eu acho que não é isso... talvez seja outra coisa. - dei de ombros.
- Eu não ter personalidade? - ela ironizou, e eu a olhei um pouco impaciente. - Desculpa.
- Toma cuidado com o que você fala, viu? Porque a gente se defende aqui com unhas e dentes. Se não quer o Leo contra você, segura a sua língua. - falei e levantei da espreguiçadeira, sentando entre o Daniel e o Tomás.
- Tá ficando tenso demais... - Daniel disse.
- O que vocês acham dela? - perguntei.
- Bonita. Nada além disso. - Tomás disse.
- Nada além disso, tipo...?
- Tipo só bonita. Sem conteúdo. - Daniel respondeu e eu fiquei olhando para a Bruna indo até o Leonardo.
- Por que vocês não param de frescura e ficam juntos logo? - Tomás disse como se fosse a coisa mais simples do mundo.
- Não é tão simples. - falei.
- Por que não?
- Por favor, não me deixem confusa. - falei colocando as mãos no rosto e o Daniel me abraçou de lado, beijando o topo da minha cabeça.
- Tudo vai se resolver. Você vai ver. - Tomás disse. - Mas agora... - ele levantou. - Você vai entrar na piscina. - e ele me pegou no colo, então quando percebi estávamos os dois na piscina.
- E se estivesse com o meu celular, seu doido?! - falei arrumando o cabelo.
- Vi você deixando em cima da mesa.
- Sorte sua! - dei um empurrão nele., mas ele se segurou em mim pra não cair.
Puta que pariu, acabou de rolar clima entre eu e o Tomás. p**a que pariu, p**a que pariu. Pulei nas costas dele, o afundando e depois sai correndo de perto dele. Gente do céu, isso não pode acontecer!
(...)
Já estava escurecendo e todos ainda estavam aqui. O calor estava de matar, então ainda estava todo mundo na piscina, menos o Leo e a Bruna, que entraram e ficaram por lá mesmo. E se ele estivessem se beijando? Dizendo coisas fofas um para o outro?! Até fiquei enjoada.
- Vou no banheiro, já volto.
- Ô galera, a minha fez cachorro quente. - Lucas disse e só vi todo mundo saindo da piscina, se enrolando na toalha e entrando na cozinha.
Resolvi ir no banheiro que tinha ali fora, mas vi o Leo e a Bruna ali perto. Ué, eles não estavam lá dentro?! Tentei evitar, mas foi impossível não prestar atenção na conversar.
- Leo, eu estou apaixonada por você. E eu sei que talvez você ainda goste da sua ex, mas eu quero ficar com você. - ela dizia e eu senti meu coração se contrair.
O Leo tirou o cabelo do rosto dela, e a beijou mais uma vez e quando percebi, eu estava chorando. Eu ia sair tentando passar despercebida, mas fiz um barulho, então eu sai correndo para a parte da frente da casa no Lucas sem nem perceber. Ouvi o Leo chamando meu nome, mas eu só continuei indo até o portão da casa.
Ele segurou meu braço, mas eu nem ao menos me virei para o lado dele.
- Nós não estamos mais juntos. Você pode ficar com quem quiser. - falei isso mais pra mim mesma do que pra ele.
- Mari, olha pra mim. - ele disse passando a mão no meu braço.
- Não! - falei. - Eu quero ir embora, me deixa ir embora.
- Não vou deixar você ir embora.
- Você vai se apaixonar por ela. - falei, de repente e o olhei. Ele me encarou com um pouco de surpresa ao ver que eu estava chorando. - Bom! - tirei minhas próprias conclusões já que ele não me respondeu, então dei as costas pra ele, mas ele me puxou, fazendo nossos corpos se chocarem.
- Não estou apaixonado por ela, e nem vou. - disse me olhando nos olhos.
Coloquei as mãos no rosto, apoiando no peitoral do Leo e comecei a chorar. Comecei a chorar muito, muito mesmo e ele me abraçou, mesmo sem entender porque eu estava chorando. Nem eu sabia porque!
- Mari, por que você está chorando?
- Eu não sei. - falei chorando. - Eu queria tanto gostar do Rodrigo, queria parar pelo menos um segundo de gostar de você, mas eu não consigo. Eu só consigo pensar em você, só consigo sentir tudo isso... - gesticulei mostrando que estava sentindo agora. - Com você. - levantei a cabeça, olhando nos olhos dele.
O Leo passou uma das mãos pela minha nuca, e a outra colocou na minha cintura.
- Leo, não podemos... - falei. - A sua namorada acabou de falar que está apaixonada por você.
- Eu não estou apaixonado por ela. Sabe o quanto eu fico puto te vendo de chamego com o Rodrigo? - ele pronunciou o nome Rodrigo com repulsa. - Não aguento mais ficar seu teu beijo.
- Jesus, me dê autocontrole. - falei sozinha e o Léo me olhou com as sobrancelhas levantadas, logo rindo.
- Viu? É possível não se apaixonar por isso?
- Desculpa ter atrapalhado seu momento com a Bruna, mas é que eu queria sair de lá e fui meio estabanada. - falei.
- Ela vai entender. - ele deu de ombros.
- Você... vocês já... - parei de falar com vergonha e o Leo soltou uma risada.
- Não, Mari. - disse rindo.
- Ufa.
- E você? - o encarei como se ele estivesse brincando com a minha cara.
- Nem vou te responder! - falei e ele riu novamente.
- Estou te perguntando sério, pô.
- Claro que não, Leonardo, se liga! - falei. - Vou embora, tá? - dei um beijo na bochecha dele e me afastei. - Se for pra ser com alguém, vai ser só com você! - falei enquanto estava longe dele e virei apenas a cabeça pra trás, vendo ele me olhando com desejo, mas ao mesmo tempo com paixão.
- Vem aqui me dar um beijo que a gente resolve isso agora! - disse e eu ri enquanto balançava a cabeça.
- Safado!
- Só com você, gatinha.
- Céus, como é difícil não estar com você.
- Você vai sair e vai pra onde, Mari? - ele me perguntou quando parei de andar e percebi que eu estava de biquíni, sem nenhuma roupa e longe da casa da Elena.
- Há, me ferrei. Vou ter que ficar aqui. - falei passando por ele. - Eu estou com cara de choro? - perguntei olhando pra ele.
- Está.
- Que droga. - murmurei. - Vou falar que eu torci o pé e que está doendo. - dei de ombros e voltamos para a área da piscina, para comer cachorro quente.
- E ah... - o Leo segurou meu braço. - Vi a tua ceninha com o Tomás. Vou quebrar a cara daquele filho da p**a.
- Que ceninha?!
- Eu vi, Mariana. Eu vi. - ele estava bravo de verdade!
- Eu não vou ficar com o seu melhor amigo! - falei. - Não sou tão filha da mãe assim! E não vamos falar sobre isso, só entra. E nem pense em falar nada para o Tomás.
Fiquei com medo de que a Bruna tivesse seguido o Leo, mas ela estava quietinha sentada na cadeira comendo seu cachorro quente.
- Estava chorando? - a Priscila me seguiu até o banheiro dentro da casa do Lucas.
- Sim. Foi uma recaída maluca. - falei. - Falei com o Leo e cai no choro do nada. Acho que ele pensou que eu endoidei.
- Amiga, termina com o Rodrigo. Volta para o Leo. Vocês não terão o tempo todo para ficarem juntos, sabia? Vai que você, Deus me livre, morre amanhã?!
- Pri, não enche minha cabeça de picuinha. - falei. - Ainda estou com cara de choro? - perguntei depois de lavar o rosto.
- Não. - disse. - Só um pouco vermelhinha, mas ninguém vai reparar.
Voltamos para a cozinha, e depois que terminamos de comer, eu e a Pri tomamos banho ao mesmo tempo para podermos ir embora. Ela ia dormir na casa da Elena comigo hoje, graças a Deus, porque eu não aguento a doida da Gabriela.
(...)
- Que horas são?
- Quase nove. - Pri respondeu sentando na minha frente e voltou a pentear o cabelo. - Mas e aí, amiga? Como você está?
- Eu estou confusa. E péssima. - falei. - Não quero ficar pensando nisso, mas é impossível! Está me deixando meio doida.
- Você gosta do Leo, o Leo gosta de você. Por que você complica tanto, Mari?
- Porque as coisas mudaram. - falei. - Nós estamos com outras pessoas, Pri. E você se lembra do motivo de termos terminado? Não tem como...
- Mari, vocês já se torturaram demais! Demonstram que querem ficar juntos só pelo jeito que se olham, e eu acho que o Rodrigo percebeu, por isso implica tanto com o Castanhari.
- Será?
- Provavelmente. - disse. - Você acha que é possível você começar a gostar de verdade do Rodrigo?
- Não... - fui sincera. - Eu estou totalmente ligada ao Leo ainda, e acho bem difícil parar de gostar dele um dia.
- Olha, eu também achava isso com o Cauã. - disse. - Mas foi só o Lucas aparece, todo bonitinho, disposto a ficar comigo, que eu nem...
A Pri parou de falar de repente, olhando para a porta com os olhos arregalados e eu também olhei, quase caindo dura no chão quando vi a Luíza parada ali com uma mala na mão.
- Você é a menina que está com o Lucas?! - ela disse inconformada. - E você sabia, Mariana?
- Luíza, a gente sempre deixou bem claro que ele gostava dessa tal menina. Não importa quem é. - falei.
- Claro que importa! Importa sim se a menina que até um tempo atrás era minha melhor amiga, sabe que eu gosto de um cara e esconde que ele está namorando alguém que eu conheço!
Não sabia nem o que dizer. Até porque eu nem sabia que ela gostava dele de verdade! Pensei que era só vontade de ficar.
- Você gosta dele? - perguntei, surpresa.
- Luíza, isso nem é culpa da Mari. - a Pri começou a dizer. - Ela queria dizer, mas eu não quis porque eu sabia que você já não gostava de mim, e gostaria menos ainda se soubesse que eu sou a namorada do Lucas.
- Tem razão. O pinguinho que eu poderia gostar de você, sumiu. - Luíza disse. - Na verdade, nunca nem apareceu! Você é uma...
- Presta atenção no que você vai falar, Luíza! - a interrompi. - Não fala coisa que pode se arrepender depois! Aliás, não vou deixar você ficar falando mentira a respeito dela só porque está com dor de cotovelo!
- Obrigada, amiga. - ela colocou tanta ironia no amiga. - Vou sair daqui pra nunca mais voltar!
E ela deu as costas pra gente. Mas ela nem tinha onde ficar! Pra onde ela ia?
- Luíza, você não tem outro lugar pra ficar! Eu sempre disse as verdades na sua cara, e era isso que você gostava em mim, não era? Então, estou falando agora. Não seja imatura.
- Não fico no mesmo lugar que você e essa... essa menina nem morta! - disse. - E eu tenho lugar pra ficar sim. Não é só você, e não preciso de caridade da sua parte. O que eu menos preciso é caridade da sua parte.
Ela abriu a porta da frente e saiu. Mas eu nem fui atrás dela. A Luíza era muito birrenta, se achava a dona de razão, pensava que sempre estava certa e se desse corda, ela mandaria até nos pais!
- E agora? - a Pri perguntou parecendo preocupada.
- E agora nada. - falei dando de ombros e fechei a porta do quarto. - Se ela quer dar uma desculpa para acabar com a nossa amizade, que a culpa não seja jogada pra cima de mim!
- Vocês nem ao menos se falavam mais, não é?
- Fazia muito tempo... - falei. - E estamos sem postar vídeo faz um mês. E todo mundo está perguntando se a gente brigou...
- Não tinha gente pedindo pra você vídeos com o "seu namorado"? E comigo e com os seus amigos?
- Sim. - falei.
- Então, por que você não cria um canal só seu? Mas deixa bem claro que você e a Luíza ainda postarão vídeo juntas, só que com menos frequência. Dá pra você postar vídeos cantando, toda semana e sem depender de outra pessoa.
- Você é uma genia! - dei um beijo na bochecha dela.
- Não sou?! - soltei uma risada.
- Só por causa disso, o primeiro vídeo será com você!