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3148 Words
"Blair: Aposto que vai gostar dele tanto quanto eu. Chuck: Se isso significa que não vou gostar dele, você está certa. - (Gossip Girl)." Ás vezes a vida nos surpreende de uma forma que não gostaríamos e era exatamente assim que eu me sentia agora. Ou desde que eu e o Leo seguimos em frente. Pra ser bem sincera, antes mesmo dele me beijar, eu não esperava que fosse acontecer tudo isso. Pra mim era apenas um amor platônico, que nunca passaria da minha imaginação, ou dos nossos desejos secretos, mas foi tão além disso que eu ficava assustada quando pensava no início do ano. Acho que eu sempre vou sentir um resquício de sentimento por ele e eu não esperava que fosse diferente. Eu sabia que mesmo após anos, sempre que ele me olhasse daquele jeito que ninguém nunca me olhou e nunca vai olhar, eu ia tremer na base. Sempre tremo na base quando se trata dele, isso era mais do que normal. E eu me sentia um pouco m*l de estar saindo com outra pessoa enquanto minha mente nem ao menos pensava na pessoa com a letra "R" e sim com a letra "L". Será que vai ser assim pra sempre?  Os dias passaram voando depois que a decisão e a promessa de sermos apenas amigos deu certo. Era muito estranho, porque eu sabia que ele estava se envolvendo com outra garota e ele inclusive já me contou sobre ela, assim como eu também estava me envolvendo com outra pessoa, mas o Leo não sabia nada além do nome Rodrigo. Nada. E o Rodrigo não sabia que o Leo era o meu ex namorado, ele pensava que o Leo era apenas o meu melhor amigo e o Leo me disse que falou a mesma coisa para a sua namoradinha. Que eu era a melhor amiga dele, sem acrescentar mais nada e eu achei muito melhor assim. Mas lembro que eu não gostei nem um pouco de ouvir que ele estava ficando com outra...  - Mari, precisamos conversar. - ele disse de repente, me deixando um pouco com medo. Eu ocultei a parte de que ainda estava saindo com o Rodrigo, e ele nem perguntou nada sobre isso. Ele deve achar que nem estou mais saindo com ele.  - Pode falar. - falei. - O que aconteceu?  - Eu... - ele me olhou um pouco nervoso e passou a mão na nuca. - Eu meio que estou namorando. - tentei não sentir, mas meu coração doeu.  - Sério? Eu também! - falei fingindo estar feliz por ele e a expressão dele me fez balançar a cabeça e rir. - Você não muda nada, ciumento...  - Eu pensei que você não estava mais com o Rodrigo. - disse. - p***a, Mari, por que você não me contou? Eu estava achando que você estava sozinha.  - Eu estava achando que você estava sozinho. - falei e cruzei os braços. - Leo, nós combinamos você lembra? Apenas amigos.  E depois dessa conversa resolvemos falar para os nossos "namorados" que éramos melhores amigos, e nada além disso. Para eles, nós nunca vamos nem ter se tocado.  Antes disso ainda apagamos as nossas fotos juntas do i********:. Eu tinha apenas uma foto com ele, que a legenda era "Se o amor bateu na nossa porta, que sorte a nossa..." e eu juro que quase chorei quando apaguei, mas ele também apagou a única foto que tinha comigo. E era mesmo como se nada tivesse acontecido. Como ele mesmo disse: só quem sabia sabe, quem não sabe não vai ficar sabendo.  - É hoje que você vai conhecer a Bruna, né? - a Pri sussurrou pra mim e eu me mexi na carteira um pouco desconfortável.  Sim. Espero que ela seja legal, aí não vou ter motivos pra não gostar dela.  - Ela ser a nova namorada do Castanhari já é um grande motivo pra você não gostar dela. - disse e eu balancei a cabeça. - Ué, se o Leo já não gosta do Rodrigo por que você deveria gostar da Bruna?  - Porque eu sou... diferente. - ela me olhou com duvida, mas eu ignorei esse olhar. Eu não ia reclamar. Afinal, como ele mesmo disse, nós somos amigos. Melhores amigos na visão dos nossos novos namorados.  - Olha, ele está vindo. Disfarça. - disse e eu comecei a rir. Nem estávamos falando coisas comprometedoras, mas ela ficou super nervosa.  - E aí, gatinhas. - Lucas disse dando um selinho na Pri e um beijo no meu rosto. O Leo deu um beijo no meu rosto e outro no da Pri. - Vocês vão aparecer em casa que horas?  - Lá pelas sete e meia, pode ser?  - Sete e meia? Amanhã é sábado, você pode ir dormir tarde. Certinha. - olhei feio pro Leo.  - Não, é que eu tenho... coisas pra fazer amanhã.  - Com o teu namoradinho? - Leo disse e eu senti que isso foi uma alfinetada. Revirei os olhos. - Mentira, eu não tenho nada pra fazer amanhã. - falei. - Mas é sério, Lucas. Que horas?  - Pode ser qualquer hora entre as sete e as onze. - disse.  - Ok. - falei e levantei do banco. - Vejo vocês a noite, então. - mandei um beijo pra todos eles e fui em direção a entrada da escola.  Ouvi passos atrás de mim e o Leo ficou ao meu lado, dizendo que ia me acompanhar até a casa da Elena.  - Você está de boa com isso? - perguntei, de repente e ele me encarou.  - Com o que?  - Você sabe... eu vou conhecer a Bruna, você vai conhecer o Rodrigo. - falei sem olhar pra ele. - Você está de boa com isso?  - Sinceramente? Não. - disse. - E me sinto pior ainda porque a Bruna é muito gente boa, mas... vou fazer o que? Você me fisgou.  - Ahh, meu Nemo! - falei apertando o rosto dele com uma mão de cada lado, e o abaixando, colando sua bochecha na minha. Dei um beijinho no rosto dele.  Ele revirou os olhos enquanto dava risada.  - A Bruna não desconfia de nada? - perguntei.  - Ela achou estranho no começo porque a gente se fala o dia inteiro, mas... ela tem que entender, né? Você é minha melhor amiga. - ele me olhou de relance, mas sério. Acho que ele estava repetindo isso para convencer a si mesmo.  - O Rodrigo tem ciúmes de você. Quer dizer, não de você. Mas de você. - ele me encarou confuso e eu soltei um riso. - Ele tem ciúme do ex namorado. De você amigo, ainda não.  - Ainda não. - ele soltou uma risadinha.  - Mas eu quase dei um c****e nele ontem! - falei e o Leo caiu na gargalhada pelo jeito que falei. - Acredita que a gente ia sair e ele mandou eu trocar de roupa? - o Leo parou de rir na mesma hora. - Mandou! Aí, eu mandei ele se ferrar porque a roupa era minha e o corpo era meu, e ele ficou assustado por me ver brava, então parou. Mas e aquela cara de bravo enquanto a gente estava saindo?  - m*l ele sabe que não tem como ser possessivo com você.  - Quando você vinha com esses papos pra cima de mim, eu já mandava você se danar.  - Realmente. - ele soltou uma risada, mas logo ficou sério novamente. - Já estou vendo que não vou gostar dele.  - Mato você se implicar com ele! Ele perceberia e a Bruna também.  - Vou me comportar, Mari. Prometo. - disse e eu sorri pra ele. - Vou ter que lembrar que estou namorando quando estiver lá.  - Como assim?  - Ficar olhando demais pra você e tudo mais.  - Você pode me olhar, ué. - falei dando de ombros. - Também vou estar olhando pra você. - ele me olhou e sorriu de um jeito "não faz isso comigo..." - Por que você parou de andar? Não para de andar, não me olha, não vamos nos torturar. - falei, mas ele tirou meu cabelo do rosto e eu fiquei estática. Acho que estava até com os olhos arregalados.  - É tão difícil. - ele disse olhando pro meu rosto e se aproximou, mas quando ele ia dar um beijo na minha boca, virei  o rosto fazendo ele dar um beijinho na minha bochecha.  - O que estamos fazendo? - perguntei voltando a andar e balancei a cabeça.  - Como assim?  - Estamos sendo injusto com eles. - falei. - E com nós mesmos.  - Foi sua escolha. - disse. - Mas se você mudar de ideia, acabo tudo com a Bruna e volto agora mesmo pra você. - e a vontade pedir pra ele fazer isso?  - Leo... - falei em um tom de aviso. - Ainda bem que eu cheguei. - murmurei abrindo o portão da casa da Elena. - Te vejo hoje a noite. E obrigada por vir comigo até aqui, o que não era necessário já que sua casa é ao lado da escola.  - Tá brincando? Cada minuto que eu passo com você...  - Não diga isso. - interrompi. - Tem gente olhando. - sussurrei depois de ver os olhos da Gabriela na janela. - Tchau... - dei um beijo na bochecha dele e entrei.  - Tchau... (...) - A loirinha dos olhos azuis é a Priscila, a morena é a Melissa e a loira dos olhos castanhos é a...?  - Alice! - falei rindo. - Isso mesmo! E falta a Malu, que é a branquinha dos olhos verdes e cabelo castanho. O irmão dela, Pedro, é igualzinho. Você vai saber que eles são irmãos. - falei. - E aquele teu amiguinho vai estar lá? Ou melhor, teus amiguinhos? - Rodrigo me perguntou.  - Sim. E pode parar com isso. - falei. - São meus amiguinho sim, e vão estar lá sim. - ele ficou quietinho para não gerar outra discussão e agradeci.  Chegamos na casa do Lucas e eu fiquei muito animada de ver todos lá. Fazia tempo que não saíamos juntos, com a Melissa e com a Alice. Até que eu vi a Bruna e o Leo juntinhos conversando, que fez o meu ânimo cair. Nunca tinha visto o Leo com outra garota desde que começamos a namorar. Quer dizer, não namorando ou trocando carícias. E admito que meu coração doeu.  - Oi, Mari! Prazer! O Leo fala muito de você. - a Bruna disse vindo me cumprimentar.  "O Leo".  - Oi, prazer! - falei sendo simpática também.  E eu quase joguei uma almofada no Leo quando vi a cara dele quando foi cumprimentar o Rodrigo. Ele ficou olhando feio, e eu fiquei com medo de que a Bruna ou até o Rodrigo mesmo percebesse!  E depois o Leo diz que não tem preferências por loiras! A Bruna era loira, cabelo comprido (não tanto quanto o meu ou o da Pri, mas era comprido) e os olhos verdes. A minha auto-estima foi lá embaixo! Fiquei morrendo de medo que o Leonardo se apaixonasse por ela, porque além de bonita, ela parecia ser muito legal e muito gente boa.  (...) - E aí? Qual a sua primeira impressão sobre ela? - a Pri sussurrou sentando ao meu lado. Já fazia umas duas horas que estávamos aqui.  - Ela é legal. - falei fazendo cara de choro. - E muito bonita.  - É, pena que o Leo não para de olhar pra você. - ela disse.  - Ele está olhando? - perguntei.  Eu estava de costas pra onde ele estava. - Hein? Ele está olhando?  - Ele está vindo pra cá. - ela sussurrou e eu parei de falar.  - Vou dar uma porrada nesse Rodrigo. - ele sussurrou no meu ouvido, fazendo meus pelos se ouriçarem e ele sentou ao meu lado.  - Por que se você tem uma menina igual a Bruna do seu lado? - sussurrei de volta e percebi que a Priscila levantou para nos deixar sozinhos. Mas eu não queria isso senão iam perceber! - Sabia que você ia ficar paranoica com essas coisas. - disse rindo e balançando a cabeça. - Mil vezes você.  - Leonardo! - me sentia m*l quando ele falava assim. Ela estava sendo enganada, assim como o Rodrigo. - Não falei que você tem preferências? Sempre loiras...  - Morena só você. - disse me olhando daquele jeito que me deixava nervosa. - Imagina se fosse alguém igual você? Seria muito pior.  - Leo, ela é muito linda. - falei vendo a Bruna conversando com o Rodrigo.  Percebi que os nossos amigos não se misturaram muito com eles. E eu sabia porque. Eles achavam um absurdo eu e o Leo não estarmos juntos, e ainda mais estar namorando com outras pessoas. Todos eles achavam isso. - Ela é. - o Leo disse. - Mas...  - Nem vem tentar puxar meu saco. - o interrompi o olhando com um sorriso e ele suspirou.  - Nem precisa, você sabe.  Meu olhar se encontrou com o do Rodrigo e percebi sua expressão de ciúmes ao me ver falando sozinha com o Leonardo. O Rodrigo era muito ciumento, e não era daqueles que era fofo! Ele era ciumento de verdade, ficava com raiva de verdade e mesmo que pedisse pra ele parar, o menino ficava de cara virada comigo.  - Tá louco? - sussurrei e tirei a mão quando senti a mão do Leo encostando na minha.  - Foi sem querer. - ele disse rindo. - Você está paranoica.  - É que o Rodrigo estava olhando. - falei.  - Só pra vocês saberem... - a Priscila sentou entre nós e a abraçou nós dois do nada. - Só o jeito que vocês se olham deixa na cara, então se não querem que esses dois intrusos aqui dentro percebam, vocês devem parar de se olhar.  - Intrusos, Priscila? - perguntei rindo.  - Sim! A gente não está com privacidade. - disse dando de ombros. - Amo vocês dois, mas não seus peguetes.  Antes que eu respondesse, a Bruna se aproximou e sentou em uma das pernas do Leo, já me deixando meio desconfortável.  - Vamos embora, amor? - a Bruna disse.  É sério, eu não me sentia nem um pouco confortável. Levantei de onde eu estava e fui até o Rodrigo, sentando ao seu lado.  - To afim de ir embora, Mari. Você já vai? - perguntou. - Eu estava conversando com a Bruna e a gente percebeu que eles não gostam muito de gente diferente.  - Se você quiser ir embora... - dei de ombros. - Eu ainda vou ficar.  - Mesmo? - perguntou se aproximando e eu assenti.  Ele me beijou por alguns longos segundos, então levantou.  - Nos vemos amanhã. - disse e eu assenti levantando também.  - Tchau. - dei um selinho nele.  Ele acenou para o resto do pessoal e quando saímos, o Leo e a Bruna estavam se beijando ali fora. Ah, merda. Passamos reto por eles, mas o Leo percebeu e parou de beijar a Bruna.  - Já vão embora?  - Só o Rodrigo. - respondi. - Tchau. - dei outro selinho nele. - E vocês já vão? - perguntei.  - O Castanhari vai me deixar em casa. - a Bruna disse vindo até mim e me deu um abraço. - Teremos outro momento pra conversar um pouco. - ela disse sorrindo.  - Claro. - sorri também, sendo simpática.  - Onde você mora? - o Rodrigo perguntou pra Bruna e ela respondeu que mora perto do centro. - Você quer carona? É caminho pra minha casa mesmo. - ahá, ele estava querendo fazer ciúmes em mim.  - Pode ser. Tudo bem? - ela olhou pro Leo, que assentiu. - Tchau, então. - ela deu um beijo nele e eu olhei pro céu.  O Rodrigo e a Bruna entraram no carro, então eles foram embora e assim que sumiram da nossa vista, o Leonardo olhou pra mim de canto de olho.  Ignorei e fui entrar novamente na casa do Lucas. - Ei, ei. Que foi? - ele veio atrás de mim e ficou na minha frente.  - Isso não vai dar certo. - falei passando por ele novamente. - Não vai dar nada certo. E vai acabar com confusão. Escuta o que eu to falando.  - Por que está dizendo isso? - ele ficou na frente de novo.  - Porque o Rodrigo estava tentando fazer ciúmes e eu não senti nem um pouco de ciúmes. Só senti ciúmes de você beijando ela. - passei por ele novamente, mas ele não me deixou entrar. - E você sabe que eu odeio guardar ciúmes. É um sentimento tão r**m que eu preciso botar pra fora.  Era engraçado quando eu ficava com ciúmes de verdade do Leonardo quando estávamos namorando. Eu ficava de cara feia (sem querer) e normalmente, quando a pessoa pergunta, nós respondemos "não, eu to bem", mas eu respondia "Não tá tudo bem, vai se ferrar" e eu precisava colocar pra fora o ciúme porque me corrói por dentro, sério.  - Aí, desculpa, eu sei que eu não tenho direito de falar nada, mas como sempre, preciso botar pra fora. - falei coçando a cabeça quando vi a expressão dele pra mim.  - Mari, eu não sou resisto não. - ele disse entrelaçando nossos dedos e ficando na minha frente. - Não consigo ser seu amigo. Muito menos se preciso ver de chamego com outro.  - Então, vamos fazer assim... - comecei a dizer. - Não vamos mais sair todos juntos. E se sair, sem chamego. Você só fica com a Bruna quando vocês estiverem bem longe de mim e eu só fico com o Rodrigo bem longe de você.  - Ou a gente pode acabar com essa palhaçada e eu ficar com você e você ficar comigo. - disse como se fosse a coisa mais natural do mundo. Semicerrei os olhos pra ele.  - Duvido que você tenha coragem de me beijar agora! Só vai conseguir quando terminar com a Bruna. Você é uma pessoa boa demais pra isso. - falei enquanto abria a porta da casa do Lucas, mas ele me puxou por trás pela cintura. E deu um beijinho na curva do meu pescoço, fazendo todos os meus pelos se ouriçarem.  - Ah, Deus... - murmurei tentando me conter.  - Não se preocupa não. - ele sussurrou. - Quando você decidir voltar pra mim, o que não vai demorar porque sei que você está molhadinha, nem vou mais lembrar quem é ela. - o encarei indignada, e o empurrei.  - Não estou molhadinha, Castanhari! - falei inconformada com a indelicadeza dele. Sou muito inocente pra essas coisas, sério. Eu estava com o rosto queimando.  E o Castanhari ficou rindo da minha cara. - i****a. - falei revirando os olhos e entrei, com ele rindo atrás de mim.     
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