Cap.2 Sem desaforo lá em casa

1906 Words
cap.2 Ela cambaleava tentando manter a postura enquanto passava pelos clientes. Segurava firmemente a garrafa de uísque, algumas meninas a encaravam segurando o riso, ninguém ali queria seu bem, ela despertava a inveja de todas por ter um show só dela, o desejo era apenas de colocar o pé na frente dela e vê-la cair e fazer todos rirem do quão patética ela pareceria. Luz seguiu pelo corredor até a entrada de serviço abriu a porta e tropeçou em um único degrau que tinha quando tentou descer, ainda assim manteve o equilíbrio e continuou a caminhar. — Ah! Mamãe… — Murmurou se encostando em uma parede deixando as lágrimas escaparem, enquanto o segurança outrora escondido agora ia em sua direção silenciosamente para a capturar. — Ando tão estressada, porque não consigo te ajudar da forma que queria… — Sussurrou como se conversasse com sua mãe, ela não tinha percebido o homem até olhar o reflexo na garrafa encostada ao seu rosto. — Você é realmente uma boa amiga! — Anuncia para a garrafa lhe dando um beijo, em seguida lançando contra a cabeça do homem que foi pego desprevenido caindo no chão em meio aos cacos.. sem exitar, correu o mais rápido que podia em seus saltos plataformas, e assim que saiu do beco arrancou os mesmos e continuou a correr até perceber que não havia ninguém a seguindo. Estava exausta rua deserta, passava poucos carros aquela hora, não tinha nem ideia de como conseguiria um táxi. Como se já não bastasse o problema deixado la atrás, sua cabeça parecia não está funcionando, ainda mais quando viu o restaurante japonês ainda funcionando, ao mesmo tempo que dele viu sair um cadeirante seguindo até a sinaleira. — Parece que posso comer comida japonesa agora. — Comentou olhando dentro do seu decote buscando alguns dólares guardados, enquanto procurava, também observava o cadeirante esperando o sinal vermelho. — Nossa que babaca, não vê que está vazio… — Murmurou com a voz arrastada, assim que o sinal vermelho fechou o homem ligou a cadeira e seguiu na intenção de chegar do outro lado, mas tudo mudou quando ela viu um carro se aproximar em alta velocidade ao encontro de Leon. Sua lucidez voltou em espontaneo, sabia que não haveria tempo de escapar naquela velocidade, correu o mais rápido que podia. Conseguiu empurrar a cadeira tirando o cadeirante do caminho do assassino, porem ambos acabaram se chocando contra um degrau fazendo a cadeira virar levando os dois ao chão. — Seu miserável, inconsequente! — Gritou se sentando na grama com dificuldade, tirando o excesso de cabelo do rosto para observar o carro inflator. — Ah! Que i****a!, olha! Parou o carro… — Ficou muda quando viu o carro voltar, ela ainda segurava seus saltos, os quais não havia soltado nem para salvar o homem. Pensou que ele viria para ajudar, até observar a aparência do homem com o rosto escondido por uma máscara e as mãos com luva segurando uma pistola, quase teve um infarto quando ele apontou a arma para ela, — Mas eu não vou morrer mesmo! — Bradou lançando o sapato deliberadamente. — Por favor, minha virgem santa, acerte! — Fez sua reza atropelando as palavras. Ela conseguiu acertar o rosto de homem que ficou ainda mais furioso e tentou disparar contra ela, mas antes que pudesse alguns seguranças aparecerem e diferiram tiros em sua direção e em seu carro, mas ele conseguiu escapar. Assim que luz viu os seguranças se aproximar se levantou e saiu correndo após todos eles passar por ela para ajudar o cadeirante. — O senhor está bem? — Perguntou um dos seguranças, o ajudando a se sentar novamente na cadeira. — Estou. — Respondeu de mau humor. — Deu para ver quem era? — pergunta um dos seguranças. — Não. — Em uma semana que o senhor chegou, essa foi a primeira tentativa e eles chegaram tão perto. — Comenta seu segurança e amigo de confiança. — Se não fosse pela mocinha, não teriam me salvado a tempo. — Comentou procurando a moça, até um dos seguranças recolher seus pertences encontrando também a identidade dela. — Então seu nome é Luz Alessandra — comentou olhando sua foto — e parece que hoje você foi a minha luz no fim do túnel. — Comentou sorrindo. — O carro está pronto, senhor. — Ok, vamos embora daqui, mandem investigar esse atentado, gostaria de saber qual parente foi dessa vez que tentou me matar. — Ordenou sério. Luz acabara de salvar o bilionário Leonardo Fischer, apelido Leon, já havia uma semana que voltou a Londres após dez anos administrando os negócios de seu pai à distância nos Estados Unidos. Seu retorno se fez necessário após seu pai ter sido assassinado pelos seus parentes maternais, os hatawhay, que mesmo dependentes do dinheiro dos Fischer eles insistem em tentar matá-los apenas para tomar sua herança. Leon, agora tinha apenas seu irmão como parente próximo. A família Hatawhay se tornou gananciosa e interessada no dinheiro dos Fischer. Após a morte da mãe de Leon, eles não ficaram com nada, ainda assim Léo o pai de Leon os deu uma vida de luxo e sofisticação com direito até mansão na parte mais nobre de Londres. É Nessa mansão luxuosa que mora todos os membros da sua falecida mãe e nenhum deles é flor que se cheire. São bem perigosos capazes de tudo, mas não passam de peões manipulados pelo velho Dercy, avo de Leon. Leo para proteger os filhos havia enviado eles secretamente para longe para proteger da família hatawhay após eles tentarem matar seu próprio neto Leon, que acabou ficando sem os movimentos das pernas sendo condenado a viver em uma cadeira de rodas. Seu irmão caçula havia se envolvido com a máfia e chegou a ser sotocapo, e tudo que sabem é que ele tinha sido morto na máfia, mas a realidade era outro bem diferente, Leon foi o único que não acreditou na morte de seu irmão, então conseguiu descobrir que ele estava vivo. … Luz Alessandra após fugir daquela bagunça continuou seguindo sem rumo até conseguir pegar um táxi, com as poucos dólar que tinha conseguiu pagar o táxi e chegar em casa pronta para mais uma confusão com sua amiga de quarto. — Que merda aconteceu com você? — Perguntou kenny incrédula sentada no sofá debaixo da coberta com Maicom, seu namorado folgado que passa mais tempo no apartamento de luz do que a própria luz. — Não me incomoda, Kenny. — Resmungou cambaleando até seu quarto. — Alguém te atacou? — Continuou a perguntar preocupada, Luz nem havia percebido que seu cabelo estava todo bagunçado, batom borrado, hematomas nas pernas, após o tombo na cadeira, e sem falar que chegou de mãos vazias em casa. — Já disse que não. — Mentira! Olha seu estado, o que aconteceu com você? — A amiga continuou a insistir. Kenny era uma esbanjadora, filha de família rica, Tinha tudo até arrumar o namoradinho gigolô que Luz nem percebeu ser mais um sugador igual a Kenny, não que ela não ajudasse, mas ela sugava mais do que ajudava, já não ajudar ela a pagar o aluguel por três meses. — não quero contar! — vocifera irritada. — você não entra nesse quarto até abrir a boca! — esbraveja se levantando do sofá barrando a passagem de luz. — Ok! — Bradou impacientemente com os olhos miudinhos. — Minha mãe está fazendo tratamento no Brasil, hoje procurei encrenca, supostamente com o dono do local que parece ser um mafioso, ah! Estou ferrada! — Lamentou. — Então, Marcone foi obrigado a me demitir. Peguei uma bebida que acredito custar seis mil dólares, quebrei na cabeça do segurança de um mafioso que queria me sequestrar, eu corri, e encontrei um cadeirante e salvei ele de ser atropelado, cai miseravelmente por cima da cadeira, comi até grama na queda… e para piorar o cara sai com uma arma e tenta matar nos dois, o que acha? Está satisfeita? — choraminga desgastada. — que dia de cão, parece até desventuras em série. — comenta kenny cética. — Ah! Amiga… Ainda bem que não machuquei meu rosto, é meu ganha-pão, pois sua amiga nem serve para arrumar um emprego decente, e para piorar o cara saiu com uma arma, quase matou nós dois. Joguei meu sapato de mil dólares na cara dele, e eu ia vender para mandar dinheiro para minha mãe… — Começou a chorar deliberadamente, Kenny a abraça com remorso. — Oh! Minha amiga, que dia r**m, coma algo, eu fiz kimchi hoje cedo. — Contou a levando até a cozinha. — É? Eu queria kimchi, foi de onde aquele homem saiu, do meu restaurante preferido, que agora quero passar bem longe. — esbraveja batendo a porta de seu quarto ao entrar, tudo que ela queria agora era relaxar. Leon já estava em sua mansão, preso em seu escritório esperando Scooby, o único homem a quem confia para tudo que precisa, além de ser seu amigo e braço direito. — Encontre a garota, todas as informações que preciso dela. — Ordenou assim que ele entrou na sala, lhe entregando a identidade da mesma. — Sim, senhor! — Concordou pegando a identidade no mesmo segundo se retirando. No dia seguinte luz Alessandra se levantou sentindo como se um caminhão tivesse passado por cima de sua cabeça e só piorou quando saiu de seu quarto e seus pés descalços tocavam nas embalagens que kenny e seu namorado acumulavam no chão da sala, mas manteve-se calma para não piorar sua situação mesmo que sempre tentasse manter a casa limpa sua amiga com vinte anos de idade nunca cooperava. Então em silêncio pegou todos os materiais que limpeza que precisava e arrumou tudo em seguida trazendo alguns classificados de vagas de emprego para começar a buscar um novo serviço, passou a manhã inteira, até a tarde sem se mover do lugar presa aos jornais e notebook procurando emprego. — Você ainda está aí buscando emprego? — Perguntou Kenny, vendo as olheiras da amiga enquanto ela está debruçada sobre pilhas de jornais circulando anúncios com marcador e ligando para cada um. — As contas não vão se pagar sozinha e dessa vez quero largar essa vida de stripper. — Bocejou enquanto Kenny coloca uma xícara de café e um envelope em cima da mesa. — O que é esse envelope? — O aluguel desse mês, mas é tudo que tenho, só dessa vez eu decidir dar um jeito já que não colaboro a alguns meses. — Sabe que não farei cerimônia em ficar com esse envelope, não sabe? — Sei… — Respondeu desanimada. — Podemos arrumar um lugar mais simples para morar e reduzir os custos, o que acha? — Credo! A mulher perde o emprego a três dias e já quer me levar para sarjeta. — Resmungou com asco. — Então largue seu namorado pé de chinelo e volte para sua mansão! Você é rica, não tem que ficar passando por isso por causa de um homem que nem mesmo pode atender suas necessidades, ou então vai ter que morar em um lugar mais simples. — Vou com você para onde quiser! — Abraçou a amiga a sufocando, afinal a garota era cega de amor pelo namorado encostado dela. Em meio as tentativas de se livrar do abraço de sua amiga, ela ouve o celular tocar e quando atende percebe ser seu antigo dono da boate.
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