- Calma, Yoongi, por favor... - disse, chorando novamente. Ele respirava rápido, descontrolado, sem saber o que pensar ou fazer. De repente um pânico o atingiu e ele nem sabia mais o que era. Só sabia que era pai de Park Yeosang, e ele era tudo que preenchia sua cabeça naquele momento.
- Você tem esse final de semana pra contar, ou eu vou tomar medidas drásticas. - A voz era afiada como faca, machucando Jimin de uma maneira que ele nem imaginava. Assentiu, sem saber o que fazer - Você pode ir agora, não acho que vá conseguir dizer mais nada do que eu queira saber, mas saiba Jimin - disse puxando o braço das mãos do ômega, devagar - eu ainda quero as respostas.
Jimin apenas assentiu outra vez, respirando fundo e saindo do quarto sem nem ver como. Chorava duro, feio, sem sair nenhuma lagrima, apenas o peito doendo de forma intensa. Aquela dor ele nem sabia nomear. Era diferente de toda dor que tinha sentido.
Ainda ficou vagando pela praça da cidade por algumas horas antes de voltar pra casa. Já na porta viu que estava tudo escuro. Entrou vendo a porta do quarto de sua mãe fechada. Então apenas suspirou, indo ate seu próprio quarto. Tomou um banho demorado, tentando imaginar uma vida diferente daquela, se Yoongi realmente tivesse ficado, se Jimin tivesse contado...
Deitou na cama olhando o teto, ia pegar o celular quando viu a porta se abrir, e então um serzinho subir em sua cama, indo o abraçar - Posso saber o que fazia acordado até agora?
- A porta me acordou. - a voz de seu filhote o acalmou por inteiro.
- Já falei que é feio mentir - disse abraçando Sang.
- Me conta uma história pra dormir. - o garotinho o dobrou.
Jimin sorriu e então respirou fundo, voltando a olhar para o teto - Vou te contar a história de um alfa e um ômega que...
- Não é história de amor, é?
- É sim, não quer ouvir essa?
- Não, não acredito que o amor exista. - o menininho disse firme.
- Porque não? - Jimin sentiu o coração acelerar.
- O senhor não tem um amor, porque devia acreditar? - a voz agora parecia emburrada e o coração de Jimin acelerou mais ainda.
- Eu te amo, você me ama, não ama? - ele sentiu Sang assentir positivamente em seu peito - Então como ele não existe?
- Porque o senhor não tem um amor então?
- Eu tive Sang, ou como você acha que você nasceu? - disse baixinho tentando amenizar o clima.
- Acho que não quero mais história. - falou mais emburrado e Jimin sorriu.
- Me conta o que assistiu hoje então.
Foi a deixa para o menininho começar a falar sem parar sobre o documentário que tinha assistido sobre dinossauros e pré história. Jimin jamais poderia imaginar que naquela cabecinha se passava que ele não tinha um amor e por isso duvidava de sua existência. Seu filhote era mais inteligente do que poderia imaginar.
Minutos depois, quando Sang dormiu em seu peito, ele pegou o celular. Tinham várias mensagens de Jackson, que ele respondeu rapidamente.
Mas era a notificação de cartinha indicando que tinha recebido um novo e-mail que fez se coração disparar novamente.
E-mail n 1831
Jiminie...
Hoje você veio me contar sobre nosso filhote. Ou melhor, tentar...
Não posso nem sequer explicar a dor que senti ao ver seu desespero. Fico imaginando diversos cenários a minha frente mostrando o que poderia ter acontecido se você tivesse me contado assim que descobriu.
Você é o amor da minha vida e sempre será.
Estou ansioso para conhecer nosso filho como pai dele.
Espero que você conte logo, fazer a linha durão com você nunca funcionou pra mim.
Eu te amo. E já amo nosso filhote.
??
PRETO
Sang fechou o notebook que estava em seu colo com força. Olhou para o pai, que confeitava um bolo, todo cheio de farinha, mas também com os olhos inchados. O tio Jackson estava fazendo entregas e sua avó estava completamente quieta. E isso já faziam dias. O que era extremamente estranho porque sua avó falava muito.
Tudo estava estranho, Sang tinha quase 5 anos, ele sabia disso.
- Papai, posso ir na pracinha com o Luke? - ele perguntou do sofá.
Jimin olhou no relogio de pulso - Só meia hora Sang, agorinha ta na hora de tomar café da tarde. Chama o Luke pra vir.
- Ta bom - ele disse indo ate a porta, calçando o all star preto, pegando a jaqueta preta e saindo. Foi ate o portãozinho de madeira da casa, olhando a pracinha da frente. Luke não estava lá. Mas o hotel que ficava do outro lado sim. E ele tinha uma missão.
Andou aos passinhos duros, as mãozinhas fechadas, o olhar bravo. Nem ouvia os vizinhos o cumprimentarem enquanto atravessava a praça e ia ate o hotel, parando no balcão bem mais ato que ele.
- Com licença - ele disse alto e o recepcionista se apoiou no balcão para o olhar.
- Oh, Sang, tudo bem? Veio visitar o hotel? - respondeu sorrindo.
- Vim visitar uma pessoa, ela chama Min Yoongi, é urgente. - disse bem duro, sem pestanejar.
Já o recepcionista arregalou os olhos - Min Yoongi? E-eu vou... - ele pegou o telefone.
Sang viu uma movimentação no elevador e então olhou para o alto - Não precisa mais tio, ele ta aqui! - correu ate Yoongi parando na sua frente - Eu quero falar com o senhor.
Yoongi sentiu o sangue sumir, as mãos tremerem, não esperava encontrar o filho assim, do nada, ainda procurando por ele - Sang, claro, você quer entrar e... seu pai sabe que você ta aqui?
- Não - disse duro - eu quero conversar ali - apontou para a recepção do hotel que tinha varios sofás e saiu andando ate lá.
Yoongi o seguiu, sentindo o coração acelerar, vendo o menininho sentar em uma das poltronas individuais, deixando os pézinhos com all star balançando. Ele arrumou a camisa. Era ridiculo, intimidado por uma criança de cinco anos. - Ok, aconteceu alguma coisa.
- Eu sei que o senhor é meu pai.
- C-como... - Yoongi se sentiu engasgar.
- Não é dificil adivinhar, nossos olhos são da mesma cor, eu pesquisei, isso é genetico, significa que passa de pai pra filho, e meu cabelo é igual o seu, e mesmo eu ainda tendo dentinhos de leite, da pra ver que minha boca é igual a sua. Eu tenho quase cinco anos, eu sei de tudo.
- Sang...
- E desde que você chegou papai não para de chorar. - ele pulou da cadeira e ficou na frente de Yoongi - eu não conheço você, não sei quem você é. Em um documentario dizia que não precisa ser sangue pra ser família, e que a gente não era obrigado a ser familia por ser de sangue. O senhor é meu pai, mas eu nunca te vi antes. E agora ta aqui e o papai não para de chorar, então quer dizer que o senhor não é legal.
Yoongi sentia sua garganta fechar cada vez mais - Sang, não é bem assim, eu...
- Você sumiu. Papai tentava falar, mas se o senhor não tava lá era porque não era pra ta. A gente era feliz antes do senhor chegar e agora papai só chora...
- Sang, eu não tava lá porque...
- YEOSANG! - ele escutou seu pai Jimin gritar e entrar correndo no hotel, com o celular na mão, avental e o rosto cheio de faria - Yeosang, você mentiu pra mim, o que ta fazendo aqui?
- Conversando com meu outro pai. - disse duro. O rostinho era bravo. Seria engraçado se não fosse trágico.
- Sang...- Jimin se abaixou - do que ta falando meu amor? - tentou rir sem humor.
- Papai eu não sou burro, o senhor sabe...
- Claro que não é meu amor - Jimin respondeu passando a mão no rostinho dele.
- Então não me trate assim. - se virou para Yoongi - Não sei o que veio fazer aqui senhor, mas eu agradeceria muito se fosse embora. A gente quer voltar a nossa vida feliz. Eu não quero outro pai, outro pai que nunca esteve aqui. E que faz meu papai chorar.
- Sang... - Jimin disse de novo.
- Vai embora - ele disse duro e saiu da recepção.
Jimin, que estava ajoelhado, colocou as mãos sujas de farinha no rosto, sujando junto o cabelo e fungando - Não fui eu Yoongi, não foi...
- Eu sei - Yoongi respondeu com dor na voz - Ele é bem mais inteligente do que eu pensava,
- De quem acha que ele herdou? - Jimin sentou no chão, estava exausto, tanto de sustentar essa situação quanto sentir o que tava sentindo. - Me desculpe Yoongi...
- Eu já disse que acredito que não foi você.
- Porque?
- Porque o que?
- Porque acredita que não fui eu?
Yoongi suspirou, abaixando a sua altura - Eu conheci você, e talvez, la no fundo, você ainda seja aquele pequeno que eu conheci... e aquele pequeno não falaria m*l de mim pro meu próprio filho, ou o esconderia de proposito...
Jimin começou a rir, rir muito, e chorar ao mesmo tempo. Yoongi se assustou porque Jimin parecia desesperado, não era uma reação muito comum - Você é tão ingênuo! Nunca tinha sido assim antes! - disse rindo e chorando - Eu escondi sim, eu escondi de propósito, eu fui ate boston pra te contar, encontrei sua mãe, discuti com ela, te vi no campus e... voltei pra tras - ele riu mais ainda - eu escondi o Sang, ele já tinha dois anos, eu escondi Yoongi, eu escondi seu filho de você - se abaixou, agora chorando duro, chorando tanto que nem conseguia controlar.
??
BRANCO
"- Jimin? Jimin? - Yoongi andava a passos rápidos pelo pátio da escola. Sabia que o namorado tinha ido pra algum canto dos vários esconderijos secretos dos dois, mas naquela tarde estava sendo dificil de achar. Jimin tinha acabado de fazer uma prova importante, ditaria sua ida para a faculdade de Seul ou não. Sua reprovação ou não. Sua separação de Yoongi ou não. E sabia que seu pequeno estaria uma pilha de nervos, quase tendo um ataque de ansiedade.
Andou mais alguns passos ate chegar atras da quadra e ver Jimin abaixado contra o muro, segurando a mochila com força entre o joelho e a barriga. A cabeça abaixada só significava uma coisa: estava chorando. E em pânico.
O alfa chegou devagar, a passos lentos, se abaixou ao lado dele e então fez carinho de leve em sua cabeça. Foi descendo a mão, levemente, como o vento, ate pegar uma de suas mãozinhas, abriu a palma e começou a fazer desenhos abstratos ali, com o indicador. E Jimin foi se acalmando, acalmando, e acalmando. Ate virar o rosto para ele. Os olhinhos inchados, o nariz vermelho, a boca molhada. Yoongi sorriu docemente e Jimin suspirou, olhando seus olhos, sendo hipnotizado por eles. Aquele azul intenso que parecia o mar, e aquele preto que fazia se sentir pequeno e grande ao mesmo tempo. Ele suspirou de novo, caindo de encontro ao ombro do alfa que entrelaçou seus dedos.
Só assim conseguia se acalmar."
??
- Porque vocês não se sentam nas poltronas? - Yobim, o recepcionista do hotel tentava ajudar, vendo a cena.
Yoongi suspirou, voltando do torpor - Podemos ir para o meu quarto...
- Não vou pro seu quarto! - Jimin disse com os olhos arregalados, ainda chorando.
- La vamos ter privacidade pra conversar melhor... - o alfa continuou.
- Não vou! Vai que você... me mata lá? Yobim - ele se virou e puxou a camisa do recepcionista ate ele ficar cara a cara com ele - Yobim ele vai me matar Yobim...
Yobim escondeu a risada - Eu acho que ele não se comprometeria tanto assim...
- Pra ficar com o Sang só pra ele - e o choro voltou com tudo.
- Jimin - Yoongi disse duro - Yobim busca um copo de água pra ele, por favor.
- Claro Yoongi... digo... senhor Min - disse tirando as mãos de Jimin que ainda agarravam sua camisa, fazendo ele desabar no chão de novo, respirava rápido, sem conseguir controlar. Yoongi respirava fundo, mas conhecia Jimin, aquilo não era farsa.
Ali, sentado no chão do hotel, com avental, o rosto sujo de farinha de trigo, Yoongi sabia que era uma crise de pânico. Ele ter confessado que tinha o visto em Boston foi resultado da crise, ele ter confessado que tinha ido contar sobre o filho e que não contou foi resultado da crise. Mas, alem de extremamente chateado pela confissão, Yoongi também ficava preocupado. Sang tinha vindo dizer que Jimin só chorava desde que ele tinha chegado. E então tem esse momento na sua frente, soltando coisas que tinham que ser ditas em uma conversa a sós, nao entre choros e risadas nervosas.
- Jimin - ele chamou novamente mas o ômega ainda encarava o chão, o peito subindo e descendo de maneira rápida, as mãos fechadas apoiadas no piso, assim como o resto de seu corpo - Merda isso vai acabar comigo - Yoongi falou pra si mesmo então se ajoelhou a sua frente. Passou a mão de leve em seus cabelos, tirando um pouco do trigo, então a desceu, pegando uma de suas mãos, abrindo a palma, começou a fazer desenhos aleatorios ali e pouquinho a pouquinho viu o ômega respirar mais devagar e levantar a cabeça. Se olharam por longos segundos ate Jimin desviar. - Jimin, olha pra mim! - Yoongi pediu, suplicante.
- Não consigo! - o ômega respondeu entre as lágrimas - seus olhos ainda me hipnotizam como faziam anos atras... era pra eu já estar acostumado, já que Sang tem os mesmos olhos, mas olhar pra você é diferente... não consigo pensar em mais nada, só... na imensidão do mar e no tamanho do universo, e como era meu amor por você.
- Era? - Yoongi soltou sem querer, Jimin continuou com a cabeça baixa - Você ainda tem essas crises?
Jimin assentiu - Mas eu tomo remédio quando da. - respondeu enquanto Yobim voltava com o copo de água em uma bandeija.
- Aqui - disse se abaixando e ai que Yoongi percebeu que os dois ainda estavam de mãos dadas. Jimin puxou a mão rapidamente e pegou o copo de água, bebendo três goles.
- Eu vou pra casa... - começou.
- Jimin... - Yoongi o repreendeu.
- Vou pra casa, preciso falar com o Sang, ele é mais importante que nossa conversa.
Yoongi suspirou, concordando. Sang era mais importante. Então Jimin se levantou e saiu correndo porta a fora. O alfa engoliu em seco e então se jogou em uma das poltronas da recepção. Pegando o copo de água que Jimin tinha deixado e bebendo o resto.
- Senhor Min...
- Pode me chamar de Yoongi, Yobim, nós estudamos juntos no colégio.
- Certo, Yoongi. Porque fez isso com ele? - perguntou sério.
- O que? Fiz o que? - Yoongi estava confuso.
- Fez isso, engravidou ele e sumiu! - Yobim bateu a bandeja na propria perna.
- Eu não....
- Sua mãe veio, várias vezes, se encontrava com a mãe do Jimin, porque Jimin não queria que sua mãe tivesse contato com o Sang, já que você não queria assumir a paternidade e tava vivendo bem em Boston... agora, porque? Tudo bem né, mas voltar? Jimin sofreu muito, você não faz ideia...
- Espera espera - Yoongi pediu sentando na ponta da cadeira - Eu não quis assumir a pater... minha mãe... Yobim... é isso que a cidade inteira pensa? Que eu abandonei o Jimin gravido? Eu nunca soube! Eu só soube da existência do Sang quando cheguei aqui pra vender os bens dos meus pais!
Yobim soltou uma risada - A ta.
- Eu to falando sério! c*****o Yobim, a gente era amigo, você sabia o quanto eu amava o Jimin, acha mesmo que eu o abandonaria com um filho meu ainda?
A desconfiança de Yobim cedeu um pouco - Realmente, vocês eram insuportaveis...
- Eu nunca soube... eu nem sabia que minha mãe vinha aqui e a mãe do Jimin? Eu mandei emails, todos os dias, liguei, mandei ate carta... eu só não vim ate aqui porque ainda dependia da p***a do dinheiro dos meus pais e eles sempre foram contra nosso namoro, não podia vir ate o interior com alguma desculpa...mas depois de eu ter autonomia financeira, quando entrei pra um estagio, ja tinham se passado três anos, nenhuma resposta tambem é resposta!
- Jimin quase perdeu o bebê - Yobim continuou - Ele pensou em dar pra adoção... - o coração de Yoongi se apertou - Ele queria muito ir pra Seul, estudar... mas ficou preso aqui. A cidade ama e protege os Parks, senhor Min - disse mais sério - Vai ter que lutar muito pra provar o contrário quando sua propria mãe dizia que você não queria mais saber. - e então saiu da frente de Yoongi, voltando a recepção.
- A minha mãe... a mãe... - ele se levantou e saiu do prédio, caminhou respirando fundo, a raiva ardendo em suas veias, chegou na frente da casa de Jimin e bateu forte na porta.
- Ei ei ei, que isso cara? - Jackson disse enquanto saia de uma caminhonete.
- Eu vim falar com a senhora Park - respondeu entredentes.
- Com essa raiva toda? Nem pensar - cruzou os braços.
- Tudo bem Jackson - eles ouviram a voz da senhora Park saindo da casa - Eu e o Yoongi precisamos mesmo conversar.
??
AMARELO
2 anos atrás
- Você não pode ir pra la! - a senhora Min falava, desesperada, vendo o filho arrumar as coisas rapidamente na pequena mala que levaria a Seul - Ele proprio disse que não te queria mais, ele proprio disse que tinha seguido em frente!
- Mas eu quero que ele diga isso olhando nos meus olhos! - Yoongi disse decidido, enfiando as roupas na mala de qualquer jeito, com pressa de rir logo.
- Não, você não pode! Eu te proibo! - a senhora Min disse num tom mais forte.
Yoongi respirou fundo parando que estava fazendo e olhando a mãe - Eu sei que sempre foi contra nosso namoro, mas eu amo Jimin mãe, e esse amor não diminuiu nesses três anos que ficamos separados. Eu preciso de um encerramento. Eu preciso disso.
- Mas eu e seu pai não vamos deixar! Não vamos te dar dinheiro pra isso!
Ele riu - A senhora acha que eu trabalhei igual um condenado naquele estágio a toa? Eu guardei o dinheiro não preciso de um tustão de vocês e nem da permissão, já tenho vinte e um anos, posso fazer o que quiser, e eu preciso disso mãe, por favor, não quero brigar, só... me deixe ir.
A mãe não disse mais nada, mas o coração de Yoongi batia acelerado no peito enquanto ele ia a caminho do aeroporto enfrentar as longas horas no avião ate Seul, onde tinha combinado de encontrar Jimin. Se encontrariam em uma café, pra finalmente colocar os pingos nos is, mas Yoongi confessava que ele tinha um pouco de esperança dentro dele.
Chegou com as mãos suando, do aeroporto foi direto para a cafeteria, mandando uma mensagem no numero que tinha conseguido falar com Jimin. Sentou, pediu um café e esperou, pensando como estaria Jimin agora, três anos mais velho, será que tinha mudado sua aparência? Será que ainda seria o mesmo pequeno que sempre foi? Sera que ainda amava Yoongi?
Era a pergunta que mais martelava em sua cabeça.
Mas a decepção veio quando não fora Jimin quem entrara pela porta da cafeteria, e sim sua mãe. Ela estava ate bem arrumava, com um sorriso sem graça no rosto, se sentou e então o cumprimentou - Olá Yoongi.
- Senhora Park... desculpa mas... Jimin esta vindo? - perguntou confuso.
Ela se remexeu na cadeira - Vou direto ao ponto Yoongi, porque gosto de você... Jimin não virá... ele me pediu pra vir no seu lugar...
- O que? - ele não conseguia acreditar.
Ela respirou fundo - Me perdoe, meu filho não teve coragem de vir ate você... eu disse que viria porque você precisa de uma explicação... - Yoongi continuava a olhando sem entender - Ele segui em frente, depois que você foi embora, ele resolveu fechar a porta, disse que não conseguiria manter um relacionamento a distância, então... desistiu.
- E... e... nem em avisou sobre? - disse ainda incrédulo.
A garçonete veio trazendo o pedido de Yoongi e perguntando se a senhora Park queria alguma coisa mas ela negou. - Meu filho... passou por algumas coisas nesse ano, ele decidiu seguir em frente e te deixar livre também Yoongi, você tem um futuro promissor pela frente, mora em Boston, esta na melhor faculdade do mundo... portas se abrirão pra você passar, assim como seu pai e...
- Não coloque meu pai nessa conversa - falou ríspido, passando a lingua pela bochecha - Então Jimin não vem? Nem pra me dar uma explicação?
- Não querido, me desculpe...
- Pode me passar o endereço dele?
- Me desculpe querido, mas também não posso trair meu filho assim, por mais que não concorde com suas atitudes...
Ele assentiu, fungando de leve - Então ele não virá, acabou mesmo... - riu sem graça nenhuma - Ele esta fazendo faculdade pelo menos? Esta bem?
- Ele esta bem Yoongi, e tenho certeza que também deseja que você esteja. Você foi muito importante pra ele mas... as circunstâncias não deixaram que ficassem juntos...
- Circunstâncias que ele criou! - disse mais forte - Desculpe eu... eu preciso ir - ele disse tirando uma nota da carteira e deixando em cima da mesa, pegou sua mala e saiu da cafeteria.
Dentro dela a senhora Park dava um sorriso sarcástico.
??
- Porque? Só o que me pergunto é porque? porque mentiu pra mim daquela forma? Porque nos separou desse jeito? Porque tambem tenho certeza que ele não recebeu nada de mim... não posso tirar satisfações com minha mãe porque ela morreu mas, o que vocês fizera? Nos separando dessa forma? E agora com meu filho? Me tirando anos do meu filho? - Yoongi dizia no canteiro ao lado da casa. Já estava escuro e ninguém os veria ou ouviria dali.
- Eu precisava proteger meu filho...
- De mim?
- Da sua família! Sua mãe ameaçou Jimin quando falamos que ele estava grávido, eu não podia deixar barato! Eu protegi meu filho como pude, nem que pra isso você nunca ficasse sabendo da existencia de Sang, - ela disse inocente.
- A senhora esquece, senhora Park, que eu sou um dos melhores advogados de Harvard, formei com honras e sei identificar quando uma pessoa esta mentindo ou blefando.
- Mas não tem como provar - ela disse mudando a expressão - Jimin sempre vai entender que eu o protegi, ele nunca vai saber que escondi suas mensagens ou email ou ligações, que escondi de proprosito seu filho junto com sua mãe. Ela mandava um dinheiro bom, e deixou uma poupança boa para Sang antes de morrer, eu não quero nada de você Yoongi, apenas que vá embora e nos deixe continuar vivendo a vida que sempre vivemos, sem você atrapalhar.
- Você acha que vai ser a mesma coisa? Eu sei que tenho um filho e vou lutar por ele!
Ela riu - Como? Eu tenho documentos de sua mãe dizendo que você não quis saber do filho, assinados por você. Se você for a justiça eles vão considerar isso, você sabe disso. - Yoongi cerrou os dentes, lembrando do tanto de coisas que sua mãe o dava para assinar e ele nem via. - Tenho tantas provas de que você não quis esse filho, cheques assinados no seu nome... você tem sorte que nunca disse nada disso a Jimin, ele apenas pensa que você o abandonou. Ele não sabe a pessoa horrível que você se tornou.
- Vocês me tornaram! Voce sabe que wu jamais faria isso com Jimin! Nunca! Eu amo... eu amei ele verdadeiramente e agora saber que tenho um filho com ele? Eu não vou desistir, nem que isso me arranje uma baita dor de cabeça...
- Voce esquece que Jimin não é tão inocente assim, ele teve chance de te contar, ou essa parte ele não contou.
- Eu não o julgo, depois de tudo que fiquei sabendo, não julgo. Não quero mais pensar no passado ou em tudo que aconteceu, eu quero meu filho, esse menino que já tomou meu coração, e não vai ser voce que vai me impedir de te-lo.
- Veremos - ela disse e então deu as costas, saindo da escuridão e entrando em sua casa.
Yoongi ficou ali, tentando arrancar os cabelos.
- O senhor não sabia mesmo - ele ouviu uma voz baixinha e doce falar do outro lado, se virou dando de cara com seu filho.
- Sang, há quanto tempo tá aí?
- O suficiente. Você não sabia mesmo, que eu existia. - ele falou sério e Yoongi jurava que o menino tinha mais de 5 anos, não era possivel.
- Nao, eu não sabia...
Sang assentiu - Mas não sei se ainda gosto do senhor, o senhor faz meu papai chorar...
- Eu realmente não queria isso Sang, de verdade.
- Eu sei, agora eu sei, eu sou uma criança grande, eu sei. - e saiu do mesmo jeito que a senhora Park tinha feito.
Yoongi olhou para o céu, sentindo a dor de ser enganado por tanto tempo. Não sabia o que fazer, mas tinha que arrumar um plano. Rapido.
??
VERMELHO