Ana fica sem saber o que dizer diante de Mateus, descendo as escadas daquela mansão, ali diante dela, para sua surpresa.
Um misto de emoções e dúvidas, questionamentos se amontoavam na cabeça de Ana, que ficava feliz e confusa, curiosa e envergonhada ao mesmo tempo, diante do seu ex... Aquele rapaz de coração tão bom, que ela sabe, feriu tanto no passado.
- Mateus ? É você mesmo? Mas como? Isso é coincidência ? Como Você....
- Como o quê ? Como fiquei rico em um ano ? Como eu soube sobre você ? Que agora você está fazendo programa para sobreviver ? Diz Mateus.
Ana Percebe que não, aquele não era exatamente o mesmo Mateus de antes, não era o mesmo rapaz que ela conheceu e que havia terminado há exatamente um ano atrás...
- Mateus, eu posso explicar! Não é como você está pensando não! Se você me der uma chance.... Diz Ana.
- Claro! Explique-se! Porém acho desnecessário! Acho desnecessário, porque eu já sei, sei de tudo! Você terminou comigo, por que não queria casar com um simples motorista, não é mesmo? Por que eu não estava à sua altura... Mas, a vida nos ensina lições, é como dizem... O mundo não gira, ele capota! Diz com certa frieza Mateus.
Ana tenta argumentar, se refazer do constrangimento e do golpe moral que acabara de receber... Mas era difícil argumentar, e aquela versão de Mateus...
- Olha, eu confesso que errei com você! Tá bom! Não era minha intenção destruir o'que a gente tinha, eu fui egoísta, pensei só em mim... Argumenta.
- Não! Imagina! Eu só tenho que te agradecer na verdade! Você me fez abrir os olhos, me fez perceber que casar com você seria o maior erro da minha vida! Casar com uma mulher interesseira, disposta a tudo por dinheiro... Argumenta.
Ela senta no sofá, percebendo que Mateus guardava muita mágoa dela, percebendo que tudo aquilo foi armado para lhe humilhar.
- Você me detesta tanto assim ? Sente tanta raiva de mim desse jeito ? Olha, eu vou embora! Eu quero ir! Diz Ana.
- Não! Você não vai! Afinal de contas, eu te contratei! Você só sai quando acabar o tempo que paguei! Ou quando eu disser que pode ir! Apenas assim, você pode ir... Aliás! Agora que a conversa vai ficar boa! Vou te falar como conseguir tudo que você está vendo no tempo de 1 ano...
Ana queria ir, mas também queria ficar, sua curiosidade estava bem aguçada para saber o que um simples motorista tinha feito de especial, para ficar daquele jeito em tão pouco tempo.
- Eu nunca fui pobre Ana! Eu sempre, sempre fui rico! Aliás, meus pais são ricos, eu sou apenas o herdeiro! Eu queria encontrar alguém que gostasse de mim pelo que eu sou, pela minha personalidade, que aceitasse meus defeitos! Por isso, eu fingi ser pobre, fingi ser motorista particular, fingi que morava naquela casinha, tudo para ninguém acreditar que eu era Mateus Bordon, Um dos herdeiros da família Bordon....
- Herdeiro da família Bordon? Os ricos Bordon que dizem ser a família mais rica do estado ? Não, não pode ser - diz Ana.
- Basta que olhe ao seu redor, onde nós estamos, e possa entender tudo! Esta é minha casa, meus empregados... Diz Mateus.
- Você é um mentiroso! Você me enganou! Deve ter rido da minha cara muitas vezes não é ? Claro! A pobretona aqui, deve ter sido chacota para você , seu moleque!
- Não, não sou moleque, e você sabe muito bem disso, sempre te respeitei, sempre te dei amor, carinho... Mas isso não foi suficiente não é ? Eu ia te falar a verdade naquele dia, naquele dia que você terminou comigo, eu pretendia te falar a verdade, toda a verdade sobre mim. Diz Ele.
- Não! Não sou o que você pensa! E olha se você realmente quer saber, eu terminei com você sim por achar que você era pobre, caramba! Você sabe onde eu morava! Num barraco caindo aos pedaços, minha mãe! Minha mãe morreu porque eu não pude lhe dar um tratamento decente para tratar da doença dela! E agora estou sozinha! Sozinha no mundo! No mundo que você só brincou! Você não faz ideia do que é ser pobre, por que você só brincou! Apenas isso! Você foi covarde sim! E agora sabendo de toda a verdade, reafirmo isso! Minha mãe! Minha mãe, ela gostava tanto de você! Como um filho! Diz Ana chorando.
- Eu não sabia que sua mãe, a dona Lúcia havia morrido.. Quanto a isso, sinto muito.
- Sente uma ova! Olha, fod@-se! Eu vou embora! E quer saber, você não é diferente de mim, você é egoísta! Mesquinho...
Ana pega a bolsa, e vai embora, mas logo Mateus lhe alcança, antes que ela chegasse na porta...
- Me solta, Mateus! Me solta! Eu não sou uma interesseira vulgar ? Então me solta! Me solta caramba! Diz ela.
- Espera! Não enquanto não disser por que te trouxe até aqui! Não sem dizer que sumi este último ano, tentando esquecer você, mas foi impossível! Porque mesmo sabendo que você fez o que fez comigo, eu não deixei de te querer... E tenho uma proposta para te fazer! Na verdade, eu não sei o que houve comigo, mas eu não consigo, não consigo sentir atração por nenhuma outra mulher além de você, eu não sei o que houve comigo, mas parece que só consigo funcionar como homem se for com você, apenas você desperta interesse e desejo! Ana, O que você quer é dinheiro, e o que eu quero é você! Me diz, me diz quando você quer casar comigo! Quando você quer para viver comigo nessa casa e me satisfazer? Eu te dou tudo, tudo o que você quiser...
A Proposta deixa Ana confusa e abalada... Afinal ele sente algo por ela ainda? Era amor, sentimentos m*l resolvidos ou apenas um capricho, ou ainda... Ele poderia querer vingança? Se questionava.