cap.7

1352 Words
Cap.7 Após os bebês nascerem se passaram três meses, não foram os melhores meses, porém não foram conturbados como pensou que seria, apesar de não se alimentar direito e seus estudos ter sido realmente excluídos da sua vida. Ainda assim havia a biblioteca e não era proibido frequentar ali, pelo menos ali. Era seu ponto de equilíbrio aquele lugar com a iluminação limitada, ar seco, uma grande mesa de leitura e uma luminária para dar maior claridade as páginas sendo lidas, Dalila deitava-se sobre a mesa e relaxava em meio aos livros ao seu redor lidos um por um gradativamente, já fazia tempo que ninguém entrava na biblioteca, o cheiro de morfo às vezes era trazido pelo ventilador Mesmo que Dalila cuidasse do local, ela não conseguia fazer isso com a frequência que precisava, além disso, o seu pai demitiu a maioria dos empregados deixando apenas a pobre Monalisa. Dalila por sua vez também foi obrigada a cuidar da grande casa, então ajudava Dalila em todos os afazeres Assim que saiu da biblioteca seguiu pelo corredor após minutos ouvindo choros ensurdecedores das crianças no quarto, correu até o local e viu as crianças aparentemente agitadas há algum tempo sem ninguém por perto. — Onde está a mãe de vocês? — murmurou tentando acalmar as crianças sem as tirar do berço. — O que você está fazendo com meus filhos! — Gritou a tirando de perto do berço a puxando pelo cabelo, foi tão repentino que ela nem conseguiu assimilar o que estava acontecendo até bater as costas na parede quando caiu no chão lançada pela madrasta ficando atordoada. — O que aconteceu? — Bradou Aurélio ao ver Dalila no chão ainda assimilando o que aconteceu e os bebês chorando histericamente. — Ela estava agredindo meus filhos! — acusou deixando Dalila pasma. — pai, por favor! Eu não fiz nada! — tentou se defender, mas sua fala foi entupida por uma t**a brusca no pé da orelha. — venha aqui! — Seu pai a puxou bruscamente enquanto a madrasta acalmava as crianças. — você vai aprender a não agredir meus filhos, sua v*******a! — começou a arrastar pelo cabelo seguindo do corredor até seu quarto a jogando bruscamente na cama, ela o encarou em cólera, ao visualizar a fina vareta que m*l conseguiu ver quando ele pegou no chão do corredor, a delicada garota apenas escondeu o rosto, enquanto seu pai lhe batia inúmeras vezes sem piedade, nem o tecido do seu vestido lhe salvo das marcas cruéis, suas súplicas não foram ouvidas, nenhuma palavras mais era pronunciada, apenas seus gritos e soluços enquanto protegia o rosto, nunca havia passado por uma situação tão c***l. Assim que ouviu a porta bater, relaxou sobre a cama ainda se contorcendo de dor sem controlar o choro e assim ficou até adormecer. — Não vejo nenhum machucado nas crianças — comentou ao voltar ao quarto — Ela estava aqui de pé próxima ao berço, eu a vi! — bradou acusando novamente — O que ela estava fazendo? — perguntou confuso sem entender a real situação. — Eu a vi fazendo algo, não sei bem o que, mas tenho certeza que aquela despeitada estava maltratando meus filhos — Continuou a acusar segurando uma das crianças no colo. — Como pode ser tão imprudente? — Perguntou aborrecido. — Imprudente!? Essa garota tem uma personalidade r**m igual da mãe, não podemos pegar leve com ela. — Ela já foi punida, não vai se aproximar das crianças de novo — avisou, pegando o outro bebê no colo. Era madrugada quando Monalisa anda silenciosamente pelo corredor dos quartos levando em sua mão alguns frascos e um pedaço de tecido e algodão, as crianças dormiam assim como seus pais, então não havia perigo de ser descoberta. Entrou silenciosamente no quarto da garota adormecida encolhida sobre a cama, — Como se toda crueldade já não fosse suficiente — comentou com remorso ao ver suas marcas e hematomas por todos os braços e costas até às pernas, se aproximou do corpo da menina revelando um pouco dos machucados ao afastar o vestido a suas costas. — Monalisa! — acordou assustada. — Se acalme, eles não podem nos ouvir — sussurrou abrindo o frasco da pomada. — Abaixe o vestido para que eu consiga ver o estrago — pediu então a menina se virou de costas deixando o vestido cair revelando o que já era esperado, então Monalisa começou a passar a pomada, a cada vez que o dedo encostava a garota se encolhia de dor. — Eu não havia feito nada — Murmurou triste — Eu sei, você é incapaz de fazer m*l até a uma mosca, desde que essa mulher veio para cá, as coisas só pioraram para você. — Meu pai parece me odiar a cada dia que passa... — Lamentou voltando a chorar — Eu sinto muito não poder te consolar em relação a isso, a forma como ela é c***l e até cortar sua dieta eu realmente terrível — Mas, e você? Por que não procura outro trabalho? — E deixar todo trabalho para você? Eu sou a única empregada da casa agora, e seu pai nem me paga a mais por isso, descobrir que eles estão enfrentando uma crise terrível — Ele tem o dedo podre para negócios e ainda arrumou uma mulher que gosta de ostentar — Sim, mas não devemos falar sobre essas coisas pela casa, pode ser que ele escute — Sussurrou cautelosa, assim que terminou de cuidar da menina seguiu novamente para o andar de baixo indo para seu quarto nos fundos. Os maus tratos já não foram tão piores quantos o desse dia ainda assim não cessaram, ela não podia se aproximar dos bebês, ainda assim tinha pavor de fazer tal asneira, seu pai estava sempre em casa, mas ela sabia o quanto era pior com a madrasta sozinha, limpar e limpar até cair exausta e não poder descansar nem ao menos se alimentar de forma adequada. Ela m*l entendia o porquê seu pai a mantinha presa na casa e descontava toda sua raiva, demonstrando cada dia mais o quanto desprezava aquela menina inocente. Já passaram dois anos e 6 meses na mesma Cidade de Sant Andreas, Itália, janeiro é considerado o mais frio na sua cidade e a garota m*l tinha um agasalho digno, apesar disso ela ainda tinha a sua fiel amiga Monalisa Que não lhe deixava passar tanta necessidade. Esmeralda havia saído, era um dia raramente tranquilo, Dalila pôde invadir a cozinha e se servir deliberadamente, comeu todos os doces que encontrou, sua punição era garantida, mas dessa vez teria que valer a pena, pensava ela, quando percebeu que Monalisa não estava na cozinha, raramente ela estava em outro lugar. A menina seguiu pela casa silenciosamente procurando pela moça, ouviu sussurros e gemidos ao passar em frente a porta do quarto entreaberta, "mas não havia ninguém em casa" Assim pensou porém seus olhos curiosos buscam a brecha da porta, porque diab'os decidiu fazer isso? seus olhos lentamente encontraram partes da pele despida ajoelhada apoiada sobre a cama com o rosto afundado sobre o colchão, enquanto ouvia o outro corpo se chocar contra o mesmo com força, buscou o rosto do homem com o corpo despido da cintura abaixo e ficou espantada ao ver seu pai e sua intitulada amiga em uma situação tão íntima. Dalila correu envergonhada, mas havia sido percebida por seu pai que vestiu suas roupas arrancando Monalisa de sua cama a jogando no chão ainda em lágrimas e enojada. — Saia daqui! — Aurélio a gritou, ela ajeitou o vestido e correu do quarto. — Dalila! — Gritou, enquanto a menina tentava correr apavorada com medo do que ele poderia fazer entrou em seu quarto trancando a porta, mas há muito tempo suas tranças havia sido quebrada, correu para sacada e pulou, já que não era tão alto, ainda assim se machucou um pouco, mas nada que a impedisse de correr. Vislumbrou o grande portão trancado, o escalou e correu o mais rápido que podia, enquanto seu pai pegava abria o portão nervoso temendo que ela conseguisse fugir.
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