capítulo 6

2231 Words
Quando as aulas acabaram eu mandei as garotas irem na frente e caminhei até o fundo da sala parando em frente a mesa de Neji. Ele me olhou assim como seus amigos que logo saíram rindo de alguma coisa. Lee acenou pra mim e eu sorri fraco devolvendo o cumprimento. — Precisamos conversar. — avisei para o Hyuuga quando o mesmo se levantou pegando sua mochila. — Já fez minha tarefa? — perguntou não muito interessado. — Amanhã te entrego, mas a questão aqui não é essa. — comentei dando uma olhada em volta encontrando a sala quase vazia. Sasuke estava do outro lado da sala não parecendo muito apressado ao guardar suas coisas e Naruto o esperava na porta parecendo impaciente. — Por que brigou com Sasuke? — cochichei para que o Uchiha não escutasse. Apesar de achar que ele estava alheio a tudo. — Acho que isso não é da sua conta. — Neji cochichou de volta entrando na onda. — Foi por causa da Tenten? — fui direto ao ponto vendo seus olhos se estreitarem. Ele olhou para o Uchiha do outro lado e depois sorriu. Tinha alguma coisa entre os dois. — Acho que estou começando a entender o que está acontecendo. Você parece ser esperta Haruno, mas não é lá muito inteligente. — ele continuou rindo da minha cara e foi embora. Neji era um caso a ser estudado. Era outro que estava me deixando confusa ao não me mostrar realmente o que pensava. Bufei e sai da sala vendo que Sasuke continuava do mesmo jeito, resolvi não ir importuna-lo, ainda estava irritada com toda sua arrogância na noite passada. — Ei Sakura. — Naruto me parou quando passei por ele. — Que? Ele se aproximou dando uma olhada na sala antes de voltar sua atenção a mim. — Eu sei que isso não é da minha conta mas, você está tendo algo com o Hyuuga? O olhei confusa não entendendo, por que ele achava que eu teria alguma coisa com Neji? — Vamos logo Naruto. — Sasuke passou por nós não tendo a decência de me cumprimentar e muito menos olhar na minha cara. Isso já estava me dando nos nervos. O que foi que eu fiz pra ele me odiar tanto? — Depois a gente se fala. — Naruto bufou seguindo o amigo. — Esperai seu i****a. — Acha que tenho tempo pra suas futilidades? Futilidades? Ele estava me chamando de fútil? Será que ele só conseguia me ofender? — Vá a merda seu babaca. Observei os dois sumirem pelo corredor vazio, meio desanimada. Tudo que eu queria agora era chegar em casa e me jogar no sofá com uma tigela de pudim e assistir um filme i****a. — Por que demorou tanto? Tô cansada de esperar. — Ino buzinou quando cheguei em frente ao seu carro. — Não enche Ino. — entrei no carro soltando um suspiro cansado. — Sua ingrata eu te dou carona e é assim que me trata? — Eu só quero chegar em casa e abraçar meu gato. — O que aconteceu? — Eu só não aguento mais ser desprezada. — sussurrei me arrependendo em seguida. Ino não precisava saber que eu estava na merda. — Sakura eu sou sua amiga e mesmo não entendo porque toda essa obsessão por aquele i****a e apoiando suas ideias malucas, eu acho que você deveria parar. — ela disse toda séria. — Ta me mandando desistir dele? — Tô mandando você viver sua vida e esquecer que esse garoto existe por um tempo. Ele é um babaca por não ver a garota incrível que você é. — Eu não posso desistir assim. — Você fala como se sua vida dependesse de conquistar o Uchiha e ele só te ignora e despreza. Manda esse cara ir se f***r e vai atrás de alguém que te mereça. Você só precisa estralar os dedos que filas de garotos surgirão a sua frente. — Eu gosto dele Ino. — Sakura querida, se você parar para conhecer outros garotos com certeza você vai esquecer o Uchiha. — Eu não sei Ino. — cruzei os braços emburrada. — Essa não é a Sakura que eu conheço, vai beijar na boca e ser feliz menina e se o Uchiha tiver interesse em você ele que corra atrás. Fiquei pensativa vendo Ino ligar o rádio, a musica Black magic começou a tocar. Me lembrei de tudo que já fiz para chamar a atenção de Sasuke e só levei patada e seu descaso. Quanto mais e eu tento, mais parece que ele me ignora. — Quer saber de uma coisa Ino? Você está completamente certa. (...) — Vamos no Shopping hoje? — Ino perguntou quando parou em frente a minha casa. Sai do carro batendo a porta e assenti. Eu precisava mesmo de um banho de loja para alegrar meu dia. — Passa aqui às... — parei de falar ao ver a mãe de Sasuke sair de sua casa e parar no meio do caminho caindo em seguida. — Dona Mikoto. Corri em sua direção a vendo desmaiada no gramado. Entrei em desespero tentando manter a calma e fazer alguma coisa. — Ai meu deus. Ela morreu? — Ino gritou vindo atrás de mim. Ela não estava ajudando. — Me ajuda a levar ela pro carro. — Ta. Conseguimos leva-la até o carro e eu liguei pro meu pai a caminho do hospital explicando o que tinha acontecido. Quando chegamos ele já nos esperava com alguns enfermeiros e uma maca. — Ela vai ficar bem? — perguntei os seguindo. — Preciso fazer alguns exames, o que exatamente aconteceu? — Eu não sei, ela simplesmente caiu. — forcei minha voz arrasada a sair. — Pode ter sido pressão baixa, vai ficar tudo bem. Assenti parando no meio do hospital o vendo entrar em um corredor com Dona Mikoto e sumir. Olhei a minha volta notando algumas pessoas reclamando a demora de um dos pacientes e outras simplesmente esperavam sentadas nas cadeiras. — Isso foi assustador. — Ino se aproximou me olhando nervosa. — Ele disse que ela vai ficar bem. — Precisamos avisar o Sasuke. — Eu não tenho o número dele. — Vou ligar para Karin, talvez ela consiga com o Suigetsu. — Ino avisou pegando o celular e saindo pra fora do hospital. Me sentei em uma das cadeiras vazias ao lado de uma criança que chorava, e cruzei o braços esperando. Era tudo o que eu poderia fazer naquele momento. (...) — Ela acordou e quer te ver. — meu pai apareceu depois de 10 minutos. Me levantei apressada e o segui por um corredor até o quarto 85. Ao entrar naquela imensidão branca fitei os cabelos negros da mulher espalhados pela maca. Eles pareciam a única cor viva ali. — Oi querida. — a voz de Mikoto saiu fraca e um pequeno sorriso desenhou em seus lábios. — Oi. — sorri fraco vendo o quanto ela estava pálida. — Venha aqui. Me aproximei ficando ao seu lado e ela segurou minha mão. Seu toque era tão gentil e reconfortante. — Seu pai disse que foi você que me trouxe. — A senhora caiu na minha frente. Minha amiga ajudou a traze-la pra cá. — Obrigada, agradeça a sua amiga por mim. — Pode deixar. — Sabe Sakura, eu estou doente, meu filho não sabe e não quero que isso aconteça por enquanto. Engoli em seco assentindo. Ela parecia uma mulher tão feliz e sadia. Como poderia está doente? — Ele só tem a mim e não é muito bom com despedidas, eu não quero ver meu filho abalado do mesmo jeito que ficou quando Fugaku e Itachi foram embora. — ela soltou um suspiro cansado. — A senhora...— minha voz falhou e um gosto amargo surgiu em minha boca. Não pode ser verdade, ela está querendo me dizer que vai morrer? É isso? — Está tudo bem, eu não vou desistir tão fácil assim, mas caso eu não consiga, por favor não deixe meu filho se afundar. — Dona Mikoto eu... — Eu sei que ele é difícil, mas se você tentar com jeitinho vai conseguir quebrar aquela casca dura. Abaixei a cabeça não conseguindo impedir as lágrimas que segurava a muito tempo. Ela não pode está falando sério, Sasuke não pode perder a mãe, isso vai acabar com ele. — Eu vou fazer tratamento, e seu pai prometeu me ajudar a melhorar. — Você vai conseguir. — disse certa limpando as lágrimas. Ela precisava conseguir. Mikoto sorriu assentindo e a porta foi aberta atrapalhando o momento, me afastei ao ouvir a voz de Sasuke e me virei para janela tentando me recompor, ele não poderia me ver naquele estado. — Mãe o que aconteceu? — Foi só uma queda de pressão querido, está tudo bem. — Uma queda de pressão? Você quase me matou de susto. — a voz de Sasuke estava alterada. — Por que está suado e ofegando? Respira ou vai ter um ataque. Me virei para eles vendo Sasuke ao lado da mãe analisando ela toda. Ele realmente estava ofegante e todo suado. — Eu estava treinando com Naruto e vim correndo quando recebi a ligação. — Você veio correndo até aqui? Cadê seu carro? — entrei no meio da conversa atraindo o olhar do Uchiha em mim. — Não me lembrei na hora. — ele fez uma careta provavelmente se dando conta do quão burro foi por ter corrido uns 2 quilômetros. Mikoto riu o chamando de i****a e Sasuke se sentou ao seu lado falando que ela ainda o mataria. — Eu tô bem, Sakura apareceu na hora e me trouxe pra cá. Senti o olhar do Uchiha em mim e caminhei para a porta. — Eu vou comer alguma coisa, descanse Dona Mikoto. — Obrigada querida. Voltei para a recepção encontrando Ino sentada batendo o pé inquieta. Ela deveria está nervosa por notícias. — Ela está bem, pode ir Ino eu vou ficar mais um pouco. — Tem certeza? Sasuke passou por aqui correndo, ele falou alguma besteira pra você? — Não, está tudo bem. Na verdade nada estava bem, Sasuke me odeia e sua mãe está em leito de morte me fazendo prometer que não falarei nada para o Uchiha. — Ta bom, se cuida amiga, qualquer coisa liga. — ela me deu um beijo no rosto e eu assenti a vendo sair do hospital. Fui para a lanchonete que tinha no hospital e peguei um sanduíche com um suco de uva me sentando em uma mesa vazia próxima a janela. Estava morrendo de fome e já era hora do almoço. Comia distraída batucando os dedos na mesa quando a cadeira a minha frente foi arrastada atraindo minha atenção. — Obrigado. — Sasuke se sentou a minha frente me encarando. Me engasguei com o suco não acreditando no que tinha ouvido. — Não precisa me agradecer, eu nunca a deixaria desmaiada no meio do quintal. Ele assentiu cruzando as mãos em frente ao rosto e ficou em silêncio, voltei a comer esperando seu próximo passo. — Ela disse que está tudo bem mas eu sei que tem algo a mais, não sou i****a, ela falou alguma coisa pra você? — Por que acha isso? — tentei parecer desinteressada. — Por que estava chorando? — ele devolveu com outra pergunta. — Eu não estava. — Sua cara ta inchada e parece que você andou fumando maconha de tão vermelho que estão seus olhos. Abri a boca sem fala, eu não podia contar a ele, era um pedido de Mikoto. — Pois é né, eu andei fumando antes de vir pra cá. — sorri vendo ele continuar serio. Parece que não colou. — Fala o que você sabe. — mandou. Mas que cara insistente, estou me sentindo em um interrogatório no FBI. — É normal as pessoas chorarem Sasuke, garotas vivem chorando por ai. — disse exaltada com toda aquelas perguntas. Se ele continuasse com isso eu iria acabar falando o que não devia. — Você não chora atoa. — retrucou impaciente. Isso era verdade, mas como ele poderia saber disso? Não sabia nada sobre mim e ainda me achava mimada e irritante. — Como pode saber disso? Eu não sou uma patricinha fútil e mimada? Pois é isso que elas fazem, choram quando as coisas não saem como elas querem. — me levantei irritada. — Você está fugindo do assunto. — E por que ainda está aqui? não fique aqui suportando minha presença já que eu sou irritante pra você não é? Eu não sei o que estava acontecendo comigo, mas tudo aquilo estava mexendo com minha cabeça. — Sakura minha mãe está em uma cama de hospital, e eu sei que você sabe de alguma coisa. Será que você pode por um momento parar de ser egoísta e me dizer o que está acontecendo? — ele também se levantou e eu o fitei incrédula. — Egoísta? Eu sou a egoísta aqui? Seu...seu... — completamente fora de mim peguei o resto do meu suco e joguei na cara dele. — i*****l. Sasuke fechou os olhos crispando os lábios e eu voltei a mim querendo desaparecer da face da terra. Que merda que eu fiz? — Lencinho? — ofereci um guardanapo o vendo me matar com o olhar. Acho que eu já posso fazer as malas e me mudar para Timbuktu.
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