sob a luz do crepúsculo

1177 Words
Abri meus olhos ainda tonta, minha testa estava melada de algo com cheiro metálico. Minhas mãos estavam amarradas para trás e uma forte dor de cabeça me incomodava. Olhei em volta e vi que estava em um lugar apertado. Minha boca estava amordaçada e, quando tentei me mover, senti um baque muito forte. Pelo barulho, percebi que estava em um automóvel. — "Droga!" — pensei, enquanto tentava chutar a lataria interna do carro, me dando conta de que minhas pernas também estavam amarradas. Estava escuro. Lágrimas novamente inundaram meu rosto enquanto o desespero me preenchia. Fechei os olhos e tentei dormir, queria tentar entrar em contato com Viktor, mas sem sucesso. Tudo o que eu podia fazer era tentar aproveitar minha explosão de energia e focar para ver se encontrava meus poderes. Respirei fundo e tentei mentalizar Viktor. — "Viktor, socorro, Viktor." — pensei. **Perspectiva Viktor** Eu estava no hall de entrada. Já fazia algum tempo que não tinha resposta de Elena. Também não sabia qual a situação de Anthony, mas por estar ligado a ela pelos meus sonhos, eu tinha uma ideia aproximada da localização. Era dia quando eu andava de um lado para o outro, sem me importar com quanto tempo demoraria para a visita que eu havia chamado chegar. Dimitry estava sentado na escada, pensativo. Diego estava na biblioteca pegando alguns livros sobre feitiços. Ninguém sabia onde Nikolai havia se metido. Provavelmente, ele também teria ido junto com Anthony quando Elena foi sequestrada. A campainha tocou repentinamente. Todos nós nos aproximamos em passos rápidos, já prontos para atacar. Contamos regressivamente antes de abrir a porta. — 3, 2, 1... Assim que Dimitry abriu a porta, a claridade nos atingiu. Todos nós nos afastamos o suficiente para não sermos atingidos pelo sol, pois todos nós, menos Nikolai, tínhamos fraqueza ao dia, já que como vampiros, o sol nos prejudicava durante o dia. — Recebi seu recado na noite passada. Aqui estou eu. Ela se chamava Morgana Umbra, uma bruxa conhecida por ler cartas, mas sabia fazer muito mais que isso. Era uma incrível bruxa de olhos castanhos escuros e cabelos castanhos em um tom mediano com as pontas esverdeadas. Seu cabelo cacheado e pele bronzeada pareciam chamar os mais experientes homens para se perderem em seu encanto. Se algo podia parecer estranho, era uma pinta um pouco saliente perto do nariz. Estava vestida com um conjunto preto e verde de saia e casaco curto, com uma blusa branca por baixo do casaco, o que fazia um contraste horrível naquela combinação. Em suas costas, carregava uma mochila preta dos sete pecados capitais, edição limitada, diga-se de passagem. — Não sei onde ela está exatamente, preciso de uma localização exata. — falei, enquanto pegava o mapa. — Primeiro, ela quem? Segundo, por que está nessa afobação? Terceiro, tem pelo menos algo para comer? Estou faminta. Bufei, encaminhando-me para a cozinha. Havia preparado com antecedência um sanduíche com chá de hortelã. Logo me aproximei com o prato e a caneca de chá, colocando-os na mesa do pequeno salão. — Coma. — eu falei em tom frio. Essa demora toda estava me deixando sem paciência. Senti uma mão tocar meu ombro. Era Diego, seu olhar demonstrava tanta preocupação quanto o meu. — Ela vai ficar bem, vamos fazer o nosso melhor. Eu o segurei pela gola da camisa e o ergui. — Eu não preciso do melhor, ela não precisa do melhor, ela precisa do impossível. A vida dela corre perigo, seu i****a. — Quando passou a se preocupar com ela? Esqueceu que eu era a pessoa que estava ao lado dela quando você a tratava m*l e Nikolai não estava? — Seu i*****l, existem coisas que não lhe dizem respeito! — Escuta aqui, vocês dois, já chega. Se estou certa, vim para ajudar a procurar essa garota. Agora solte o Diego, ou eu vou embora e deixo você procurar ela sozinho. E você, Diego, já deveria estar acostumado a ouvir as merdas que seu amigo diz. — gritou Morgana. Após um tempo, ela suspirou, se aproximou da mesa, comeu um pouco do sanduíche e bebeu o chá. — Deveria ser de cidreira ou maracujá para aguentar vocês dois. — disse ela, colocando a xícara na mesa. — Se veio para insultar... — fui interrompido. — Eu vim porque é raro você, você, me chamar. Além do mais, espero não sair daqui com mais dúvidas e uma dor de cabeça maior do que a de quando vocês dois me pediram para criar os colares da verdade. Disse ela, abrindo a mochila e revelando algumas coisas, como ervas, amuletos, uma varinha, entre outras tranqueiras que ela carregava para todos os lados. — Preciso de algo dela, uma escova de cabelo, por exemplo. Ela m*l havia dito isso e Diego já estendia para ela, como se já soubesse do que precisava. Ela retirou de dentro da bolsa um colar preto. — Essa parte não vai ser bonita, meninos. Ela pegou um tufo de cabelo e colocou dentro do pingente de um dos colares. Ele tinha formato triangular, cuja ponta deveria ficar na direção do mapa, mas antes de fechar, ela pegou uma gilete e cortou a mão, banhando a corrente do pingente em sangue. Logo, fechou os olhos e recitou algumas palavras em sueco. — Med de fyra vindarnas kraft och stjärnornas visdom, Må denna besvärjelse avslöja det som är dolt. Kära, visa dig för mig, Genom tidens och rummets slöja, Nu, genom min vilja, Framträd och lys! Para os leigos no assunto, eu explico o que significa: Com a força dos quatro ventos e a sabedoria das estrelas, que este feitiço revele o que se oculta. Objeto perdido, mostre-se a mim, através do véu do tempo e do espaço, agora, pela minha vontade, apareça e brilhe! Enfim, depois dessa cantoria estranha em sueco, o colar que estava na mão de Morgana se encheu de luz imediatamente, parando em cima da localização exata: o cemitério de São João da Barra, um local abandonado pelo tempo, desorganizado, com lápides grandes e pequenas misturadas. Quando eu estava prestes a pegar o mapa, a porta se abriu repentinamente. Todos nós fomos para o hall de entrada e encontramos Anthony. — Nikolai pegou a Elena! — gritou ele, sem fôlego e um tanto machucado. — Como assim, Nikolai? O que ele quer? — Ele quer usar o sangue de Elena para trazer a esposa dele de volta. Algo como o sangue dela. Tentamos fugir, mas ela acabou sendo levada quando os poderes dela despertaram... Saí da mansão correndo o máximo que podia em direção ao cemitério. Eram cerca de cinco e meia da tarde. Se continuasse nesse ritmo, o sol acabaria se pondo e seria tarde demais. Assim que cheguei na frente do cemitério, percebi que estava trancado. Eu ia quebrar muitas leis humanas agora. Atrás de mim chegaram Dimitry, Anthony e Diego. Logo pulamos o muro. O cemitério, de dez mil metros quadrados, estava bem à nossa frente. Nos separamos para que pudéssemos encontrá-la mais rápido, pois todas as lápides eram grandes e desorganizadas.
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