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Uma Nênia Para Príncipes (Um Trono para Irmãs—Livro Quatro)

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“O ANEL DO FEITICEIRO reúne todos os ingredientes para um sucesso instantâneo: tramas, intrigas, mistério, bravos cavaleiros e florescentes relacionamentos repletos de corações partidos, decepções e traições. O livro manterá o leitor entretido por horas e agradará a pessoas de todas as idades. Recomendado para fazer parte da biblioteca permanente de todos os leitores do gênero de fantasia.”
--Books and Movie Reviews, Roberto Mattos

“Uma fantasia mística que tece elementos de mistério e intriga ao longo de sua história. EM BUSCA DE HERÓIS trata-se de armar-se de coragem e de viver uma vida com propósito, a qual conduz ao crescimento, maturidade e excelência.… Para aqueles que procuram aventuras de fantasia substanciais: os protagonistas, a trama, e a ação fornecem um vigoroso conjunto de situações que se concentram na evolução de Thor; quem deixará de ser um garoto sonhador, para ser um jovem adulto e enfrentar situações nas quais a sobrevivência seria improvável... É apenas o começo do que promete ser uma série épica para adultos jovens.”
--Midwest Book Review (D. Donovan, eBook Reviewer)

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CAPÍTULO UM
CAPÍTULO UM Kate correu na direção das docas de que Finnael lhe falara, mais depressa do que qualquer outra pessoa, rezando para chegar a tempo. A visão de sua irmã estendida pálida e morta assombrava-a, fazendo com que ela corresse com toda a velocidade que seus poderes lhe conseguiam dar. Sophia não podia estar morta. Não podia. Kate conseguia ver na aldeia os soldados da realeza juntando-se agora ao redor de seu líder. Em outra ocasião, Kate poderia ter parado para os combater, simplesmente pelo m*l que a Viúva havia feito em sua vida. Agora, porém, não havia tempo. Ela correu para os barcos, tentando descortinar aquele no qual, em sua visão, Sophia tinha estado. Ela viu-o adiante, um barco de dois mastros com um cavalo-marinho na proa. Ela correu em sua direção, e, ao se aproximar, saltou de forma a transpor a amurada, pousando com suavidade no convés. Ela pôde ver marinheiros a olharem para si, alguns deles pegando em armas. Se eles tivessem feito algum m*l à sua irmã, ela iria m***r cada um deles. “Onde está minha irmã?” ela exigiu saber, com suas palavras a fazerem-se soar. Talvez eles reconhecessem a semelhança, apesar de Kate ser mais baixa e mais musculosa do que Sophia, e seu cabelo ser mais curto e arrapazado. Eles apontaram em silêncio para a cabina na parte de trás do navio. Enquanto se dirigia para lá rapidamente, Kate viu um homem grande, careca e barbudo a tentar levantar-se. “O que aconteceu aqui?” ela quis saber. “Rápido, acho que minha irmã está em perigo.” “Tua irmã é Sophia?” o homem perguntou. Ele ainda parecia confuso com o que quer que fosse que o havia atirado ao chão. “Havia um homem… ele atingiu-me. Tua irmã está na cabina.” Kate não hesitou. Caminhou até à cabina e deu um pontapé na porta com força suficiente para a abrir. Lá dentro… Ela viu um gato da floresta num canto, grande e com pelo cinzento, a rosnar suavemente. Viu Sebastian ali, ajoelhado com um punhal nas mãos, molhado de sangue quase até aos pulsos. Estava a uivar em lágrimas, mas isso não significava nada. Um homem podia chorar de remorso ou de culpa, tão facilmente quanto qualquer outra coisa. No chão ao lado dele, Kate pôde ver Sophia, estendida com o corpo imóvel, com sua tez tão pálida quanto Kate tinha visto em sua visão. Havia sangue acumulado no chão ao lado dela e uma ferida em seu peito que só poderia ter vindo de uma a**a. “Ela está morta, Kate” Sebastian disse, olhando para ela. “Ela está morta.” “Tu estás morto” berrou Kate. Em tempos, ela havia dito a Sebastian que não lhe conseguia perdoar a maneira como ele tinha magoado Sophia. Isto, no entanto, ultrapassava tudo o que ele já tinha feito. Ele tinha tentado m***r sua irmã. A raiva apoderou-se de Kate naquele momento, e ela avançou. Kate atingiu Sebastian, atirando-o para longe de sua irmã. Ele rebolou e levantou-se, com a faca ainda em sua mão. “Kate, eu não te quero magoar.” “Da mesma forma que magoaste minha irmã?” Kate deu-lhe um pontapé no estômago e, em seguida, agarrou-lhe o braço e puxou-o até a faca cair no chão. Ele conseguiu afastar-se antes que ela conseguisse partir-lhe o braço, mas Kate ainda não tinha terminado. “Kate, eu não fiz isto, eu...” “Mentiroso!” Ela correu para a frente, agarrando-o e puxando-o de volta pela porta, tanto pela velocidade quanto pela força aumentada que a fonte lhe dera. Ela irrompeu para a luz do sol com Sebastian, e, depois, conseguiu agarrar as pernas dele, erguendo-o e atirando-o para fora do navio na direção das docas. Ele aterrou de cabeça, ficando estendido inconsciente. Kate queria saltar para ir atrás dele. Queria o m***r. Porém, não havia tempo. Ela tinha de voltar para Sophia. “Se ele acordar” Kate disse ao capitão, “mata-lo”. “Eu faria isso agora” o grande homem disse, “mas tenho de pôr este navio em movimento.” Kate viu-o apontar para os soldados da realeza que estavam a vir na direção do navio, deslocando-se em direção a ele com uma firme determinação. “Faz o que poderes” disse Kate. “Eu tenho que ajudar minha irmã.” Ela correu de volta para a cabina. Sophia ainda estava demasiado quieta, demasiado sangrenta. Kate não via seu peito a subir ou a descer. Apenas alguns pensamentos ténues dentro de Sophia diziam a Kate que havia alguma vida dentro de sua irmã. Kate ajoelhou-se ao lado dela, tentando recompor-se, tentando lembrar-se do que Finnael, o feiticeiro, lhe ensinara. Ele tinha trazido de volta à vida uma planta, mas Sophia não era uma planta, era sua irmã. Kate chegou ao espaço dentro de si, onde conseguia ver a energia em torno das coisas, onde conseguia ver o suave brilho dourado que tinha desvanecido praticamente todo ao redor de Sophia. Kate conseguia sentir essa energia agora, e conseguia lembrar-se de como se tinha sentido ao sacar energia da planta. Mas sacar energia não era o que ela precisava de fazer. Ela estendeu as mãos, procurando outras fontes de energia, procurando o poder que precisava para o fazer. Deixou-se absorver por isso, tentando encontrar qualquer energia que conseguisse. Kate conseguiu senti-la então; senti-la para além dos limites desta sala, para além dos estreitos limites que definiam sua própria carne. Ela sentiu-a então. O instante de conexão foi tão grande, tão avassalador, que Kate achou que não conseguia mantê-la. Era demasiado, mas se isso significava salvar Sophia, Kate tinha que encontrar uma maneira de o fazer. Ela agarrou o poder ao seu redor... … e deu por si a sentir todos os reinos, todas as vidas, todos os indícios de poder. Kate conseguia sentir as plantas, os animais, as pessoas e as coisas que representavam poderes mais antigos e estranhos. Kate conseguia senti-lo, e ela sabia o que a energia era: era vida, era magia. Ela levava o poder tão delicadamente quanto conseguia, em fragmentos de uma centena de lugares. Kate sentiu um pedaço de ervas bronzeadas nas Ridings, algumas folhas a cair das árvores nas encostas de Monthys. Ela só levava a quantidade mínima de cada lugar, não querendo prejudicar mais do que isso. Mesmo assim, era como estar a tentar conter uma inundação. Kate gritava com o esforço de tentar conter tudo, mas aguentava. Tinha que aguentar. Kate derramou a energia para dentro de Sophia, tentando regulá-la, tentando forçá-la a fazer o que ela queria. Com a planta, tinha sido simplesmente acrescentar energia, mas iria isso resultar aqui? Kate esperava que sim, porque não tinha certeza se sabia o suficiente sobre curar feridas para fazer qualquer outra coisa. Ela deu a Sophia a energia que tinha levado emprestada do mundo, reforçando a fina linha de ouro de sua vida, tentando transformá-la em algo mais. Lentamente, tão lentamente que era quase impercetível, Kate viu a ferida a se começar a fechar. Ela continuou até a carne ficar perfeita. Mas ainda havia mais a fazer. Não era suficiente ter um cadáver com uma aparência perfeita. Ela continuou a empurrar energia para dentro de sua irmã, esperando contra a esperança de que seria o suficiente. Finalmente viu o peito de Sophia começar a subir e a descer novamente. Sua irmã estava a respirar sozinha e, pela primeira vez, Kate teve a sensação de que ela não ia morrer. Ela ficou profundamente aliviada com esse pensamento. Porém, Sophia não acordou. Os seus olhos continuavam fechados, não importando quanta energia Kate usasse. Kate não tinha certeza de conseguir aguentar o poder por mais tempo. Ela deixou-o ir, caindo de costas no convés em exaustão, como se tivesse acabado de correr uma dúzia de léguas. Foi quando ela ouviu os gritos de luta para lá da cabina. Kate tentou levantar-se em esforço e isso não foi fácil. Mesmo que a energia para restaurar Sophia não tivesse vindo dela, canalizá-la tinha, ainda assim, requerido um esforço. Kate conseguiu levantar-se, sacando de sua lâmina e indo até à porta. Para lá da cabina estavam soldados em uniformes da realeza forçando seu caminho para o navio, enquanto os marinheiros se esforçavam para os empurrar de volta. Ela viu o capitão avançar para atacar, abatendo um homem com uma faca comprida, enquanto outro marinheiro empurrou um homem do corrimão para trás com uma vareta. Viu também um marinheiro ser morto pelo golpe da espada de um soldado e outro a cair para trás quando uma p*****a soou. Kate quase que avançou, conseguindo dar uma estocada com um golpe que apanhou um soldado pela axila, mas m*l conseguindo defender um golpe da extremidade mais grossa de um mosquete. Cambaleou e o homem ficou em pé sobre si, revertendo a a**a e mobilizando uma baioneta. Então Kate ouviu um rugido, e o gato da floresta passou por ela, indo contra o homem, rasgando-lhe a garganta com seus dentes. A fera rosnou e saltou para cima de outro. Agora os soldados hesitavam, recuando. Kate teve que se ajoelhar ali e assistir, porque estava exausta demais para fazer mais do que isso. Quando ela viu um dos soldados a apontar uma p*****a para o gato, desembainhou um punhal e lançou-o. A a**a disparou e ele caiu do barco. Kate viu o gato pular pela borda, para as docas e, um segundo depois, ouviu um grito quando ele voltou a atacar. “Levem este barco para o mar!” ela gritou. “Vamos morrer se ficarmos aqui!” Os marinheiros saltaram para o fazer, e Kate se esforçou para se erguer novamente, tentando preencher o espaço. Alguns lutavam e estavam como defensores num baluarte, empurrando para trás os inimigos que escalavam. O gato da floresta mordia e rosnava, saltando para aqueles que tentavam entrar à força a bordo, atacando com as garras e abocanhando com os dentes afiados. Kate não sabia quando é que sua irmã tinha adquirido um companheiro assim, mas certamente era leal - e mortal. Se ela estivesse com sua força na plenitude, poderia ter enfrentado os soldados sozinha, movendo-se entre eles, correndo e matando. Mas assim, m*l conseguia convocar a energia para os atacar ao lado dos marinheiros. Aqueles passavam por Kate a empurrar, como se a tentassem proteger da luta. Ela só queria que eles se concentrassem em levar o navio para longe das docas. Lentamente, o navio começou a se mover. Os marinheiros usaram remos e longos bastões para o empurrarem, e Kate sentiu a deslocação do convés sob os esforços deles. Um soldado saltou para o navio, mas caiu entre o barco e as docas. Kate via abaixo o gato da floresta ainda rosnando e matando, cercado por soldados. Kate suspeitava que sua irmã não quisesse que seu companheiro fosse abandonado e, de qualquer forma, o gato da floresta os salvara. Ela não o podia simplesmente deixar. “Tu precisas de embarcar” ela gritou, e, depois, percebeu a estupidez de esperar que ele entendesse isso. Em vez disso, ela convocou o pouco poder que lhe restava, envolvendo a necessidade de embarcar com uma imagem do barco a partir e atirou-a para a criatura. O gato da floresta virou a cabeça, cheirou o ar uma vez e saltou para o barco. Kate viu seus músculos a se juntarem e, depois, ele saltou. Suas garras se enterraram na madeira do navio. Ele levantou-se na direção da borda. A seguir, se instalou no corrimão, empurrando a cabeça contra a mão de Kate e ronronando. Kate cambaleou para trás, sentindo a solidez de um mastro em suas costas. Ela praticamente deslizou para o convés, sentando-se ali porque não tinha mais forças para ficar de pé. Mas isso já não importava. Eles já estavam bem longe das docas, com apenas alguns tiros espalhados a marcarem a presença de seus atacantes lá. Eles tinham conseguido. Eles estavam em segurança e Sophia estava viva. Pelo menos por enquanto.

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