EM AÇÃO

998 Words
Recife, Brasil. MARCO — Gunner, quando quiser — a voz do meu chefe na escuta deu a ordem, eu ajustei o relógio cronometrando cada segundo e comecei a atirar. Não foi o meu melhor tempo, visto que eles estavam com quatro reféns e eu precisava preservar a vida delas, mas em exatos quatorze segundos, oito homens estavam mortos. Eu falei homens? Desculpem o equívoco, deixem que eu me corrija. Oito vermes estavam mortos. Três das mulheres começaram a correr e uma ficou paralisada no canto. Esses vermes faziam parte de uma quadrilha de tráfico de mulheres. Elas eram de vários países da América do Sul, e foram aliciadas com a promessa de uma vida melhor em países da Europa. O navio seguiria com elas para a Alemanha, onde mulheres vivem por anos como escravas sexuais, e quando não servem mais, são mortas e descartadas como lixo. De onde eu estava escondido, vi quando policiais se aproximaram para libertar as garotas. Eu liguei para fazer a denuncia minutos antes. Precisava de alguém para mandar todas essas garotas de volta para suas casas. Com o meu binóculo eu vi que pela expressão nos rostos dos policiais, o mau cheiro deveria estar insuportável lá dentro. As garotas foram saindo, e muitas delas colocavam a mão no rosto quando sentiam a claridade do Sol. Era muito triste de ver, mais algumas das garotas nem conseguiam andar de tão fracas que estavam, e foram amparadas por outras. As que foram capturadas primeiro, estavam a vinte dias dentro daquele container, e a última parada do navio havia sido a cinco dias. Enquanto eu estava no Brasil libertando essas garotas, outros agentes secretos estavam na Alemanha libertando outras, mas infelizmente não estavamos nem perto de desmantelar a operação. Existem vermes como esses que eu acabei de matar, em todo o mundo, parecem um câncer e se alastram por todo canto. Depois de ter cumprido a minha missão, segui direto para o aeroporto, de onde o jato participar da agência me levaria direto para Grosseto. [...] Berlim, Alemanha. SERENA — Lenda, me diz que de onde você está, consegue acertar pelo menos uns oito — a voz na escuta era da Gaia, ela era uma das agentes secretas e estava prestes a entrar no prédio onde várias mulheres eram mantidas como escravas do s£xo. No local aconteciam leilões, onde essas mulheres eram tratadas como mercadorias. Outras eram expostas em gaiolas, geralmente eram as que mais ofereciam resistência. A gaiola e as coleiras eram meio que uma punição para aprenderem a se comportar. — Daqui no máximo seis, mas te encontro lá embaixo em três minutos. — Entendido. Depois de me certificar de que todos os outros agente secretos estavam devidamente posicionados, eu mirei o meu fuzil e comecei os disparos. Consegui acertar os seis homens que estavam na parte externa fazendo a segurança, e de quebra atirei em um dos chefes da quadrilha que apareceu em uma das janelas fumando um charuto. Aquele rosto era um dos meus alvos principais, havia recebido a identidade de cada um dos desgraç@dos que estavam chefiando aquela quadrilha, e não perderia tal oportunidade. — Acabei de acertar um tiro na testa de Otto Schneider — falei correndo ao encontro deles e a Gaia deu um gritinho de comemoração. — Se você acertar o filho dele Klaus Schneider, eu p**o a bebida hoje a noite — Liam falou também na escuta. Dava para escutar muita tiros onde eles estavam. — Boa tentativa, mas eu prefiro continuar me mantendo no anonimato — falei de forma descontraída. Eu dobrei a esquina correndo em alta velocidade para dar suporte aos demais agentes. — Qual é, Lenda? — ele protestou. — Eu já vi que você é muito gostosa e tem os olhos lindos. Geralmente quando preciso entrar em algum confronto junto com eles, eu uso um boné, colocando todo meu cabelo por dentro dele e cobrindo toda minha testa, e também uso uma máscara preta, dessa forma apenas os meus olhos ficam à mostra. Ah... Eu geralmente uso um macacão de manga comprida à prova de balas. Ele parece uma roupa de mergulho, mas é mais flexível, o que facilita os meus movimentos em um combate. — Fique com as imagens que tem de mim nos seus sonhos — sorri. — Vai que você não gosta nem um pouco do que tem embaixo da máscara. — Duvido muito. Você deve ser ainda mais gata do que nos meus sonhos. — Ah é? — perguntei e nesse momento ele olhou em minha direção. Eu tinha acabado de chegar onde ele, a Gaia e o Diego estavam, e dei uma piscada de olho para ele. Quando achamos que a coisa iria começar a ficar mais calma, Klaus Schneider apareceu fazendo o Luigi de escudo humano. Já tínhamos matado todos, e apenas o desgraç@do iria conseguir se safar? Não mesmo. A Gaia parecia escutar a minha mente, e começou a puxar assunto com aquele maldito. Eu esperei o momento ideal, quando ele tirou sua arma da testa do Luigi e estava prestes a apontar para a Gaia, eu acertei um tiro no lado esquerdo da testa dele. Fiz isso para que o Luigi não corresse o risco de ser atingido caso ele apertasse o gatilho. O gatilho realmente foi apertado, mas como não estava direcionada para ninguém, atingiu uma pilastra. O idiot@ caiu ainda vivo no chão, mas eu fiz questão de acertar mais um tiro bem na meio da testa dele. Klaus Schneider e Otto Schneider era cruéis e acusados de vários crimes, como estupr0, tráfico de mulheres, assassinato, lavagem de dinheiro, extorsão, tráfico de drogas, tráfico de armas... E a lista não parava por aí. — O que uma mulher não faz para tomar uma cerveja comigo? — Liam não poderia perder a oportunidade. — Foi m*l, americano — falei dando dois tapinhas no ombro dele. — Vai ficar para a próxima, eu tenho que almoçar com a família. "Nossa, como é bom falar isso."
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