Recife, Brasil.
MARCO
— Gunner, quando quiser — a voz do meu chefe na escuta deu a ordem, eu ajustei o relógio cronometrando cada segundo e comecei a atirar. Não foi o meu melhor tempo, visto que eles estavam com quatro reféns e eu precisava preservar a vida delas, mas em exatos quatorze segundos, oito homens estavam mortos.
Eu falei homens? Desculpem o equívoco, deixem que eu me corrija. Oito vermes estavam mortos.
Três das mulheres começaram a correr e uma ficou paralisada no canto.
Esses vermes faziam parte de uma quadrilha de tráfico de mulheres.
Elas eram de vários países da América do Sul, e foram aliciadas com a promessa de uma vida melhor em países da Europa.
O navio seguiria com elas para a Alemanha, onde mulheres vivem por anos como escravas sexuais, e quando não servem mais, são mortas e descartadas como lixo.
De onde eu estava escondido, vi quando policiais se aproximaram para libertar as garotas.
Eu liguei para fazer a denuncia minutos antes. Precisava de alguém para mandar todas essas garotas de volta para suas casas.
Com o meu binóculo eu vi que pela expressão nos rostos dos policiais, o mau cheiro deveria estar insuportável lá dentro.
As garotas foram saindo, e muitas delas colocavam a mão no rosto quando sentiam a claridade do Sol.
Era muito triste de ver, mais algumas das garotas nem conseguiam andar de tão fracas que estavam, e foram amparadas por outras.
As que foram capturadas primeiro, estavam a vinte dias dentro daquele container, e a última parada do navio havia sido a cinco dias.
Enquanto eu estava no Brasil libertando essas garotas, outros agentes secretos estavam na Alemanha libertando outras, mas infelizmente não estavamos nem perto de desmantelar a operação. Existem vermes como esses que eu acabei de matar, em todo o mundo, parecem um câncer e se alastram por todo canto.
Depois de ter cumprido a minha missão, segui direto para o aeroporto, de onde o jato participar da agência me levaria direto para Grosseto.
[...]
Berlim, Alemanha.
SERENA
— Lenda, me diz que de onde você está, consegue acertar pelo menos uns oito — a voz na escuta era da Gaia, ela era uma das agentes secretas e estava prestes a entrar no prédio onde várias mulheres eram mantidas como escravas do s£xo.
No local aconteciam leilões, onde essas mulheres eram tratadas como mercadorias. Outras eram expostas em gaiolas, geralmente eram as que mais ofereciam resistência. A gaiola e as coleiras eram meio que uma punição para aprenderem a se comportar.
— Daqui no máximo seis, mas te encontro lá embaixo em três minutos.
— Entendido.
Depois de me certificar de que todos os outros agente secretos estavam devidamente posicionados, eu mirei o meu fuzil e comecei os disparos.
Consegui acertar os seis homens que estavam na parte externa fazendo a segurança, e de quebra atirei em um dos chefes da quadrilha que apareceu em uma das janelas fumando um charuto.
Aquele rosto era um dos meus alvos principais, havia recebido a identidade de cada um dos desgraç@dos que estavam chefiando aquela quadrilha, e não perderia tal oportunidade.
— Acabei de acertar um tiro na testa de Otto Schneider — falei correndo ao encontro deles e a Gaia deu um gritinho de comemoração.
— Se você acertar o filho dele Klaus Schneider, eu p**o a bebida hoje a noite — Liam falou também na escuta. Dava para escutar muita tiros onde eles estavam.
— Boa tentativa, mas eu prefiro continuar me mantendo no anonimato — falei de forma descontraída.
Eu dobrei a esquina correndo em alta velocidade para dar suporte aos demais agentes.
— Qual é, Lenda? — ele protestou. — Eu já vi que você é muito gostosa e tem os olhos lindos.
Geralmente quando preciso entrar em algum confronto junto com eles, eu uso um boné, colocando todo meu cabelo por dentro dele e cobrindo toda minha testa, e também uso uma máscara preta, dessa forma apenas os meus olhos ficam à mostra. Ah... Eu geralmente uso um macacão de manga comprida à prova de balas. Ele parece uma roupa de mergulho, mas é mais flexível, o que facilita os meus movimentos em um combate.
— Fique com as imagens que tem de mim nos seus sonhos — sorri. — Vai que você não gosta nem um pouco do que tem embaixo da máscara.
— Duvido muito. Você deve ser ainda mais gata do que nos meus sonhos.
— Ah é? — perguntei e nesse momento ele olhou em minha direção. Eu tinha acabado de chegar onde ele, a Gaia e o Diego estavam, e dei uma piscada de olho para ele.
Quando achamos que a coisa iria começar a ficar mais calma, Klaus Schneider apareceu fazendo o Luigi de escudo humano. Já tínhamos matado todos, e apenas o desgraç@do iria conseguir se safar? Não mesmo.
A Gaia parecia escutar a minha mente, e começou a puxar assunto com aquele maldito.
Eu esperei o momento ideal, quando ele tirou sua arma da testa do Luigi e estava prestes a apontar para a Gaia, eu acertei um tiro no lado esquerdo da testa dele. Fiz isso para que o Luigi não corresse o risco de ser atingido caso ele apertasse o gatilho.
O gatilho realmente foi apertado, mas como não estava direcionada para ninguém, atingiu uma pilastra.
O idiot@ caiu ainda vivo no chão, mas eu fiz questão de acertar mais um tiro bem na meio da testa dele.
Klaus Schneider e Otto Schneider era cruéis e acusados de vários crimes, como estupr0, tráfico de mulheres, assassinato, lavagem de dinheiro, extorsão, tráfico de drogas, tráfico de armas... E a lista não parava por aí.
— O que uma mulher não faz para tomar uma cerveja comigo? — Liam não poderia perder a oportunidade.
— Foi m*l, americano — falei dando dois tapinhas no ombro dele. — Vai ficar para a próxima, eu tenho que almoçar com a família.
"Nossa, como é bom falar isso."