DE VOLTA À GROSSETO

1053 Words
SERENA Passaram-se dois dias desde que eu saí tarde da noite de Grosseto daquela forma, e eu já precisava voltar. A intenção era pegar a minha moto o mais rápido possível, e voltar para Roma. Primeiro eu fui até a agência de aluguel de carros no aeroporto e devolvi o carro deles, em seguida, peguei um táxi e parei de frente a oficina mecânica onde estava sendo feito o conserto da minha moto. O mecânico estava mexendo no celular, e ao olhar na minha direção colocou o aparelho no bolso. — Olá! Minha moto ficou pronta? — perguntei. — Estou apenas finalizando os últimos reparos. — Quanto tempo? — Poucos minutos. Como ele falou que demoraria poucos minutos, achei por bem esperar lá mesmo, eu não queria correr o risco de encontrar o Marco. Em menos de cinco minutos, escutei um barulho inconfundível, e na mesma hora olhei para a cara do mecânico. Era muita coincidência o Marco chegar com a sua moto na oficina bem na hora que eu estava lá. Só que não. O babaca do mecânico fez cara de paisagem. — O que está fazendo aqui, Marco? — perguntei vendo ele descer da sua moto. — Minha moto começou a fazer um barulho estranho, então eu trouxe para o Davide dar uma olhada — ele falou conseguindo enganar um total de zero pessoas. — O barulho da sua moto está normal — o fitei. — Parece que voltou ao normal — ele olhou para a moto se fazendo de desentendido. — Quer um palco? Vai continuar insistindo nesse teatro? — revirei os olhos. — Tudo bem, Serena! Eu não sabia onde você morava e não tinha o seu número de celular, então pedi ao Davide para me avisar quando você chegasse, eu confesso. — Para que? — Vamos almoçar comigo? — o Marco sugeriu. — Eu estou fazendo uma massa, só falta finalizar. "Merd@, a barriga chegou a roncar. Tinha que tentar me comprar logo com comida?" [...] MARCO O que aconteceu comigo e com a Serena ficou martelando na minha cabeça desde o dia que aconteceu e que ela foi embora daquela forma abrupta. Eu pensei em ligar para o Angelo e pedir o contato dela, mas desisti. Não queria enfrentar o interrogatório dele. Pensei em ligar para a Aurora, mas ela passava o dia na universidade, estava envolvida na construção do centro de acolhimento que ela está fundando, e ainda está nos preparativos finais do casamento deles. Sem falar que quando ela não está na universidade, ela está com o Angelo. No início da semana, quando vim buscar a minha moto, vi a moto da Serena e me lembrei que ela viria buscá-la. Como eu e o Davide somos amigos de longas datas, eu pedi para ele me avisar quando ela chegasse. — E aí? Vamos? — insisti mais uma vez, e insistiria quantas vezes você preciso até ela aceitar. — Vamos! Só por que eu estou com fome — ela aceitou, e eu não pude evitar um sorriso largo surgindo no meu rosto. Nós colocamos o capacete e subimos na moto. Em poucos minutos estávamos na frente do bar. Ela já ia entrando quando eu a interrompi. — Por aí não — ela parou. — Vamos para a minha casa. Ela voltou alguns passos, e seguimos pela lateral do meu bar. — Nossa? Pensei que era um puxadinho, um quartinho... Não imaginei que era uma casa tão equipada. — Eu gosto de casa pequena e confortável. Na verdade, nos fundos do meu bar eu tenho um pequeno chalé. O meu quarto é no mezanino, e o chalé é bem pequeno, mas com todo o conforto que eu preciso. Tem um piso falso que leva para um porão que ninguém tem conhecimento, e lá eu guardo todas as minhas armas e tudo mais que eu preciso para o meu trabalho como agente secreto. *** Depois de dar alguns passos para o interior do meu chalé, a Serena viu a mesa que eu havia preparado para ela. — Você já sabia que eu viria? — ela me fitou com uma sobrancelha arqueada. — Na verdade eu achei que você não viria, mas como existia uma chance mesmo que minima de você vir, eu quis preparar algo especial. — A mesa está linda — ela falou, mas ainda estava com um semblante serio. — Vou finalizar o molho e nós poderíamos comer, tudo bem? — falei e ela assentiu se encostando na ilha da cozinha. — Quer uma taça de vinho? — Valeu, mas eu voltarei para Roma pilotando. — Sobre isso — dei uma pausa. — Por que não dorme aqui essa noite? — Por que eu dormiria aqui? — bem assim, curta e grossa. — Aliás, sobre o que você quer conversar? Já que ela foi tão direta, achei por bem ser direto também. — Sobre nós — respondi. A Serena não falou nada, apenas me encarou. Eu me aproximei dela e nós ficamos com nossos rostos bem próximos. — Aquilo não deveria ter acontecido, e não vai mais acontecer — ela falou, mas não me encarava. — Fala novamente, só que dessa vez olhando nos meus olhos — eu levantei levemente o queixo dela, e aproximei propositalmente ainda mais o meu rosto, para que ela pudesse me olhar nos olhos. Ela parecia que iria falar algo, mas ao invés disso mordeu a lateral do seu lábio inferior. Eu, que já estava cedendo por beijá-la novamente, não resisti e invadi a sua boca. Ela não tentou me impedir, ao invés disso, passou os seus braços por cima do meu ombro e puxou o meu cabelo por trás da nuca, fazendo com que o beijo se encaixasse de uma forma ainda melhor. "Que boca deliciosa, quente... Que lábios tão macios... Eu ficaria por horas a beijando. Eu a ergui, a colocando sentada na ilha. Ela involuntariamente abriu suas pernas para que eu me encaixasse melhor e pudesse passar meus braços pela sua cintura. Estávamos tão entregues aquilo tudo, que precisamos parar para recuperar o fôlego. Eu tirei a Serena da ilha, segurei as suas pernas voltando a beijá-la, e ela cravou as pernas no meu quadril. — Você falou que estava com fome — provoquei com um sorriso. — Passou — ela disse intensificando ainda mais o nosso beijo.
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