Após 14h de viagem, num voo cheio de gente, Chloe e Matthew chegam ao Aeroporto Internacional John F. Kennedy em Nova Iorque, Matthew portou-se muito bem como já é seu hábito e sorria alegremente na expectativa de reencontrar os seus padrinhos.
- Madrinha, padrinho – grita Matthew e corre para os braços deles que os aguardavam na porta de desembarque dos passageiros
- Finalmente em casa – diz Ashley para Chloe e ambas se abraçam – Correu bem a viagem Chloe?
- Sim, correu tudo bem – diz Chloe a sorrir e a olhar para todos os lados – Saudades daqui – diz e sorri – Da minha terra e dos meus amigos
- Minha amiga – diz Olivier e abraça-a – Tens a certeza de que não queres vir para a nossa casa? Ficavam mais confortáveis e seguros – diz ele abraçando-a
- Oliver tenho, eu quero o meu espaço, a minha casa, eu preciso disso, entendam – diz Chloe e belisca a bochecha dele
- Vamos? – diz Ashley e todos acenam positivamente com a cabeça
Uma hora depois estavam a chegar ao apartamento que Chloe tinha alugado na Atlantic Avenue em Brooklyn, era um apartamento pequeno, mas muito acolhedor, tinha hall, uma suite e dois quartos, uma cozinha em open space com a sala, um quarto de banho comum, uma pequena lavandaria com despensa, uma varanda fechada com janelas de vidro e um pequeno quintal traseiro com espaço verde para Matthew. Claro que Ashley e Olivier fizeram a decoração e pequenas obras na casa para que fosse bem mais confortável.
- Claro que tinham de fazer modificações – diz Chloe a entrar pela casa e a sorrir para os amigos
- Foi mais forte que nós – diz Olivier a sorrir
- Obrigado – diz Chloe com as lágrimas nos olhos e abraça-os.
Matthew adorou o quarto dele, era super-heróis em todo o lado, e muitos brinquedos e já nem sai do quarto, além de todos os brinquedos ele tinha à espera dele e os que tinha pedido aos padrinhos contra a vontade da mãe, um telemóvel, um tablet, um notebook e uma consola de jogos e os adultos vão para a sala conversar e acalmar Chloe que não estava muito satisfeita com aqueles presentes em específico.
- Para quê que precisas disto, Matthew? - diz Chloe a olhar para o filho
- Para as minhas pesquisas e trabalho – diz Matthew muito sério e todos se riem da forma adulta que ele respondeu a ela
- Preparada para a nova vida Chloe? – pergunta Olivier mudando o assunto da conversa porque viu o descontentamento de Chloe e pisca o olho ao afilhado que percebe o recado que o padrinho lhe tinha acabado de dar
- Sim, mas com medo de não ser capaz – diz Chloe – Nunca tive sozinha só com Matthew
- Não estás sozinha, nós estamos aqui contigo sempre – diz Ashley e dá-lhe um beijo na bochecha
- Verdade, não vou estar sozinha – diz Chloe e sorri
- Amanhã Johnny já te aguarda na empresa – diz Olivier – E o no infantário já aguardam por Matthew e a partir de amanhã o transporte escolar vem buscá-lo todos os dias às 8h e aqui está a farda dele – diz ele e entrega-lhe as fardas de Matthew – Assim tens tempo para fazer a viagem descansada até à Cooper Avenue
- Vai dar certo – diz Chloe a sorrir
- A empresa é pequena, podíamos ter arranjado algo melhor – resmunga Ashley – Mas a teimosa é orgulhosa – diz e belisca a perna de Chloe e todos riem.
- Eu quero as coisas à minha custa, não porque você ou outra pessoa fez por mim – diz Chloe – Sim, sou com muito orgulho e muito teimosa – diz e sorri
- Mas se precisares de alguma coisa, fala connosco – diz Olivier – E como nós já te dissemos, vamos ser nós a oferecer ao nosso afilhado o p*******o da escola e estudos, e isso tu não podes nem vais recusar – continua Olivier e sorri no final ao ver que ela permite que eles a ajudem nisso.
- Sim, fiquem descansados – diz Chloe a sorri
Nessa noite vão jantar fora para comemorar a volta deles e entregam a Chloe as chaves do carro que ela já tinha comprado antecipadamente. Eles divertem-se imenso com Matthew, ele além de muito inteligente e bastante independente para a idade dele também tem um grande sentido de humor. Antes de irem para a casa dela, ela pede para passar na frente da casa do seu pai e está tudo na mesma, tudo igual como estava antes de ser expulsa, ela respira fundo e Olivier segue para a casa dela para eles irem descansar.
Chloe nessa noite sonha mais uma vez com a noite fatídica, e parece real como todos os sonhos que teve até hoje com os acontecimentos, são sempre pequenos flashes, confusos, ela de uma coisa tem certeza, foi a bebida que Briana lhe deu e ela bebeu. Lembra-se de estar tonta e ir para o quarto de hospedes que era o primeiro ao cimo das escadas, mas sempre teve a sensação de ser levada para lá por alguém, de estar a ser despida e de momentos depois alguém entrar no quarto e a beijar, a acariciar, e da dor a ser penetrada, mas também do prazer que sentiu, da barba a arranhar o corpo dela, do cheiro amadeirado do perfume, de uns olhos verdes e do queixo quadrado, dos braços fortes que a seguravam. Depois disso, lembra-se apenas de acordar na arrecadação da casa com as roupas espalhadas e o pai aos gritos e da bofetada que ele lhe deu, do sorriso da madrasta e da sua irmã e do segurança a dizer que eles estavam bêbados e que ela é que pediu.
Nessa noite ela perde o brinco da mãe, a única coisa que ela conseguiu tirar do espólio porque Briana livrou-se de tudo e aquele par de brincos era a única coisa que ficou da sua mãe, umas pérolas, uns pequenos brincos e agora só tem um, nunca o tira, mas falta-lhe o par. Mas ela já estava habituada a esse sonho era sempre o mesmo.