Hoje O celular de Beatriz desliza pelo seu pescoço até parar na mesa, conduzido por sua mão trêmula. Não consegue acreditar no que Leninha havia dito. Tudo a sua volta está em câmera lenta, até mesmo Flávio que tenta falar com ela. Não! Não!, isso não. Isso não… Ele não… Assim não, pensa Beatriz, atordoada. Seu olhos arregalados de medo seguram lágrimas que, após um tempo, caem incessantes, enquanto seu corpo se estremece. — Beatriz? Tá tudo bem? – pergunta Flávio, preocupado olhando, para o choque de Beatriz. Ele segura sua mão e aperta — Fala comigo? O que foi? — O Hugo… Ele… Ele… Sofreu um acidente de carro… Um ônibus… O carro… O semáforo estava… – balbucia Beatriz — Ele está… Está… Ele… — Calma – pede Flávio levantando e sentando ao lado de Beatriz. Ele a abraça, passand